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2. EDIÇÕES SEMIDIPLOMÁTICAS

2.2. N ORMAS DE T RANSCRIÇÃO

2.2.1. Utilização de Maiúsculas ou Minúsculas

 O critério que estabeleceu a utilização das maiúsculas e minúsculas disponíveis na ortografia actual teve por base a figura dos caracteres de escrita, isto é, a sua forma externa e os traços que permitem reconhecer a letra em causa.

 O módulo das letras (entenda-se, o tamanho relativo dos caracteres de escrita) só é tido em conta se e quando for possível identificar alguma sistematicidade com base num critério adequado (ex. um critério semântico) que permita afirmar com certeza que o aumento/diminuição da letra tem uma função de destaque pretendida pelo copista.

 O ductus das letras (entenda-se, o modo como são concretizadas traço a traço) é tido em conta não só na transcrição como maiúsculas ou minúsculas, mas também sempre que a sua análise esclareça as diferenças entre algumas figuras que se possam confundir.

 A distinção entre maiúsculas e minúsculas é feita de forma independente em cada manuscrito e de acordo com as características da letra da mão do copista responsável por esse testemunho.

 Não se registam nem justificam casos em que a diferença entre a figura maiúscula e minúscula é tão evidente que não causa qualquer tipo de hesitação de leitura (ex. <a> minúsculo e <A> maiúsculo, na maioria dos manuscritos).

 Nas letras em que houve algum tipo de hesitação na distinção entre as figuras maiúsculas e minúsculas, as opções tomadas justificam-se em normas de transcrição redigidas especificamente para cada um dos manuscritos.

 Independentemente das opções de transcrição especificamente estabelecidas para cada manuscrito, serão transcritas sempre como maiúsculas as letras de início de capítulo, título ou parágrafo, não só porque em todos estes testemunhos dominam os casos em que se lêem letras com uma figura maiúscula bastante distinta nestas posições, mas também porque os casos em que isso não acontece dizem precisamente respeito às figuras pouco distintas sobre as quais houve necessidade de tomar uma decisão particular.

O mesmo acontece quanto aos nomes próprios de pessoas e lugares. Visto que em todos os manuscritos editados a maioria dos nomes próprios está escrita com figuras iniciais incontestavelmente maiúsculas, assume-se que um substantivo que identifica algo de modo específico (uma pessoa, um lugar, uma entidade geográfica) funciona para os três copistas como indicador de valorização semântica suficientemente enfática para ser representada por

109 maiúscula – isto é, com função de destaque. Consequentemente, todos os nomes próprios serão transcritos com maiúscula inicial, mesmo que isso possa estar em desacordo com alguma norma redigida para uma dada letra de algum testemunho.

 O mesmo tipo de decisão já não se aplica no início de frase/oração/coluna de texto, isto é, na transcrição das letras iniciais de palavras localizadas depois de sinal final de pontuação ou na mudança de página porque isso não é sistemático na mão de todos os copistas. Consequentemente, a localização das letras nestas posições não será utilizada como argumento a favor ou contra a transcrição de maiúsculas ou minúsculas.

2.2.1.1. Ms. E

Maiúsculas e Minúsculas

 <a> e <A> em início de palavra.

<a> com forma minúscula mas aumentado será sempre transcrito como minúscula (independentemente do seu módulo e apesar de surgir em palavras nas quais o aumento de módulo podia ter alguma função de destaque), pelas seguintes razões:

o depois de sinais de pontuação nem todos os <a> são maiúsculos – há muito mais casos de <a> claramente minúsculos e com o mesmo módulo que o corpo das restantes letras minúsculas;

o

embora alguns casos pareçam letras de destaque, a maioria das palavras em que esse <a> aumentado ocorre também se atestam com a figura minúscula normal e com <A> claramente maiúsculo (exs.: <a/Ama>, <a/Alma>, <a/Agoa>, <a/Amiga>, <a/A> (palavra gramatical), etc.);

o

não existindo sistematicidade no módulo, não é possível saber em que palavras o copista responsável por este manuscrito utilizaria <a> minúsculo aumentado com uma função enfática típica das letras de destaque;

o

a não representação do destaque por aumento do <a> minúsculo não apaga nenhuma informação relevante para a finalidade da edição semidiplomática.

o

a ocorrência de <a> minúsculo aumentado apenas em início de palavra está de acordo com um dos traços característicos desta mão cursiva: a tendência para iniciar as palavras com letras ligeiramente aumentadas (em comparação com as figuras minúsculas da escrita corrente da coluna de texto).

