www.bjorl.org
Brazilian
Journal
of
OTORHINOLARYNGOLOGY
ARTIGO
ORIGINAL
Obstructive
sleep
apnea
in
postmenopausal
women:
a
comparative
study
using
drug
induced
sleep
endoscopy
夽
Soo
Kweon
Koo
a,∗,
Gun
Young
Ahn
b,
Jang
Won
Choi
a,
Young
Jun
Kim
a,
Sung
Hoon
Jung
a,
Ji
Seung
Moon
ae
Young
Il
Lee
caBusanSaintMary’sHospital,DepartmentofOtorhinolaryngology,Busan,CoreiadoSul bUlsanHanaENTHospital,Ulsan,CoreiadoSul
cGoodSamsunHospital,DepartmentofOccupationalandEnvironmentalMedicine,Busan,CoreiadoSul
Recebidoem2dedezembrode2015;aceitoem23demarçode2016 DisponívelnaInternetem24demarçode2017
KEYWORDS
Sleepapnea syndrome; Endoscopy; Gender; Menopause
Abstract
Introduction:ThekeytosuccessfultreatmentofOSASistoindividuallytailorsuchtreatment. Thus,itisveryimportanttodeterminetheseverity ofOSAS,itspattern,andtheextentof collapse,bygender,age,andBMI.
Objective: Theobjectiveofthestudywastounderstandthecharacteristicsofobstructivesleep apneainpostmenopausalwomenbycomparingpostmenopausalandpremenopausalsubjects, andmen,usingDISE.Wehopethatourworkwillhelpthemedicalcommunitytoconsulton, diagnose,andtreatOSASmoreeffectively.
Methods:Atotalof273patients(195malesand78females)diagnosedwithOSASwere enrol-led.Femalepatientsweredividedintopre-menopausal(n=41)andpost-menopausalpatients (n=37).The groupofpost-menopausal femalepatients was matched with agroupofmale patients withsimilar ageandbody massindex(BMI).DISE findingswere comparedbetween pre-menopausalfemalepatientsandpost-menopausalfemalepatients,andalsobetween post--menopausalfemalepatientsandmalepatientsmatchedforageandBMI.
Results:UponPSGexamination,post-menopausalpatients(whohadasignificantlyhigherBMI thandidpre-menopausalpatients;25.6kg/m2vs.23.5kg/m2;p=0.019)tendedtohaveahigher
AHIandalowerlowestSaO2,butthedifferencesdidnotattainstatisticalsignificance.With
DISEanalysis,post-menopausalfemalepatientsshowedhighervaluesinallobstructionsites,
DOIserefereaoartigo:http://dx.doi.org/10.1016/j.bjorl.2016.03.011
夽 Comocitaresteartigo:KooSK,AhnGY,ChoiJW,KimYJ,JungSH,MoonJS,etal.Obstructivesleepapneainpostmenopausalwomen:
acomparativestudyusingdruginducedsleependoscopy.BrazJOtorhinolaryngol.2017;83:285---91.
∗Autorparacorrespondência.
E-mail:koosookweon@naver.com(S.K.Koo).
ArevisãoporparesédaresponsabilidadedaAssociac¸ãoBrasileiradeOtorrinolaringologiaeCirurgiaCérvico-Facial.
withsignificantlyhighervalueinlateraldiameterofretropalatal(1.49vs.0.90;p=0.001)and retrolinguallevels(1.14vs.0.61;p=0.003)comparedtopre-menopausalfemalespatients. Post--menopausalfemalepatientsshowedsignificantlymoreretrolingualcollapse(antero-posterior, AP,p≤0.0001, andlateral diameter,p=0.042) inthelower BMIgroup (BMI<25)and more
concentricretropalatalcollapse(lateraldiameter,p=0.017andtonsillarobstruction,p=0.003) inhigherBMIgroup(BMI≥25)thanBMIandagematchedmalepatients.
Conclusion:Post-menopausalfemalepatientsshowedadifferentpatternofairwayobstruction comparedtopre-menopausalfemalepatientsandmalepatientsmatchedforageandBMIbased onDISEfindings.
© 2016 Associac¸˜ao Brasileira de Otorrinolaringologia e Cirurgia C´ervico-Facial. Published by Elsevier Editora Ltda. This is an open access article under the CC BY license (http:// creativecommons.org/licenses/by/4.0/).
