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Escola de Economia e Gestão

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Escola de Economia e Gestão

António Coa

IMPLEMENTAÇÃO DO SISTEMA DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA EM TIMOR – LESTE: OS OBTÁCULOS E OS VALORES CULTURAIS

Dissertação Para a Obtenção do Grau de Mestrado em Administração Pública, Área de Especialização em Gestão Pública e Políticas Públicas

Orientador: Professor Doutor Miguel Ângelo Vilela Rodrigues

Braga outubro de 2018

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ii DECLARAÇÃO Nome:

António Coa

Endereço eletrónico: antoniocoa@yahoo.com Telefone: +351 966 012 568 Número do Título de Residência: 1T4T95680

Título dissertação:

Implementação do Sistema de Administração Pública em Timor – Leste: Os Obstáculos e os Valores Culturais

Orientador:

Professor Doutor Miguel Ângelo Vilela Rodrigues Ano de conclusão: 2018

Designação do Mestrado:

Mestrado em Administração Pública – Gestão Pública e Políticas Públicas

Nos exemplares das teses de doutoramento ou de mestrado ou de outros trabalhos entregues para prestação de provas públicas nas universidades ou outros estabelecimentos de ensino, e dos quais é obrigatoriamente enviado um exemplar para depósito legal na Biblioteca Nacional e, pelo menos outro para a biblioteca da universidade respectiva, deve constar uma das seguintes declarações:

É AUTORIZADA A REPRODUÇÃO INTEGRAL DESTA TESE APENAS PARA EFEITOS DE INVESTIGAÇÃO, MEDIANTE DECLARAÇÃO ESCRITA DO INTERESSADO, QUE A TAL SE COMPROMETE.

Universidade do Minho, 30/ 10/ 2018

Assinatura: _____________________

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iii Agradecimentos

Os meus agradecimentos ao Professor Doutor Miguel Ângelo Vilela Rodrigues, pela disponibilidade demonstrada e pelo apoio prestado na orientação deste trabalho.

Agradeço, também, ao Ministério da Administração Estatal e Ordenamento do Território (MAEOT) que deu o apoio e facilitou todo o processo para acesso aos documentos e relatórios oficiais do governo obtidos, de forma consciente tornando-os num contributo fundamental para um aprofundamento da minha análise deste trabalho.

Queria agradecer, também, ao governo de Timor – Leste, através da Universidade Nacional de Timor Lorosae (UNTL, que facilita uma bolsa de estudo durante alguns anos na Universidade do Minho).

Um agradecimento, também, à cooperação entre a UNTL e a Universidade do Minho que estabeleceram o apoio à formação académica para os docentes da UNTL, e ainda um agradecimento, ao Sr. Tony Lavender que sempre de forma prestável e amável prestou a sua ajuda durante o período de estudo na Universidade do Minho.

Um obrigado muito especial para todas as famílias que esperaram o meu sucesso, por me terem proporcionado o espírito e a motivação para continuar a trabalhar arduamente apesar de enfrentar muitos desafios.

Por último, agradeço a todos aqueles que com a sua paciência, carinho e amizade em muito me apoiaram ao longo do percurso de aprendizagem na casa da Universidade do Minho.

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iv

IMPLEMENTAÇÃO DO SISTEMA DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA EM TIMOR – LESTE: OS OBSTÁCULOS E OS VALORES CULTURAIS

Resumo

As expectativas e exigências crescentes dos cidadãos face aos serviços públicos introduziram uma nova orientação no processo de implementação do sistema administrativo descentralizado, cujo é uma parte de reforma e modernização administrativa. Não se trata, contudo, de uma transformação da organização pública em organização analógica às privadas, mas sim, substituir a lógica vigente, centrada no cumprimento estrito de procedimentos, por uma lógica direcionada para o cidadão, visível através dos procedimentos legais, em que as organizações públicas preferem o estado de direito e são muito vinculativas, enquanto as organizações privadas preferem a satisfação dos seus clientes.

Neste contexto, o Ministério da Administração Estatal e Ordenamento do Território (MAEOT) de Timor – Leste, apostou em alguns conceitos de descentralização administrativa antes de realizar o modelo de descentralização real. As ideias de descentralização que adota, tal como pré-desconcentração, desconcentração e descentralização administrativa, promovidas através da criação da administração local que está a ser implementada em cada município. Mesmo que existam alguns conceitos diferentes, entretanto o governo de Timor – Leste através do MAEOT apostou no modelo de descentralização administrativa, encarando-a como uma ferramenta eficaz no combate aos problemas inerentes ao setor, nomeadamente a baixa qualidade na prestação dos serviços, as ineficiências na utilização dos recursos disponíveis, insuficiência nas facilidades do trabalho e o distanciamento do governo central do atendimento público ao nível da comunidade local.

O presente trabalho de investigação pretende saber e aprofundar o conhecimento sobre as dúvidas dos círculos das autoridades locais, a sociedade em geral e também o mundo académico que estão a discutir a incerteza da implementação do sistema administrativo estadual em Timor – Leste, através de um fortalecimento das reformas descentralizadas da administração local em termos da aplicação de novos modelos de gestão pública.

No contexto metodológico, o presente estudo é um estudo de bibliografia ou estudo documentário no Ministério da Administração Estatal e Ordenamento do Território de Timor – Leste, através de análise documental descobriu que na generalidade, a reforma administrativa é deveras importante para os municípios. De acordo com a perspetiva de implementação da descentralização, as autoridades locais apresentaram algumas incertezas onde o governo central praticou a centralização do orçamento do Estado, o governo central também é menos consistente na implementação do conceito de descentralização administrativa, mão-de-obra insuficiente nos municípios, incluindo a falta de equipamentos para trabalhar nos municípios.

No contexto da perspetiva da avaliação de desempenho verificou-se que ainda existem alguns funcionários públicos de instituições governamentais e agências administrativas que praticam o abuso de poder, abandono de serviço, prática de suborno e má administração.

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v

IMPLEMENTAÇÃO DO SISTEMA DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA EM TIMOR – LESTE: OS OBSTÁCULOS E OS VALORES CULTURAIS

Abstract

The increasing expectations and demands of citizens towards public services have introduced a new orientation in the process of implementing the decentralized administrative system, which is a part of administrative reform and modernization.

However, it is not a question of transforming the public organization into an analogue organization into the private ones, but rather replacing the current logic, centered on the strict compliance of procedures, with a logic directed at the citizen, visible through legal procedures, in which public organizations prefer the rule of law and are very binding, while private organizations prefer the satisfaction of their clients.

In this context, the Ministry of State Administration and Territorial Planning (MAEOT) of Timor – Leste bet on some concepts of administrative decentralization before realizing the real decentralization model. The ideas of decentralization that it adopts, such as pre-deconcentration, deconcentration and administrative decentralization, promoted through the creation of the local administration that is being implemented in each municipality. Even though there are some different concepts, however, the East Timorese government through the MAEOT has bet on the administrative decentralization model, considering it as an effective tool in the fight against the problems inherent to the sector, namely the low quality of services rendered, the inefficiencies the use of available resources, inadequate work facilities and the distancing of the central government from public service at the local community level.

This research aims at knowing and deepening the knowledge about the doubts of local authorities, society in general and also the academic world that are discussing the uncertainty of the implementation of the state administrative system in Timor – Leste, by strengthening decentralized reforms of local government in terms of the application of new public management models.

