• Nenhum resultado encontrado

Rev. Bras. Reumatol. vol.57 número4

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2018

Share "Rev. Bras. Reumatol. vol.57 número4"

Copied!
5
0
0

Texto

(1)

ww w . r e u m a t o l o g i a . c o m . b r

REVISTA

BRASILEIRA

DE

REUMATOLOGIA

Artigo

de

Revisão

Febre

reumática:

atualizac¸ão

dos

critérios

de

Jones

à

luz

da

revisão

da

American

Heart

Association

2015

Breno

Álvares

de

Faria

Pereira

a,∗

,

Alinne

Rodrigues

Belo

a

e

Nilzio

Antônio

da

Silva

b aUniversidadeFederaldeGoiás(UFG),FaculdadedeMedicina,DepartamentodePediatria,Goiânia,GO,Brasil

bUniversidadeFederaldeGoiás(UFG),FaculdadedeMedicina,Goiânia,GO,Brasil

informações

sobre

o

artigo

Históricodoartigo:

Recebidoem5dejunhode2016 Aceitoem20dedezembrode2016

On-lineem6demarçode2017

Palavras-chave:

Infância Cardite Febrereumática CritériosdeJones Classificac¸ão

r

e

s

u

m

o

Afebrereumáticaaindaéumadoenc¸aprevalentenostemposatuais,sobretudonos paí-sesemdesenvolvimento.Deflagradaporumainfecc¸ãopeloStreptococcus␤-hemolíticodo grupoA,podeafetarpacientesgeneticamentepredispostos.Acarditereumáticaéamais importantedasmanifestac¸õesclínicas,podegerar sequelasincapacitantese degrande impactoparaoindivíduoe paraasociedade.Atualmente,seudiagnósticoéfeito base-adonosCritériosdeJones,estabelecidosem1992pelaAmericanHeartAssociation(AHA).Em 2015,aAHAprocedeuaumasignificativarevisãodessescritérios,comnovosparâmetros erecomendac¸õesdiagnósticas.Nopresenteestudo,osautoresfazemumaanálisecrítica dessanovarevisãoeenfatizamospontosdemaiorrelevânciaparaapráticaclínica.

©2017PublicadoporElsevierEditoraLtda.Este ´eumartigoOpenAccesssobuma licenc¸aCCBY-NC-ND(http://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0/).

Rheumatic

fever:

update

on

the

Jones

criteria

according

to

the

American

Heart

Association

review

2015

Keywords:

Childhood Carditis Rheumaticfever Jonescriteria Classification

a

b

s

t

r

a

c

t

Rheumaticfeverisstillcurrentlyaprevalentdisease,especiallyindevelopingcountries. TriggeredbyaGroupA␤-hemolyticStreptococcusinfection,thediseasemayaffectgenetically predisposedpatients.Rheumaticcarditisisthemostimportantofitsclinical manifesta-tions,whichcangenerateincapacitatingsequelaeofgreatimpactfortheindividualand forsociety.Currently,itsdiagnosisismadebasedontheJonesCriteria,establishedin1992 bytheAmericanHeartAssociation(AHA).In2015,theAHAcarriedoutasignificantreview ofthesecriteria,withnewdiagnosticparametersandrecommendations.Inthepresent study,theauthorsperformacriticalanalysisofthisnewreview,emphasizingthemost relevantpointsforclinicalpractice.

©2017PublishedbyElsevierEditoraLtda.ThisisanopenaccessarticleundertheCC BY-NC-NDlicense(http://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0/).

Autorparacorrespondência.

E-mail:faria.breno@hotmail.com(B.Á.Pereira).

http://dx.doi.org/10.1016/j.rbr.2016.12.005

0482-5004/© 2017 Publicado por Elsevier Editora Ltda. Este ´e um artigo Open Access sob uma licenc¸a CC BY-NC-ND (http://

(2)

Introduc¸ão

A febre reumática (FR) é uma doenc¸a inflamatória, sis-têmica, deflagrada pelo agente infeccioso Streptococcus

␤-hemolíticodo grupoA, queocorre empessoas genetica-mentepredispostas. Amanifestac¸ão clínicamaisrelevante dadoenc¸aécardíacaesecaracteriza,namaioriadasvezes, porvalvulite, em especial das valvas mitral e aórtica,que podesecronificareoriginarsequelasincapacitantes.