 <c> e <C> em início de palavra.

Existem duas formas distintas da letra que foram interpretadas como maiúsculas ou minúsculas, independentemente do módulo. A distinção faz-se pelo facto de a letra minúscula nunca descer abaixo da linha de escrita, enquanto a maiúscula desce e estende-se numa curva

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à esquerda até à largura ocupada pela primeira letra da palavra seguinte. A forma maiúscula ocorre quase sempre em palavras em que é possível que essa figura seja usada como elemento de realce (o que não significa que as palavras em que ocorra também não sejam atestadas no texto com a figura minúscula, nem que não existam pelo menos uma a duas ocorrências desta forma maiúscula em palavras com evidentemente nenhum valor semântico a destacar no contexto em que se encontram).

Na figura minúscula <c> existe alguma oscilação no módulo que não será representada na transcrição porque os casos de <c> minúsculo aumentado:

o parecem ocorrer aleatoriamente no manuscrito (as palavras em que ocorrem nem sempre são escritas com maiúsculas e, antes pelo contrário, ocorrem mais como letras com figuras minúsculas – exs. <cazar>, <cara>, <castigos>, <costume>, <couza>, <costas>, <chuiva>, <cuita>, <collo>, <crede>, etc.);

o surgem muito na palavra ca e depois de sinal de pontuação (<,> <;> ou <.>), mas a verdade é que depois destes sinais existem mais palavras iniciadas com formas minúsculas do que com maiúsculas;

o não são tão definidos que permitam afirmar que existe uma verdadeira distinção entre apenas dois <c> minúsculos, um mais pequeno e outro mais aumentado, mas sim várias gradações do módulo da letra que impedem que se interprete o aumento de módulo como um elemento de destaque representável na edição;

o só ocorrem em início de palavra/linha/coluna de texto, levantando o problema de transcrição apenas nessas situações. Isso está de acordo com o facto de esta mão cursiva atacar as palavras de forma aumentada nessas posições, mas sem uma sistematicidade semântica que fundamente uma função de destaque dessas letras;

 <e> e <E> em início de palavra.

Serão transcritas como minúsculas todas as que têm figura baixa e redonda, e que se caracterizam por um ductus a dois traços e um tempo (em que o primeiro traço é ascendente com uma curva à direita e o segundo é descendente com uma ligeira curva à esquerda, gerando um pequeno olhal no corpo da letra (Fig. 1118)). Assim, apesar de existirem alguns casos em que esta figura minúscula surge aumentada em início de palavra (Fig. 2), visto que isso ocorre de forma assistemática e está de acordo com a tendência desta mão para iniciar as palavras com letras ligeiramente aumentadas, então esses exemplos esporádicos transcrevem-se também como letras minúsculas, pois o seu destaque não traria qualquer benefício à leitura do texto deste testemunho.

118 As imagens, por serem obtidas com a ferramenta de recorte do Windows, não permitem representar

111 Fig. 3 (f. 286v) Fig. 4 (f. 286v)

Já quanto à forma maiúscula desta letra, ocorre sempre em início de palavra (e em palavras nas quais a figura parece ter uma função de realce semântico), mas não necessariamente em início de linha. Apesar de se terem identificado duas figuras distintas, serão ambas tomadas como concretizações da figura maiúscula da letra <E>.

