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AS POLÍTICAS PÚBLICAS E A PARTICIPAÇÃO SOCIAL UM EXERCÍCIO

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CAPÍTULO II – PENTECOSTALISMO(S) – PRÁTICAS RELIGIOSAS, IMPACTOS

3.2. AS POLÍTICAS PÚBLICAS E A PARTICIPAÇÃO SOCIAL UM EXERCÍCIO

O espaço urbano é um ambiente artificial e cultural construído (COELHO, 2011). Portanto, há atuações de diversos grupos sociais, corporações e administração que expressam seus interesses nos ambientes institucionais da política urbana para geri-lo.

148 Sistemas políticos baseados no uso pessoal da esfera pública e no exercício da política do favor (ou troca) dominado por uma forte oligarquia nacional como é discutido por Ermínia Maricato. Em Weber (2010, p. 156- 157) o patrimonialismo é polissêmico, está diretamente relacionado com o mercado e economia. Por existir uma sociedade estamental, e esta submetida uma dominação tradicional, nessa situação existiria possibilidades de benefícios econômicos por aqueles administram em detrimento da sociedade civil e do próprio mercado.

Afinal, concordando com Milaré (2011), não é possível entender cidadania, sem participação, direitos e deveres, postos em prática, incluindo assim os valores éticos e políticos como a reciprocidade, a abnegação, a solidariedade, o altruísmo, o empenho na coisa pública, daí decorre a importância do envolvimento dos diversos atores sociais.

No pensamento Bourdieuano, a Política é um campo social no qual se exerce um poder simbólico, poder invisível o qual só é possível existir, pela cumplicidade daqueles que estão sob sua influência, independente de quererem ou de não saber, que a ele estão sujeitos, ou até mesmo, que o exercem (BOURDIEU, 2009, p.8), e que influi sobre o cotidiano dos habitantes de uma determinada localidade.

Castells (2011, p. 374) define essa política como um sistema de relações de poder, o qual viria das relações de classes, já que diferentes classes podem impor e exercer objetivos específicos sobrepondo-se uma em relação à outra. Política para Milaré (2011, p.677) é “a arte do bem comum, o empenho individual de cada qual na busca e na realização dos ideais e objetivos comunitários”.

E a religião, também pode ser interpretada como sistema veiculador de poder e de política de acordo com (BOURDIEU, 2007, p.31), dessa maneira, a religião vem a ser uma ferramenta importante para discussões nas políticas, uma vez que, a mídia expõe com frequência a presença de religiosos “evangélicos”149 em debates na Câmara e no Senado e

Assembleias Legislativas Estaduais.

Partindo das premissas de Bourdieu, ao analisarmos a aproximação dos atores sociorreligiosos (em suas respectivas instituições) com a política, observamos que a Igreja Católica, por meio de seus representantes e em virtude de uma relação histórica com o Estado, esteve mais inserida e evidente nesse contexto sociopolítico, com maior visibilidade nas discussões e temas de interesse público, v.g.: reforma agrária na década 70.

149 Procuramos utilizar esse termo para entender o envolvimento de cristãos na política, não somente pentecostais, mas, assembleianos, presbiterianos (renovados), metodistas, batistas, entre outros participantes dos novos ramos pentecostais, não existindo somente a participação de uma denominação religiosa na bancada evangélica, constituindo assim uma heterogeneidade denominacional. Porém, notadamente, existe uma maior participação política dos ditos neopentecostais, o que não quer dizer a homogeneidade do pensamento e das decisões dos pentecostais, nem mesmo, a concordância partidária sobre os temas emergentes.

Os evangélicos até meados da década de 80 tiveram uma participação bastante discreta no mundo da política, começando a se intensificar durante o processo da Constituinte de 88 (SOUZA, 2013, p. 177). Inegavelmente, a presença de evangélicos na política, seja no âmbito federal e estadual, vem ganhando cada vez mais visibilidade, pelos posicionamentos desses representantes frente aos debates sobre os mais variados temas emergentes nessa sociedade contemporânea. Além disso, inúmeros debates difusos em redes midiáticas confirmam tal representatividade parlamentar.

Entretanto, no âmbito municipal, em nossa investigação observamos que essa ênfase na participação mais efetiva tende a não existir, ou se existe parecer ser inexpressiva, seja pelo fato de que há um número muito restrito de representantes150 na câmara municipal, ou pelos

projetos políticos apresentados pelos evangélicos, além do que, esses precisam sempre de aprovação da grande maioria para entrar em vigor.