Osníveisdeevidênciaindicadosaolongodotextosãoos referendadospeloProjetoDiretrizesdoConselhoFederalde Medicina(CFM)comaAssociac¸ãoMédicaBrasileira(AMB)e listadosnatabela1.

Diagnóstico

Atualmente,odiagnósticodefebrereumáticaaindasebaseia emumgrupodecritérios:oscritériosdeJones.Essescritérios foramrevistosaintervalosirregularesporassociac¸ões médi-casamericanas–correntemente,aAmericanHeartAssociation

(AHA).Deacordocomaúltimarevisão,publicadaem2015,1

foramfeitasduasprincipaismudanc¸asemrelac¸ãoaogrupo decritériosatéentãovigentes,de1992.2

Aprimeiraconsistiuemumaestratificac¸ãodosindivíduos suscetíveisemdoisgrupos, baseadaemconsiderac¸ões epi-demiológicasderiscoparaseadquiriradoenc¸a.Considera-se grupodebaixoriscoaqueleemqueaincidênciadeFRémenor doque2/100.000escolares(entre5-14anos)poranoouque tenhaumaprevalênciadecarditereumáticacrônicaem qual-quergrupoetáriomenorouiguala1/1.000porano.Crianc¸as pertencentesacomunidadescomníveissuperiores aesses teriamriscomoderadoaaltoparaadquiriradoenc¸a.

Asegundaimportantealterac¸ãofoiincluirapossibilidade deseusaremoscritériosdeJonesparafazerdiagnósticode recidivasdefebrereumática(atéentãoasuafinalidadeera somentediagnosticarepisódiosiniciaisdadoenc¸a).

- NodiagnósticodesurtosiniciaisdeFR:

Paraosindivíduosdebaixorisco,ainterpretac¸ãodos crité-riosdiagnósticospermaneceamesmadarevisãoantecedente aesta,de1992.2Nessescasos,ter-se-áaltaprobabilidadede

umsurtoinicial(1◦episódio)defebrereumáticaquando,na

evidênciadeinfecc¸ãopréviapeloStreptococcus␤-hemolíticodo grupoA,sepreencheremdoiscritériosmaioresouummaior edoismenores.

Alémdisso,independentementedaclassificac¸ãoderisco, passou-seaconsiderarosachadosecodopplercardiográficos

sugestivos de cardite – ainda que não acompanhados por soproououtrossinaisclínicos(a“carditesubclínica”) como suficientesparacontemplarumsinalmaiordoscritérios.

Notocanteaoenvolvimentoarticular,paraosindivíduos de risco moderado a alto, a poliartralgia e a monoartrite (enãoapenasapoliartrite,comodantes)passaramtambéma sersuficientescomoumoutrosinalmaiordoscritérios. Ade-mais,monoartralgiatambémpassouaserconsideradacomo umsinalmenorparaessegrupoderisco.

Emambos osgrupos derisco nãohouve alterac¸õesnos demaissinaismenoresdoscritérios.Coreiaisolada,de etiolo-gianãodefinida,continuaasersuficienteparaodiagnóstico, mesmonaausênciadasoutrasmanifestac¸ões1(D).

- Nodiagnósticoderecidivasdadoenc¸a(FRrecorrente):

Para pacientesquejátenhamtidoo surtoinicialdeFR, oscritériospermanecemosmesmosrelacionadosacimapara aspopulac¸õesdebaixoriscoederiscomoderadoaalto–o quemudaéonúmeromínimodecritériosaserem preenchi-dos.Para essesindivíduos,além dopreenchimentode dois critériosmaioresoudeummaioredoismenores(comono surtoinicial),pode-seconsiderartambémapossibilidadedo preenchimentodetrêscritériosmenorescomodiagnósticode recidivadadoenc¸a,independentementedogrupoderiscoa queopacientepertenc¸a(tabela2).