In the methodological context, this study is a study of bibliography or documentary study in the Ministry of State Administration and Land Planning of Timor – Leste, through documentary analysis found that in general, administrative reform is very important for municipalities. According to the implementation perspective of decentralization, local authorities presented some uncertainties where the central government practiced the centralization of the state budget, the central government is also less consistent in implementing the concept of administrative decentralization, insufficient manpower in the municipalities, including the lack of equipment to work in municipalities.

In the context of the performance evaluation perspective, it has been found that there are still some public officials from government institutions and administrative agencies who abuse power, abandonment of service, practice of bribery and maladministration.

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vi Índice

Declaração………ii

Agradecimentos……….iii

Resumo……….iv

Abstract………...v

Índice………..vi

Índice de tabelas……….ix

Abreviaturas………...x

Introdução………1

1ª PARTE: REVISÃO DE LITERATURA.………...4

Capítulo I: Evolução Histórica da Administração Pública………...4

1.1. Órgão da Administração Pública………5

1.2. Evolução Histórica da Administração Pública de Timor – Leste………..6

1.3. Os Sistemas do Administrativo……….17

1.4. Paradigma da Administração Pública………..19

1.4.1. Paradigma Clássica da Administração Pública……… ..19

1.4.2. Paradigma Neoclássico ou Teorias Modernas………...22

Capítulo II: Os Pioneiros dos Sistemas da Administração Pública………...23

2.1. Os Fundadores da Teoria do Sistema………..23

2.2. Os Fundadores da Teoria da Administração Pública……….27

2.3. Sistema Administrativo de Timor – Leste……….33

2.4. Conceitos de Sistemas Administrativos……….36

2.5. Implementação do Sistema de Administração Pública………41

2.6. Outros Contributos Importantes da Implementação do Sistema de Administração Pública………46

2.7. Obstáculos………..47

2.7.1. Barreiras e Desafios na Forma de Política……….48

2.7.2. Barreiras ou questões de Burocratização………...49

2.7.3. Barreiras ou Questões de Gestão Pública………...50

2.7.4. Barreiras ou questões de Recursos Humanos………51

2.8. Valores Culturais………...52

2.8.1. Os Valores………53

2.8.2. Cultura………...56

2.8.3. Mudança Cultural………59

Capítulo III: Divisão Administrativa do Território de Timor – Leste………...64

3.1. Divisão Territorial……….……….64

3.2. Regulamentos Legais………..65

3.3. A Lei da Divisão Administrativa do Território………66

3.4. Criação do Sistema Administrativo dos Municípios de Timor – Leste………..67

3.5. Apoios Internacionais a Criação dos Municípios de Timor – Leste……….68

3.5.1. O Apoio de Câmaras Portuguesas………..68

3.5.2. Apoios Técnicos Adicionais de Outros Países………...70

(7)

vii

Capítulo IV: Implementação do Sistema Pré-desconcentração

Administrativa……….72

4.1. Organização Administrativa………72

4.2. Financiamento dos Municípios……….73

4.3. Gestores Distritais……….74

4.4. Organização e Órgão Administrativo dos Municípios………...75

4.5. Gestão de Recursos Humanos em Timor – Leste………...76

4.5.1. Sistema de Recrutamento………78

4.5.2. Sistema Disciplinar e Responsabilidade dos Funcionários Públicos………79

4.5.3. Sistema de Avaliação Desempenho………..81

2ª PARTE: ESTUDO EMPÍRICO………84

Capítulo V: Metodologia da Investigação………84

5.1. O Design de Investigação…………..………...84

5.2. Técnica de Recolha de Dados: Documentais..………85

5.3. Tratamento dos Dados……….……….87

3ª PARTE: ANÁLISE DE DADOS EMPÍRICOS………..88

Capítulo VI: Procedimento de Análise………88

6. 1. Instituições Públicas………88

6. 2. Método da Análise de Dados: Documental………88

6. 3. Sistema Administrativo de Timor – Leste………88

6. 3. 1. Âmbito da Administração Local de Timor – Leste………88

6. 3. 2. Administração Local……….89

6. 3. 3. Pré-desconcentração Administrativa………90

6. 3. 4. Descentralização Administrativa……….92

6. 3. 5. Desconcentração Administrativa……….93

6. 3. 6. Obstáculos………93

6. 3. 7. Valores Culturais……….95

6. 3. 8. Funcionários Públicos………..95

Capítulo VII: Análise de Financiamento do Estado………97

7. 1. Os Setores das Receitas do Estado………..97

7. 2. Crescimento e Inflação do Orçamento do Estado……….99

7. 3. Despesas do Governo por Fundos……….100

7. 4. Financiamento do Ministério da Administração Estatal e Ordenamento do Território (MAEOT).………..101

7. 4. 1. Alocação do Orçamento do Estado para MAEOT por Município………101

7. 4. 2. Despesas do Ministério da Administração Estatal que aloca para os Municípios.……….102

7. 4. 3. Despesas Gerais dos Municípios de Acordo com os Programas (PNDS e PDIM)....……….103

7. 4. 4. Análise do Programa de Desenvolvimento Municipal………106

7. 4. 4. 1. Avaliação de Implementação dos Programas de Desenvolvimento Municipal……….106

7. 4. 4. 2. Análise do Regime de Carreira dos Funcionários Públicos do Município……110

Capítulo VIII: Recursos Humanos e Sistema de Avaliação de Desempenho………111

(8)

viii

8.1. Competências Atribuídas………..111

8. 2. Regime de Carreiras e Vencimentos………112

8. 3. Formação e Capacitação dos Funcionários……….115

8. 4. Sistema de Avaliação de Desempenho………..117

8. 5. Avaliação o Código de Ética e Disciplinar……….118

Capítulo IX: Conclusão………118

9. 1. Principais Conclusões……….118

9. 2. Implicações Para a Prática………..120

9. 3. Limitações do Estudo………..121

9. 4. Investigação Futura………..121

Referências bibliográficas………122

(9)

ix Índice de Tabelas

Tabela I. 1: O resultado de consulta popular 30 de agosto de 1999 em Timor – Leste.12

Tabela II. 2: Expressões-chave da teoria geral do sistema……….24

Tabela II. 3: Procedimento de formação do sistema administrativo de Timor – Leste..34

Tabela II. 4: Modelo organizacional de implementação de programas sociais…………...43

Tabela II. 5: Sucesso de implementação por tipo de política………44

Tabela II. 6: Comparação das abordagens top-down e bottom-up……….45

Tabela II. 7: Níveis de mudança………....60

Tabela IV. 8: Parâmetros de avaliação de desempenho profissional………...83

Tabela V. 9: Design e a amostragem de unidades de recolha de dados…..………86

Tabela VI. 10: Características de cada município………..89

Tabela VI. 11: Evolução dos funcionários públicos em cada município……….96

Tabela VII. 12: PIB real e produção do setor petrolífero entre 2007 e 2012 ($m)……….97

Tabela VII. 13: Receitas domesticas e petrolíferas de 2013 a 2019) ($m)……….98

Tabela VII. 14: Indicador da economia seletada (%)………..………99

Tabela VII. 15: Despesas do governo por fundos ($m)……..……….………..100

Tabela VII.16: Despesas do governo por programa ($m)….………101

Tabela VII. 17: Despesas do MAEOT por municipios ($000)………..102

Tabela VII. 18: Despesas municipais por programas anuais 2015 e 2017 ($m)…………104

Tabela VII. 19: Escalão e o grao dos funcionários públicos do municípios………..………110

