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Rev. bras. ortop. vol.52 número5

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SOCIEDADE BRASILEIRA DE ORTOPEDIA E TRAUMATOLOGIA

w w w . r b o . o r g . b r

Artigo

Original

Relac¸ão

entre

a

idade

e

o

tipo

de

paralisia

obstétrica

do

plexo

braquial

com

o

movimento

de

pronossupinac¸ão

do

antebrac¸o

Yussef

Ali

Abdouni

a,∗

,

Gabriel

Faria

Checoli

a

,

Valdênia

das

Grac¸as

Nascimento

b

,

Antonio

Carlos

da

Costa

a

,

Ivan

Chakkour

a

e

Patricia

Maria

de

Moraes

Barros

Fucs

a aFaculdadedeCiênciasMédicasdaSantaCasadeSãoPaulo,DepartamentodeOrtopediaeTraumatologia,SãoPaulo,SP,Brasil

bUniversidadeFederaldoTriânguloMineiro,DepartamentodeOrtopediaeTraumatologia,Uberaba,MG,Brasil

informações

sobre

o

artigo

Históricodoartigo:

Recebidoem29dejunhode2016 Aceitoem22deagostode2016

On-lineem7defevereirode2017

Palavras-chave:

Plexobraquial Paralisiaobstétrica Supinac¸ão Antebrac¸o

r

e

s

u

m

o

Objetivo:Avaliaroarcodepronossupinac¸ãodoantebrac¸odospacientescomsequelade paralisiaobstétricadoplexobraquialecorrelacionarcomessasvariáveis.

Métodos:Foram avaliadas 32 crianc¸as entre 4 e 14 anos, com lesões totais ou parci-aisdoplexobraquial,foramtiradasasmedidasdepronac¸ãoesupinac¸ão,ativaepassiva, tantodoladolesionadoquantodoladonãoafetado.

Resultados:Observou-sediferenc¸aestatisticamentesignificativaentreoladolesionadoeo ladonormal,porémnãohouvediferenc¸aentreosgruposporfaixasetárias,nemquantoao tipodelesão.

Conclusão:Osfatoresidadeetipodelesãonãotiveramefeitosobreapronossupinac¸ãonas crianc¸asportadorasdesequeladeparalisiaobstétricadoplexobraquial.

©2016SociedadeBrasileiradeOrtopediaeTraumatologia.PublicadoporElsevierEditora Ltda.Este ´eumartigoOpenAccesssobumalicenc¸aCCBY-NC-ND(http:// creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0/).

Relationship

of

age

and

type

of

obstetric

brachial

plexus

paralysis

in

forearm

pronosupination

Keywords:

Brachialplexus Obstetricparalysis Supination Forearm

a

b

s

t

r

a

c

t

Objective:Toevaluatethearcofforearmpronosupinationofpatientswithsequelaeofbirth paralysisandcorrelatewiththesevariables.

Methods:32childrenagedbetween4and14yearswithtotalorpartiallesionsofthebrachial plexuswereevaluated;measurementsofpronationandsupination,activeandpassive,were made,bothontheinjuredsideandtheunaffectedside.

TrabalhodesenvolvidonoHospitaldaIrmandadedaSantaCasadeSãoPaulo,DepartamentodeOrtopediaeTraumatologia,SãoPaulo, SP,Brasil.

Autorparacorrespondência.

E-mail:dr.yussefali@gmail.com(Y.A.Abdouni).

http://dx.doi.org/10.1016/j.rbo.2016.08.006

(2)

Results: Astatisticallysignificantdifferencewasobservedbetweentheinjuredsideandthe normalside,buttherewasnodifferencebetweenthegroupsregardingageortypeofinjury.

Conclusion: Theageandtypeofinjurydidnotimpactonthelimitationoftheforearm pronosupinationinchildrenwithsequelaeofbirthparalysis.

©2016SociedadeBrasileiradeOrtopediaeTraumatologia.PublishedbyElsevierEditora Ltda.ThisisanopenaccessarticleundertheCCBY-NC-NDlicense(http:// creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0/).

