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Perfil de mulheres de 40 a 49 anos cadastradas em um núcleo de saúde da família, quanto à realização do exame preventivo de Papanicolaou.

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Academic year: 2017

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PERFI L DE MULHERES DE 4 0 A 4 9 ANOS CADASTRADAS EM UM NÚCLEO DE SAÚDE DA

FAMÍ LI A, QUANTO À REALI ZAÇÃO DO EXAME PREVENTI VO DE PAPANI COLAOU

Aline da Silv eir a Ram os1 Pedr o Fr edem ir Palh a2 Moacy r Lobo da Cost a Júnior3 Sônia Cam ila Sant ’Anna4 Nar im an de Felicio Bor t ucan Lenza5

Ram os AS, Palha PF, Cost a MLC Jr, Sant ’Anna SC, Lenza NFB. Perfil de m ulheres de 40 a 49 anos cadast radas em um núcleo de saúde da fam ília, quant o à realização do exam e prevent ivo de Papanicolaou. Rev Lat ino- am Enferm agem 2006 m arço- abril; 14( 2) : 170- 4.

Trat a- se de pesquisa de abordagem descrit iva, explorat ória, cuj o obj et ivo é t raçar o perfil de m ulheres na faixa et ária de 40 a 49 anos, em um Núcleo de Saúde da Fam ília do Município de Ribeirão Pret o, segundo as v ar iáv eis: cadast r o n o ser v iço, posse de con v ên io e dat a de r ealização do pr ev en t iv o, en t r e ou t r as. For am colet ados dados dos pr ont uár ios de 213 m ulher es. Ut ilizou- se o pr ogr am a Epi I nfo 6.0 par a digit ação, análise e cr iação d o b an co d e d ad os. Os r esu lt ad os r ev elam q u e 4 9 % d as m u lh er es r ealizar am o p r ev en t iv o d e Papanicolaou pelo m enos um a v ez no per íodo de 2000 a 2003, 54, 5% não possuíam conv ênio de saúde e a r ealização do ex am e é m aior ent r e essas. Concluiu- se que a or ganização da at enção à saúde, nos m oldes da Saú de da Fam ília, f av or ece a adesão ao pr ev en t iv o. Recom en da- se a r ealização de n ov os est u dos par a se obt er um per fil m ais r epr esent at iv o da população cadast r ada no ser v iço.

DESCRI TORES: neoplasias do colo ut er ino; esfr egaço v aginal; saúde da fam ília

PAP SMEAR REALI ZATI ON PROFI LE OF W OMEN BETW EEN 4 0 AND 4 9 YEARS

REGI STERED AT A FAMI LY HEALTH CENTER

This descript ive and explorat ory research aim s t o draw t he profile of wom en bet ween 40 and 49 years at a Fam ily Healt h Cent er in Ribeirão Pret o, Brazil, in view of t he following variables: regist rat ion at t he service, healt h insur ance and sm ear r ealizat ion dat e, am ong ot her s. Dat a w er e collect ed in t he pat ient r ecor ds of 213 w om en. Epi I nfo 6.0 w as used for dat a input and analysis and dat abase creat ion. Result s display t hat 49% of t he wom en realized t he pap sm ear at least once in t he period from 2000 t o 2003. 54.5% of t hem did not have a healt h insurance plan and sm ear realizat ion rat es are higher in t his group. I t was concluded t hat t he organizat ion of healt h care in accordance wit h t he Fam ily Healt h m odel favors adhesion t o t his prevent ive t est . We recom m end t hat new st udies be carried out t o obt ain a m ore represent at ive profile of t he populat ion t hat is regist ered at t he ser v i ce.