Aliás, muito se têm questionado sobre os projetos apresentados por evangélicos de maneira geral. Conjectura-se que muitos projetos vêm carregados de interesses religiosos e coletivos, não privilegiando a todos (cidadãos e cidadãs) em sentido mais amplo (coletivo- público), motivo pelo qual, muito dos projetos quando colocados para votação, acabam sendo rejeitados em sua grande maioria ou ficando relegados, protelados para outros instantes de votação.

Souza (2013, p. 179) afirma que “essa participação mais visível e mais agressiva dos evangélicos no mundo da política tem gerado um amplo debate na sociedade brasileira e tem colocado novos (ou antigos?) questionamentos à laicidade do Estado”, afinal, quais os interesses reais desses na política, uma vez que, em suas agendas e nas pautas de discussões desses “evangélicos-políticos” vigoram as questões morais de sexualidade e de gênero, v.g.: direitos reprodutivos, aborto, homoafetividade, entre outros, temas emergentes nessa sociedade contemporânea.

Embora esses temas causem polêmicas, para os religiosos-políticos, esses se traduzem em um grande filão de oportunidades, inserção de opiniões e a elaboração, renovação de projetos, bem como, a potencial projeção social no âmbito coletivo do grupo social no qual se pertence e também na própria sociedade.

150 Dos treze vereadores existentes na Câmara, na gestão de 2013-2016 somente dois afirmam ser evangélicos. Desses dois vereadores, somente um é pentecostal.

Entendemos que essa aproximação do religioso com o político se dê não e somente, pela constituição federal CF/88, mas, também em virtude dos processos de secularização e

laicidade (esse último muito polêmico). Ao garantir a participação da sociedade civil na

gestão da cidade, o Estado Moderno Democrático demonstra ser é laico e, portanto, deve garantir os direitos e deveres sociopolíticos com a participação efetiva dos indivíduos independente do seu credo religioso, da cor/raça, classe ou posição social.

Logo, busca-se dessa forma, atingir os objetivos e legitimidade do processo de tomada de decisões direta e indiretamente pelos seus representantes escolhidos para debaterem e dirimirem sobre quaisquer temáticas abordadas nos espaços políticos e assim atingir o exercício pleno da cidadania.

Nesse contexto vemos que a questão151 ambiental é mais uma dessas oportunidades

de atuação, que a CF/88 consagrou perante o Estado e a sociedade civil, primando pela proteção e preservação do meio ambiente, impondo a coletividade e ao Poder Público tais deveres (FIORILLO, 2011, p. 123).

Mas é preciso resgatar que a conquista dessa abertura e inserção dos representantes da sociedade civil na política, está atrelada as inúmeras ações de movimentos sociais que reivindicavam por uma participação mais efetiva nas decisões governamentais em âmbito Estadual e Federal década de 70, como descreve Martins (2011, p. 69). Segundo o autor, “desencadearam ação contra-hegemônica e de reivindicações, numa forma de contestação que visava pautar novas formas de fazer, participativas e autogestionárias”. Nesse período, as administrações estatais abandonaram segundo Queiroz (2012, p. 31) “a produção direta de bens e serviços para a sociedade, para se fortalecerem como reguladores e indutores do processo de desenvolvimento nacional por meio de políticas governamentais compensatórias”.

Essas políticas públicas foram muito voltadas às questões sociais, porém, com pouca ou nenhuma ênfase ambiental, o que só viria a ocorrer de maneira formal na CF/88, o que tornara premente a participação da sociedade civil em processos de gestão urbana.

151 Como expressa Coimbra (2004, p. 559) “é o conjunto de fatores de ordem técnica-científica, econômica, social, cultura e política, dentre outros que criou tensões crescentes nas relações de convivência da espécie humana com os demais componentes da Terra, resultando em riscos globais e ameaça a sobrevivência de ambas as partes”.

Inegavelmente, as políticas públicas são essenciais para a manutenção, de uma “certa ordem” em nossa sociedade. Para Silva (2012, p. 94) “o fenômeno social152 deve ser

entendido como: forma de convivência regulamentada, previsível, que incorpora mudanças adaptativas, portanto, de modo incremental ao longo do tempo e da sequência de gerações”.