Introduc¸ão

A lesão do plexo braquial em recém-nascidos ocorre no períodoexpulsivodoparto,émuitasvezesassociadaà dis-tóciadeombro, diabetegestacionalou préviaàgestac¸ão e a fetos macrossômicos ou ainda a crianc¸as de baixo peso comapresentac¸ãopélvica.Aprimeiradescric¸ãoclínica ocor-reuem1764,quandoSmellierelatouaparalisiabilateralem umrecém-nascidodepartopélvico.Porémotermoparalisia obstétricafoiatribuídoaDuchenne,em1872.Caracteriza-se porumaparalisiaflácida,queacometeparcialoutotalmente omembro,dependedonúmeroderaízesenvolvidas.

A incidência de paralisia obstétrica do plexo braquial (POPB)nosEUAéde0,38 a2,6pormil crianc¸asnascidas a termo,acometeigualmenteosgênerosmasculinoefeminino. Adespeitodosavanc¸osdaobstetrícia,essaincidêncianãotem diminuído.1

Narakas2classificouascrianc¸ascomPOPBemquatro

gru-pos:grupo1comlesãoapenasdasraízesdeC5eC6(Erb),grupo 2comacometimentodasraízesdeC5,C6eC7(Erbestendida), grupo3comlesãodetodasasraízesdoplexoegrupo4que temosinaldeClaudeBernard-Hornerassociadoàlesãototal. AmaioriadospacientescomPOPBtemrecuperac¸ão espon-tânea,émaiordoque 80%nosgrupos 1e2.2,3 Éesperada

func¸ãonormaldomembrosearecuperac¸ãoocorrenos pri-meiros quatro anos de vida. No entanto, em uma parcela considerável,essarecuperac¸ãonãoocorrerá.4Aparalisia

resi-dual e suas sequelas nas atividades de vida diária estão relacionadas à gravidade da lesão inicial, podem variar da perda mínima de func¸ão no membro superior à completa paralisia.5

Ospacientescomlesãodasraízesproximais(C5,C6,C7) oucomlesão totaldoplexobraquial,quetenham apresen-tadorecuperac¸ãoparcial,tendem,comodecorrerdotempo, adesenvolverumadeformidadeemsupinac¸ãodoantebrac¸o, devidaaodesequilíbrioentreosmúsculossupinadoresativos eosmúsculospronadoresparalisados.Taldesequilíbrioocorre porque o bíceps, inervado pelo nervo musculocutâneo, e osupinador,inervadopelonervoradial,recuperam,enquanto os pronadores redondo e quadrado, inervados pelo nervo mediano, normalmente não recuperam.5–7 Inicialmente, a

deformidadepodesercorrigidapassivamente,porém,como desenvolvimento,adeformidadetorna-sefixadevidoà con-traturadamembranainteróssea.Amãoassumeumaposic¸ão emsupinac¸ãoehiperextensão,agravadapelafaltados flexo-resdopunho.

BahmeGilbert,6Zancolli,8Masse,9Manskeetal.,10 entre

outros autores, preconizam transferências tendinosas nas fasesiniciais, quandonãoocorreu aindaaestruturac¸ão da deformidade.

Kapandji11descreveuadeformidadeprogressivadorádio,

naqualsuacurvaturanãoseformavadevidoàparalisiada musculaturapronadora,oquelimitavamaisaindaapronac¸ão. Quandojáhádeformidadeestruturadarecorre-seà oste-otomiadepronac¸ãodoantebrac¸o,paraalcanc¸arummelhor posicionamentodamão,confere-se,assim,maiorutilidadeao membroafetado.11–13

Oobjetivodesteestudoéavaliarograudepronossupinac¸ão doantebrac¸oemcrianc¸asportadorasdesequeladePOPBe cor-relacionaradeformidadecomotipodelesãoeafaixaetária.

Casuística

e

método

OtrabalhofoiaprovadopeloComitêdeÉticadainstituic¸ãosob onúmeroCAAE-03724712.1.0000.5479.

Foifeitoumestudotransversalretrospectivo,noqualforam avaliadosclinicamente 36crianc¸as, entrejulho edezembro de2012,portadorasdePOPB,comlesõesdotroncosuperior (C5 eC6),tronco superior emédio (C5,C6 eC7)ou lesões totais, quetivessemapresentadorecuperac¸ãoparcialeque nãotivessem sidosubmetidas aprocedimentocirúrgico no antebrac¸o.Foramexcluídastrêscrianc¸asqueapresentavam paralisiacerebralassociadaeumacrianc¸acomlesãobilateral doplexobraquial.