Tabela VIII. 20: Categoria das carreiras do regime geral e vencimentos ($)………113

Tabela VIII. 21: Regime de direção e chefia………113

Tabela VIII. 22: Pagamento das horas extraordinárias………..114

Tabela VIII. 23: Pagamento de viagem local dentro do país……….………….114

Tabela VIII. 24: Participantes da formação………...115

Tabela VIII. 25: Corso de alto nível em administração pública……….116

Tabela VIII. 26: Classificação de desempenho……….117

Tabela VIII. 27: Tipo dos casos registados………..118

(10)

x Abreviaturas:

ADB = Asian Development Bank

APODETI = Associação Popular Democrática Timorense AMP = Aliança de Maioria Parlamentar

ASDT = Associação Social Democrata Timorense ATTL = Administração Transitória de Timor – Leste ETTA = East Timor Transitional Administration”

CFP = Comissão da Função Pública

CNRT = Concelho Nacional de Resistência Timorense CAD = Comité de Ajuda aos Desenvolvimentos

DPRF = Despesa Pública e Responsabilização Financeira

DNDAPP = Direção Nacional do desenvolvimento e Avaliação de Políticas Públicas DNFP = Direção Nacional de Finanças e Património

DNPCS = Direção nacional de protocolo e comunicação social DNAL = Direção Nacional da Administração Local

DNRH = Direção Nacional de Recursos Humanos

DGDA = Direção Geral de Descentralização Administrativa DGSC = Direção Geral dos Serviços Corporativos

DL = Desenvolvimento Local DDO = District Development Officer

DNPGFP = Direção Nacional do Planeamento da Gestão da Função Pública DNHOP = Direção Nacional Para a Higiene e Ordem Pública

DGDA = Direção Geral da Descentralização Administrativa DGOU = Direção Geral Para a Organização Urbana

DNAL = Direção Nacional da Administração Local DNT = Direção Nacional de Toponímia

DNMU = Direção Nacional Para a Modalidade Urbana DNFM = Direção Nacional de Finanças Municipais

DNAAS = Direção Nacional de Apoio à Administração dos Sucos DNMA = Direção Nacional Para a Monitorização Administrativa EDTL = Eletricidade de Timor – Leste

FP = Fundo Petrolífero

FDCH = Fundo Desenvolvimento Capital Humano FCTI = Fundo Consolidado Timor – Leste

FED = Fundo Especial de Desenvolvimento

F-FDTL = Força Armada da Libertação Nacional de Timor – Leste (FALENTIL) – Forças de Defesa de Timor – Leste

FRETILIN = Frente Revolucionária de Timor – Leste Independente GPV = Gestão Por Valor

GCRA-RAEOA = Gabinete Coordenador das Relações com a Autoridade da Região Administrativa Especial de Oe-cusse Ambeno

IGAE = Inspeção Geral da Administração Estatal GPM = Gabinete do Primeiro Ministro

INAP = Instituto Nacional da Administração Pública INTERFET = International Force in East Timor

IT = Informação e Tecnologia

MAEOT = Ministério da Administração Estatal e Ordenamento do Território

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xi

MAE = Ministério da Administração Estatal

MPR = Majelis Permusyawaratan Rakyat – sigla Indonésia (Assembleia Consultiva Popular)

MECAE = Ministério do Estado, Coordenador de Assunto Economico MPIE = Ministério de Planeamento e Investimento Estratégico MOPTC = Ministério das Obras Públicas, Transportes e Comunicações MT = Ministério do Turismo

NGP = Nova Gestão Pública

ODM = Objetivos de Desenvolvimento do Milénio OP = Obras Públicas

ORT = Organização Racional do Trabalho

OCDE = Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico PAA = Plano de Ação Anual

PCM = Presidência do Concelho de Ministros PDL = Programa de Desenvolvimento Local

PDIM = Programa de Desenvolvimento Integrado Municipal PED = Plano Estratégico de Desenvolvimento

PEDN = Plano Estratégico de Desenvolvimento Nacional PIB = Produto Interno Bruto

PNDS = Programa Nacional de Desenvolvimento Sucos PALOP = Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa RDTL = República Democrática de Timor – Leste RSE = Rendimento Sustentável Estimado

RAEOA = Região Administrativa Especial de Oé-cusse Ambeno SAIM = Secretariado de Apoio à Instalação dos Municípios UAD = Unidade de Aprovisionamento Descentralizado UAJAT = Unidade de Apoio Jurídico e Acessória Técnica UDT = União Democrático Timorense

UNTL = Universidade Nacional de Timor Lorosaé

UNTAET = United Nations Transitional Administration in East Timor UNAMET = United Nations Assitence Mission in East Timor

UNMISET = United Nations Mission of Support in East Timor

UTIC = Unidade de Tecnologias da Informação e da Comunicação ZEESM = Zona Especial de Economia Social e Mercado

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1 Introdução

Timor – Leste é um novo país do continente Asiático, localizado na parte leste da ilha de Timor, alcançou a sua independência e autodeterminação da ocupação Indonésia em 1999 através de referendo. O território de Timor – Leste abrange uma área mais ou menos de 14.874 km², com o crescimento da população cerca de 1.167.242 habitantes, registado no censo da população de 2015 (governo Timor – Leste, 2015).

Embora seja um país mais novo, Timor – Leste adota o sistema multi-partidário com o Estado de Direito Democrático, soberano, independente e unitário (Constituição da RDTL, 2007). A organização do governo administrativo de Timor – Leste é um sistema presidencialista como a maioria dos outros países. Ficou sob a ocupação da Indonésia durante 24 anos e juridicamente foi declarado como Nação independente no dia 20 de maio, de 2002. Inicialmente, a construção de um novo governo é confrontada com vários obstáculos, tanto nas questões políticas, económicas, educação, justiça, infraestrutura, gestão da organização e administração pública, saúde, na defesa e segurança e assim por diante.

Após o conflito, o governo de Timor – Leste serve de vários modelos e referências de outros países para construir e estabelecer a sua governação. De acordo com a Constituição da República Democrática de Timor – Leste (RDTL) do artigo 67 (2007:22) os órgãos principais do Governo são: presidente da república, parlamento nacional, governo e tribunais, são os órgãos principais do Estado e têm a plena autoridade para desempenhar as suas funções.

As relações entre os órgãos do Estado constituem a parte de um estudo aplicável na Administração Pública, ou seja, a própria administração é um sistema a ser aplicado a qualquer parte da organização. A assistência de um sistema administrativo é imprescindível, apesar do país enfrentar várias dificuldades no processo de construção e nas transformações políticas, económicas e culturais ao longo dos tempos.

Antes da chegada dos Portugueses, Timor – Leste adotou um sistema monárquico. "O primeiro contacto dos portugueses com Timor terá ocorrido em 1515"

(Figueiredo, 2004: 113). Foi um longo período de dominação que durou cerca de quatro séculos e meio (450 anos) da história de Timor Português com uma forma do sistema “administração civil das ultramarinas consignando que as colónias portuguesas, parcelas do território nacional, estão indissoluvelmente ligados à metrópole” (Ribeiro, 1914).