Existem algumas características peculiares às manifestac¸ões clínicas de febre reumática que, quando encontradas,elevamovalorpreditivopositivodorespectivo achado.Emboranãosepossadizerquehajaumquadroclínico típicodefebrereumática,asformasdeacometimentomais comunssão:

• Artrite – as grandes articulac¸ões, como joelhos,

cotove-los,punhosetornozelos,sãoasmaisafetadas.Opadrão doenvolvimentoémigratórioetotalmenteresolutivo,na maiorpartedasvezes,nãodeixasequelas.Éexcelentea respostaaosinflamatóriosnãohormonais,comremissão dossintomasem48-72horas1,3(D)4(B).

• Cardite–ofolhetoatingidoéoendocárdioemmaisde90%

doscasos,naformadeinsuficiênciamitral,manifesta-se comosoprosistólicoapical.Emaproximadamentemetade dasvezes,podeseracompanhadadesoprodiastólicobasal, decorrente de insuficiência aórtica. A concomitância de insuficiênciamitraleaórticaemumpacientepreviamente sadioéaltamentesugestivadefebrereumática. Ocasional-mente,miocarditeepericarditepodemestarpresentes.Na ausênciadevalvulite,essasmanifestac¸õessãoexcepcionais nafebrereumática1(D)4(B)5(D)6(B).

Tabela1–Níveldeevidênciacientíficaportipodeestudo–OxfordCentreforEvidence-basedMedicine–última atualizac¸ãomaiode200119

Grauderecomendac¸ão Forc¸adeevidênciacientífica

A Estudosexperimentaisouobservacionaisdemelhorconsistência B Estudosexperimentaisouobservacionaisdemenorconsistência C Relatosdecasosestudosnãocontrolados

(3)

Tabela2–CritériosdeJones–Revisão2015

1◦surtodeFR:

-2critériosmaiores;ou -1maior+2menores

RecidivadeFR(FRrecorrente): -2critériosmaiores;ou -1maior+2menores;ou -3menores

Critérios

Populac¸õesdebaixorisco Populac¸õesderisco moderado/alto

Critériosmaiores:

-Cardite(clínicaousubclínica); -Artrite(apenaspoliartrite); -Coreia;

-Eritemamarginado; -Nódulosubcutâneo

Critériosmaiores:

-Cardite(clínicaousubclínica); -Artrite(poliartrite,

poliartralgiae/oumonoartrite); -Coreia;

-Eritemamarginado; -Nódulosubcutâneo

Critériosmenores:

-Poliartralgia -Febre(≥38,5◦C)

-Elevac¸ãodeVHS(≥60mmna

1ahora)e/ouPCR3mg/dL (ou>quevalordereferência indicado)

-IntervaloPRprolongado, corrigidoparaaidade(só quandonãohouvercardite)

Critériosmenores:

-Monoartralgia -Febre(≥38◦C)

-Elevac¸ãodeVHS(≥60mmna

1ahora)e/ouPCR3mg/dL (ou>quevalordereferência indicado)

-IntervaloPRprolongado, corrigidoparaaidade(só quandonãohouvercardite)

Comprovada evidência de infecc¸ão prévia pelo Streptococcus

B-hemolíticodogrupo-A(culturapositivadeorofaringe, positivi-dadeemtestesrápidosdedetecc¸ãodeantígenosestreptocócicos, títuloselevadosdeanticorposantiestreptocócicos).

• Coreia–movimentosdesordenados,involuntários,

abrup-tos, de grupos musculares estriados esqueléticos. As

queixassãodetropec¸osàdeambulac¸ão,falaarrastadaou “enrolada”,deixarcairoujogarobjetos,comopratos,copos, cadernoseescritaruim.Atingemaisosexofeminino,na faixaetáriadaadolescência.Hámuitalabilidadeemocional, comfacilidadeparaalternânciaentrechoroeriso.Impõe-se odiagnósticodiferencialcomlúpuseritematososistêmico, emespecialnoscasosdedifícilcontroleterapêutico1,3(D). • Eritemamarginadoenódulossubcutâneos–sãoraros,mas

altamenteespecíficosdefebrereumática.Oeritema margi-nadoéumalesãomacularcomhalohiperemiadoecentro opaco.Geralmentenãoé pruriginosoepoupaa face.Os nódulos subcutâneos são indolores e estão usualmente localizados nas superfícies extensoras das articulac¸ões e ao longo dos tendões. Estão associados à presenc¸a decardite1,3,7–9(D).