O primeiro caso (que é também o mais frequente ao longo do manuscrito) corresponde a um <E> ligeiramente mais alto do que a escrita corrente, resultando de um ductus em três traços a um tempo (Fig. 3): o primeiro traço é ascendente e curvo à esquerda; os dois seguintes são traços descendentes e curvos à direita, colocados um sobre o outro (alguns, pela cursividade da escrita, acabam por ter curvas mais arredondadas e outros curvas ligeiramente mais angulosas). A segunda figura que também se considerou maiúscula é um <E> também mais alto do que o restante corpo das letras minúsculas, mas que corresponde a uma concretização cursiva de <&>, realizada a quatro traços e (provavelmente) a um tempo (Fig. 4): o primeiro traço é ascendente e curvo à direita, continuando para um traço descendente e ligeiramente curvo à esquerda, formando um pequeno olhal na letra; de seguida o terceiro traço é ascendente e curvo à esquerda, e o último traço é descendente, mais longo e curvo à direita. Esta figura corresponde a um sinal gráfico recuperado da letra carolina pelos humanistas que o interpretam, já não como uma mera ligadura entre os grafemas <e> e <t>, mas como um sinal abreviativo de um étimo – et. No entanto, como a edição semidiplomática tem como objecto um testemunho da VSSB em português, este caso não será tratado como uma abreviatura de et, porque em latim essa forma discordaria do restante texto em português – por essa razão talvez se possa extrapolar que o copista a tome simplesmente como mais uma forma maiúscula da letra <E>. Contudo, e preservando a possibilidade de assim não ser, na edição anota-se em rodapé o primeiro caso em que ocorre esta figura (Fig. 4), salientando-se aqui que volta a ocorrer várias vezes ao longo do manuscrito (ff.287v, 288v (duas ocor.), 290r (três ocor.), 292r (duas ocor.), 292v, 293r (duas ocor.), 298r, 300r, 303v (duas ocor.), 305r (duas ocor.) e 305v.

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 <i>, <j>, <I> e <J>.

Não existe dificuldade em estabelecer a diferença paleográfica entre <i> e <j> minúsculos, apesar de serem ambos representações gráficas de [i], porque o primeiro nunca desce abaixo da linha de escrita (curto), mas o segundo sim (longo).

Já quanto às formas maiúsculas, a diferença entre a representação gráfica curta e longa não parece existir, e a distinção entre <j> minúsculo e <J> maiúsculo não é muito evidente. Assim, como <i> nunca desce abaixo da linha de escrita (seja maiúsculo ou minúsculo), não existe nenhuma forma maiúscula que corresponda a <I> (prova disso são os exemplos de início de capítulo <Jazendo> e <Jsto>, iniciados exactamente pela mesma forma (Figs. 5 e 6, respectivamente)).

Como <I> e <J> foram apenas duas figuras da mesma letra, aqui o problema está em compreender se existe uma diferença clara entre <j> minúsculo e <J> maiúsculo no início de palavra/linha/página neste manuscrito. Visto que o <j> minúsculo que surge frequentemente em meio de palavra (composto por dois traços a dois tempos (Fig. 7) – o primeiro um traço longo, descendente e com uma ligeira curva à esquerda, e o segundo um ponto no topo desse traço) é uma figura que, por vezes, também ocorre em início de palavra, será transcrita com a forma minúscula (<j>) em qualquer uma das posições. Em contrapartida, existe outra forma que só ocorre em início de palavra/linha/parágrafo, distinguindo-se não só por ser ligeiramente mais alta e terminar frequentemente num traço ascendente e curvo à direita, criando um olhal largo, mas também por se iniciar sempre num traço mais ou menos curto, ascendente e oblíquo à direita (isto é, com um ductus composto por três traços realizados em dois tempos (Fig. 8)). Apesar de esta forma surgir em algumas palavras nas quais dificilmente seria utilizada como figura de destaque (exs. <Ja> (f.299v), <Jazendo> (f.297r), <Jamais> (f.293r) e <Jgre//Ja> (f.293v), em verbos, advérbios e num caso de mudança de linha), também há que ter em conta o facto de ser esta a figura utilizada nas únicas duas ocorrências desta letra em início de parágrafo (posição em que a maioria das letras deste manuscrito tem uma forma maiúscula). Por esta razão, esta figura será transcrita sempre como um <J> maiúsculo, preservando o eventual significado dessa distinção.

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 <m> e <M> em início de palavra.