A situação política mundial mudou, com essa mudança política de revolução em Portugal, proporcionou uma oportunidade para o povo de Timor – Leste na determinação do novo destino da Nação através da criação de vários partidos políticos enfrentados por um impasse dos partidos políticos construídos em diferentes ideologias políticas, que por fim resultou numa guerra civil, e o governo da Indonésia aproveitou esta situação para invadir Timor – Leste ilegalmente durante 24 anos. No decorrer, da ocupação Indonésia, em “17 de julho de 1976 o parlamento Indonésia aprovou, por unanimidade, a lei 7/76 que incorpora Timor – Leste como a 27.ª província Indonésia” (Gomes, 2010), mas a estrutura da administração civil ultramarina não se altera substancialmente. Os 13 concelhos portugueses são transformados em

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13 distritos Indonésios e novas divisões administrativas inferiores ao suco são criadas, a unidade de população e a unidade de vizinhos. No mesmo ano, em dezembro de 1976, a Assembleia Geral das Nações Unidas, pela resolução n.º 31/53, rejeita essa integração e considera que o povo timorense não teve ainda a oportunidade para exercer livremente o seu direito à autodeterminação (Gomes, 2010).

Posteriormente, o processo de reforma administrativa em Timor – Leste, a transferência de poder entre a Indonésia e as Nações Unidas assinala o fim da ocupação através da consulta popular e o início da administração internacional, chamando-o (Pureza, 1999), "Administração Transitória das Nações Unidas para Timor – Leste - United Nations Transitional Administration in East Timor (UNTAET)". A importância do papel deste órgão é supervisionar o território de Timor – Leste com a finalidade de proporcionar a segurança, a gestão, e a assistência ao desenvolvimento do país no estabelecimento de transição administrativa.

Consoante o art. 14 do regulamento UNTAE n.º 2001/28 a criação do Concelho de Ministros “Administração Transitória de Timor – Leste (ATTL) é uma entidade que tem como referência à administração pública de Timor – Leste” (Mello, 2001). A necessidade da criação de uma administração transitória para a atribuição gradual do poder político do estado administrativo e económico para os líderes timorenses, instaurada na administração transitória de Timor – Leste. De acordo com Fonseca e Almeida (2015), “East Timor Transitional Administration” (ETTA) é apresentada uma estrutura que integra os timorenses, na estrutura política administrativa de Timor – Leste na preparação da primeira construção de governação, eleição a assembleia constituinte e o presidente da república.

A transformação do poder das Nações Unidas designado na Constituição da República Democrática de Timor – Leste (2007:61) art. 168, “o governo nomeado ao abrigo do regulamento da UNTAET n.º 28/2001 mantém-se em funções até que o primeiro governo constitucional seja nomeado e empossado pelo presidente da república, em conformidade com a Constituição, e o artigo 169, o presidente da república é eleito ao abrigo do regulamento da UNTAET n.º 01/2002, onde assume as competências e cumpre o mandato previsto na constituição” para liderar um país soberano, independente, unido e democrático.

A evolução do sistema administrativo transporta em si a mudança de acordo com as condições e necessidades humanas, incluindo os valores culturais e democráticos e as mudanças políticas que afetaram significativamente, tanto de forma direta ou indireta, portanto o papel do sistema administrativo é melhorar as funções atribuídas às administrações públicas com os diversos movimentos de reforma e a modernização administrativa.

A pretensão de estudar o sistema administrativo e as mudanças de novos sistemas administrativos, bem como a reforma da gestão do estado, reforma da administração local e o ordenamento territorial é uma das várias estratégicas utilizadas pelo governo de Timor – Leste para implementar e promover o conceito de descentralização e desconcentração administrativas.

A implementação do sistema administrativo pré-desconcentração é uma reforma descentralizada. O problema do conceito da descentralização em Timor – Leste é

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precedido num projeto-piloto pré-desconcentração da administrativa nalguns municípios, alargado para outros municípios. Nesse alargamento de pré- desconcentração administrativa de acordo com o guia de pré-desconcentração administrativa do Ministério da Administração Estatal (2013:11) “as administrações distritais e as administrações sub distritais mantêm-se com a criação das estruturas de pré-desconcentração administrativa.” No entanto, há ainda alguns aspetos relevantes pouco considerados pelo governo central, especialmente pelo Ministério da Administração Estatal bem como, a ineficiência e a inconsistência da implementação do sistema administrativo em Timor – Leste.

Neste contexto em particular, surge o meu trabalho de investigação científica intitulado: “Implementação do Sistema de Administração Pública em Timor – Leste: Os obstáculos e os valores culturais.” A minha escolha sobre este tema em específico resultou não apenas sobre o desenvolvimento do estudo em relação à administração central do governo em particular, mas sim em debruçar-me afincadamente e de forma geral sobre a administração local, mais especificamente em conhecer pormenorizadamente a sua implementação, assim como, as suas funções e tarefas.

Sempre na expectativa de que este mesmo estudo e trabalho possa contribuir para o desempenhar das tarefas da administração local, no que concerne ao atendimento de um modo mais eficaz para a comunidade local.

O problema subjacente desta investigação tem como a seguinte pergunta de partida:

Como é a implementação do sistema da administração local?

O objetivo geral da implementação do sistema da Administração Pública pretende-se assim estudar, os obstáculos e os desafios de novos instrumentos de gestão interno nos organismos públicos, particularmente na implementação do sistema de pré-desconcentração e na descentralização administrativa dos poderes locais nos treze municípios em Timor – Leste na expetativa de uma boa governação a todos cidadãos.

Para além, do objetivo geral fixado neste estudo, o pesquisador irá conhecer e analisar os procedimentos acerca da implementação do sistema da administração local, procurando alcançar os seguintes objetivos específicos:

a) Conhecer e entender quais são os pontos fracos e fortes da implementação do sistema da administração local;

b) Conhecer as dificuldades e desafios enfrentados na implementação descentralização administrativa;

c) Entender a reforma da administração local no processo de melhoria contínua.

Relativamente a este estudo, tem como referência a metodologia qualitativa, com base na consulta dos documentos, referências e relatórios oficiais próximos, apresentado como o método do campo o recolhimento de dados bibliográficos ou dados documentais.

Este trabalho comporta três partes essenciais. A primeira parte refere-se à revisão da literatura em que se considera relevante para o desenvolvimento das perguntas de partida. Nesse sentido, o estudo tem como suporte teórico, num

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primeiro momento, uma ideia fundamental de devolução da administração pública (capítulo I) e um conhecimento profundado relativamente aos princípios dos sistemas da administração pública (capítulo II). No segundo momento, aborda um estudo específico do contexto do sistema administrativo de Timor – Leste (capítulo III) e por último, discutir específicamente a implementação do sistema pré-desconcentração administrativa em Timor – Leste (capítulo IV).

Na segunda parte é apresentado um estudo empírico, a metodologia da investigação (capítulo V) como um critério científico do trabalho académico. Sucede-se um estudo de bibliografia ou estudo de documentação, composto de revisão de literatura, o design de investigação, técnica de recolha de dados e tratamento de dados. Na terceira parte faz-se um procedimento de análise de dados (capítulo VI) método de análise de dados documental, sistema administrativo de Timor – Leste, âmbito da administração local, pré-desconcentração administrativa, descentralização administrativa, obstáculos, valores culturais e funcionários públicos, e uma análise de financiamento do estado (capítulo VII), numa primeira fase é analisado os setores das receitas do estado, crescimento e inflação do orçamento do estado, despesas do governo que aloca para os municípios, avaliação dos programas de desenvolvimento municipal e análise do regime de carreira dos funcionários públicos. Recursos humanos e sistema de avaliação de desempenho (capítulo VIII), faz-se ainda uma análise a competência atribuídas, regime de carreira e vencimento, formação e capacitação dos funcionários, sistema de avaliação de desempenho e avaliação o código de ética e disciplinar e por fim, conclusões, principais conclusões, implicações para a prática, limitações de estudo e investigação futura (capítulo IX).