• Examescomplementares:

◦ Há elevac¸ão dos reagentes séricos da fase aguda da

inflamac¸ão, velocidade de hemossedimentac¸ão e pro-teínaC-reativasãomanifestac¸ões menoresda doenc¸a. Leucocitose e leve anemia são frequentes achados inespecíficos1,3,7–9(D).

◦ Antiestreptolisina-O–métodomaisusadoemnossopaís

para evidenciar umainfecc¸ão prévia pelo Streptococcus

␤-hemolíticodogrupoA.Oidealseriaquecada comu-nidade promovesse estudosquepudessemestabelecer quaisníveis,oupontosdecorte,desdeanticorpo deve-riamserconsideradoselevados.Comoessanãoénossa realidade atual, consideram-se, para crianc¸as, níveis acimade320UToddcomoelevados.Outrosmétodosde

documentac¸ãodeinfecc¸ãoprecedentepeloStreptococcus

␤-hemolíticodogrupoAestãolistadosnatabela21(D). ◦ Antidexirribonuclease B – a exemplo da

antiestreptolisina-O, é outro anticorpo contra pro-dutoestreptocócico,maspersisteemníveiselevadospor maistemponosorodepacientescomfebrereumática. Como a coreia frequentemente ocorre meses depois dainfecc¸ãopeloStreptococcus␤-hemolíticodogrupoA, tempercentualdepositividademaiordoqueosoutros métodosdedocumentac¸ãodessainfecc¸ãoempacientes comessamanifestac¸ãoclínica8,9(D).

◦ Ecodopplercardiograma–éconsideravelmentemais

sen-síveldo quea auscultapara detectar lesões cardíacas valvulares na fase agudada doenc¸a.Quando disponí-vel,devesersolicitadoemtodososcasossuspeitosde febrereumáticaafimdesedetectaremlesõesvalvulares “silenciosas”10(D)11(A)12–14(B).

Tratamento

Aprimeiramedidaterapêuticaéaerradicac¸ãodoagente infec-ciosodeflagrador,oStreptococcus␤-hemolíticodogrupoA15(D):

penicilinabenzatina,IM,1.200.000U,paracrianc¸ascompeso maiorde20kg;600.000Uparacrianc¸ascompesoaté20kg.

Opc¸ões

• Para pacientes com doenc¸as hemorrágicas (não podem

receber medicac¸ões IM): penicilina-V oral (50mg/kg/dia, quatrotomadas)ouamoxicilina(50mg/kg/dia,trêstomadas diárias),ambaspor10dias.

• Para pacientes atópicos à penicilina e derivados:

eritro-micina (40mg/kg/dia, quatro tomadas, por 10 dias) ou azitromicina,(20mg/kg/dia,umavezaodia,portrêsdias). Não devem ser usados tetraciclinas (alta prevalência de resistência),sulfonamidas(nãoerradicamoagente), cloran-fenicol(altatoxicidade)15(D).

Tratamentodasdistintasmanifestac¸õesclínicas:

• Artrite3,8(D):anti-inflamatóriosnãohormonaispor

aproxi-madamente7-10dias,VO,preferencialmente:

◦ Ácidoacetilsalicílico(80-100mg/kg/dia); ◦ Naproxeno(10-20mg/kg/dia);

◦ Ibuprofeno(30-40mg/kg/dia); ◦ Cetoprofeno(1,5mg/kg/dia)

• Cardite3(D):prednisona(1a2mg/kg/dia),VO,máximode

60mg/dia. Usar dose plena, fracionada em duas ou três tomadasdiárias,durante15dias;depois,reduzir20%a25% dadose,porsemana.