O <m> minúsculo em início, meio e final de palavra parece ter sempre a mesma forma, caracterizada por um ductus aparentemente composto por seis traços realizados a um tempo, e cujo primeiro traço tem ataque em cima, é curto, oblíquo à esquerda e ascendente. Na cursividade da escrita esta forma minúscula de <m> acaba assim por se revelar particularmente angulosa e oblíqua, e o seu tal traço de ataque (como uma terceira perna muito curta) contribui em muito para essa angulosidade (Fig. 9).

A forma maiúscula de <M> é bastante distinta em inícios de capítulo/subtítulos, diferenciando-se da forma minúscula não só por ser bastante mais arredondada, mas também porque o seu ductus se inicia em baixo, ao nível da linha de escrita, por um primeiro traço descendente, curto e curvo à direita, que imediatamente se liga a um segundo traço ascendente da primeira perna do <M> (Fig. 10). Esta particularidade faz com que, nos casos em que a letra foi desenhada com mais cuidado, se identifique claramente um pequeno olhal aberto ou fechado (e, por vezes, até totalmente preenchido por tinta). Esta figura será transcrita como <M> maiúsculo, independentemente do seu módulo (muitas vezes quase do tamanho das restantes letras minúsculas) e da posição da palavra em que surge no manuscrito. Esta opção é suportada pelo facto de esta figura poder ter alguma função de destaque na maioria das palavras em que ocorre (e embora existam pelo menos três excepções: <Muy> (f.288r), <Mantimento> e <Mereceres>, (f.288v)).

 <n> e <N> em início de palavra.

Apesar de existirem duas formas da letra que são frequentemente aumentadas, uma delas tem exactamente a mesma figura que o <n> minúsculo (evidente em qualquer uma das outras posições nas palavras). Assim, as figuras minúsculas distinguem-se das maiúsculas por uma clara diferença na forma: as primeiras têm um ductus cujo traço inicial tem ataque em cima

Fig. 8 (f. 298v)

Fig. 9 (f. 286r) Fig. 10 (f. 293v) Fig. 7 (f. 287v)

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(Fig. 11) - tal como as formas dos <m> minúsculos com uma pequena haste no topo -, e as formas maiúsculas têm ataque do primeiro ao nível da linha de escrita (Fig. 12).

Todos os casos de <n> minúsculos aumentados serão transcritos como minúsculas (Fig. 13), não só pela sua figura, mas também porque não parecem ocorrer de forma sistemática em palavras onde pudessem ter uma determinada função de destaque evidente. Esta assistematicidade dos casos de <n> aumentados está também de acordo com a tendência desta mão cursiva em atacar algumas palavras com um ligeiro aumento nas letras iniciais. Esta opção também se justifica pelo facto de existirem alguns casos (embora poucos) de <N> maiúsculo com um módulo pequeno (quase do tamanho das restantes minúsculas da escrita corrente do manuscrito) e que serão transcritas como maiúsculas independentemente disso.

 <o> e <O> em início de palavra.

Parece existir uma ligeira diferença entre a figura da letra minúscula e da letra maiúscula, sendo a primeira, por norma, não só mais pequena, redonda ou ligeiramente oval, mas também com um ductus com ataque e saída no topo da letra, fechando a maior parte das vezes num pequeno olhal e deixando frequentemente uma certa concentração de tinta no topo da letra devido ao traço descendente e curvo à direita com que termina (traço esse tão visível quanto mais largo for o olhal da letra resultante) (Fig. 14). A figura maiúscula, que ocorre incontestavelmente em alguns casos de início de subcapítulo (exs. nos ff.300r e 301v) não só é muito aumentada, como tem a particularidade de fechar completamente sobre si e, na maioria dos casos, ter um ductus cujo ataque e saída ocorrem no lado esquerdo da forma, onde se projecta um terceiro traço relativamente longo, descendente e por vezes curvo para o interior do olhal (Fig. 15). Excepção é uma forma de início de capítulo que parece ter um ductus semelhante ao da forma minúscula, mas que é tão aumentada que não pode ser transcrita como minúscula (Fig. 16).