DESCRI PTORS: cer v ix neoplasm s; v aginal sm ear s; fam ily healt h

PERFI L DE MUJERES DE 4 0 A 4 9 AÑOS REGI STRADAS EN UN NÚCLEO DE SALUD DE LA

FAMI LI A EN CUANTO A LA REALI ZACI ÓN DEL EXAMEN PREVENTI VO DE PAPANI COLAOU

La finalidad de est a invest igación descr ipt iva y ex plor at or ia es t r azar el per fil de m uj er es en el r ango de edad de 4 0 a 4 9 añ os, en u n n ú cleo de Salu d de la Fam ilia del Mu n icipio de Ribeir ão Pr et o, segú n las v ar iables: r egist r o en el ser v icio, posesión de plan de salud y dat a de r ealización del pr ev ent iv o, ent r e ot r as. La r ecopilación de dat os abar có los r egist r os de 2 1 3 m u j er es. El pr ogr am a Epi I n f o 6 . 0 f u e u t ilizado par a digit ación, análisis y creación del banco de dat os. Los result ados revelan que el 49% de las m uj eres realizó el prevent ivo de Papanicolaou al m enos una vez en el período de 2000 a 2003, el 54,5% no poseía plan de salud y la realización del exam en es m ayor ent re est as. Se concluyó que la organización de la at ención de salud, de acuerdo con el m odelo de Salud de la Fam ilia, favorece la adhesión al prevent ivo. Recom endam os la realización de nuev os est udios par a obt ener un per fil m ás r epr esent at iv o de la población r egist r ada en el ser v icio.

DESCRI PTORES: neoplasm as del cuello ut er ino; fr ot is v aginal; salud de la fam ilia

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I NTRODUÇÃO

O

cân cer d o colo u t er in o con st it u i sér io problem a de saúde pública. No m undo, corresponde ao segundo tipo de câncer m ais com um nas m ulheres, constituindo aproxim adam ente 15% de todos os tipos de cânceres fem ininos( 1). O câncer do colo do útero é

d o e n ça q u e e v o l u i l e n t a m e n t e e m f a se s b e m conhecidas, é elevada sua fr eqüência na população f e m i n i n a b r a si l e i r a e , q u a n d o d i a g n o st i ca d o precocem ent e, é curável( 2).

O ex am e pr ev ent iv o do câncer do colo do ú t er o , p o p u l a r m en t e co n h eci d o co m o ex a m e d e Papanicolaou, é um ex am e indolor, eficaz( 1 ) e, em vir t ude de sua sim plicidade, eficácia, r elat ivo baixo cu st o, v alidade e aceit ação t em m er ecido gr an de apoio não só dos profissionais da área m édica, m as t am b ém d a p r ó p r i a p o p u l ação( 3 ). Su a r eal i zação

p e r i ó d i ca co n t r i b u i p a r a r e d u zi r e m a t é 7 0 % a m ortalidade por câncer do colo do útero na população de risco( 4).

A u t i l i za çã o d o ex a m e ci t o p a t o l ó g i co n o rast ream ent o do câncer do colo do út ero possibilit a sua prevenção, vist o que ident ifica lesões ainda em estágios anteriores à neoplasia( 5), assim o diagnóstico

p r eco ce, p o r m ei o d esse ex am e, é u m ef i ci en t e cam inho para sua prevenção( 6).

No n o sso m ei o , o p r o b l em a d o cân cer é par t icular m ent e gr av e t endo em v ist a que a m aior parte dos pacientes acom etidos pela doença é de faixa et ár ia ainda econom icam ent e at iv a, e associado ao fato de que um a detecção tardia da doença im plicaria em aum ento da m ortalidade, um a vez que a lesão do carcinom a invasor pode levar a óbito. Seu tratam ento p o d e ca u sa r se q ü e l a s i m p o r t a n t e s q u e p o d e r ã o dificult ar a reint egração fam iliar e social, e o cust o assist encial é alt o( 7).

O câ n ce r i n v a si v o é b a st a n t e r a r o e m m u lh er es com m en os de 2 5 an os de idade e su a incidência sofr e declínio após os 60 anos, com seu plat ô de incidência concent rando- se ent re a quart a e quint a décadas de vida( 7).

O Minist ério da Saúde, em 1998, adot ou no país a norm a da Organização Mundial da Saúde ( OMS) que propõe o cont role do câncer do colo ut erino das m ulheres entre 25 e 60 anos, a cada três anos, após dois controles negativos com intervalo anual. Diversos autores, no entanto, têm ressaltado que há program as d e con t r ole d e cân cer d o colo d o ú t er o q u e n ão desem penham de form a sat isfat ória a cobert ura das p o p u l a çõ e s, cu j a i d a d e a p r e se n t a i n ci d ê n ci a d e

carcinom a invasor, ou m esm o que, entre as m ulheres que apresent am esse t ipo de carcinom a, m uit as não fizer am ex am es de Papanicolaou, m esm o naquelas regiões em que a cobertura da prevenção é elevada( 8).

