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(1)UNIVERSIDADE METODISTA DE SÃO PAULO FACULDADE DE HUMANIDADES E DIREITO - FAHUD MESTRADO EM CIÊNCIAS DA RELIGIÃO. PENTECOSTAIS, POLÍTICAS PÚBLICAS E MEIO AMBIENTE: Estudo Socioambiental em Rio Grande da Serra, periferia urbana no Grande ABC Paulista. Por MARCOS SCARPIONI. SÃO BERNARDO DO CAMPO 2015.

(2) UNIVERSIDADE METODISTA DE SÃO PAULO FACULDADE DE HUMANIDADES E DIREITO - FAHUD MESTRADO EM CIÊNCIAS DA RELIGIÃO. PENTECOSTAIS, POLÍTICAS PÚBLICAS E MEIO AMBIENTE: Estudo Socioambiental em Rio Grande da Serra, periferia urbana no Grande ABC Paulista. Dissertação apresentada em cumprimento parcial às exigências do Programa de Pós-Graduação em Ciências da Religião, da Faculdade de Humanidades e Direito, para obtenção do título de Mestre em Ciências da Religião. Área de Concentração: Religião, Sociedade e Cultura. Orientação: Prof. Dr. Dario Paulo Barrera Rivera. SÃO BERNARDO DO CAMPO 2015.

(3) FICHA CATALOGRÁFICA. Sc76p. Scarpioni, Marcos Pentecostais, políticas públicas e meio ambiente : estudo socioambiental em Rio Grande da Serra, periferia urbana no Grande ABC Paulista / Marcos Scarpioni -- São Bernardo do Campo, 2015. 279p. Dissertação (Mestrado em Ciências da Religião) – Faculdade de Humanidades e Direito, Programa de Pós Ciências da Religião da Universidade Metodista de São Paulo, São Bernardo do Campo Bibliografia Orientação de: Dario Paulo Barrera Rivera 1.. Gestão de cidades 2. Políticas públicas 3. Pentecostalismo I. Título CDD 289.90981612.

(4) FOLHA DE APROVAÇÃO. A dissertação de mestrado sob o título: PENTECOSTAIS, POLÍTICAS PÚBLICAS E MEIO AMBIENTE: Estudo Socioambiental em Rio Grande da Serra, periferia urbana no Grande ABC Paulista, elaborada por MARCOS SCARPIONI, foi apresentada e aprovada em 12 de Março de 2015, perante banca examinadora composta por Dr. Dario Paulo Barrera Rivera (Presidente/UMESP), Dra. Lucieneide Dovao Praun (Titular/UMESP) e Dr. Ricardo Bitun (Titular/Mackenzie).. ________________________________________ Prof. Dr. DARIO PAULO BARRERA RIVERA Orientador e Presidente da Banca Examinadora. ______________________________________ Prof. Dr. HELMUT RENDERS Coordenador do Programa de Pós-Graduação. Programa: MESTRADO EM CIÊNCIAS DA RELIGIÃO Área de Concentração: Religião, Sociedade e Cultura Linha de Pesquisa: Religião e Periferia Urbana na América Latina.

(5) Dedico este trabalho primeiramente, ao Criador e maior representante de todas as relações espirituais, políticas e ambientais sociedades. existentes. no. (especialmente. desenvolvimento para. aqueles. das que. acreditam) - JESUS CRISTO! A Aparecida, minha esposa, aos meus pais Izabel e Nelson (in memoriam) e familiares; E a todos aqueles que se interessam pelo comportamento dos seres sociais, suas relações estabelecidas e pela conservação e preservação dos serviços ambientais que a Pacha Mama para alguns, Gaia para outros, ou simplesmente Terra oferece a todos de maneira gratuita e harmoniosa, como suporte para vida em cada novo amanhecer independente da religião a qual se pertença ou professe..

(6) Em virtude da geração deste novo conhecimento para meu crescimento pessoal e aperfeiçoamento profissional, é com muita satisfação que agradeço a todos aqueles que de alguma forma contribuíram para a sua realização! As instituições religiosas, com suas lideranças e membresias sem distinção, já que sem essas não haveria motivos para propor uma reflexão sobre a importância desses pentecostais no “agir localmente, pensar globalmente”. Reiterar meus agradecimentos pela permissão de minha frequência em suas reuniões cúlticas sem nenhuma restrição, pelo participar de algumas de suas práticas religiosas e demais atividades, pelas informações prestadas nos formulários e nas entrevistas. Entretanto, seria impossível citar nomes nesse instante, o que me induziria a injustiças já que muitos representam muito mais do que fiéis, se tornaram amigos! A honrada historiadora, Dra. Gisela Leonor Saar, que durante muitos anos de vida dedicouse na busca e difusão das riquezas históricas da cidade de Rio Grande da Serra; Ao meu orientador professor Dr. Dario Paulo Barrera Rivera que nesses meses em que convivemos, foi um período de intensa relação de respeito, compreensão, alegrias e realizações, alguns percalços, mas, verdadeiro laço de amizade que perdurará por muitos e muitos anos vindouros, anseiando por novas conquistas científicas; A professora Dra. Sandra Duarte de Souza e ao professor. Dr. Lauri Emílio Wirth, que sem dúvida alguma me ensinaram muito. Com a primeira pude aprender como mulheres, minorias sociais e assuntos emergentes em uma sociedade tão dinâmica precisam de uma atenção especial; com o segundo, em toda sua mansidão de espírito, pude compreender que equilíbrio, postura e comprometimento social são elementos essenciais contribuintes para o sucesso da pesquisa; Ao professor Helmut Renders que como coordenador do programa de pós-graduação em Ciências da Religião, sempre esteve pronto a receber nossas reivindicações acadêmicas, discuti-las e atendê-las sempre que possível; Aos integrantes do Grupo de Pesquisa REPAL pelas contribuições que recebi de todos; Ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico - CNPq, que fomentou todo o processo de ensino-aprendizagem e pesquisa, sem o qual, se tornaria impossível tal empreitada. Como resultado dessa parceria, surge este trabalho árduo que retorna a toda sociedade na forma de uma proposta reflexiva para a melhoria da qualidade ambiental e de vida, com justiça ambiental e sustentabilidade humana; As secretárias Regiane, Camila e Regina que sempre me auxiliaram no sanar as dúvidas referentes aos processos administrativos do programa de pósgraduação em Ciências da Religião, orientando-me quanto aos procedimentos necessários para atendimento de prazos e cumprimento de todas as exigências do CNPq e da Universidade Metodista; As bibliotecárias e demais auxiliares, Enfim, a todos, o meu muito obrigado!.

(7) “Na verdade a terra está contaminada por causa dos seus moradores; por quanto transgridem as leis, mudam os estatutos e quebram a aliança eterna” (Isaías, cap. 24, v.5)..

