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OBJETIVOS Geral:

62. União Nacional por Moradia Popular UNMP

Outra questão importante e que foi alvo de questionamentos do GTSPJC ao Ministério da Justiça foi o recorte utilizado para quais as cidades que iriam ter Conferências Municipais como etapas que elegeriam representantes eleitos para a etapa nacional da 1ª CONSEG: somente participariam os municípios com mais de 200 mil eleitores ou municípios parceiros do PRONASCI, o que excluía, por exemplo, as questões específicas da violência no campo e a luta dos trabalhadores sem terra, dos povos originários e quilombolas – pautas que não seriam, de antemão, nem apresentadas nesta Conferência.

Em uma das reuniões do GTSPJC, realizada em setembro de 2008 na sede da Associação de Juízes para a Democracia (AJD), no município de São

Paulo, houve a participação de representantes do Ministério da Justiça que estavam à frente da Comissão Organizadora Nacional da 1ª CONSEG, os quais pontuaram a impossibilidade de que estas mudanças, solicitadas pelo Grupo, fossem realizadas. A partir desse momento, somente caberia ao GTSPJC a organização das pautas políticas a serem encaminhadas nas etapas previstas pela Conferência, pois não haveria como alterar o formato desta.

A partir de então, o GTSPJC reunia-se com periodicidade mensal (por vezes quinzenal) em sedes e dependências das entidades e/ou movimentos sociais participantes. As reuniões ocorriam na cidade de São Paulo57 e tinham como pauta as estratégias para mobilizar e organizar a participação ampla da sociedade na 1ª CONSEG, a partir dos objetivos já expostos. Essas reuniões, realizadas desde setembro de 2008 até agosto de 2009, tiveram as seguintes pautas políticas:

a) Fortalecimento da participação popular na elaboração de diretrizes para políticas públicas;

b) Desmilitarização das polícias;

c) Enfrentamento das propostas de redução da maioridade penal; d) Superação dos processos de criminalização dos movimentos sociais; e) Posicionamento contrário ao encarceramento em massa e penas

alternativas.

Para efetivar o debate sobre essas questões, o GTSPJC utilizou-se de algumas táticas, as quais figuraram como encaminhamentos oriundos das reuniões regulares, a saber:

a. Organização da Conferência Livre realizada pelo GTSPJC (em 21 de março de 2009);

57 Embora as reuniões ocorriam na cidade de São Paulo, por diversas ocasiões membros do

GTSPJC se dirigiam a outros municípios para participar de conferências livres e também articular grupos locais que queriam debater as propostas em conjunto com o Grupo. Além disso, foi criada uma lista de discussão virtual (e-group) que abarcava outras entidades, para além do Estado de São Paulo.

b. Convite e articulação com novas entidades e movimentos, principalmente a discussão de estratégias para convidar movimentos sociais populares;

c. Mapeamento dos Conselhos de Segurança Pública da Grande São Paulo, para convite para as reuniões e ações do GTSPJC;

d. Levantamento da implantação do Programa Nacional de Segurança Pública com Cidadania (PRONASCI) para monitoramento dos gastos

públicos e dos projetos desenvolvidos;

e. Leitura crítica do Texto-Base da 1ª CONSEG (texto produzido pelo Ministério da Justiça);

f. Mobilização para participação das etapas preparatórias, municipais, regionais e estadual/nacional da 1ª CONSEG;

g. Divulgação de Conferências Livres organizadas por entidades e movimentos sociais ligados ao GTSPJC, além de levantamento e daquelas Conferências Livres organizadas por outros coletivos e que seriam de interesse do GTSPJC;

h. Articulação para que o GTSPJC estivesse representado (por entidades e movimentos sociais que o compunham) na Comissão Organizadora

Estadual (COE) do Estado de São Paulo para a 1ª CONSEG;

i. Produção de documentos e de material de divulgação dos princípios e diretrizes para a Sociedade Civil encaminhar nas etapas da 1ª CONSEG.