Est im at ivas m ost ram que aproxim adam ent e 40% das m ulheres brasileiras nunca foram subm etidas ao ex am e pr ev en t iv o de Papan icolaou( 9 ). Rev elam

ainda, segundo est udos do Minist ério da Saúde, que apenas cerca de 7,7% das m ulheres brasileiras são co b e r t a s p o r p r o g r a m a s g o v e r n a m e n t a i s d e p r e v e n çã o e co n t r o l e d o câ n ce r d a cé r v i x p e l a realização do exam e colpocit ológico( 10).

Nesse sent ido, é pr eciso que o sist em a de saúde, por m eio das inst it uições e dos profissionais, assum a um a at it ude at iva, e não passiva, frent e ao cont role desse câncer, ou sej a, não se deve esperar apenas a presença espont ânea das m ulheres, m as é n ecessár io im p lem en t ar f or m as d e r ecr u t am en t o, f a ze n d o u so d e a çõ e s e d u ca t i v a s, t r i a g e m , ent revist a( 7).

O present e t rabalho t em por obj et ivo t raçar o perfil de m ulheres na faixa etária de 40 a 49 anos, cadastradas no Núcleo de Saúde da Fam ília I ( NSF I ) , segundo: idade, escolar idade, est ado civ il, núm er o de gest ações, nat ur alidade, ocupação r em uner ada, dat a de cadast r o n o NSF, m icr oár ea per t en cen t e, par t icipação em gr upos com unit ár ios, r ealização de a l g u m cu r so , u su á r i a d e co n v ên i o , p r esen ça d e p a t o l o g i a s e / o u si t u a çõ e s i m u n o ssu p r e sso r a s, realização de cirurgia do aparelho ginecológico e de m a m a ( m a st e ct o m i a ) e d a t a d a r e a l i za çã o d o pr ev en t iv o.

METODOLOGI A

O pr esent e est udo t r at a- se de pesquisa de abor dagem descr it iv a e ex plor at ór ia, desen v olv ida com m ulher es cadast r adas no NSF I do Cent r o de Saúde Escola da Faculdade de Medicina de Ribeirão Pr et o.

A p op u lação d e est u d o f oi com p ost a p ela t ot alidade das m ulheres cadast radas no NSF I que, no período de colet a de dados, 5 a 16 de j aneiro de 2004, est avam com preendidas na faixa et ária de 40 a 49 anos, constituindo um total de 213 m ulheres.

(3)

O instrum ento de coleta de dados constituiu-se de um form ulário, contendo inform ações referentes a aspect os dem ográficos, socioeconôm icos, presença de pat ologias e realização da colpocit ologia do colo ut er ino.

Em pregou- se o program a Epi I nfo 6.0, para digitação dos form ulários e criação do banco de dados para análise dos m esm os. Por razões de segurança, o s f o r m u l á r i o s f o r a m d u p l a m e n t e d i g i t a d o s. A significância das associações foi t est ada pelo t est e do qui- quadr ado.

For am adot adas, par a est udo, as seguint es var iáveis: idade ( em anos com plet os at é o t ér m ino d o p r een ch i m en t o d o s f o r m u l ár i o s) , est ad o ci v i l ( consider ando: casado, união for m al ou infor m al) , escolar idade ( analfabet o, gr au em anos com plet os ou incom plet os) , núm ero de gest ações, nat uralidade ( adotando a região de Ribeirão Preto, segundo a DI R XVI I I ) , ocupação r em uner ada ( independent e de t er ou não car t eir a assinada) , par t icipação em cur sos ( averiguar o nível de inserção com unitária) , m icroárea pert encent e, dat a de cadast ro individual da usuária no NSF I , usuária de convênio de saúde, presença de p a t o l o g i a s e / o u si t u a çõ e s i m u n o ssu p r e sso r a s, realização de cirurgia do aparelho ginecológico e data de realização do exam e citopatológico do colo do útero ( m ês e an o) . A colet a das v ar iáv eis apr esen t adas possibilit ou qu e se pu desse t r açar o per f il dessas m u lh er es.