(8) SCARPIONI, Marcos. PENTECOSTAIS, POLÍTICAS PÚBLICAS E MEIO AMBIENTE: Estudo Socioambiental em Rio Grande da Serra, periferia urbana no Grande ABC Paulista. 2015. 279p. Dissertação: (Mestrado em Ciências da Religião)Faculdade de Humanidades e Direito da Universidade Metodista de São Paulo, São Bernardo do Campo - SP, 2015.. RESUMO O tema central de nossa pesquisa são as interações dos pentecostais com as questões socioambientais. Portanto, trata-se do estudo do grau de envolvimento dos pentecostais com as políticas públicas ambientais e o meio ambiente em periferia urbana - Rio Grande da Serra Grande ABC Paulista. A intensa presença dos pentecostais nos bairros mais periféricos da cidade permitiu-nos indagar sobre as relações que esses mantêm com a expansão urbana nas áreas a serem protegidas, com os impactos ambientais, com consumo e pós-consumo na região, na participação de políticas públicas, bem como, os discursos e práticas religiosas interferem no comportamento dos religiosos frente a todas essas questões, uma vez que, a cidade está inserida em Área de Proteção e Recuperação de Mananciais, imbricada em um dos biomas terrestres mais ameaçados de extinção - o Bioma da Mata Atlântica. Como procedimentos metodológicos servimo-nos das observações empíricas, registro dos aspectos e impactos ambientais, aplicação de formulários e entrevistas com roteiro semiestruturado, elementos que constituíram uma tríade instrumental analítica. Concluímos que os pentecostais embora sejam atuantes em questões sociais, todavia, não o são quanto às questões ambientais na cidade, pois, não participam de maneira mais efetiva nas políticas públicas ambientais. Entretanto, os pentecostais demonstram uma potencialidade em participar do planejamento urbano participativo e dos processos de gestão urbana a médio e longos prazos, desde que sejam estimulados, primando dessa maneira, pela proteção, defesa e justiça ambiental nessas áreas de vulnerabilidade socioambiental.. Palavras-Chave: Pentecostais. Participação. Gestão. Políticas Públicas. Rio Grande da Serra..

(9) SCARPIONI, Marcos. PENTECOSTALS, PUBLIC POLITICS AND ENVIRONMENT: Study Social-environmental in Rio Grande da Serra - urban periphery in the Great ABC Paulista. 2015. 279p. Dissertation: (Mastership in Religions Sciences)-Faculdade de Humanidades e Direito da Universidade Metodista de São Paulo, São Bernardo do Campo SP, 2015.. ABSTRACT The central theme of our research are the interactions of Pentecostals with social and environmental issues. Therefore, it is the study of the degree of involvement of Pentecostals with environmental policies and the environment in the urban periphery - Rio Grande da Serra - Greater ABC Paulista. The intense presence of Pentecostals in the more peripheral areas of the city allowed us to inquire about the relationships we have with these urban expansion in the areas to be protected, with the environmental impacts, consumption and post-consumption in the region, the participation of public policies as well as his speeches and religious practices interfere with the behavior of the religious front of all these issues, since the city is included in Protected Area and Watershed Recovery, imbricated in one of the most threatened terrestrial biomes of extinction - the Biome the Atlantic Forest. The methodological procedures we employ the empirical observations, record of environmental aspects and impacts and the application forms and interviews with semistructured, elements that will constitute an analytical instrumental triad. We conclude that the Pentecostals although active in social issues, however, are not on environmental issues in the city, therefore, do not participate more effectively in environmental public policy. However, Pentecostals demonstrate a capability to participate in the participatory urban planning and urban management processes in the medium and long term, since wich be stimulated, thus striving for the protection, defense and environmental justice in these areas of environmental vulnerability.. Keywords: Pentecostals. Participation. Management. Public Policy. Rio Grande da Serra..

(10) LISTA DE FIGURAS Figura 1. Esquema das relações institucionais........................................................................ 21 Figura 2. Diagrama de Ishikawa - a compreensão da problemática....................................... 51 Figura 3. Metabolismo dos Ecossistemas Urbanos e Áreas Periféricas................................. 62 Figura 4. Mapa Temático da cidade de Rio Grande da Serra – delimitação territorial linha branca (sem escala).................................................................................................................. 68 Figura 5. A Estação Ferroviária no final do século XIX e o transporte público da região..... 77 Figura 6. A Estação Ferroviária nas primeiras décadas do século XX e o transporte público da região................................................................................................................................... 77 Figura 7. Desmembramento da antiga Vila de Santo André da Borda do Campo em municípios e emancipação....................................................................................................... 78 Figura 8. Mapa das regiões com IPVS 2000 (sem escala).................................................... 101 Figura 9. Mapa das regiões com IPVS 2010 (sem escala).................................................... 101 Figura 10. Mapa do Grau de Vulnerabilidade Socioambiental (sem escala)........................ 103 Figura 11. Mapa - Localização das áreas investigadas na cidade (sem escala).................... 117 Figura 12. Vista Aérea da Vila Niwa (sem escala)............................................................... 118 Figura 13. Igreja Assembleia de Deus (AD)......................................................................... 120 Figura 14. Salão - Igreja Pentecostal Deus é Amor (IPDA)................................................. 122 Figura 15. Templo da Congregação Cristã no Brasil (CCB)................................................ 124 Figura 16. Vista Aérea do Parque América (sem escala)..................................................... 131 Figura 17. Igreja Pentecostal Deus é Amor (IPDA)............................................................. 135 Figura 18. Igreja Assembleia de Deus (AD)......................................................................... 136.

(11) Figura 19. As políticas públicas ambientais escalonadas..................................................... 195 Figura 20. Formulário de Pesquisa (digitalizado)................................................................. 237 Figura 21. Mapa das macrozonas de Proteção Ambiental e de Recuperação Ambiental (sem escala)..................................................................................................................................... 263 Figura 22. Recorte do mapa das Zonas de Conservação e Recuperação Ambiental (sem escala)..................................................................................................................................... 263 Figura 23. Recorte do Mapa Zonas de Proteção Integral, Áreas de Preservação Permanente e Zonas Especiais de Interesse Social (sem escala) ................................................................. 264 Figura 24. Recorte do Mapa Macrozona de Preservação Ambiental; Zona de Proteção Integral de Matas; Zona de Proteção Integral e limite máximo do reservatório Recuperação da mata de várzea, Reposição da Mata Atlântica (sem escala)................................................... 264 Figura 25. Zona Especial de Interesse Social/Zona de Proteção Integral /Área de Preservação Permanente das Nascentes (sem escala)................................................................................ 265 Figura 26. Recorte do Mapa das Zonas de Proteção Integral Matas/Zona de Conservação e Preservação (Pred. Residencial) (sem escala)........................................................................ 265.

(12) LISTA DE FOTOS Foto 1. Novo Templo da AD (atual)...................................................................................... 120 Foto 2. Salão IPDA (atual).................................................................................................... 122 Foto 3. Templo da CCB (atual)............................................................................................. 124 Foto 4. Autoconstruções irregulares...................................................................................... 128 Foto 5. Sítio de autoconstruções no meio da floresta........................................................... 128 Foto 6. Salão de Oração - Congregação Cristã no Brasil (CCB).......................................... 133 Foto 7. Novo Templo da CCB (em fase de construção)........................................................ 133 Foto 8. Templo da IPDA (atual)............................................................................................ 135 Foto 9. Templo da AD (atual)............................................................................................... 136 Foto 10. Vias locais sem nenhuma pavimentação na frente de templo pentecostal mais adiante.................................................................................................................................... 138 Foto 11. Problemas na via em frente ao templo................................................................... 138 Foto 12. Anúncio da Ação Social promovida pela Sociedade Beneficente Shekinah em Igreja Pentecostal............................................................................................................................. 140 Foto 13. Despejo de Esgotamento in natura em microbacia................................................. 167 Foto 14. Descarte de Resíduos Sólidos................................................................................. 167.