1ª PARTE: REVISÃO DE LITERATURA

Capítulo I: Evolução Histórica da Administração Pública

A Administração Pública existiu na organização como um conjunto de necessidades coletivas, organizadas, estruturadas, a divisão de tarefas e separação dos poderes entre o poder legislativo, executivo e judicativo. De acordo com a organização do estado e o desenvolvimento histórico da Administração Pública, distingue as três formas: (1) Monarquia ou governo de um só (que pode redundar em tirania), (2) Aristocracia ou governo de uma elite (que pode descambar em oligarquia), (3) Democracia ou governo do povo (que pode degenerar em anarquia), (Chiavenato, 2004), significa que a evolução aconteceu de acordo com a mudança da humanidade e conhecimento humano para garantir sobrevivência numa boa governação.

O Estado oriente foi construído diferentemente do estado Grego, também do Estado Romano, Estado medieval e por fim construiu-se o conceito de Estado moderno (Amaral, 2010).

De acordo com a evolução histórica da Administração Pública, várias são as características diferentes, no estado oriental do terceiro ao primeiro milénio a. C.

desenvolveu um estado que verdadeiramente nascem as primeiras administrações públicas dignas e os detentores do poder político compreenderam bem as necessidades vitais civilizações e da população. Diferente com o estado Grego, antiguidade clássica do século VI ao século III a. C. Construído o conceito de cidade –

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estado ou pólis, indica o povo ou conjunto dos cidadãos, como centro da vida política, e este conceito pela primeira vez na história na prática da democracia que os cidadãos gozam intensamente de direitos de participação política, mas só restritamente dispõe de liberdade pessoal, reduzidas as garantias individuais face ao estado (Amaral, 2010).

O estado Romano era diferente de outros países, no quadro da antiguidade clássica, em especial do século II a. C. ao século IV d. C. Evolução característica das formas do governo da monarquia à república, e desta ao império. Progressiva inserção de todas as classes sociais na vida política, extensão da cidadania a todos os habitantes do império. Reforço relativo das garantias individuais face ao estado, aparecimento, como o cristianismo, da noção de pessoa e do primado da dignidade da pessoa humana e início da problemática das relações entre a Igreja e o Estado (Amaral, 2010).

O estado medieval formou os principais aspetos políticos da descentralização política do estado, com o feudalismo ou regime senhorial para privatização do poder político. Durante a idade média, e apesar da fragmentação do poder político provocado pelo feudalismo menos pronunciadamente, pelo regime senhorial com alguns sinais evidenciam a presença da administração pública na vida coletiva (Amaral, 2010).

A última evolução da administração pública terminou no conceito de estado moderno. Este tipo tem o característico da idade moderna e contemporânea, Jean Bodin 1576 considerado como o pioneiro de estado moderno, promoveu os conceitos de centralização do poder político, pela definição precisa dos limites territoriais do estado, pela afirmação da soberania do estado (Amaral, 2010). Com base deste tipo, claramente colocado ao serviço de acordo com as funções do estado de direito democrático.

Em relação às mudanças da Administração Pública as primeiras da história nascem quando imperadores constituem sob a sua imediata os órgãos do estado. A Administração Pública como atividade característica dos poderes públicos, surge assim sob o signo do intervencionismo económico, não em nome de uma qualquer limitação do poder para defesa ou proteção dos particulares (Amaral, 2010), assim também não só defendeu os grupos elites do poder monárquico, mas as mudanças administrativas deram as mesmas oportunidades a todos os cidadãos.

Na mesma época histórica, a criação de órgãos e serviços centrais junto do imperador, a divisão do território em áreas ou zonas onde são instalados os delegados locais do poder central, adoção de medidas e práticas fiscalizadoras da atividade particulares e assunção pelos poderes públicos de responsabilidades diretas no campo económico, social e cultural (Amaral, 2010:51-52). Assim, as mudanças da Administração Pública atravessaram algumas fases difíceis, iniciou-se como estado monárquico com características clássicas, passou ao estado medieval e até à modernização de estado e Administração Pública.

1. 1. Órgão da Administração Pública

O desenvolvimento da Administração Pública abrange todas as áreas da vida humana e como o conjunto de necessidades coletivas e satisfação a todos. De acordo com (Amaral, 2010:28) “em síntese de necessidades coletivas que podemos reconduzir

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a três espécies fundamentais, a segurança, a cultura e o bem-estar.” Portanto, as preocupações com a administração como um processo, manejamento e administração pública. O procedimento administrativo que falha e mais complexo questiona-se sempre a eficiência de serviço da administração para simplificar a burocracia do atendimento aos cidadãos. Por outro lado, a administração cobre todas as áreas do governo e relaciona-se também com o atendimento público, mas o problema que enfrenta pelo serviço administração pública “é demasiado lenta e complicada por excessos de burocracia” (Amaral, 2010:29).

A presença da administração pública tem um relacionamento com o ambiente social e elementos culturais onde influenciam a performance da administração pública com vários sentidos como o sentido de organização, o sentido subjetivo e o sentido objetivo. Amaral (2010:29) descreve dois casos, “no primeiro caso a expressão é empregada no sentido de organização, administração pública surge aí como sinonimo de organização administrativa. É a administração pública em sentido orgânico-ou noutra formulação em sentido subjetivo. No segundo caso, utiliza-se a expressão no sentido de atividade, administração pública aparece então como sinonima de atividade administrativa. É a administração pública em sentido material – ou como também se diz em sentido objetivo.” Cada vez mais confundimos administração pública e governo, claro que administração pública consiste fundamentalmente na organização dos serviços do estado, enquanto o governo como uma forma da organização de trabalho composto de órgãos executivos, legislativos e judicativos.

A Administração Pública foca-se acima de tudo na organização dos serviços do governo executando-os através dos ministérios, dos departamentos direções e de repartições públicas, mas a administração pública não se limita ao serviço do estado.

Contudo a administração pública tem a sua égide para outras instituições. Segundo Amaral (2010:30-31) “claro que todo isso pertence à administração pública, o estado é a principal entidade de entre as que integram a administração, o governo é o mais importante órgão administrativo do país, os ministérios, direções-gerais e repartições são serviços da maior relevância no panorama administrativo, e os funcionários civis são decerto o maior corpo de elementos humanos ao serviço da administração.”

Em síntese, a Administração Pública existe na organização do estado ou privado com os recursos materiais e humanos para alcançar os objetivos comuns. De acordo com Amaral (2010:33) a Administração Pública “é o sistema de órgãos, serviços e agentes do estado, bem como das demais pessoas coletivas públicas, que asseguram em nome da coletividade a satisfação regular e contínua das necessidades coletivas de segurança, cultura e bem-estar” para todos os cidadãos.