A revisão bibliográfica a respeit o do câncer do colo do útero, referente ao período de 1994 a 2003, f o i r eal i zad a em t ex t o s d e p er i ó d i co s n aci o n ai s, m anuais t écnicos do Minist ér io da Saúde e v ia on-line referent e ao período de 1994 a 2003. A revisão t am bém ocor r eu a par t ir da base de dados LI LACS no período de 1999 a 2003.

O pr oj et o de pesquisa foi apr ov ado em 17 de j unho de 2003 pelo Com it ê de Ét ica em Pesquisa do Centro de Saúde Escola da Faculdade de Medicina de Ribeirão Pret o, da Universidade de São Paulo.

RESULTADOS E DI SCUSSÃO

Cerca de 49% das m ulheres na faixa et ária de 40 a 49 anos, cadastradas no NSF I , realizaram o exam e prevent ivo de Papanicolaou pelo m enos um a v ez no per íodo de 2000 a 2003. Obt ev e- se, desse t ot al de m ulheres, a seguint e dist ribuição quant o à r ealização do pr ev ent iv o, r espect iv am ent e, a cada an o : 3 9 , 5 2 , 5 7 e 6 1 , d esses, p ar t e t en d o si d o realizado no NSF I : 8 em 2000, 29 em 2001, 36 em

2 0 0 2 e 4 3 e m 2 0 0 3 . A p a r t i r d o s d a d o s a ci m a apresent ados verificou- se aum ent o com o passar dos anos na realização do preventivo, inclusive em relação aos ex am es r ealizados n o pr ópr io ser v iço. Est u do realizado entre riograndinas, no ano de 1995, quando a n a l i sa d a a m e sm a f a i x a e t á r i a , r e v e l o u q u e a p r o x i m a d a m en t e 5 2 % d a s m u l h er es est u d a d a s haviam r ealizado o exam e pr event ivo do câncer de colo do út er o algum a v ez em qualquer per íodo da vida( 4).

A dist ribuição, segundo a idade, analisada a cada ano, apr esent ou- se pr at icam ent e hom ogênia. Qu a n t o à d a t a d e ca d a st r o n o NSF I , e ssa com preendeu os anos de 1999 a 2003, estando 56,9% das m ulher es est udadas cadast r adas no per íodo de 1999 a 2000.

Tabela 1 - Dist ribuição de m ulheres cadast radas no NSF I na faixa etária de 40 a 49 anos, segundo tem po de cadast ro no serviço e realização do prevent ivo

o r t s a d a C e d o p m e T o

v i t n e v e r

P 2anose+ Menor2anos Total

o ã

N 78 31 109

* m i

S 90 14 104

l a t o

T 168 45 213

Obser v ou- se, segundo análise da Tabela 1, q u e a p r op or ção d e r ealização d o p r ev en t iv o d e Papanicolaou é m aior ent r e as m ulher es que est ão há m ais t em po cadast radas no serviço de saúde em questão. Fato que sugere associação entre a realização do preventivo e m aior vínculo com o serviço por parte d as u su ár i as, r ev el an d o assi m a i m p o r t ân ci a d a educação sanit ária a longo prazo. A dist ribuição por m icr oár eas ( t ot al de 5) não dem onst r ou v ar iações ex pr essiv as.

Ap r o x i m a d a m e n t e 4 9 % d a s m u l h e r e s e st u d a d a s a p r e se n t a v a m n o m á x i m o o 1 º g r a u ( com plet o ou incom plet o) e 1,4% eram analfabet as, no ent ant o, v er ificou- se que 19,2% possuíam nív el superior ( com pleto ou incom pleto) , o que é expressivo em se t rat ando de Brasil.