(13) LISTA DE GRÁFICOS Gráfico 1. Abundância de Recursos Naturais – Um dos motivos para residir na cidade de Rio Grande da Serra........................................................................................................................ 71 Gráfico 2. Evolução demográfica em Rio Grande da Serra.................................................... 80 Gráfico 3. Evolução da Empregabilidade Formal no Grande ABC........................................ 92 Gráfico 4. Morbidade hospitalar do SUS por local de residência (atendimentos de casos respiratórios).......................................................................................................................... 108 Gráfico 5. Participação dos pentecostais “pesquisados” na Política Pública em Rio Grande da Serra................................................................................................................................................................... 180 Gráfico 6. Caracterização dos participantes por cor/raça...................................................... 183 Gráfico 7. Número de filhos que compõem as famílias dos participantes............................ 183 Gráfico 8. A renda total no interior das famílias dos participantes....................................... 184 Gráfico 9. Caracterização dos bens familiares..................................................................... 185 Gráfico 10. Em qual cidade exerce a profissão..................................................................... 186 Gráfico 11. Caracterização dos bens que poderiam melhorar a vida cotidiana dos participantes........................................................................................................................... 187 Gráfico 12. Participação em religiões anteriores pelos pentecostais atuais.......................... 190 Gráfico 13. Lista de ações potenciais para a melhoria do meio ambiente local................... 191 Gráfico 14. Grau de Satisfação de serviços prestados pela administração pública............... 200 Gráfico 15. Melhorias potenciais em Serviços Públicos....................................................... 200 Gráfico 16. Espaços públicos para debates em que a sociedade civil pode participar ativamente.............................................................................................................................. 206.

(14) LISTA DE QUADROS Quadro 1. Movimentação agregada do emprego formal em Rio Grande da Serra................. 92 Quadro 2. Análise comparativa das rendas per capita entre os municípios nas diversas tipificações............................................................................................................................... 95 Quadro 3. Taxa de Analfabetismo da população de 15 anos ou mais de idade – Análise por grupos de idade........................................................................................................................ 95 Quadro 4. IDEB observado nas 4ª Séries/5º Ano e 8ª Série/9º Ano, com metas projetadas para 2015-2021................................................................................................................... 96-97 Quadro 5. Análise do Índice de Desenvolvimento Humano Municipal 1991........................ 98 Quadro 6. Análise do Índice de Desenvolvimento Humano Municipal 2000........................ 98 Quadro 7. Análise do Índice de Desenvolvimento Humano Municipal 2010....................... 98 Quadro 8. Classificação dos Municípios nos grupos dos IPRS no período 2000-2010........ 99 Quadro 9. Análise Comparativa dos Municípios em seus IPVS em 2010........................... 102 Quadro 10. Análise Comparativa do Grau de Vulnerabilidade Socioambiental no Grande ABC....................................................................................................................................... 104 Quadro 11. Qualidade Habitacional e Infraestrutura Urbana em 2000 – 2010.................... 104 Quadro 12. Evolução dos Municípios no Ranking do Selo Verde no período 2008-2013... 106 Quadro 13. Parâmetros de sons e ruídos padronizados (controle da poluição sonora)........ 163 Quadro 14. Integração das Políticas Públicas Ambientais em vigência............................... 194 Quadro 15. Padrões de composição do IPVS 2010.............................................................. 267 Quadro 16. Análise comparativa dos padrões dos IPVS (2000 e 2010)............................... 267 Quadro 17. Síntese das variáveis selecionadas e estrutura de pesos adotada, segundo dimensões do IPRS 2010....................................................................................................... 269 Quadro 18. Critérios adotados para a formação dos grupos dos municípios........................ 269.

(15) LISTA DE TABELAS Tabela 1. Municípios do Grande ABC inseridos em Área de Proteção e Recuperação de Mananciais............................................................................................................................... 69 Tabela 2. Taxa Geométrica de Crescimento Populacional Anual........................................... 85. Tabela 3. Classificação dos Municípios do Grande ABC na produção do PIB...................... 90. Tabela 4. Crescimento da Frota Veicular na Região do Grande ABC.................................. 109. Tabela 5. Crescimento da Frota de Motocicletas, Motonetas e Ciclomotores...................... 109. Tabela 6. Relação das instituições religiosas no bairro Vila Niwa....................................... 119. Tabela 7. Relação das instituições religiosas no bairro Parque América...................... 132-133. Tabela 8. Correlação de dispositivos jurídicos na Legislação para Proteção e Defesa Ambiental............................................................................................................................... 171 Tabela 9. Padrões de composição do IPVS 2000.................................................................. 267.

(16) LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas ACIARGS – Associação dos Comércios, Indústrias e Autônomos de Rio Grande da Serra AD – Assembleia de Deus APM – Área de Proteção de Mananciais APP – Área de Preservação Permanente APRM-B - Área de Proteção e Recuperação de Mananciais da Bacia Hidrográfica do reservatório Billings – Lei 13.579/2009 BEL – Bem Estar Líquido (Índice) CCB – Congregação Cristã no Brasil CDB – Convenção da Diversidade Biológica CDC – Código de Defesa do Consumidor – Lei 8.078/1990 CETESB – Companhia Ambiental do Estado de São Paulo CF- Código Florestal – Lei 4.771/1965 CF/46 – Constituição Federal da República do Brasil de 1946 CF/88 – Constituição Federal da República do Brasil de 1988 CONDEPHAAT – Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico. CONAMA – Conselho Nacional do Meio Ambiente CONDEMA – Conselhos de Defesa do Meio Ambiente (Estaduais e Municipais) CQUNMC – Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas DAB – Direito Ambiental Brasileiro EA – Educação Ambiental EC – Estatuto da Cidade – Lei 10.257/2001 ECO-92 – Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento EIA – Rima – Estudos de Impactos Ambientais – Relatório de Impacto do Meio Ambiente EMPLASA – Empresa Paulista de Planejamento Metropolitano S.A ERA – Ética Religiosa Ambiental FIB – Felicidade Interna Bruta (Índice) FUMEFI – Fundo Metropolitano Econômico de Financiamento e Investimentos IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística IDEB – Índice de Desenvolvimento do Ensino Básico IDH – Índice de Desenvolvimento Humano IDHM – Índice de Desenvolvimento Humano Municipal INEP – Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira IPDA – Igreja Pentecostal Deus é Amor IPEA – Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas IPRS – Índice Paulista de Responsabilidade Social IPVS – Índice Paulista de Vulnerabilidade Social IVS – Índice de Vulnerabilidade Socioambiental LCA – Lei de Crimes Ambientais - Lei 9.605/1998 LOAS – Lei de Orgânica de Assistência Social - Lei 8.742/1993 LOM – Lei Orgânica Municipal de Rio Grande da Serra - Lei 001/1990 MTE – Ministério do Trabalho e Emprego NBR – Normas Brasileiras da ABNT NCF – Novo Código Florestal - Lei 12.651/2012 OMS – Organização Mundial de Saúde ONGs – Organizações Não-Governamentais PDP – Plano Diretor Participativo de Rio Grande da Serra (PL nº 46/2006).