• Obs.: em caso de artrite e cardite concomitantemente,

nãohánecessidadedesefazer usodeanti-inflamatórios nãohormonais;quandosepromoveareduc¸ãogradualda prednisona,nãoénecessáriointroduziranti-inflamatórios nãohormonais,desdequeseprocurenãoultrapassar25% emcadareduc¸ãosemanal.

• Coreia: haloperidol, VO, na dose de 1mg/dia (e não por

(4)

movimentos)ouatédosemáximade5mg/dia.Durac¸ãodo tratamentoportrêsmeses3(D)16(B).

Obs.: doses próximas à dose máxima podem cau-sarimpregnac¸ão ou síndrome extrapiramidal. Como opc¸ão indica-seoácidovalproico(30mg/kg/dia,VO,10mg/kg/diano inícioeaumentade10mg/kgsemanalmente)3(D)17(B).

Profilaxia

Profilaxiaprimária–reconhecimentoetratamentoadequados das infecc¸ões de vias aéreas superiores, como faringo--amigdalites, causadas pelo Streptococcus ␤-hemolítico do grupoA.Arecomendac¸ãodeantibióticoséamesmausadana erradicac¸ãodoagentequandodotratamento,comodescrito acima15(D).

Profilaxiasecundária–usoperiódicoeporlongoprazode antibióticosquemantenhamconcentrac¸õesinibitórias míni-masparaoStreptococcus␤-hemolíticodogrupoA,paraimpedir recidivasdefebrereumáticaempacientesquejá apresenta-ramumprimeirosurtodadoenc¸a.Adrogamaisusadaemais efetivaé:

• Penicilina benzatina, IM, a cada 21 dias, 1.200.000 U,

paracrianc¸ascompesomaiordoque20kge600.000Upara crianc¸ascompesoaté20kg.

Comoopc¸ão,indica-separa:

• Pacientescomdoenc¸ashemorrágicas(nãopodemreceber

medicac¸ões IM):penicilina-Voral(250mg,duas vezesao dia,todososdias).

• Pacientes atópicos à penicilina ederivados: eritromicina

(250mg, duas vezes por dia) ou sulfadiazina (500mg parapacientesaté30kg,1gparamaioresde30kg),ambas emtodososdias15(D).

Durac¸ãodaprofilaxiasecundária:

• Pacientes que não apresentaram cardite – a profilaxia

deve durar até os 21 anos ou até cinco anos após o últimoepisódio,emcasosderecidivas.Aopc¸ãoquedurar mais.

• Pacientesqueapresentaramcarditepréviacomlesãovalvar

moderadaasevera–aprofilaxiadeveduraratéos40anos ouaté10anosapósoúltimoepisódio,emcasoderecidivas (aopc¸ãoquedurarmais);enoscasosemquepersistiro riscodereinfecc¸ão(altoriscodeexposic¸ãoaoStreptococcus

␤-hemolíticodogrupoA),aprofilaxiadevedurarportodaa vida.

• Pacientesqueapresentaramcarditepréviacom

insuficiên-cia mitral leve residual ouresoluc¸ão da lesão valvar – a profilaxia deveduraraté os25anosouaté 10anosapós oúltimosurto,aopc¸ãoquecobrirmaiorperíodo15(D).

Obs.:Osantibióticose/ouposologiasaquirelacionadosnão sãoeficazesnaprofilaxiadeendocarditeinfecciosa.Os pacien-tesqueapresentamlesõesorovalvularesdevemsesubmeter aesquemasprofiláticosespecíficos18(D).

Conclusão

A revisãodos critérios de Jones incorporoumudanc¸as que havia muito eram reivindicadas pela comunidade médica. Trêsforamospilares principaisdessarevisão.Emprimeiro lugar,foiincluída,noscritériosdeJones,apossibilidadedo diagnósticoderecidivasdefebrereumática–antesa finali-dadedoscritérioseradiagnosticarapenasoprimeiroepisódio. A recidiva da doenc¸a pode agora ser diagnosticada com a presenc¸adetrêscritériosmenores.