Tabela 2 - Dist ribuição de m ulheres cadast radas no NSF I n a f aix a et ár ia d e 4 0 a 4 9 an os, seg u n d o escolar idade e r ealização de pr event ivo

* sim - pelo m enos um exam e preventivo no período de 2000 a 2003 Fonte: Sistem a de I nform ação de Atenção Básica - SI AB NSF I 2004

* sim - pelo m enos um exam e preventivo no período de 2000 a 2003 Fonte: Sistem a de I nform ação de Atenção Básica - SI AB NSF I 2004

o ã ç u r t s n I e d u a r G o

v i t n e v e r

P 2ºgrau/superior Analfabeto/1ºgrau Total o

ã

N 64 41 105

* m i

S 40 64 104

l a t o

(4)

A part ir da análise da Tabela 2, depreende-se que a realização do prevent ivo é m aior ent re as m u lh er es q u e p ossu em g r au d e in st r u ção m en or. Est udos revelam que m ulheres que possuem m enor e sco l a r i d a d e a p r e se n t a m m a i o r ch a n ce d e d esen v olv er cân cer cer v ical( 5 ). Assim , f r en t e aos

r esu lt ados obt idos n a Tabela 2 , obser v a- se dados co n d i ze n t e s co m a p r i o r i za çã o d e cr i t é r i o s epidem iológicos de risco, no caso, o grau de instrução. Em r elação à par t icipação social, cer ca de 7 0 % d a p op u lação d e est u d o n ão p ar t icip av a d e n e n h u m t i p o d e g r u p o co m u n i t á r i o ; q u a n t o à realização de cursos, os pront uários não dispunham de tal inform ação, assim , m esm o sem esse dado nota-se cer t a f r agilidade n o qu e nota-se r ef er e ao n ív el de inser ção social da população est udada. No que se refere à ocupação rem unerada, 57,3% das m ulheres possuíam algum a at ividade.

Tabela 3 - Dist ribuição de m ulheres cadast radas no NSF I n a f aix a et ár ia d e 4 0 a 4 9 an os, seg u n d o nat uralidade e realização do prevent ivo

De acordo com a Tabela 3, observa- se que a r ealização do pr ev en t iv o de Papan icolaou é m aior en t r e m u lh er es qu e n ão são n at u r ais de Ribeir ão Preto. Do total das m ulheres estudadas, cerca de 35% eram nat urais de Ribeirão Pret o, 11,3% da região, a r e sp e i t o d e 2 5 , 4 % d e l a s n ã o h a v i a r e g i st r o d e p r oced ên cia e 1 2 , 7 % er am or ig in ár ias d e ou t r os Est ados, o que enfat iza a quant idade r elev ant e de m igr ant es.

Tabela 4 - Dist ribuição de m ulheres cadast radas no NSF I na faixa etária de 40 a 49 anos, segundo posse de convênio de saúde e realização do prevent ivo

Os d a d o s a p r e se n t a d o s n a Ta b e l a 4 dem onst r am que a r ealização do exam e pr event ivo é m aior entre as m ulheres que não possuem convênio d e sa ú d e . D i a n t e d e sse f a t o , e st a b e l e ce - se a s seg u i n t es p r op o si ções: o u f al t am an o t ações n os p r o n t u á r i o s e m r e l a çã o à r e a l i za çã o d o e x a m e p r ev en t iv o p or p ar t e d as m u lh er es q u e p ossu em convênio, ou essas m ulheres não est ão realizando o r efer ido ex am e.

Do t ot al de m ulheres, 54,5% não possuíam con v ên io de saú de, n o en t an t o, apr ox im adam en t e m et ade delas possu íam , f at o qu e é r elev an t e em t erm os de Brasil. Quant o à sit uação conj ugal, 73,7% das m u lh er es en con t r av am - se casadas ( ou com o com panheiro) no período da colet a de dados.

Tabela 5 - Dist ribuição de m ulheres cadast radas no NSF I na faixa etária de 40 a 49 anos, segundo núm ero de gest ações e realização do prevent ivo

Em b o r a a Ta b e l a 5 d e m o n st r e q u e a r ealização do pr ev ent iv o é m aior em m ulher es que t iv er am 3 ou m ais gest ações, esses dados não se m ost raram significat ivos para um α de 5% . Tiveram

at é 2 gest ações 50,8% das m ulheres e em t orno de 40% t iver am de 3 a 4 gest ações. Sendo o núm er o m édio de gest ações aproxim adam ent e de 2,5.