Além dos documentos já mencionados anteriormente (Cartas Abertas e Manifesto), outros documentos que foram fontes para a elaboração da sistematização das experiências do GTSPJC neste trabalho consistem nos relatórios de duas Conferências Livres organizadas58. A primeira dessas,

58 Vale ressaltar que além destas, várias outras conferências e seminários temáticos foram

organizados. O GTSPJC organizou também o seminário intitulado: I Seminário Estadual

“Segurança Pública, Justiça e Cidadania”, que contou com o apoio da Procuradoria Geral de

Justiça, do Centro de Apoio Operacional Cível e de Tutela Coletiva do Ministério Público do Estado de São Paulo, da Escola da Defensoria Pública e da Pastoral Carcerária, em novembro de 2008. Estas ações consistiam em esforços para que o GTSPJC pudesse discutir e deliberar pautas políticas e encaminhamentos práticos para além da 1ª CONSEG.

intitulada: Uma nova segurança pública é possível?, realizou-se em 21/03/2009 na cidade de São Paulo ( nas dependências do Centro de Pastoral Belém), com o seguinte objetivo: “[...] informar e formar lideranças de movimentos populares, de pastorais sociais e de entidades de direitos humanos sobre o tema da segurança pública, para que sejam multiplicadores do tema em suas comunidades e áreas de atuação”; o público alvo foram “lideranças de movimentos populares, de pastorais sociais e de entidades de direitos humanos”. A programação desta Conferência foi a seguinte:

PROGRAMAÇÃO:

8h30 Inscrição/recepção

9h-9h50 "A gestão da segurança pública: passado, presente e futuro"

10h-10h50 "Prevenção, repressão e punição: novas diretrizes para a segurança pública"

12h-13h Almoço

13h-13h30h Informes sobre a 1ª Conferência Nacional de Segurança Pública

13h30-15h15 Discussão em grupos

15h30-17h00 Conclusões e encaminhamentos

A organização desta Conferência Livre foi passo importante para a consolidação do GTSPJC e, fundamentalmente, para a ampliação da organização dos movimentos populares na participação da 1ª CONSEG. Também foi a partir desta Conferência Livre que o GTSPJC pôde organizar, de maneira mais sistemática, as propostas que os diferentes coletivos, grupos, associações, movimentos e entidades tinham para a 1ª CONSEG.

Em relação ao relatório da Conferência Livre Uma nova segurança

pública é possível?, encaminhado para a Comissão Organizadora Nacional da

1ª CONSEG, temos:

O evento iniciou-se com a abertura oficial, realizada pelo [...] coordenador da Pastoral Carcerária Nacional, que também coordenou a mesa-redonda “Uma nova segurança pública é possível”. O palestrante 1 [...] abordou a temática da gestão da segurança pública no Brasil, trazendo uma perspectiva histórica da constituição das instituições que atualmente são responsáveis pela segurança pública. A partir disso, o palestrante apresentou elementos importantes para a construção de um novo modelo de segurança pública, passando, necessariamente, pelo processo de desmilitarização das polícias

e pela gestão transparente (com a participação efetiva do controle social).

O palestrante 2 [...] tratou da questão da prevenção, repressão e punição, discutindo novas diretrizes para a segurança pública. Renato analisou o texto-base da 1ª CONSEG, em todos os seus eixos, buscando problematizar a partir da compreensão de que é urgente a reforma nas instituições e instâncias da Segurança Pública.

Após a exposição dos palestrantes, os participantes puderam levantar questões e compartilhar informações, depoimentos, sob a perspectiva da vivência militante e da luta por cidadania e pela Segurança Pública como um Direito Humano.

Ao retomarmos do almoço, houve uma breve explanação da responsável do Ministério da Justiça pela articulação estadual para a 1ª CONSEG em São Paulo [...], que explicou sobre as etapas da 1ª CONSEG e dialogou com os participantes a respeito das dúvidas sobre as etapas eletivas e de conferências livres.

Ao término das explicações [...], os participantes dividiram-se em 4 Grupos de Trabalho para discutirem o texto-base da 1ª CONSEG e elaborarem propostas para serem encaminhadas à etapa nacional (todos os participantes receberam a publicação oficial do texto-base, que foi lido, de acordo com cada temática dos Grupos de Trabalho). Essas propostas foram apresentadas na plenária final do Seminário e foram aprovadas, como seguem.

Princípios: Ordem de prioridade

1) Para um segurança cidadã é imprescindível uma mudança