Asegundaalterac¸ãofoiadivisãodosindivíduossuscetíveis àfebrereumáticaemdoisgrandesgruposbaseadana preva-lênciadadoenc¸a(umdebaixoriscoeoutroderiscomoderado a alto). Para os indivíduosque têm risco moderadoa alto, manifestac¸ões articulares“atípicas” foram incluídas, tanto noscritériosmaiores(poliartrite,poliartralgiae/ou monoar-trite),quantonosmenores(monoartralgia).

E,porfim,considerando-seasinúmeraspublicac¸õesnos últimosanosacercadotema,passou-seaconsideraracardite subclínica,diagnosticadaatravésde alterac¸õesno ecocardi-ograma,comoumcritériomaiorparaodiagnósticodefebre reumática–enãosomenteacarditeclínica(presenc¸adesopro) comoanteriormente.

Assim,considerandoaaltaprevalênciadadoenc¸a, espe-cialmente nos países em desenvolvimento, a revisão dos critériosdeJonesfoiumaimportantemedidaparaaumentar asensibilidadediagnóstica,resultaassimnoreconhecimento mais precoce da doenc¸a, em um melhor desfecho clínico para o indivíduo e, consequentemente, em uma reduc¸ão doimpactosocialdessaenfermidade.

Conflitos

de

interesse

Osautoresdeclaramnãohaverconflitosdeinteresse.

r

e

f

e

r

ê

n

c

i

a

s

1.GewitzMH,BaltimoreRS,TaniLY.RevisionoftheJones

criteriaforthediagnosisofacuterheumaticfeverintheera

ofdopplerechocardiography.Ascientificstatementfromthe

AmericanHeartAssociation.Circulation.2015;131:1806–18.

2.DajaniAS,AyoubE,BiermanFZ.Guidelinesfordiagnosisof

rheumaticfever:Jonescriteria.Updated1992.Circulation.

1993;87:302–7.

3.daSilvaNA,PereiraBA.Acuterheumaticfever:stilla

challenge.RheumDisClinNorthAm.1997;23:545–68.

4.BitarFF,HayekP,ObeidM,GharzeddineW,MikatiM,

DbaiboGS.Rheumaticfeverinchildren:a15-yearexperience

inadevelopingcountry.PediatrCardiol.2000;21:119–22.

5.MarijonE,MirabelM,CelermajerDS,JouvenX.Rheumatic

heartdisease.Lancet.2012;379:953–64.

6.AraújoFD,GoulartEM,MeiraZM.Prognosticvalueofclinical

andDopplerechocardiographicfindingsinchildrenand

adolescentswithsignificantrheumaticvalvulardisease.Ann

PediatrCardiol.2012;5:120–6.

7.CommerfordPJ,MayosiBM.Acuterheumaticfever.Medicine.

2006;34:239–43.

8.ChakravartySD,ZabriskieJB,GibofskyA.Acuterheumatic

feverandstreptococci:thequintessentialpathogenictrigger

(5)

9. Guzman-CottrillJA,JaggiP,ShulmanST.Acuterheumatic

fever:clinicalaspectsandinsightsintopathogenesisand

prevention.ClinApplImmunolRev.2004;4:263–76.

10.SaxenaA.Diagnosisofrheumaticfever:currentstatusof

Jonescriteriaandroleofechocardiography.IndianJPediatr.

2000;67:283–6.

11.MirabelM,FauchierT,BacquelinR,TaffletM,GermainA,

RobillardC,etal.Echocardiographyscreeningtodetect

rheumaticheartdisease:acohortstudyschoolchildrenin

FrenchPacificislands.IntJCardiol.2015;188:89–95.

12.FigueroaFE,FernandezMS,ValdesP,WilsonC,LanasF,

CarrionF,etal.Prospectivecomparisonofclinicaland

echocardiographicdiagnosisofrheumaticcarditis:longterm

followupofpatientwithsubclinicaldisease.Heart.

2001;85:407–10.