A r e sp e i t o d e d o e n ça s e / o u co n d i çõ e s im u n ossu p r essor as: ap r ox im ad am en t e 9 0 , 1 % d as m ulheres não apresent avam regist ros sobre doença ginecológica, 92, 5% não hav iam r ealizado cir ur gia do aparelho ginecológico, 16% eram tabagistas, 4,2% das m ulheres apresent avam diabet es, 3,3% est avam realizando reposição horm onal, 0,9% faziam uso de cort icóide, 0,5% t inham lúpus, 0,5% apresent avam DST, 0,9% apr esent av am câncer de m am a e 1,4% hav iam sido m ast ect om izadas. Não houv e r egist r o de caso de Aids.

Sabe- se que sit uações im unossupr essor as, tais com o as citadas, aum entam a incidência de câncer do colo do út ero( 9). Além disso, pessoas port adoras de doenças crônicas buscam serviços de saúde com m aior freqüência que a população em geral( 5).

* sim - pelo m enos um exam e preventivo no período de 2000 a 2003 Fonte: Sistem a de I nform ação de Atenção Básica - SI AB NSF I 2004

e d a d i l a r u t a N o v i t n e v e r

P ForadeRib.Preto Rib.Preto Total o

ã

N 31 42 73

* m i

S 54 32 86

l a t o

T 85 74 159

s e õ ç a t s e g e d º N o v i t n e v e r

P 3ou+gestações Menor3gestações Total o

ã

N 45 61 106

* m i

S 57 47 104

l a t o

T 102 108 210

* sim - pelo m enos um exam e preventivo no período de 2000 a 2003 Fonte: Sistem a de I nform ação de Atenção Básica - SI AB NSF I 2004

e d ú a S e d o i n ê v n o C o v i t n e v e r

P Possui NãoPossui Total

o ã

N 74 33 107

* m i

S 21 83 104

l a t o

T 95 116 211

(5)

CONSI DERAÇÕES FI NAI S

A r ealização d est e t r ab alh o p er m it iu q u e fosse traçado o perfil da população estudada, segundo v ar iáv eis pr é- est abelecidas, r elacionadas ao câncer de colo do út ero.

O est udo m ost rou que no serviço de saúde em quest ão o perfil ident ificado caract erizou- se por m ulheres que possuíam m aior t em po de cadast ro no ser v iço, dat ando de 1999- 2000, que apr esent av am baix o gr au de inst r ução ( analfabet o/ 1º gr au) , que t iveram at é 2 gest ações e que não eram nat urais de Ribeir ão Pr et o.

Obser v ou- se, ainda, que a or ganização da at en ção à saú d e, n os m ol d es d a Saú d e Fam íl i a, par ece fav or ecer a r ealização do ex am e pr ev ent iv o d e Pa p a n i co l a o u , d a m e sm a f o r m a v e r i f i co u - se associação entre a realização do preventivo e o tem po d e cad ast r o j u n t o ao ser v iço, o q u e su g er e q u e aspectos relativos ao estabelecim ento de vínculos das usuárias com o serviço de saúde proporcionam m aior adesão ao ex am e.

É p o ssív e l a f i r m a r q u e a s r e l a çõ e s e st a b e l e ci d a s co m u su á r i a s e se r v i ço t a m b é m influenciam na possibilidade de m aior controle quanto à r e a l i za çã o d o e x a m e e m q u e st ã o , i n d e p e n d e n t e m e n t e d o g r a u d e i n st r u çã o , fav or ecendo inclusiv e aquelas que possuem m enor nível de escolaridade.

Um o u t r o a sp e ct o i m p o r t a n t e r e v e l a d o r ef er e- se ao baix o gr au de par t icipação social da p op u lação em est u d o, em g r u p os ou associações com unit ár ias, pois esses fav or ecem a dissem inação de inform ações e, conseqüent em ent e, proporcionam m a i o r e s p o ssi b i l i d a d e s d e b u sca p e l o e x a m e pr ev en t iv o.

Dent re os result ados apresent ados dest acou-se, ain da, a alt a cor r elação en t r e a r ealização do pr ev ent iv o e m ulher es que não possuem conv ênio de saúde. Frente a essa situação, cabe a sugestão de que o NSF I busque pelas m ulher es que possuem convênio, e avalie se essas estão realm ente realizando m enos o preventivo ou, se o que ocorre, é a falta de d a d o s a r e sp e i t o d a r e a l i za çã o d o e x a m e n o s pr ont uár ios dessas m ulher es.