Forammedidososgrausdesupinac¸ãopassiva(SP)eativa (SA)edepronac¸ãopassiva(PP)eativa(PA),dosladoslesionado enormal.Asmedidasforamtiradasquandoacrianc¸a manti-nhaoombrojuntoaotroncoecomocotoveloa90graus,foram feitassemprepelomesmoavaliador,comoauxíliodeum goni-ômetroeexpressasemgraus.Osresultadossãoapresentados natabela1.

Paraasanálisesestatísticas,usamosossoftwaresIBM-SPSS (StatisticalPackageforSocialSciences)versão17.0eExcelOffice 2010.Comparamosasmedidasdomembroacometidocomas domembronormal,comaclassificac¸ãoanatômicaecoma idade.Paracompararasmedidasdomembroacometidocom omembronormal,usamosotestetdeStudentpareado.Para avaliarsehouverelac¸ãodaidadeoudotipodelesãosobre asmedidasefetuadasnoladolesionadodessascrianc¸as, usa-mosotestedeAnova(Analysisofvariance).Usamostambém otestedeKruskal-Wallisparacompararosgruposetárioseo testedeMann-Whitneyparacompararostiposdelesão(total ou parcial).Consideramoscomo de significânciaestatística p<0,05.

Resultados

(3)

Tabela1–Dadosdemográficosdospacientesincluídosnoestudo

Sexo Idade Tipolesão PP-lesado PP-normal PA-lesado PA-normal SP-lesado SP-normal SA-lesado SA-normal

1 M 6 2 −10 70 −50 70 90 90 90 90

2 F 6 2 0 70 −10 45 90 90 45 90

3 F 10 2 0 80 −20 70 90 90 90 90

4 F 7 2 20 90 10 90 90 90 60 90

5 M 11 1 20 35 15 35 90 90 45 90

6 F 11 1 10 80 0 80 80 80 40 80

7 M 7 1 −10 60 −30 60 90 90 90 90

8 M 10 2 30 80 −70 80 90 90 90 90

9 M 6 2 85 85 50 85 90 90 80 90

10 F 4 2 90 90 30 90 70 90 0 90

11 M 9 1 90 90 60 90 90 90 50 90

12 M 8 1 90 90 70 90 90 90 60 90

13 F 8 1 70 90 60 85 50 90 60 90

14 F 12 1 90 90 80 90 90 90 80 90

15 F 14 1 80 90 70 90 80 90 70 90

16 M 6 2 80 95 70 90 90 90 85 90

17 M 9 2 90 90 10 80 10 90 10 80

18 M 6 1 60 90 40 90 70 90 30 85

19 M 8 2 80 90 70 90 80 90 70 90

20 M 9 2 90 90 70 90 90 90 70 80

21 M 9 2 90 90 90 90 90 90 70 90

22 M 5 1 80 90 60 90 90 90 90 90

23 F 10 2 45 90 30 90 90 90 80 90

24 F 8 2 80 90 70 90 90 90 80 90

25 F 10 2 0 80 −70 80 90 90 90 90

26 F 6 2 70 80 60 70 80 90 40 90

27 F 5 2 50 80 30 75 40 80 20 70

28 M 6 2 70 80 60 70 80 90 40 90

29 M 4 2 60 90 40 85 85 90 45 90

30 F 7 1 50 90 40 80 60 90 30 90

31 M 4 2 50 90 30 90 80 90 40 90

32 F 7 1 80 90 60 80 80 90 70 80

PA,pronac¸ãoativa;PP,pronac¸ãopassiva;SA,supinac¸ãoativa;SP,supinac¸ãopassiva.

17apresentavam lesãono ladodireito e15noesquerdo. A

idadevarioudequatroa14anos,commédiade7,6.

Parafinsde análiseestatística, ascrianc¸asforam dividi-das,quantoaotipodelesão,emdoisgrupos,ogrupo1com lesões parciais (11 pacientes) e o grupo 2 com lesão total (21 pacientes) (fig. 1). Quanto à idade, as crianc¸as foram

1 Lesão total (66%) 2 Lesão parcial (34%)

Figura1–Distribuic¸ãoconformeotipodalesão.

agrupadasemtrêsfaixasetárias:faixa1,dosquatroaosseis anos, faixa2,dosseteaosnove anos,efaixa3, acimados 10anos(fig.2).