PALAVRAS-CHAVE
Síndromedaapneia dosono;
Endoscopia; Gênero; Menopausa
Apneiaobstrutivadosonoemmulheresnapós-menopausa:estudocomparativo usandoendoscopiadosonoinduzidoporfármaco
Resumo
Introduc¸ão:Achaveparaosucessodotratamentodasíndromedaapneiaobstrutivadosono (SAOS)éadaptarindividualmenteessetratamento.Assim,émuitoimportantedeterminara gravidadedaSAOS,seupadrãoeamedidadocolapso,porsexo,idadeeIMC.
Objetivo:O objetivo doestudo foicompreender ascaracterísticas daapneia obstrutiva do sonoemmulheresnapós-menopausa,comparandoestascaracterísticasentremulheresna pós--menopausaepré-menopausa,ehomens,utilizandoendoscopiadosonoinduzidoporfármacos (DISE).Esperamos queonossoestudoajude acomunidademédicaadiagnosticaretratara SAOSdemaneiramaiseficaz.
Método: Foramrecrutados273pacientes(195dosexomasculinoe78dofeminino)com diag-nósticodeSAOS.Aspacientesdosexofemininoforamdivididasempacientesnapré-menopausa (n=41)enapós-menopausa(n=37).Ogrupodepacientesdosexofemininonapós-menopausa foipareadacomumgrupodepacientesdosexomasculinocomidadeeÍndicedeMassaCorporal (IMC)semelhantes.OsachadosdaDISEforamcomparadosentreaspacientesdosexofeminino napré-menopausaeaspacientesdosexofemininopós-menopausaetambémentrepacientes dosexofemininonapós-menopausaepacientesdosexomasculinopareadosporidadeeIMC.
Resultados: Aoexame de PSG, aspacientesnapós-menopausa (quetinham um IMC signifi-cativamente maior doque as pacientes na pré-menopausa; 25,6vs.23,5kg/m2; p=0,019)
tenderamaterum IAHsuperioreumasaturac¸ãoarterialdeoxigênio(SaO2)mínimamenor,
masasdiferenc¸asnãoatingiramsignificânciaestatística.NaanálisedoDISE,pacientesdosexo femininopós-menopausaapresentaramvaloresmaiselevadosemtodososlocaisdeobstruc¸ão, comum valorsignificativamente maiordediâmetrolateraldosníveis retropalatal(1,49 vs. 0,90;p=0,001)eretrolingual(1,14vs.0,61;p=0,003)emcomparac¸ãocompacientesdosexo femininonapré-menopausa.Aspacientesdosexofemininonapós-menopausa apresentaram colapsosignificativamentemaisretrolingual(anteroposterior,AP,p≤0,0001ediâmetrolateral, p=0,042)nogrupodeIMCmenor(IMC<25)ecolapsoretropalatalmaisconcêntrico (diâme-trolateral,p=0,017eobstruc¸ãotonsilar,p=0,003)nogrupodemaiorIMC(IMC≥25)doque
pacientesdosexomasculinopareadosporIMCeidade.
Conclusão:CombasenosachadosdoDISE,aspacientesdosexofemininonapós-menopausa apresentaram umpadrão diferentede obstruc¸ão dasviasrespiratóriasemcomparac¸ãocom pacientesdosexofemininonapré-menopausaecomospacientesdosexomasculinopareados poridadeeIMC.
© 2016 Associac¸˜ao Brasileira de Otorrinolaringologia e Cirurgia C´ervico-Facial. Publicado por Elsevier Editora Ltda. Este ´e um artigo Open Access sob uma licenc¸a CC BY (http:// creativecommons.org/licenses/by/4.0/).
Introduc
¸ão
Váriosestudospopulacionaisemdiferentesregiões geográfi-casegruposétnicostêmrelatadoaprevalênciadedistúrbios
váriosestudos,aincidênciadeSAOSemmulheresaumenta após a menopausa.1,2 Assim, alémde diferenc¸as entre os sexos,aincidênciadeSAOSpodesercausadapelainfluência dehormôniosquemudamcomaidade,composic¸ãoraciale diferenc¸asnadieta.