Os r esu lt ad os n ão r ev elar am associações e x p r e ssi v a s d e d o e n ça s o u co n d i çõ e s im u n ossu p r essor as j u n t o às u su ár ias, f at or es d e v u ln er abilidade à ocor r ên cia do cân cer de colo de út ero. Nesse sent ido, o serviço de saúde deve est ar a l e r t a p a r a a b u sca a t i v a p o r m u l h e r e s p a r a a realização do exam e preventivo. Para que isso ocorra o ser v i ço p o d er á est ar o r g an i zan d o cam p an h as, palest r as, gr u pos de discu ssão, qu e possam est ar aler t an d o essas m u lh er es p ar a a im p or t ân cia d a r e a l i za çã o d o p r e v e n t i v o . É r e l e v a n t e r e f o r ça r t am bém o papel ex pr essiv o do agent e com unit ár io de saúde quanto à busca ativa das m ulheres por m eio da realização de visit as periódicas às fam ílias.

Re ssa l t a - se , t o d a v i a , a i m p o r t â n ci a d a realização de novos est udos para que se est enda a análise a toda a faixa etária com risco de desenvolver a neoplasia do colo do út er o, com a const r ução de um banco de dados que perm ita obter um perfil m ais r epr esent at ivo da população cadast r ada no ser viço. E, com isso, ot im izar a assist ên cia em saú de, n o se n t i d o d e p r o m o v e r m a i o r se n si b i l i za çã o d a s m u lh er es e f am ília a r esp eit o d a im p or t ân cia d a r ealização d o ex am e p r ev en t iv o d e Pap an icolaou , r e d u zi n d o a ssi m a m o r b i m o r t a l i d a d e p o r e ssa neoplasia.

REFERÊNCI AS BI BLI OGRÁFI CAS

1 . Mi n i st é r i o d a Sa ú d e ( BR) . Se cr e t a r i a Na ci o n a l d e Assi st ê n ci a à Sa ú d e . I n st i t u t o Na ci o n a l d e Câ n ce r. Coordenação de Prevenção e Vigilância. Falando sobre câncer do colo do út ero. Rio de Janeiro ( RJ) : MS/ I NCA; 2000. 2. Secret aria de Est ado da Saúde ( SP) – Fundação Oncocent ro de São Paulo. Câncer do colo ut erino: Manual de orient ação. São Paulo ( SP) : FO; 1996.

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Referências

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Ribeirão Pret o da Universidade de São Paulo, Brasil, e- m ail: cesarino@fcfrp.usp.br; 5 Professor Associado da Escola de Enferm agem de Ribeirão Pret o, da.. Universidade de

1 Mestre em Enferm agem , Enferm eira da Secretaria de Saúde de Maringá, Brasil, e- m ail: analuferrer@hotm ail.com ; 2 Doutor em Filosofia da Enferm agem , Docent e

em Enferm agem , Professor Adj unt o da Escola de Enferm agem da Universidade Federal da Bahia, e- m ail: lilian.enferm agem @bol.com .br; 3 Mestre em Enferm agem , Professor

da Escola de Enferm agem de Ribeirão Pret o, da Universidade de São Paulo, Cent ro Colaborador da OMS para o desenvolvim ent o da pesquisa em enferm agem , e-m ail:

Preto, da Universidade de São Paulo, Centro Colaborador da OMS para o desenvolvim ento da pesquisa em enferm agem , e-m ail: lbpinho@uol.com .br; 3 Enferm eira, Professor Doutor

1 Enferm eira; Doutor em Enferm agem , e- m ail: soniaapaiva@terra.com .br; 2 Professor Doutor da Escola de Enferm agem de Ribeirão Preto, da Universidade de São Paulo,

1 Professor Assist ent e, Escola de Enferm agem da Universidade de I owa, Est ados Unidos, e- m ail: m art ha- driessnack@uiowa.edu; 2 Professor Associado, Escola de Enferm agem

Psicóloga, Professor Doutor da Escola de Enferm agem de Ribeirão Pret o da Universidade de São Paulo, Cent ro Colaborador da OMS para o desenvolvim ent o da pesquisa em