(17) PEEA – Política Estadual de Educação Ambiental - Lei 12.780/2007 PEA – População Economicamente Ativa PEGRH – Política Estadual de Gestão dos Recursos Hídricos – Lei 7.663/1991 PEMA – Política Estadual do Meio Ambiente - Lei 9.509/1997 PEMC – Política Estadual das Mudanças Climáticas - Lei 13.798/2009 PERS – Política Estadual de Resíduos Sólidos - Lei 12.300/2006 PIB – Produto Interno Bruto PL – Projeto de Lei PNEA – Política Nacional de Educação Ambiental - Lei 9.795/1999 PNMA – Política Nacional de Meio Ambiente - Lei 6.938/1981 PNRH – Política Nacional de Recursos Hídricos - Lei 9.433/1997 PNRS – Política Nacional de Resíduos Sólidos - 12.305/2010 PNSB – Política Nacional de Saneamento Básico - Lei 11.445/2007 PNUD – Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento RAIS – Relação Anual de Informações Sociais RMSP – Região Metropolitana de São Paulo SEADE – Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados TP – Teologia da Prosperidade UIT – Unidade de Informações Territoriais v.g. – Verbi gratia - expressão latina para abreviação de por exemplo.

(18) SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO................................................................................................................ 19 1.1. DELIMITAÇÃO DO TEMA E PROBLEMATIZAÇÃO.......................................... 22 1.2. OBJETIVOS............................................................................................................... 36 1.2.1. Geral................................................................................................................. 36 1.2.2. Específicos........................................................................................................ 36 1.3. JUSTIFICATIVA DO TEMA.................................................................................... 37 2. METODOLOGIA DE PESQUISA................................................................................. 44 CAPÍTULO I – ECOSSISTEMAS NATURAIS E SISTEMAS URBANOS: ESPAÇOS SAGRADOS E/OU PROFANOS?........................................................................................ 51 1.1. MEIO AMBIENTE - DO SENSO COMUM AO TÉCNICO-CIENTÍFICO INTERAÇÕES SOCIOAMBIENTAIS....................................................................... 52 1.2. AS INTERAÇÕES SOCIOAMBIENTAIS PREVISTAS EM LEGISLAÇÃO AMBIENTAL.............................................................................................................. 56 1.3. PERIFERIA URBANA - ESPAÇOS SOCIOTERRITORIAIS EMERGENTES NO CONTÍGUO DOS MUNICÍPIOS................................................................................ 57 1.4. A IMPORTÂNCIA SOCIOAMBIENTAL DE RIO GRANDE DA SERRA NO GRANDE ABC PAULISTA........................................................................................ 66 1.4.1. Aspectos Geográficos....................................................................................... 66 1.4.2. Características Ambientais............................................................................... 67 1.4.3. Notas sobre as transformações sociais e ambientais em Rio Grande da Serra 71 1.4.4. A Emancipação de Icatuaçu nos anos 60 - Medra o Rio Grande da Serra..... 80 1.5. OS DIVERSOS INDICADORES E ÍNDICES RIOGRANDENSES...................... 89 CAPÍTULO II – PENTECOSTALISMO(S) – PRÁTICAS RELIGIOSAS, IMPACTOS SOCIAIS E AMBIENTAIS “EM BAIRROS MAIS AFASTADOS NA PERIFERIA URBANA............................................................................................................................... 110 2.1. O(s) PENTECOSTALISMO(s) - PENSAR NO SAGRADO E AGIR NO “PROFANO”............................................................................................................ 110 2.2. O(s) PENTECOSTALISMO(s) EM SÃO PAULO - RELIGIÃO URBANA E TECNOLÓGICA...................................................................................................... 114 2.3. O(s) PENTECOSTALISMO(s) NA PERIFERIA URBANA - RIO GRANDE DA SERRA...................................................................................................................... 116 2.3.1. Caracterização da Área de Estudo................................................................... 117 2.3.2. Características Socioambientais da Vila Niwa................................................ 118 2.3.3. Características Socioambientais do Parque América....................................... 131 E REDES SOCIAIS ASSOCIATIVISMO 2.4. COMUNIDADES RIOGRANDENSE................................................................................................... 139 2.5. TEOLOGIA(s) PARA QUEM ? PERDA DE MEMÓRIAS E (DES)TERRITORIALIZAÇÃO PENTECOSTAL.................................................. 143 2.5.1. Teologia da Prosperidade - As (ricas) bênçãos, são bem-vindas!.................. 145 2.5.2. Teologia Ecológica ou Marketing Eco(Teo)Lógico?..................................... 150 2.6. OUTROS DISCURSOS E OUTRAS PRÁTICAS RELIGIOSAS.......................... 151 2.7. O CONSUMO LOCAL - ARTICULAÇÕES PARA O (IN)SUSTENTÁVEL?..... 153.

(19) 2.8. RELIGIÃO E CONSUMO - “ATENDEMOS A TODOS OS SEUS DESEJOS”... 156 2.9. OS IMPACTOS SOCIAIS E AMBIENTAIS – É PRECISO VER PARA CRER!. 161 CAPÍTULO III – POLÍTICAS PÚBLICAS E ÉTICA RELIGIOSA AMBIENTAL....................................................................................................................... 169 3.1. FUNDAMENTOS CONSTITUCIONAIS DO MEIO AMBIENTE E PRINCÍPIOS DO DIREITO AMBIENTAL BRASILEIRO............................................................ 170 3.1.1. Legislação Ambiental na Contemporaneidade.............................................. 172 3.2. AS POLÍTICAS PÚBLICAS E A PARTICIPAÇÃO SOCIAL - UM EXERCÍCIO PARA GARANTIA DA CIDADANIA PLENA....................................................... 173 3.3. PERFIL SOCIOECONÔMICO E SOCIOCULTURAL DOS PARTICIPANTES... 182 3.4. POLÍTICAS AMBIENTAIS E COMPROMISSO SOCIOAMBIENTAL COM A VIDA.......................................................................................................................... 193 3.4.1. Espaços Sociais - Os atores sociais e suas aspirações em debate................. 202 3.5. GESTÃO AMBIENTAL URBANA E PENTECOSTAIS........................................ 207 3.6. DA ÉTICA RELIGIOSA PARA UMA ÉTICA RELIGIOSA AMBIENTAL.......... 210 3. CONCLUSÕES.............................................................................................................. 215 4. REFERÊNCIAS............................................................................................................. 222 5. APÊNDICES................................................................................................................... 236 5.1. APÊNDICE A – FORMULÁRIO DE PESQUISA................................................... 236 5.2. APÊNDICE B – ROTEIRO DE ENTREVISTA....................................................... 240 5.3. APÊNDICE C – TRANSCRIÇÕES DAS ENTREVISTAS..................................... 242 6. ANEXOS......................................................................................................................... 258 6.1. ANEXO A – POLÍTICA MUNICIPAL DE MEIO AMBIENTE E SANEAMENTO........................................................................................................ 258 6.2. ANEXO B – RECORTE DE MAPAS CONTIDOS NO PLANO DIRETOR PARTICIPATIVO 2006............................................................................................ 262 6.3. ANEXO C – PADRÕES – ÍNDICE PAULISTA DE VULNERABILIDADE SOCIAL..................................................................................................................... 266 6.4. ANEXO D – PADRÕES – ÍNDICE PAULISTA DE RESPONSABILIDADE SOCIAL..................................................................................................................... 268 6.5. ANEXO E – EDITAL DE AUDIÊNCIA PÚBLICA - PLANO MUNICIPAL DE RESÍDUOS SÓLIDOS.............................................................................................. 270 6.6. ANEXO F – ATA DE AUDIÊNCIA PÚBLICA SOBRE RESÍDUOS SÓLIDOS.. 272 7. GLOSSÁRIO................................................................................................................. 277.