Mas, cabe resgatar que as políticas públicas emergem através de um processo de tomada de decisões e também no gerenciar o produto desse processo, o que envolve conteúdos, instrumentos e aspectos institucionais (QUEIROZ, 2012, p. 96). Logo, as políticas públicas só surgem em meio aos fenômenos sociais e políticos que estabelecem relações interindividuais ou grupais que compõe as diversas esferas da sociedade (MARQUES, 2003, p. 153).

Portanto, no que diz respeito à elaboração e implementação de políticas públicas no município, a participação da sociedade civil organizada (e aqui entendida a inclusão e participação de religiosos pentecostais) está contemplada através do art. 23, inciso VI, CF/88 que fixa a competência comum da União, Estados, Distrito Federal e Municípios no que se refere à proteção do meio ambiente e combate à poluição em qualquer de suas formas.

Outra legislação imperiosa quanto à participação popular na gestão democrática da cidade é o Estatuto da Cidade (Lei 10.257/2001), que em seu art. 2º, incisos I e II, preconizam que, a política urbana tem por objetivo ordenar o pleno desenvolvimento das funções sociais da cidade e da propriedade urbana, mediante as seguintes diretrizes gerais:

I - garantia do direito a cidades sustentáveis, entendido como o direito à terra urbana, à moradia, ao saneamento ambiental, à infraestrutura urbana, ao transporte e aos serviços públicos [...]; II - gestão democrática por meio da participação da

população e de associações representativas dos vários segmentos da comunidade na formulação, execução e acompanhamento de planos, programas e projetos de desenvolvimento urbano (BRASIL, 2001, p. 01, grifo nosso). Nessa lei, ainda estão previstos outros instrumentos da política urbana no município,

v.g.: Plano Diretor, Zoneamento Ambiental, Gestão Orçamentária Participativa, o que garante

a discussão e inserção de propostas que contemplem as demandas sociais, econômicas e ambientais, não e somente aquelas apresentadas por um bloco de especialistas e administradores, mas, também as formuladas pela participação popular.

152 Silva (2012, p. 94) define fenômeno social como uma trama complexa, interdependente de relações na qual estão vinculados os indivíduos, que agem em estruturas interativas, de modos a fazer o que é visto como necessário para a continuidade de um coletivo.

Para Melazzo (2010, p. 236), “toda política pública só se constitui como tal na medida em que, pressupõe um entrelaçamento entre os agentes sociais com suas próprias visões do mundo, que, por sua vez, decorre da sua posição na estrutura social, particularmente em suas dimensões econômicas e políticas”.

Na cidade de Rio Grande da Serra, em seu Plano Diretor Participativo (PDP) (CÂMARA, 2006) está prevista uma gestão da política urbana democrática e participativa, devendo garantir maior autonomia, legitimidade e eficácia na inclusão cidadã de todos seus munícipes. Entretanto, vale dizer que ainda existe um afastamento entre sociedade civil e administração pública, especialmente no que tange as discussões e implementações das políticas públicas mais assertivas na cidade (NORONHA, 2010).

Por isso, associações de classe, sindicatos, instituições governamentais e não governamentais; empresas privadas, entre outros, se relacionariam e articulariam de maneira estratégica para garantir e fazer valer os seus direitos (QUEIROZ, 2012, p. 107). Daí a necessidade de tantos outros grupos integrarem todo esse processo, uma vez que, notadamente, “as políticas públicas [...] [são] definidas pela interação entre atores no interior dos ambientes institucionais e relacionais presentes nas comunidades políticas” (MARQUES, 2003, p. 47), o que influencia diretamente na dinâmica política da/na cidade.

Melazzo (2010, p. 239-40) afirma que não se pode confundir políticas públicas somente como uma mera prestação de serviços públicos, mas, como um espaço de disputas no qual teoricamente busca-se solucionar conflitos sociais [e ambientais].

Dessa maneira, identificamos três elementos implícitos em qualquer processo político: Estado (administrações públicas - 1º setor), Mercado (produtores de bens materiais e imateriais - 2º setor) e Sociedade Civil (os diversos atores e instituições religiosas, filantrópicas, ONGs, 3º setor) interagindo em um processo constante de forças e tensões sobre os diversos interesses que devem servir ao atendimento do público em sua plenitude conforme (QUEIROZ, 2012, p.72).