1. 2. Evolução Histórica da Administração Pública de Timor – Leste

A independência de Timor – Leste, proclamada pela Frente Revolucionária de Timor – Leste Independente (FRETILIN) em 28 de novembro de 1975, vê-se internacionalmente reconhecida a 20 de maio de 2002, uma vez concretizada a libertação do povo timorense da colonização e da ocupação ilegal do território de Timor – Leste (Constituição República Democrática de Timor – Leste, 2007).

Antigamente, a organização administrativa tradicional de Timor – Leste praticamente adotou o sistema do feudalismo. Significa que “a organização política

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administrativa tradicional timorense revelava uma feição para feudal, cuja estrutura em forma de pirâmide tinha no vértice o liurai – rei, entidade máxima da hierarquia do poder. O domínio que lhe correspondia era um reino ou um regulado, compreendendo um determinado povo” (Figueiredo, 2004: 70), onde o poder do alto nível antes da chegada dos portugueses em Timor, o líder era o rei sendo o único líder ou governante.

“Na estrutura hierárquica, os chefes do suco, designado um executivo, que governavam um conjunto de povoações, estava também um dato ou tumungão.

Muitas vezes o indivíduo mais velho assume esta posição e cada uma destas divisões era um elemento da estrutura política administrativa comum a todos os grupos etnolinguísticos existentes no território” (Figueiredo, 2004: 71). As pessoas designadas têm o poder natureza para organizar, governar e reunir a comunidade. A hierarquia tradicional mais baixa e próxima da comunidade são os chefes do suco e os líderes rituais.

A segunda década corresponde à presença dos portugueses na ilha de Timor, de onde a parte de ocidental pertencia à Indonésia – Holanda e a parte oriental pertencia a Timor – Leste ou Portugal. As divisões desta região acordaram, através do contrato que fizeram entre as duas partes em 1859 fizeram um tratado firmado entre Portugal e Holanda onde se fixou a fronteira entre Timor Português ou atual Timor – Leste e o Timor Holandês ou Timor Ocidental, (Governo de Timor – Leste, 2016).

O primeiro contacto cultural de Timor com a cultura portuguesa é muito contraditório em termos de cultura religiosa. A vida das sociedades tradicionais timorenses impregnadas pelo sagrado, nomeadamente existem "terras sagradas (rai- lúlic), árvores sagradas (ai-lúlic), pedras sagradas (fatuc-lúlic), fontes sagradas (bé- lúlic), montes sagrados (foho-lúlic), casas sagradas (uma-lúlic), os donos do sagrado (lúlic na'in), etc. A realização de festas e ritos religiosos visavam "fazer o sagrado" ou "

fazer o estilo'' (halo-lúlic). Por isso, havia estilos das chuvas, das casas, das hortas, dos mortos, (Figueiredo, 2004: 103). Por outro lado, o primeiro contacto com a cristianização é muito diferente, começando a ensinar a religião católica que foi pela primeira vez disseminada e expandida no território de Timor por missionários portugueses.

Mais tarde, “no 3º quartel do século XVI chegaram a Timor os primeiros frades dominicanos portugueses, através dos quais se vai desenvolvendo uma progressiva influência religiosa, ao mesmo tempo que se vai estabelecendo a dominação portuguesa” (Governo de Timor – Leste, 2016). Na época da presença portuguesa em Timor, a primeira influência foi para os reis locais com o sentido de apoio para assegurar a segurança nas relações sociais com a comunidade local, e gradualmente os portugueses foram dominando as populações através da religião, em seguida, começou-se a aplicar o sistema de governação portuguesa.

Para estabelecimento de uma governação de feição civil, introduzido por parte da administração portuguesa foi estabelecido no século XVIII, em que simultaneamente um reforço do pendor militarista que se refletiu na própria estrutura política administrativa indígena. As entidades locais assumem os cargos equivalentes aos graus militares como por exemplo “o chefe de povoação recebia o de capitão, o

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chefe de suco o de major, o rei o de coronel e havendo vice régulo, o de tenente- coronel. Às pessoas que desempenhavam outras funções dentro do reino eram ainda conferidos os postos de sargento-mor, tenente e alferes. Esta hierarquização militar, introduzida pelo colonizador, funcionava em sobreposição com a tradicional. Refira-se também que os varões das famílias de rei e de coronel tinham o título de principais do reino - uma espécie de notáveis, com grande influência política e social.” (Figueiredo 2004:71)

Portanto, a estrutura política da administração era portuguesa, onde foram dados o cargo de militarista na realização das suas funções e obrigações de acordo com os regulamentos militares que facilmente dominam as populações a serem leais ao dirigente. Esta estrutura política administrativa é menos rentável para as populações, e mais favorável para os grupos elites locais e de interesses coloniais. Este problema convida a atenção de muitas pessoas a refletir sobre uma mudança do sistema de boa governação, a fim de prestar melhores serviços administrativos para a comunidade em geral.

A mudança da estrutura política administrativa tradicional mudou radicalmente quando “depois da revolta de 1911 – 1912, verificou-se uma crescente incorporação da administração indígena na colonial, esvaziando os poderes dos liurais e dos outros titulares nas respetivas áreas de jurisdição. Tal constituiu uma alteração radical na estrutura tradicional do sistema político-administrativo indígena que, durante séculos, funcionara em paralelo com a administração colonial portuguesa. Posteriormente, a divisão administrativa levada a efeito pelo Estado novo fez desaparecer os reinos e os liurais tornaram-se autênticas figuras decorativas. A política de integração havia atingido então o seu pleno desenvolvimento” (Figueiredo 2004:73).

O estado novo de Timor foi construído quando aparece a perspetiva de uma nova província ultramarina com atribuições dos governadores civis que ligam o metropolitano e a província ultramarina, isto com base da “decisão dos dirigentes políticos metropolitanos, mais uma vez, parecia clara: entregar a manutenção de Timor, pelo menos predominantemente” (Figueiredo 2004:287).

Concretamente, a administração da província ultramarina regula no próprio diploma legal, feito pelo “decreto de 15 de outubro de 1896, foi constituído o distrito de Timor, passando este a ser autónomo e a ficar diretamente ligado ao governo da metrópole” (Figueiredo 2004:431). Com a concessão da autonomia, o governador foi incumbido de elaborar um projeto de organização do território, tendo em conta o carácter específico da colónia. Os órgãos e competências da administração civil da colónia eram assegurados pelo governador e, como no caso de Timor e Macau dependente até 1896 (Figueiredo 2004:434).

Em 1897, foram determinados os órgãos competentes do governo civil com diferentes competências: “o governo, sendo o governador assistido por um conselho de distrito, a que presidia. Deste faziam parte: os secretários do governo e da Fazenda, o delegado do procurador da Coroa e Fazenda, e um comerciante ou proprietário, escolhido entre os doze principais cidadãos de Díli. Este órgão tinha como competências: julgar em primeira instância as contas dos exactores de fazenda e os recursos contra as decisões das comissões municipais dos concelhos criados, e emitir

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voto consultivo sobre todos os assuntos em que o governador o solicitasse”

(Figueiredo 2004:435).

Neste contexto, enfrentou muitas problemáticas na organização e orientação da administração província ultramarina para se tornar mais eficaz, porque "em geral foram limitadas, lentas e tardias, as repercussões da implantação do liberalismo em Portugal, concretamente nas áreas da administração e da justiça, muito por força das hesitações e das dificuldades em conciliar uma visão do todo nacional com a especificidade de cada uma das partes" (Figueiredo 2004:291).