(20) 19 1. INTRODUÇÃO O tema explorado em nossa pesquisa é a relação entre religião, políticas públicas e meio ambiente, estando este vinculado as necessidades socioambientais locais da cidade1 de Rio Grande da Serra, periferia urbana no Grande ABC Paulista. Para tanto, elencamos com destaque os seguintes motivos: a presença de evangélicos em áreas periféricas, as interações religiosas com outras instituições sociais, os processo de expansão urbana e a participação ou envolvimento dos atores sociais em políticas públicas. Atualmente há uma presença significativa de religiosos cristãos na cidade, já que 34,25% da população rio-grandense se autodeclaram como “evangélicos2”, e destes, 24,18% se afirmam como pentecostais (IBGE, 2010). Portanto, torna-se nosso interesse verificar as interações das religiões de matriz cristã (pentecostais) com as outras instituições3 sociais, bem como, se estas relações influenciaram ou continuam a influenciar no crescimento e também no desenvolvimento econômico, político, social, cultural, científico-tecnológico, ambiental e religioso na cidade. Tal crescimento e também desenvolvimento transfigura-se em um acelerado processo de expansão da mancha urbana pelas áreas de preservação permanente, processo que se observa pela inserção de inúmeras obras de infraestrutura urbana, ou contrariamente, pela ausência de infraestrutura, em alguns casos aumento de produção de bens e serviços e a geração de impactos socioambientais na região. Tais fatores podem indicar o comprometimento da qualidade ambiental local e também, o grau de participação e/ou envolvimento da sociedade civil nos processos de elaboração e implementação de políticas públicas, por meio dos diversos atores sociais, inclusive de pentecostais, visando assim à melhoria da qualidade de vida em Rio Grande da Serra.. Ao longo do trabalho utilizaremos o termo cidade, já que para os municípios com mais de 20 mil habitantes é o que preconiza o Estatuto da Cidade (Lei 10.257/20010). No que se refere especificamente a Rio Grande da Serra, esta não se trata de um município já que esse termo englobaria as áreas urbanas e rurais, e pela Lei Orgânica Municipal, Rio Grande da Serra é totalmente urbana, ainda que exista contrastes entre os espaços. Visando evitar conflitos de interpretação referente a esse conceito, optamos pelo termo cidade. 2 É um termo genérico que engloba uma grande parte das religiões de matriz cristã, entretanto, com exceções de algumas pertenças religiosas, v.g.: kardecismo, umbanda, que afirmam terem fundamentos cristãos, mas, não são reconhecidas nesse grande grupo dito: “evangélicos”. 3 Instituições Sociais Públicas - Secretarias de meio ambiente, de planejamento urbano, de saúde, de educação, cultura; Conselhos e seus respectivos programas de atuação municipal; Órgãos de licenciamento, deliberativo, normativo e recursal, entre outras; e as Privadas - que são as empresas, comércios, serviços, e as instituições sociais do terceiro setor como as associações, partidos políticos, ONGs e as outras instituições religiosas propriamente ditas. 1.

(21) 20 Desse modo, pretendeu-se analisar as transformações socioambientais que vêm ocorrendo pela ação ou omissão de moradores que integram grupos religiosos, em dois bairros periféricos na cidade, fatos que podem nos mostrar as necessidades socioambientais locais e como esses pentecostais se inserem (ou não) de maneira participativa nos diversos níveis das discussões para a elaboração e/ou implementação de políticas públicas. Nesta pesquisa entendemos que as interações socioambientais estão entranhadas nas esferas de atuação nas quais reclamam-se a participação dos diversos atores sociais no processo de gerir o espaço público como direito legítimo e sem exceção, dentre eles: lideranças e séquito religiosos cristãos (pentecostais) e das mais diversas religiões, moradores, representantes das associações sociais (comerciais/industriais/educacionais), políticos (prefeito/vereadores), entre outros, possuindo assim, interfaces comunicativas em todo o processo de construção socioambiental nos sistemas urbanos. A sociedade contemporânea está estruturada em esferas de atuação setoriais bem específicas, compondo um conjunto de interações socioambientais intrínsecas a qualidade de vida local, as quais também podem ser entendidas como: campos sociais. Para Bourdieu (2007) campos sociais são os espaços de atuação dos sujeitos, mas, também dos indivíduos nos quais se desenvolvem ou se exercita entre eles, um conjunto de “poderes simbólicos” (BOURDIEU, 2009), os quais se relacionam direta e/ou indiretamente, interferindo nas relações sociais, políticas, econômicas e ambientais, já que por sua vez, estruturam a sociedade contemporânea. Os campos sociais possuem particularidades, propriedades e mecanismos próprios, diferenciados, cada um com suas especificidades, com vários desdobramentos como é o caso da religião, da política e das ciências, entre tantos outros. Logo, esses campos sociais, estão em constantes interações entre si. Cabe ressaltar, que a definição sociológica de campo, demonstra essencialmente as relações sociais não se tratando de um campo geográfico, embora, na análise das interações socioambientais, será possível observar uma justaposição e até sobreposição dessas abordagens conceituais, afinal, a sociedade tem sua projeção em um determinado espaço geográfico (CASTELLS, 2011, p. 181)..

(22) 21 Logo, foram selecionadas para nossa pesquisa as seguintes esferas de atuação ou campos sociais: religioso, político e científico. A observação desses campos nos auxilia na compreensão de um recorte da realidade em nossa pesquisa. Observe no diagrama de Venn4 básico na figura abaixo. Figura 1. Esquema das relações institucionais. CIENTÍFICO Meio Ambiente Legislação Ambiental Gestão Ambiental Educação Ambiental Ecossistemas Naturais Sistemas Urbanos. POLÍTICO Políticas Públicas Ambientais Educação Saúde Habitação Segurança. RELIGIOSO Pentecostalismo(s) Práticas Religiosas Práticas Sociais Mudanças Comportamentais intra/interespecífica. Saneamento Ambiental. Como foco principal de nossa pesquisa, tivemos as interações socioambientais dos sujeitos religiosos (pentecostais) nas áreas de proteção e conservação ambiental da cidade de Rio Grande da Serra, independentemente de atuações de outras instituições religiosas (evangélicas ou não evangélicas) nesses espaços, afinal, nosso interesse específico é a atuação dos grupos pentecostais e não uma análise comparativa das atuações entre as diversas religiões. Logo, nosso interesse está direcionado a um estudo socioambiental em periferia.. 4. É uma representação gráfica disponível na linguagem Word 2010..