Contudo, existem alguns casos em que a letra tem uma figura semelhante à minúscula, mas um módulo aumentado (Fig. 17). Como nesses casos não se verificou a aplicação de um critério semântico que os justificasse como letras de destaque, e como a posição mais frequente em que ocorrem é depois de sinais de pontuação (<,>, <;> e <.> ) onde até ocorrem

Fig. 13 (f. 290v) Fig. 11 (f. 290v) Fig. 12 (f. 294r)

115 mais letras minúsculas do que maiúsculas, serão transcritos sempre como minúsculas, já que o interesse meramente paleográfico de preservar o seu módulo aumentado não é produtivo à luz dos objectivos desta edição semidiplomática.

 <r> e <R> em início de palavra.

Em meio e em final de palavra não é difícil identificar a forma minúscula da letra utilizada por este copista (Fig. 18). Contudo, em início de palavra não só essa forma minúscula nunca é utilizada como todas as palavras iniciadas por esta letra oscilam entre duas figuras aumentadas, nenhuma delas próxima da forma minúscula, mas ambas semelhantes entre si (distinguindo-se apenas por um traço). A primeira dessas formas tem um ductus composto por quatro traços realizados a dois tempos (Fig. 19), sendo que no primeiro tempo se realiza um traço descendente que termina numa ligeira curva à esquerda na linha de escrita; e que no segundo tempo se realiza um traço ascendente e oblíquo que se inicia à esquerda do primeiro traço, depois um traço descendente e oblíquo à direita, e por último, um traço ligeiramente ascendente e curvo à direita. A segunda forma é constituída apenas pelos traços do segundo tempo da primeira forma (Fig. 20).

As duas figuras serão transcritas como letras minúsculas, sem distinção entre ambas e sem distinção do <r> minúsculo de meio/final de palavra, pelas seguintes razões:

o todas as palavras que se iniciam com esta letra oscilam entre essas duas formas; o as formas em causa são ambas aumentadas, o que é frequente nesta mão;

o as formas em causa são muito semelhantes entre si, distinguindo-se apenas por um traço que pode ter sido suprimido em alguns casos por simples abreviação (a forma composta por três traços é muito menos frequente do que a composta por quatro traços);

o não parece existir sistematicidade no tipo de palavras em que se utiliza uma e outra forma. Prova disso é que existem palavras em que ocorrem ambas as figuras (exs. <razom>, <religioza>, <rogando>, <responderão>, <recebeo>, <roupa>, <rezar>, <rogo(s)> (Figs. 21 e 22)). Além disso, em qualquer um dos conjuntos de palavras que utilizam cada

Fig. 18 (f. 287r) Fig. 20 (f. 287r)

Fig. 14 (f. 287v) Fig. 15 (f. 300r) Fig. 16 (f. 299v) Fig. 17 (f. 287v)

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uma destas figuras, existem sempre palavras onde a sua utilização com função de destaque não faz qualquer sentido (exs. <reuogar>, <receber> (Fig. 23) e muitas outras formas verbais a meio de frase). Por fim, note-se que os casos que podiam utilizá-las como letras de destaque não se explicam facilmente sob a aplicação de um critério semântico definido;

o não existe nenhum <R> em início de subtítulo/subcapítulo (onde as letras têm sempre uma forma maiúscula) com que se possam comparar estas formas, fundamentando outra decisão;

Apesar disto, regista-se em nota a primeira ocorrência de cada uma destas figuras de <r> minúsculo inicial, salvaguardando a alternância assistemática entre elas.

 <s> e <S> em início de palavra.

A letra desta mão apresenta, aparentemente, cinco tipos de <s>: o <s> curto em meio de palavra;

o <s> longo em meio de palavra (sobretudo no dígrafo <ss>); o <s> curto em final de palavra;

o <s> curto em início de palavra;

o <s> longo também em início de palavra.

Quanto às formas em meio e final de palavra não parece haver dúvida quanto à sua figura minúscula. O mesmo não se aplica aos casos de <s> inicial, que oscilam entre um <s> relativamente curto com base ao nível da linha de escrita, mas que se alonga até um pouco acima da altura do corpo das restantes letras minúsculas, (Fig. 24); e um <s> longo que se estende acima