Uma grande preocupação do governo português reside no facto de como organizar as províncias ultramarinas, nomeadamente como democratizar, descolonizar e desenvolver o novo modelo político para dar uma autodeterminação às províncias ultramarinas. Para responder a esta situação, Portugal mudou o regime político de descolonização em 27 de julho de 1974 com efeito da lei n.º 7/74 foi dado o direito dos territórios ultramarinos portugueses à independência e à autodeterminação, nomeadamente como consta no artigo 1.º e 2.º as seguintes:

(a) o princípio de que a solução das guerras no ultramar é política e não militar, consagrado no n.º 8, alínea a), do capítulo B do Programa do Movimento das Forças Armadas, implica, de acordo com a carta das Nações Unidas, o reconhecimento por Portugal do direito dos povos à autodeterminação, e

(b) o reconhecimento do direito à autodeterminação, com todas as suas consequências, inclui a aceitação da independência dos territórios ultramarinos e a derrogação da parte correspondente do artigo 1.º da Constituição Política de 1933, (Lei n.º 7/74 de 27 de julho, 1974).

Com base neste decreto, devem-se respeitar todos os direitos à autodeterminação das colónias portuguesas, promovendo assim o exercício desse direito, criando uma comissão para a autodeterminação de Timor.

Nesta ocasião, surge então uma boa oportunidade para determinar o estatuto político de Timor com um período de transição, em maio de 1975 prepara "um projeto das autoridades de Lisboa foi apresentado aos principais partidos timorenses e, depois de ouvi-los em 11 de julho a lei que previa a nomeação de um alto comissário português, e, em outubro do mesmo ano, a eleição de uma assembleia popular para definir o seu estatuto político. O diploma previa um período de transição de cerca de três anos” (Governo de Timor – Leste, 2016).

Os timorenses começaram em marcha um programa local de progressiva descolonização através de uma reforma administrativa e a realização de eleições para a administradores regionais do concelho por processo democrático, e nunca aceitaram a integração no país da Indonésia. Para qualquer observador independente que visitasse o território de Timor, era possível verificar que a esmagadora maioria dos timorenses recusavam totalmente a integração da Indonésia, alegando as diferenças culturais como uma das principais razões de fundo desta recusa.

Por adiante, o governo português autorizou, para a criação de partidos políticos em Timor:

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(1) União Democrática Timorense – UDT, que preconizava a integração de Timor numa comunidade de língua portuguesa.

(2) Associação Social Democrata Timorense – ASDT depois transformada em Frente Revolucionária de Timor – Leste Independente (FRETILIN), com o princípio de defesa ao direito à independência.

(3) Associação Popular Democrática Timorense – APODETI, propunha a integração com autonomia na comunidade Indonésia (Governo de Timor – Leste, 2016).

Diferenciações das ideologias políticas dos partidos políticos timorenses, tornarem-se as principais questões que fizeram despoletar a guerra civil quando “em 28 de novembro de 1975 dá-se a proclamação unilateral da Independência de Timor – Leste pela FRETILIN, e com esta proclamação da independência tem também o início a guerra civil” (Governo de Timor – Leste, 2016). E assim, proporcionar uma oportunidade à Indonésia para invadir Timor – Leste, porque existem ambições territoriais e "recebeu o apoio tácito do governo norte-americano que via a FRETILIN como uma organização de orientação marxista” (Governo de Timor – Leste, 2016).

Uma situação política difícil para consolidar diferenças ideológicas, de modo que a Indonésia aproveitou esta situação para invadir violentamente Timor – Leste. Não apenas por este motivo, mas também por uma ambição geopolítica, económica e geográfica territorial situada perto da Indonésia.

Na terceira década, datada em 7 de dezembro de 1975, a Indonésia invade Timor – Leste, as tropas indonésias atacam a fronteira terrestre como o alvo principal da operação, capital de Díli e outros lugares base de apoio e gradualmente as forças armadas indonésias dominam o território de Timor – Leste. Esta situação está a prejudicar totalmente o sistema administrativo de Timor – Leste, sempre em mudança devido a interesses políticos e devido à interminável guerra da década, com mais uma década antes. Levou pouco tempo, até o governo da Indonésia cooperar com as figuras integracionistas de Timor – Leste com o governo de Jacarta e, finalmente, emitiu uma lei nº 7, de 1976, relativa à ratificação da unificação de Timor – Leste no estado unitário da Indonésia, (Joko Hadi Yantoko, 2010). Por outro lado, a Indonésia não se importou com a proclamação da independência de Timor – Leste pelo partido FRETILIN que maioria os timorenses quiseram.

Portanto, a Indonésia emitiu o Regulamento do Governo n.º 19 de 1976, relativo à criação da região de nível provincial em Timor – Leste e reafirmou através da prestação MPR Nº. VI / MPR / 1976 que confirmou o território da união de Timor – Leste em 17 de julho de 1976 no território do Estado unitário da Indonésia. O processo de integração baseia-se na Declaração de Balibo, assinada em 30 de novembro de 1975, pelas pró-integracionistas de Timor – Leste. Declaração e disposições de cima tornada a base de uma reivindicação pelo governo indonésio, (Joko Hadi Yantoko, 2010).

Com base no regulamento nº 19 de 1976, o governo da Indonésia reivindicou legitimamente que Timor – Leste emitisse, um regulamento em pormenor sobre o estado e a composição do nível provincial do governo em Timor – Leste que é dividido administrativamente em 13 distritos em conformidade com a região administrativa, com base anteriormente o governo português havia definido no sistema administrativo da província ultramarina, (Joko Hadi Yantoko, 2010). A política inicial do

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governo Indonésio no processo do desenvolvimento administrativo em Timor – Leste gradualmente mudou com base no programa periódico de capacitação e habilidades aos funcionários com o objetivo de compreender o sistema administrativo vigente na Indonésia. Deste modo, o governo local de Timor – Leste esteve pronto para realizar o sistema administrativo oferecido pelo governo central da Indonésia para competir com outras províncias no território da Indonésia.

A competição do desenvolvimento entre província de Timor – Leste com outras províncias da Indonésia é menor ao nível da concorrência leal, porque consideram o território de Timor – Leste como o território da operação militar das forças armadas da Indonésia. Democraticamente, as populações timorenses não sentem a sua liberdade por causa de pressões, torturas, homicídios, violações, sequestros, violação dos direitos humanos e transferências forçadas de população do seu lugar para outro para que se tornem possível e facilmente controladas pelas forças armadas da Indonésia durante o período de 1974 a 1999 (United Nations, 2009:13). O sofrimento que os timorenses sentiram durante a luta da libertação resultou na realidade à sua independência e ao direito ao referendo como demonstração de uma verdadeira democracia para determinar a autodeterminação da libertação pátria de Timor – Leste.