(23) 22 Essas áreas protegidas são espaços geográficos que mais sofrem com as perdas do capital natural5 (SCARPIONI; NORONHA, 2013), consequência do processo de expansão ocorrido em administrações anteriores, mas, que ainda continuam a ocorrer na atualidade, v.g.: alterações na fitofisiografia, nos corpos hídricos, nos solos e redução da biodiversidade local. Seguindo as classificações de pesquisa dos autores indicados a seguir (CORDEIRO; et. al., 2008; GIL, 2002) sustentamos que nossa investigação trata-se de uma pesquisa aplicada, de natureza exploratória e classificada segundo os seus objetivos, como pesquisa participante, uma vez que, adotamos como procedimentos metodológicos uma mescla de instrumentos de coleta de dados, interagindo diretamente com os vários elementos constituintes do/no campo. 1.1. DELIMITAÇÃO DO PROBLEMA A conservação ambiental local sempre dependeu e continuará dependente de ações proativas dos diversos atores sociais envolvidos no processo contínuo de elaboração e implementação de políticas públicas que visem a melhoria do bem estar social em âmbito público, especialmente em sistemas urbanos. Inicialmente, elencamos alguns fatores sociais como elementos da problemática o que nos permitiu focar melhor nosso objeto de pesquisa e discutir tal problematização, dentre eles: a ocupação de áreas protegidas legalmente; desigualdades sociais e econômicas; configuração das periferias urbanas; expansão do(s) pentecostalismo(s), dos seus discursos e práticas religiosas; consumo de bens simbólicos e materiais e por fim, as políticas públicas voltadas às questões socioambientais. Em sociedades contemporâneas, crescem cada vez mais o número de pessoas que se aglomeram em cidades (DIAS, 2002). Esse fenômeno6 social é resultante de um conjunto de fatores, dentre eles: urbanização, industrialização e políticas públicas. Tais processos são gerados pela administração pública, pelas corporações e outros representantes da sociedade civil, podendo ou não ser desenvolvidos em uma determinada região, além do próprio avanço científico e tecnológico que rompem com as barreiras geográficas locais.. Compreendido como a somatória dos recursos naturais e os serviços ecológicos que os ecossistemas colocam a disposição dos seres vivos. 6 O crescimento populacional urbano segundo Maricato (2012, p. 13) entre “1940 a 2010 a proporção da população brasileira vivendo nas cidades passou de 31% a 84%”. 5.

(24) 23 Consequentemente, esses fatores aumentam proporcionalmente a complexidade dos problemas socioambientais e o convívio em público, impondo-nos questionamentos e incertezas de como solucioná-los. Notadamente em São Paulo, de uma maneira geral, tais fenômenos evoluíram nas três últimas do século XX e marcaram a primeira década deste novo século XXI, com crescimento populacional e econômico, entretanto, com grandes disparidades sociais, políticas, econômicas, culturais, entre outras. Isto vem ocorrendo, por que no senso comum de muitos, cristalizou-se o pensamento subjetivo de que, somente em áreas centrais, mais urbanizadas, mais industrializadas, estaria concentrado o desenvolvimento científicotecnológico e consequentemente as maiores economias. Dessa forma, incomparavelmente estariam segundo Martins (2011, p.63), “no centro equipado, valorizado e com grande oferta de empregos” também as melhores oportunidades de estudos e conforto, o que se traduziria em uma melhor geração de renda e demais formas de convívio social para aqueles que ali se fixam. Somente por essa perspectiva socioeconômica, já se observa uma di-visão, um contraste prevalente do urbano sobre o rural e as demais áreas periféricas, o que também induzem as disputas territoriais locais. Mas, é transparente que nessas áreas urbanas as condições de vida dependem de uma série de fatores, da qual a dinâmica social das relações de trabalho torna-se o ponto primordial (KOWARICK, 1993, p. 33). Conforme esse autor, para se manter fixo nos centros urbanos é preciso pensar além do trabalho, é preciso ter acúmulo de capital econômico, já que para usufruir desses espaços para moradia, serviços e demais infraestruturas urbanas em geral, depende-se de um conjunto de relações sociais e de consumo, que estão diretamente ligados ao capitalismo exercido nesses sistemas urbanos (CASTELLS, 2011, p. 344). Entretanto, a industrialização e urbanização não podem ser focadas somente sob as lentes socioeconômicas. Desses dois processos decorrem vastas implicações na qualidade ambiental das cidades, impactadas pela tecnologia ou pelas necessidades socioambientais que não param de surgir ou são impostas a sociedade contemporânea. Para Gouveia: industrialização e os avanços tecnológicos fizeram aumentar vertiginosamente a quantidade e a variedade de contaminantes químicos eliminados no meio ambiente. Concomitantemente, o processo de urbanização [...] sem precedentes na história vem tendo vastas implicações para o bem-estar geral das pessoas e para a qualidade do meio ambiente (GOUVEIA, 1999, p. 52)..

(25) 24 Contudo, não deixa de ser uma realidade que essas oportunidades nos e dos grandes centros urbanos, não se encontram acessíveis a toda uma população trabalhadora, ou até mesmo aos indivíduos de certos grupos étnicos, já que esses acabam sendo “empurrados” e/ou se expandem pelas áreas mais periféricas, conformadas em pequenos núcleos nos sistemas urbanos, em decorrência das “ações espoliativas”7 (KOWARICK, 1993, p. 44). Disto, decorreria também a precariedade8, que compreendemos como a ausência ou pouca infraestrutura9urbana básica, de equipamentos10 urbano e comunitário nessas áreas em contraste com os grandes centros, destacando assim, elementos marcantes para aqueles que convivem com a falta de saneamento ambiental11 e com uma ínfima mão-de-obra técnica para resolução dos problemas socioambientais instaurados in lócus, fatores que lhes impõe novos desafios a serem enfrentados a cada dia na periferia. Dessa forma, entendemos que na conformação da(s) periferia(s), a migração é fator relevante, já que o movimentar de uma região em direção a outra ocorre de maneira paralela, a reboque com a industrialização e urbanização. A escassez de trabalho em um local e a oferta desses em outro é um dos motes para aqueles que buscam novas oportunidades, fator que concorre para o aumento das demandas e desigualdades sociais em regiões aparentemente mais abastadas. Além desses fatores, o consumo seria outro “grande motor das migrações [...] e essa mesma lógica se deve a explosão urbana, pois é mais fácil consumir numa grande cidade que em uma pequena aglomeração” (SANTOS, 2000, p. 98).. As ações espoliativas ou espoliação urbana é entendida como o somatório de extorsões que se operam através da inexistência ou precariedade de serviços de consumo coletivo, apresentados como socialmente necessários em relação aos níveis de subsistência, e que agudizam ainda mais a dilapidação realizada no âmbito das relações de trabalho (KOWARICK, 1993, p. 62). 8 A “precariedade” no ambiente urbano (ambiente artificial) torna-se um conceito importante para nossa pesquisa na medida em que se relaciona com outras formas de precariedade, como no caso - precariedade no trabalho (ambiente de trabalho) e suas relações, induzindo perdas socioambientais para classe trabalhadora como descreve Praun (2012). A primeira está diretamente ligada com a escassez, insuficiência de infraestrutura urbana, saneamento ambiental, e a utilização de recursos naturais, já a segunda com a insalubridade, flexibilização das escalas de trabalho, exposição de riscos a saúde. Mas essas formas de precariedade, inegavelmente expõe de maneira comum o ser humano as incertezas, às vulnerabilidades: socioeconômica, sociopolítica e socioambiental. 9 O art. 55. da Lei 11.445/2007, dá uma nova redação para o § 5° do art. 2º da Lei 6.766/1979, que considera a infraestrutura básica dos parcelamentos, ser constituída pelos equipamentos urbanos de escoamento das águas pluviais, iluminação pública, esgotamento sanitário, abastecimento de água potável, energia elétrica pública e domiciliar e vias de circulação. 10 No § 2º do art. 4º da Lei 6.766/1979, consideram-se equipamentos urbanos e comunitários, os equipamentos de públicos de educação, cultura, saúde, lazer e similares que são de uso de todos e não somente de um grupo, de um coletivo. 11 No art.4º inc. XII da Lei 13.579/2009, Sistema de Saneamento Ambiental são o: conjunto de infraestruturas que compreende os sistemas de abastecimento de água; de coleta, exportação ou tratamento de esgotos; de coleta e destinação final de resíduos sólidos; de retenção, remoção e tratamento de cargas difusas; de drenagem, contenção e infiltração de águas pluviais e de controle de erosão; 7.