Apósaaplicac¸ãodostestesestatísticos,notou-sediferenc¸a estatisticamentesignificanteentreosladosnormaleafetado emtodasasmedidas(tabela2).

A seguir, considerando somente os resultados do lado lesionado(tabela3)ecomousodaAnova,comparamosos gruposetáriosparacadaumadasvariáveis.Averiguamosque nãoexistediferenc¸amédiaentreosgruposetários,ouseja, nãoexisteefeitodaidadenoresultadodePP,PA,SPeSA.

8

7

6

5

4

3

2

1

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14

0

(4)

Tabela2–ValoresangularesdosmovimentosdePP,PA,SPeSA,mensuradosnomembronormalenoladoafetadode todosospacientes

Média Mediana Desviopadrão CV Min Max N IC p-valor

PP

Lesado 55,6 70 34,4 62% −10 90 32 11,9 <0,001

Normal 83,9 90 11,8 14% 35 95 32 4,1

PA

Lesado 32 40 43,1 135% −70 90 32 14,9 <0,001

Normal 80,6 85 13,5 17% 35 90 32 4,7

SP

Lesado 80,2 90 17,8 22% 10 90 32 6,2 0,005

Normal 89,4 90 2,5 3% 80 90 32 0,9

SA

Lesado 59,7 65 25,4 43% 0 90 32 8,8 <0,001

Normal 88 90 4,7 5% 70 90 32 1,6

CV,coeficientedevariac¸ão;IC,intervalodeconfianc¸a;PA,pronac¸ãoativa;PP,pronac¸ãopassiva;SA,supinac¸ãoativa;SP,supinac¸ãopassiva.

Tabela3–Comparac¸ãodosgruposetáriosparaasmedidasdePP,PA,SPeSA,noladolesionado,pelotesteAnova

Idade Média Mediana Desviopadrão CV Min Max N IC p-valor

PP

De4a6anos 57,1 65 31,8 56% −10 90 12 18 0,092

De7a9anos 68,3 80 32,4 47% −10 90 12 18,3

Maisde10anos 34,4 25 34,8 101% 0 90 8 24,1

PA

De4a6anos 34,2 40 34 99% −50 70 12 19,2 0,077

De7a9anos 48,3 60 34,6 72% −30 90 12 19,6

Maisde10anos 4,4 7,5 56,7 1295% −70 80 8 39,3

SP

De4a6anos 79,6 82,5 14,5 18% 40 90 12 8,2 0,365

De7a9anos 75,8 90 24,7 33% 10 90 12 14

Maisde10anos 87,5 90 4,6 5% 80 90 8 3,2

SA

De4a6anos 50,4 42,5 29,3 58% 0 90 12 16,6 0,147

De7a9anos 60 65 21,7 36% 10 90 12 12,3

Maisde10anos 73,1 80 20,2 28% 40 90 8 14

CV,coeficientedevariac¸ão;IC,intervalodeconfianc¸a;PA,pronac¸ãoativa;PP,pronac¸ãopassiva;SA,supinac¸ãoativa;SP,supinac¸ãopassiva.

Tabela4–Comparac¸ãodotipodelesãoparaasmedidasdePP,PA,SPeSAnoladolesionadopelotesteAnova

Tipolesão Média Mediana Desviopadrão CV Min Max N IC p-valor

PP

Parcial 59,2 75 34,5 58% −10 90 12 19,5 0,66

Total 53,5 65 35,1 66% −10 90 20 15,4

PA

Parcial 43,8 60 33 75% −30 80 12 18,7 0,24

Total 25 30 47,6 191% −70 90 20 20,9

SP

Parcial 80 85 13,5 17% 50 90 12 7,6 0,97

Total 80,3 90 20,3 25% 10 90 20 8,9

SA

Parcial 59,6 60 21,2 36% 30 90 12 12 0,986

Total 59,8 70 28,2 47% 0 90 20 12,3

(5)

Por fim, comparamos os tipos de lesão e, da mesma forma,apósaaplicac¸ãodaAnova,concluímosquenãoexiste diferenc¸amédiaestatisticamentesignificanteentreosgrupos comlesão parcialetotal paraas variáveisavaliadas. Esses resultadosestãoexpressosnatabela4.

Discussão

APOPBlevaaalterac¸õesanatômicasnomembrosuperiordos portadores,quecausamdificuldadenastarefasdavidadiária, alémdeprejuízonoaspectoestético.