Entendemos então que o conceito de políticas públicas prevê uma dinâmica mais ampla não só dessas relações, mas, da participação integrada dos diversos atores sociais em todas as etapas de seu desenvolvimento. Logo a participação não seria somente uma ideologia, mas, uma forma de inclusão daqueles que por adesão a uma determinada causa, buscariam encontrar alternativas para a solução de problemas ou conflitos na sociedade.

Por isso, é possível afirmar que a aproximação das instituições religiosas pentecostais às outras instituições de lutas pelas questões socioambientais, facilitaria a organização, inserção, integração, fomentando de maneira mais ampla a participação de todos nesse processo e consecutivamente ações mais expressivas como preconiza o princípio 13 da Carta153 da Terra.

Em razão disso, emergiriam novos conhecimentos e melhores condições para adaptações ou redefinições das vocações locais ao ambiente (QUEIROZ, 2012, p. 84). Observamos em uma das respostas dos participantes, que a liderança já demonstra alguma necessidade ou preocupação em adquirir novos conhecimentos para a orientação de sua membresia no que se refere às responsabilidades socioambientais, já que na atualidade não existe a possibilidade de se escusar das leis, especialmente as que regem, controlam as questões ambientais:

Através da organização, da união entre a gente, é eu acho que o pastor, de um modo geral, o líder evangélico ele precisa sim conhecer a cidade, precisa sim é... conhecer as leis do nosso município, precisa ser participativo, conhecer os projetos que os nossos governantes atuais tem para a cidade e participar, conhecê para que possa dessa maneira orientar os fiéis a estar se adequando as leis do município

(Paulo de Tarso, entrevista com liderança realizada 18.06.2014).

Todavia, se por um lado encontramos no direito ambiental, incentivos e até convocações implícitas da participação na elaboração e implementação de legislações, lideranças de que demonstram ser preciso discutir as leis em âmbito religioso, do outro lado, também temos “resistências veladas” quanto a essa participação em certos grupos sociais.

Em algumas das instituições pentecostais pesquisadas, deparamo-nos com ensinamentos de restrições ou até mesmo interdito nesse sentido, já que os membros são orientados a não ocuparem esses cargos de lideranças políticas, pois os trabalhos religiosos não poderiam coadunar com outras questões sociais, a não serem aquelas já desenvolvidas pela própria instituição por meio de suas obras de assistência social.

153 A Carta da Terra é uma declaração de princípios éticos fundamentais para a construção, no século 21, de uma sociedade global justa, sustentável e pacífica. Busca inspirar todos os povos a um novo sentido de interdependência global e responsabilidade compartilhada voltada para o bem-estar de toda a família humana, da grande comunidade da vida e das futuras gerações. É uma visão de esperança e um chamado à ação. A Carta da Terra é resultado de uma década de diálogo intercultural, em torno de objetivos comuns e valores compartilhados. O projeto da Carta da Terra começou como uma iniciativa das Nações Unidas, mas se desenvolveu e finalizou como uma iniciativa global da sociedade civil. Em 2000 a Comissão da Carta da Terra, uma entidade internacional independente, concluiu e divulgou o documento como a carta dos povos. A redação da Carta da Terra envolveu o mais inclusivo e participativo processo associado à criação de uma declaração internacional. Esse processo é a fonte básica de sua legitimidade como um marco de guia ético.

4 5 9 2 80

0% 25% 50% 75% 100%

Participação Política

Grau de Participação dos Pentecostais em Política Pública

Sou filiado a um partido e participo em campanhas políticas Não sou filiado a um partido, mas participo em campanhas políticos Pretendo me filiar a um partido

Não participo de campanhas políticas Somente voto nas eleições

Nota-se então que, embora esses não sejam diretamente proibidos de se vincular a outras instituições sociais, especialmente as que abordam problemas ou conflitos sociopolíticos e socioambientais, todavia, existe uma imposição de escolha.

POLÍTICA. Nas congregações não são admissíveis partidos de espécie alguma;

cada um é livre, cumprindo o seu dever de votar, que é uma determinação da lei. Não se deve permitir que candidatos a cargos políticos venham fazer propaganda

ou visitar as casas de oração com essa finalidade. Se algum irmão ou irmã assumir

encargo político e estiver ocupando cargo ou ministério na Obra de Deus, deverá renunciar a este. Quando alguém for convocado pela Justiça Eleitoral para

trabalhar nas eleições; deverá comparecer e cumprir esse dever cívico (tópicos de ensinamentos, 19/96, grifo nosso).