(26) 25 A migração também guarda fortes elos com as práticas religiosas de matriz cristãs. Para Carril (2006, p. 79), a religião institucionalizada, em muitos casos registrados, foi e é um espaço de acolhimento dos que migram, dos (in)discriminados, além de serem também espaços de sociabilidade, de construções socioculturais e recondução ao mercado de trabalho por meio de “práticas associativas entre os membros” (LAVALLE; CASTELLO, 2004, p. 81). Nesse contexto a religião de matriz cristã, mesmo sob o processo de secularização, dessa forma, esteve, está e aparenta se firmar no presente como um elemento importante no cotidiano de vários indivíduos, visto que é possível identificá-la nos diversos segmentos sociais que compõe as comunidades em áreas periféricas na Região Metropolitana de São Paulo (RMSP). Estudos sociológicos realizados por Almeida; D’andrea (2004, p. 96) têm demonstrado que muitos religiosos católicos, protestantes, espíritas, entre outras religiões, promovem por meio de um associativismo religioso em paralelo a outras organizações não governamentais (ONGs) e associações de amigos de bairros, etc., ações sociais que visam atenuar os problemas sociais locais por toda a cidade de São Paulo e periferias. Portanto, migração, segregação socioespacial, aquisição do capital econômico, oportunidade de trabalho, intervenção religiosa, são fenômenos sociais preponderantes, que têm contribuído cada vez mais para a configuração dual dos espaços em “centros e periferias” (NORONHA, 2012, p. 87) e também, para alterações ambientais que vem se acentuando em determinadas regiões, ainda mais nessas primeiras décadas deste novo século. Quando nos referimos ao crescimento pelo qual passam as cidades, esse não se restringe somente ao populacional, econômico, tecnológico, mas, também a efervescência das religiões, aumento do número de instituições e de religiosos nelas presentes, uma vez que, cada uma delas apresenta uma dinâmica própria de evolução. Na atualidade, dentre os grupos religiosos presentes na cidade de Rio Grande da Serra, que apresentam tendências12 ao crescimento, estariam evangélicos.. Os dados do Censo de 2010 demonstram uma tendência ao crescimento de evangélicos, entretanto, não na mesma proporção em que ocorreram nos anos 1980, 1990 e 2000. 12.

(27) 26 Intrinsecamente a esses, estão [...] os pentecostais, o grupo religioso que mais cresceu no Brasil nas últimas décadas (FAJARDO, 2012, p. 187), superando e absorvendo fiéis do protestantismo clássico, católicos e outros, por meio de suas práticas religiosas pentecostais tidas como estratégias de adaptação aos contextos sociais da supermodernidade13. Para Almeida (2008, p. 55), além de crescer demograficamente, muito maior tem sido sua influência sobre outras religiões assim como na própria sociedade, visto que estaria em expansão essa religiosidade. De modo geral, observa-se que igrejas pentecostais se concentram em locais com grande vulnerabilidade social, pois, o(s) pentecostalismo(s) se alastram pelos aglomerados subnormais, com precariedade infraestrutural e bairros populares nas periferias urbanas (RIVERA, 2012). Porém, essa expansão religiosa pentecostal na atualidade não se mostra somente em meio a pobreza em suas diversas dimensões, mas, emerge também em outras classes sociais com melhor poder econômico, aquisitivo, arrebanhando indivíduos de maneira significativa, como é possível de se observar em redes midiáticas e em pesquisas sociorreligiosas (MARIANO, 1996; CAMPOS, 1997; PASSOS, 2005). No entanto, em nossa pesquisa focamos os grupos pentecostais em dois bairros periféricos da cidade de Rio Grande da Serra. Logo, nossa pesquisa prestou atenção no(s) pentecostalismo(s) que de maneira sorrelfa, apregoam a Teologia da Prosperidade (TP). Por isso, não abordaremos aqui os (neo)pentecostais14. A TP seria um discurso que enfatiza segundo Garrard-Burnett (2011, p. 179) “à miraculosa transformação da vida em termos não só de espírito e corpo, mas às vezes mesmo de estilo de vida e padrões de consumo”.. Para Marc Augé (1994), a supermodernidade está marcada por três figuras de excesso: superabundância factual (marcada pelos excessos de tempo, com abundância de fatos e eventos que ocorreram e ainda ocorrem, o que gera uma interpretação da perda de sentido, sendo necessário compreender os eventos para gerar sentido); superabundância espacial (seria a mudança de escala no que diz respeito à conquista espacial, mesmo estando muitos distantes de um determinado evento, podemos conhecer este pelas informações que nos chegam com certa precisão por imagens captadas e transmitidas por satélite, o que nos causa em parte essa perda de sentido e significância, onde tudo é relativizado) e individualizações das referências (é a do ego, do indivíduo, a produção de sentido coletiva e flutuante, enquanto que os sentidos produzidos individualmente são cada vez mais evidentes e necessários nessa sociedade supermoderna) em virtude das opressões globais que cada indivíduo sofre cotidianamente. 14 Igreja Universal do Reino de Deus, Igreja Internacional da Graça de Deus, Igreja Apostólica Renascer em Cristo, Igreja Sara Nossa Terra, Igreja Mundial do Poder de Deus, entre outras. 13.

(28) 27 Portanto, Bourdieu (2007) ao analisar as produções religiosas institucionalizadas15 as interpreta como bens simbólicos que estão disponíveis em um mercado - mercado de bens simbólicos - já que essas instituições religiosas absorveram uma lógica mercadológica sob a qual, a esfera da religião opera e produz, incrementando esses bens para atendimento das necessidades e os desejos dos seus membros. Além disso, tais bens ao serem consumidos, implicam na geração inovadora de modelos de práticas e de discursos religiosos a serem oferecidos nesse mercado (GUERRA, 2003, p. 01). Para Galindo (2009, p.18) seria por meio de um marketing da fé, no qual se firmaria esse mercado religioso cada vez mais em ascensão, onde se consome todo tipo de bens simbólicos naturalmente. Metaforicamente, “consumir qualquer coisa é uma espécie de passaporte para a eternidade, [e] consumir freneticamente é ter a certeza de ser um peregrino em viagem ao paraíso” (ROCHA, 2005, p. 127). Então, religião e consumo se convergem como processos culturais, pois, o consumo pode ser definido por um “conjunto de processos socioculturais em que se realizam a apropriação e os usos de produtos” (CANCLINI, 2001, p. 77). E de maneira similar a esse, à religião gera e se apropria de bens simbólicos para a manutenção das relações e sua existência na sociedade. Todavia, é preciso notar que “ser consumidor” não é o problema maior, pois, na dinâmica dos ecossistemas naturais, o consumo é um mecanismo intrínseco a sobrevivência das espécies, faz parte de todo o processo ecológico e sistêmico existente entre seres vivos e os fatores abióticos. Mas, para Buarque (2012) a problemática do consumo foi estabelecida desde quando o ser humano desenvolveu um sistema de economia pautado na exploração da natureza, rompendo com dogmas teológicos, estruturando o Estado Novo. De acordo com esse economista, o ser humano: ao humanizar o destino da humanidade retirando-o dos desígnios divinos, [...] se materializou e restringiu sua própria finalidade à de transformador de pedras, plantas e animais em produtos da economia, abandonou a dependência do espírito de Deus e caiu na natureza material do homem (BUARQUE, 2012, p. 34).. Entendida por Weber (2012, p. 34-35) como (relativamente) empresa hierocrática que se manifesta na natureza de suas ordens, bem como, o seu quadro administrativo e sua pretensão de dominação monopólica.. 15.