Emboraaatitudeemsupinac¸ãonaPOPB acontec¸amais nasparalisiastotais,observa-se,também,suaocorrênciaem pacientescomparalisiaC5/C6/C7.Nessescasos,comobíceps comprometido, o antebrac¸o permanecesupinado devido à ac¸ãodomúsculosupinador.

Yam et al.14 encontraram uma incidência de

deformi-dadeemsupinac¸ãode6,9%.Observaramtambémqueessa condic¸ãonão estava presente nospacientes do grupo Ide Narakas.NotipoIIacontraturaemsupinac¸ãoocorreuem5,7% dospacientes,9,6%notipoIIIe23,4%notipoIV.Nossoestudo nãoavaliouaincidênciadadeformidade,masconcordacomo trabalhodeYamaonãoencontraradeformidadenogrupoIde Narakas.Noentanto,nãoobservamosdiferenc¸asignificativa entreaslesõesdogrupoIIeastotais.

BahmeGilbert6eZancolli8afirmamqueadeformidadeé

progressivaeseestruturacomaidade.Zancolli8relacionaa

deformidadefixacomacontraturadamembranainteróssea. Nanossacasuística,apresentavampronac¸ãopassivamenor ouiguala50◦13pacientes(40,6%),entrequatroe11anos,essa

associadaàretrac¸ãoprogressivadamembranainteróssea. Kapandji11descreveaperdadacurvaturadorádio.

Serin-gueeDubousset15 descrevemtrêsestágiosdadeformidade

emsupinac¸ão,noterceiroestágioocorreluxac¸ãodacabec¸a dorádio.Emnossoestudonãoobservamosdiferenc¸aentreos gruposetários,houvecrianc¸ascomperdadapronossupinac¸ão nostrês grupos.Acreditamos,portanto,queadeformidade fixa estaria mais relacionada à falta de um programa de reabilitac¸ãoprecocedoqueàidadepropriamentedita,uma vez que muitos pacientes, em nosso meio, chegam aos servic¸osespecializadosjácomacontraturaestabelecida,sem ter feitoumtratamento de reabilitac¸ãopreviamente. Além disso, observamos também uma dificuldade dos pacientes e seus parentes em aderir a um programa de reabilitac¸ão porquestõessocioeconômicas.Osnossospacientestiveram como característica comum a ausência de um tratamento regulardefisioterapia.

Zancolli8afirmaqueumprogramavigorosodereabilitac¸ão,

juntamentecom ouso deumaórtese noturna emposic¸ão de pronac¸ão do antebrac¸o, pode prevenir a contratura da membrana interóssea. Price et al.16 enfatizaram o papel

damanutenc¸ãoda mobilidadepassivano desenvolvimento dasestruturasarticularese,posteriormente,Sutcliffe17

afir-mouqueotratamentopoderiaserfeitoexclusivamentecom fisioterapia e terapia ocupacional e dispensar a cirurgia. Aorelacionar essas observac¸õescom os resultadosobtidos no presenteestudo, reforc¸amos nossa impressãode que a reabilitac¸ãoteriaumpapelmaisdeterminantedoqueaidade ouoníveldalesão.

Apesar da diminuic¸ão da pronac¸ãoativaobservada nos pacientescomlesãototalemrelac¸ãoàquelescomlesão par-cialetambémnascrianc¸asdogrupoacimados10anosem relac¸ãoaosdemaisgruposetários,ostestesestatísticosnão apontaramdiferenc¸asignificativa.Essesresultadossugerem queessasvariáveisnãoseriamdeterminantesparaaperda dapronossupinac¸ãodoantebrac¸o.

Conclusão

Concluímos que houve pacientes com perda da pronossupinac¸ão do antebrac¸o em todos os grupos avali-ados.Nãofoiobservado,noentanto,oefeitodosfatoresidade etipodelesãosobreessalimitac¸ãonascrianc¸asportadoras desequeladePOPB.

Conflitos

de

interesse

Osautoresdeclaramnãohaverconflitosdeinteresse.

r

e

f

e

r

ê

n

c

i

a

s

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Imagem

Tabela 1 – Dados demográficos dos pacientes incluídos no estudo
Tabela 4 – Comparac¸ão do tipo de lesão para as medidas de PP, PA, SP e SA no lado lesionado pelo teste Anova

Referências

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