13.HilárioMO,AndradeJL,GasparianAB,CarvalhoAC,

AndradeCT,LenCA.Thevalueofechocardiographyinthe

diagnosisandfollowupofrheumaticcarditisinchildrenand

adolescents:a2yearprospectivestudy.JRheumatol.

2000;27:1082–6.

14.KaneA,MirabelM,TouréK,PérierMC,FazaaS,TaffletM,

etal.Echocardiographicscreeningofrheumaticheart

disease:agematters.IntJCardiol.2013;168:888–91.

15.BarbosaPJB,MülleRE,AndradeJP,BragaALL,AchuttiAC,

RamosAIO,etal.Diretrizesbrasileirasparadiagnóstico,

tratamentoeprevenc¸ãodefebrereumática.ArqBrasCardiol.

2009;93:1–18.

16.TumasV,CaldasCT,SantosAC,NobreA,FernandesRMF.

Sydenham’schorea:clinicalobservationsfromaBrazilian

movementdisorderclinic.ParkinsonismandRelatDisord.

2007;13:276–83.

17.GenelF,ArslanogluS,UranN,SaylanB.Sydenham’schorea:

clinicalfindingsandcomparisonoftheefficaciesofsodium

valproateandcarbamazepineregimens.BrainDev.

2002;24:73–6.

18.WilsonW,TaubertKA,GewitzM,LockhartPB,BaddourLM,

LevisonM,etal.Preventionofinfectiveendocarditis.

GuidelinesfromtheAmericanHeartAssociation:aguideline

fromtheAmericanHeartAssociationRheumaticFever,

Endocarditis,andKawasakiDiseaseCommittee,Councilon

CardiovascularDiseaseintheYoung,CouncilonClinical

Cardiology,CouncilonCardiovascularSurgeryand

Anesthesia,andtheQualityofCareandOutcomesResearch

InterdisciplinaryWorkingGroup.Circulation.

2007;116:1736–54.

19.BaracatEC,JateneFB,NobreMCR,BernardoWM.Projeto Diretrizes.Availablefromwww.projetodiretrizes.org.br/

projetodiretrizes/textointrodutorio.pdf[AccessedinMarch

Imagem

Tabela 1 – Nível de evidência científica por tipo de estudo – Oxford Centre for Evidence-based Medicine – última atualizac¸ão maio de 2001 19
Tabela 2 – Critérios de Jones – Revisão 2015 1 ◦ surto de FR: - 2 critérios maiores; ou - 1 maior + 2 menores Recidiva de FR (FR recorrente):-2critériosmaiores;ou-1maior+2menores;ou - 3 menores Critérios

Referências

Documentos relacionados

É por isso que as perguntas deste estudo foram: “Qual é a relac¸ão entre as crenc¸as de medo e evitac¸ão e a dor e incapacidade em mexicanos com lombalgia crônica?” e

Background: Fear-avoidance beliefs are related to the prognosis of chronicity in low back pain in subacute stages, however in chronic pain, is no clear the influence of these

Independentemente do tipo de anti-TNF, os pacientes podem ser divididos em quatro categorias com base no nível de fármaco e na presenc¸a de ADAb: 53 (54,1%) pacientes apre- sentavam

Irrespective of the type of TNF inhibitor, patients could be divided into four categories based on drug level and the pres- ence of ADAbs: 53 (54.1%) patients had an adequate drug

seguintes observac¸ões: 1) Os grupos AR-PN, AR-SP e AR-OB têm níveis semelhantes de citocinas pró-inflamatórias e esses são significativamente mais elevados do que no grupo OB (figs.

≥ 30.0 (kg/m 2 ); NW, subjects normal weight; OB, subjects with obesity; RA, patients with Rheumatoid arthritis; RA w/wo OB, total RA patients with or without obesity; RA NW,

As seguintes características dos pacientes incluídos foram registradas: idade de início dos sintomas, intervalo de tempo entre o início dos sintomas e o diagnóstico de neoplasia,

of symptoms, time elapsed between the onset of symptoms and the diagnosis of malignancy, initial signs and symptoms, laboratory tests, such as: blood count, erythrocyte sedimenta-