(29) 28 Dessa forma o ser humano passou a ver um recurso natural como sendo “qualquer coisa obtida do meio ambiente para atender suas necessidades, e seus desejos [...]” (MILLER JR, 2008, p. 7). Numa sociedade onde a mercadoria se generaliza [...] a felicidade é identificada com o ato de possuir ou consumir, [já que] novas necessidades são criadas por força do mercado constantemente (MARICATO, 2012, p. 11). Assim, o desejar consumir parece ser um fator implícito na manutenção da sociedade de consumo, uma vez que, seriam os desejos que impulsionariam a todos para as práticas desse consumo (HELENE; HELENE, 1997, p. 103). Mas é fato, o consumo faz-se presente em nosso mundo secular. De acordo com estudos antropológicos, o consumo tem se tornado algo central na vida cotidiana, ocupando, constantemente nosso imaginário, e dessa forma, assumindo lugar primordial como estruturador dos valores e práticas que regulam relações sociais, que constroem identidades e definem mapas culturais (ROCHA, 2005, p. 124). E neste contexto, as necessidades sociais e econômicas da população menos favorecida vão sendo “afloradas”, influenciadas pelos apelos publicitários ou até mesmos por discursos religiosos eloquentes que inundam seus pensamentos. Muitos acreditam que ao adquirirem o bem desejado, podem desfrutar do bem-estar coletivo em sociedade, ainda que tal felicidade seja de maneira efêmera, individualizada, logo suscitando novos desejos. Por isso, o consumo continuamente motivado pelos desejos, desordenado, desenfreado e voraz tem se constituído em um dos grandes problemas sociais, econômicos e ambientais a ser estudado e controlado em nossa sociedade contemporânea. Esse em muitas situações parece já não respeitar mais necessidades ou prioridades, e assim temos populações que mesmo instaladas em periferias urbanas almejam consumir bens e serviços presentes nos grandes centros urbanos, mesmo que grande parte dessas populações não tenham ao menos suas necessidades básicas supridas, e contraditoriamente o “ter” se torna indispensável para “ser”. Observa-se então que, nas periferias urbanas de uma forma geral, a “pobreza e consumismo convivem lado a lado, e a natureza finita se transforma em mercadoria [já que desta, tudo se extrai] e por isto mesmo, agrava-se o atual quadro de exclusão social e de miséria” (SODRÉ, 1998, p. 103)..

(30) 29 Haja vista, os custos e prejuízos ambientais são socializados por todos, ainda mais com maior peso entre aqueles mais carentes, ocorrendo o oposto, diferentemente com aqueles que lucram em toda essa lógica de produção, a qual está voltada àqueles ávidos por consumir. Vemos então uma incoerência nas expressivas melhoras em termos de maior acesso a bens e serviços já que isso expõe a “complexidade dos padrões recentes de pobreza urbana” (TORRES; BICHIR; CARPIM, 2006, p. 22), demonstrando que mesmo a inserção dos indivíduos no circuito de consumo, não se reduz a problemática da pobreza em suas diferentes dimensões, nem mesmo garante uma melhor qualidade de vida plena para aqueles que se inserem nesse circuito. Mas, incontestavelmente a supermodernidade por meio de um processo globalizante impõe mudanças nas condições de vida dos citadinos, alterando significativamente as relações sociais, seus padrões comportamentais (GIDDENS, 2008), haja vista, que esse processo fica patente quando observamos os desejos coletivos da população de baixa renda ou de classes emergentes as quais estão direcionadas ou vislumbra essa vida social supermoderna. Portanto, a prática de consumo em âmbito religioso aparenta ser transposta para outras práticas de consumo na vida secular e vice-versa, já que para Galindo (2009, p. 32) o mercado religioso não se diferiria do mercado secular. Sem dúvida, um elemento incomum que permite-nos refletir sobre tal afirmação é a obsolescência dos bens, presente tanto em um quanto em outro mercado. Para Helene; Helene (1993, p.100-101) “os objetos [ou qualquer outro bem] na sociedade de consumo não têm história, o que faz com que possam ser facilmente substituídos e que aceitemos sem dificuldade essa substituição”. Então, vemos que o consumismo (o consumo frequente e exacerbado) é um dos fatores contribuintes para provocar danos ambientais e da perda de qualidade de vida local, e o discurso religioso talvez possa conduzir a isso, uma vez que esse influi no modo de pensar dos seguidores (GIACOMINI-FILHO, 2010, p. 53). De acordo com Sanchez (2012, p. 113) esse consumismo seria na verdade um atributo da sociedade de consumidores, que tem como sua lógica não apenas o consumo, mas [...] convívio humano onde as vontades e desejos são manipulados para que as pessoas consumam cada vez mais..

(31) 30 Desta forma, podemos perceber que “religião e consumo” são sistemas simbólicos que se justapõem ou se mesclam como fontes produtoras de sentido para tais religiosos, pois, “os grupos pentecostais [...] [exercem] a função de guardar uma religiosidade marcada pela produção autônoma de bens simbólicos, pela proximidade do sagrado [...] incorporando necessidades e valores da grande cidade” (PASSOS, 2005, p. 55) e assim, compartilhá-los com todos os leigos-consumidores. Em virtude de tudo isso, é que aventamos uma potencialidade existente no(s) pentecostalismo(s) por meio de um discurso religioso em (re)orientar seus membros quanto a essas questões. Afinal, entendemos que essa problemática precisa ser investigada, pois, as questões ambientais e sustentabilidade estão diretamente relacionadas a essa. Como se não bastasse a esses fatos sociais16, quando observarmos a dinâmica social nas áreas central e periférica em Rio Grande da Serra, no que se refere às políticas públicas tanto na elaboração quanto na sua implantação, focando mais precisamente nos bairros periféricos, notamos que tais serviços públicos condicionados as políticas públicas podem ser insuficientes, já que as poucas intervenções efetivadas pelo poder público parecem estar longe de atender as demandas sociais da população ali residente. Então, torna-se observável uma “demanda por infraestruturas, principalmente aquelas relacionadas às necessidades elementares da população” (SCARLATO; PONTIN, 1999, p. 17), v.g.: coleta de esgoto. E ainda, esse cenário estaria se agravando de acordo com Maricato (2003, p. 161) “já que o novo século se inicia sem que o país, Estado e sociedade civil debatam e construam políticas sociais para as cidades, ainda que sejam essas minimamente eficazes para a resolução de conflitos que passaram a adquirir dimensões gigantescas”.. Fatos sociais devem ser tratados como “coisas” no pensamento Durkheimiano. Pois, “toda maneira de agir fixa ou não, suscetível de escrever sobre o indivíduo, uma coerção exterior ou então, ainda que seja geral na extensão de uma sociedade dada, apresentando uma existência própria, independente das manifestações individuais que possa ter” (RODRIGUES, 2000, p. 52). Sendo assim, tratar um fato como coisa é elemento central nas regras do seu método sociológico e por isso utilizamos tal conceito para nosso objeto de pesquisa. 16.

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