Na quarta década o processo de construção de um novo país de Timor – Leste começou com o acordo entre as partes envolvidas, Portugal, Indonésia e o Conselho de Segurança das Nações Unidas que concordaram em resolver o problema de Timor – Leste, através da consulta popular com duas opções, a saber autónomo especial com a Indonésia ou independência total. O acordo desenvolveu através de um longo processo de negociações diplomáticas entre Portugal e Indonésia, concluíram três acordos em Nova Iorque a 5 de maio de 1999:

1. Acorde entre a República da Indonésia e a República Portuguesa quanto à questão de Timor – Leste.

2. Acordo relativo às modalidades da consulta popular ao povo de Timor – Leste através de uma votação direta, e

3. Consulta popular em Timor – Leste, acordo sobre segurança, (República Democrática de Timor – Leste, (2009).

Este acordo, administrativamente o Secretário-geral das Nações Unidas propõe a criação das Nações Unidas em Timor – Leste, chamado United Nations Assitence Mission in East Timor – UNAMET. Este órgão tem a missão de organizar e realizar a consulta popular. Esta missão é composta por 241 membros do staff internacional, 420 voluntários das nações unidas (funcionários eleitorais), 280 polícias civis, 50 oficiais de ligação militar e cerca de 4.000 funcionários timorenses contratados localmente, (República Democrática de Timor – Leste, (2009).

Opção da independência total como os últimos passos da libertação nacional de Timor – Leste. Segundo José Júlio Pereira Gomes (2002:1), a 30 de agosto de 1999, no final de um processo marcado pela intimidação e violência, os timorenses decidem-se pela independência. De um total de 451.796 eleitores recenseados, votam 446.953, ou seja cerca de 98,9%. Dos votos validamente expressos, 344.580 (78,5%) optam pela independência e 94.388 (21,5%), pela autonomia, como visto na seguinte tabela.

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Tabela I. 1: O resultado de consulta popular 30 de agosto de 1999 em Timor – Leste Recenseados Centro de

recenseamento

Mesa de voto

Valor de Votos

(%)

Total 451,796 213 885 445,953 98,9%

Votos válidos 438,968 98,2%

Votos inválidos 7,985 1,8 %

Favor autonomia 94,388 21,5%

Favor

independência

344,580 78,5 % Fonte: República Democrática de Timor – Leste, (2009). Os últimos passos da libertação nacional, cronologia, 10º aniversário da consulta popular de 30 de agosto de 1999.

Esta vitória culminou numa violência brutal cometida pelos militares indonésios e pelas milícias pró-autonomia que atacaram as populações, os staffs internacionais e locais. Cometeram crimes graves, assassinatos e massacres contra as populações pró- independência. Por outro lado, as populações pró-independência viram-se também forçadas a evacuar para a Indonésia. Esta situação implicou uma destruição do sistema administrativo em Timor – Leste, que politicamente sempre teve um impacto sobre a mudança no período de construção do novo país.

Apesar de enfrentar muitos desafios na construção de um novo estado, mas com a vontade de reconciliação e consenso político fornecer um entendimento comum entre os líderes políticos de Timor – Leste para projetar um sistema de governo e da administração do estado mais eficiente e eficaz. Na primeira instalação do novo sistema administrativo em Timor – Leste depois da consulta popular, e mais importante para melhoria nas situações difíceis que enfrenta é estruturação um sistema administrativo do estado eficaz e melhoramento económico, criação de uma situação política favorável entre a pró-independência e pró-autonomia através da reconciliação, repatriamento dos refugiados e garantias de seguranças. Além disso, a reabilitação das infra-estruturas públicas e privadas que demolido pelas milícias e forças armadas pró-Indonésia irresponsáveis são importantes para facilitar o atendimento público após independência. A criação da organização administrativa após a consulta popular supervisionados diretamente pelo representante especial do Secretário-Geral das Nações Unidas e através da “Resolução 1264 autorizando o estabelecimento de uma força internacional para Timor – Leste (International Force in East Timor - INTERFET) para manutenção da paz” (Gorjão, 2002: 171).

Política de criação administrativa transitória começou com o representante especial do Secretário-Geral (doravante designado por Administrador Transitório), usando da faculdade que lhe é conferida pela Resolução 1272 de 1999 do Conselho de Segurança das Nações Unidas, de 25 de outubro de 1999, reafirmada pela Resolução 1338 de 2001 do Conselho de Segurança das Nações Unidas, de 31 de janeiro de 2001, tendo em consideração o Regulamento n.º 1999/1 da Administração Transitória das Nações Unidas em Timor – Leste (UNTAET), de 27 de novembro, sobre os Poderes da Administração Transitória em Timor – Leste, bem como o Regulamento n.º 2001/28 da UNTAET, de 19 de setembro, sobre o Estabelecimento do Conselho de Ministros,

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atuando para incrementar a participação e a responsabilidade dos timorenses na definição das políticas governativas, agora reforçada na sua legitimidade democrática na sequência das eleições para a Assembleia Constituinte. Sublinhando que a formação do Segundo Governo Transitório de Timor – Leste (doravante designado por Governo) é um acontecimento de grande relevância porquanto este novo Executivo é composto, na sua totalidade, por membros timorenses, o que representa mais um importante passo na transferência progressiva do poder para o povo de Timor – Leste, (United Nations Transitional Administration in East Timor - UNTAET, 2001).

A criação da administração pública de Timor – Leste com base da mesma resolução 1272 no artigo 2º define “a Administração Pública de Timor – Leste é uma entidade pública jurídica. Ela inclui os departamentos e gabinetes da Administração Transitória de Timor-Leste, assim como quaisquer outras unidades especificadas pelo Administrador Transitório em instrumento separado, independentemente de tais unidades organizacionais terem sido criadas separadamente por Regulamento da UNTAET”, (United Nations Transitional Administration in East Timor - UNTAET, 2001).

A missão de órgão UNTAET toma conta da administração do território, situação que veio a ser alterada com o estabelecimento do concelho consultivo nacional composto por representante dos vários segmentos da sociedade timorenses que regulamenta a criação do gabinete de transição, constituído por líderes timorenses e representantes da UNTAET. O papel da UNTAET toma a responsabilidade geral pela administração de Timor – Leste e com competência para exercer todos os poderes legislativos e executivos, incluindo a administração da justiça, com o mandato descrito na resolução, (United Nations Transitional Administration in East Timor - UNTAET, 2001).

Além da UNTAET, as elites timorenses constituído o concelho consultivo nacional com base de regulamento n.º 2/1999 para aconselhar a UNTAET nos diversos assuntos relacionados com as funções executivas e legislativas. A composição do concelho consultivo nacional composto por 15 membros, nomeadamente administrador do transitório, 3 membros da UNTAET, 11 timorenses, em que 7 membros compostos do Concelho Nacional de Resistência Timorense – CNRT e 3 representantes de grupos políticos independentes do CNRT que existiam antes de 30 de agosto de 1999 e 1 elemento da Igreja Católica (Sérgio Vieira de Mello, 1999).

O concelho cria comités setoriais conjuntos para elevar a sua capacidade de prestar assessoriamente ideal ao administrado transitório, e os membros dos comités compostos por especialistas timorenses e internacionais. Além de especialistas, sem prejuízo o comité cria outros órgãos, composto pelo setor agricultura, educação, ambiente, finanças e macroeconómico, saúde, direitos humanos, infraestrutura, administração local e recursos naturais. O membro do concelho incluirá o administrador transitório, três outros membros da UNTAET e os membros nomeados pelo administrador transitório (Sérgio Vieira de Mello, 1999).

O procedimento de consulta entre os membros do consultivo vai avançar até o estabelecimento da Assembleia Constituinte substitui assim o gabinete de transição como primeiro órgão exclusivamente timorense responsável pela administração do território e decreta a constituição da República Democrática de Timor – Leste. A

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