CARGOS POLÍTICOS Aquele que exerce ministério na Congregação, caso se

envolva na política ou se candidate a algum cargo político, perderá a condição de continuar no ministério e não poderá mais retornar (quer venha a ganhar ou a perder a eleição). Continuará como nosso irmão na fé, porém, não poderá influenciar a irmandade, nem fazer qualquer pronunciamento ou comentário

político na Congregação, seja em orações, testemunhos ou por qualquer outra forma (tópicos de ensinamentos, 34/2001, grifo nosso).

Nas respostas dos participantes de nossa pesquisa, quando indagados sobre sua participação nas políticas públicas da cidade por meio da candidatura ou investidura em cargos públicos e assim ter representação, observamos que a maioria desses somente exercita o direito ao voto, conforme demonstra o gráfico abaixo.

Gráfico 5. Participação dos pentecostais “pesquisados” na Política Pública em Rio Grande da Serra

Contudo, há que se considerar que existe uma pequena parcela 4% que já é filiada a um partido e participa de campanhas políticas, dentre aqueles membros que trabalham em indústrias metalúrgicas ou automobilísticas, os quais estão diretamente em contato com a associação aos sindicatos, porém, não existe uma militância nas questões sociais e ambientais do cotidiano das comunidades locais. Também, observamos que 9% pretendem se filiar a algum partido político.

Existe outra parcela que embora não seja filiada, entretanto, participa de campanhas políticas, para obtenção de alguma renda complementar, e até mesmo com intuito em fazer parte de algum cargo ou função política, caso seu candidato vença a disputa eleitoral. Contudo, os participantes em nossa pesquisa de maneira unânime responderam não ter sido candidatos a nenhum cargo político, nem no município, em outras cidades da região do Grande ABC e nem no estado de São Paulo.

Logo, a participação social desses religiosos na política representa um desafio para todo o processo construtivo de uma sociedade democrática e mais igualitária. Dessa maneira, acreditamos que seja preciso um diálogo permanente entre o poder público (orientador e mediador) e a sociedade civil pela busca contínua da melhoria das políticas públicas. Entretanto, outro facilitador, mediador encontrado em uma das respostas em entrevista, no que se refere à atuação mais efetiva dos religiosos em políticas públicas, seria de responsabilidade das lideranças, num primeiro instante e depois, a membresia como um todo:

a religião podia contribuir sim se as lideranças evangélicas se conscientizassem dessa necessidade, se ela se conscientiza, ela pode fazer do seu púlpito

um...lu...um... da mesma maneira como ela orienta as ovelhas a que padrão deve se

viver, padrão moral, padrão ético, da mesma maneira, ela poderia usar o seu púlpito pra dizer a população, “olha o padrão ambiental é esse!”, nós precisamos enquanto seres humanos incompletos né, nós precisamos cuidar do corpo, da alma, do espírito e do ambiente, por que senão, vamos morrer sem ele! Então

eu...eu acredito que a religião pode contribuir sim, desde que os líderes religiosos

é...é saiam dos seus egoísmos particular, do seu pedantismo e se unam aos políticos pra muda essa realidade por que entre políticos e religiosos há uma distância muito grande, e se essa liderança evangélica, se a liderança religiosa,

tanto evangélica quanto padres, é que a igreja católica é mais participativa nesse aspecto e os líderes evangélicos são mais salvaguardados disso, mas, quando a

liderança evangélica, líderes religiosos entenderem que eles precisam se unir as lideranças políticas prum projeto maior, prum... com uma visão maior, eu acredito que a resposta é sim, a religião pode sim contribuir pra isso, desde que as lideranças evangélicas comprem essa briga, e assim ela passam á...a... repassar pros seus liderados, tudo é visão de líder, cê sabe né? tudo é visão de líder! Se o líder compra a ideia e passa pros seus liderados, seus liderados vão repassar pros seus familiares, que vão repassar pros seus colegas na escola e vai num círculo

vicioso. Quando cê ensina a criança na escola que não pode usar copo descartável, ela chega em casa te crucificando por que tem copo descartável na sua casa, por

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