As opc¸õesdetratamento paraa SAOSincluemcontrole depeso,usodemáquinaparapressãopositivacontínuadas viasrespiratórias(CPAP)etratamentocirúrgico;noentanto, a chave para o sucesso está em ter um plano de trata-mento personalizado. A esse respeito, de acordo com o sexo e a idade, a determinac¸ão dagravidade da SAOS,o padrãoeograudecolapsodasviasrespiratóriassãomuito importantesnaadaptac¸ãoindividualdeumtratamento.Um estudocomparativodaSAOSentrehomensemulherescom base no estado fisiológico natural do sono dos indivíduos aindanãofoifeito.Anasoendoscopiadosonooua endosco-piadosonoinduzidoporfármacos(DISE),introduzidapela primeiravezporCroftePringle,3em 1991,éum procedi-mento queusa umnasoendoscópioflexível paravisualizar asviasrespiratóriassuperiores sobsedac¸ão. ADISEavalia alocalizac¸ãodevibrac¸ãoecolapsoempacientescomDRS. VárioscentrosatualmentefazemaDISEemclínicasdesono. EmboraaDISEtenhaalgumaslimitac¸ões,comoperíodo res-trito deobservac¸ão e múltiplossistemas de classificac¸ão, ela aborda o estado fisiológico natural do sono mais do quequalqueroutraferramentadediagnósticodisponívelno momento.4
AchaveparaosucessodotratamentodeSAOSé adaptá--loindividualmente.Assim,émuitoimportantedeterminar agravidadedaSAOS,oseupadrãoeaextensãodocolapso por sexo,idade e IMC, deforma aconstruir umplano de tratamento personalizado. A menopausa está associada a importantes alterac¸ões físicas e hormonais em mulheres e, portanto, deve ser considerada no planejamento das abordagensterapêuticas.Buscou-secompreenderas carac-terísticas da apneia obstrutiva do sono em mulheres na pós-menopausa, comparar mulheres na pós-menopausa e pré-menopausaecomhomens,comaDISE.Esperamosque o nossotrabalhoajude a comunidademédicaa consultar, diagnosticaretrataraSAOSdemaneiramaiseficaz.
Método
Selec¸ãodepacienteseavaliac¸ãoderesultados
Oestudoretrospectivoobservacionalfoiconduzidoemnosso Departamento de Otorrinolaringologia, no qual a DISE foi feitaporum examinador em 273indivíduos (195 homens, idademédiade41,1anos;e78mulherescomidademédia de46,0anos),pacientescomSAOSconsecutivosde2013a 2014.
Antes daDISE, todosos pacientes foramsubmetidos a exame minucioso da orelha, nariz e garganta, com foco nas alterac¸ões nasais, tamanho das tonsilas, aspecto da úvula e palato e tamanho da língua. Sua história clínica foilevantada.Todosospacientesforamsubmetidosa polis-sonografia durante toda a noite (PSG, WEE-1000K, Nihon Kohden,Japão).Para minimizaroviésmorfológico, foram excluídos os pacientes com anomalias estruturais esque-léticas,tais como aquelescom retrognatismo ouretrusão maxilar graves. Além disso, para excluir viés introduzido pelo tamanho das tonsilas, foram excluídos os pacientes
com tonsilas de graus III e IV. Os pacientes que tinham sidosubmetidos a cirurgia dopalato moleou língua tam-bémforamexcluídos. Após-menopausafoi definida como umapacientesemmenstruac¸ãohaviamaisdeumanoeas mulherespós-menopausaemterapiadereposic¸ãohormonal também foram excluídas. Os grupos femininos consisti-ramem 41 pacientesdosexofeminino na pré-menopausa (idademédiade36,7anos)e37pacientesnapós-menopausa (idademédiade56,3anos).Todasaspacientesdosexo femi-ninopós-menopausatinhammaisde50anos.Indivíduoscom umIMC de 25 a 29,9 foramconsiderados com sobrepeso, enquantoosindivíduoscomumIMCde30foram classifica-doscomoobesos.5Oslimitesdepareamentoforam50anos oumaisparaidadee25kg/m2oumaisparaoIMC.
De acordo com esses critérios, foram comparados os achados da DISE entre pacientes do sexo feminino pré-menopausa e pós-menopausa, ouentremulheres pós--menopausaehomenspacientespareadosporidade (mais de50anos)eIMC.
Endoscopiadosonoinduzidoporfármacos esistemadeclassificac¸ão
Todososprocedimentos deDISEforam feitospelo mesmo otorrinolaringologista em uma sala de operac¸ão semies-curaesilenciosa,comcadapacientedeitadoemdecúbito dorsal. Osono foi induzidopor administrac¸ãointravenosa demidazolamcommonitorac¸ãorespiratória.Oanestesista lentamentetitulou o fármaco a 0,07mg/kg por paciente; bólusde1-2,5mgforamadministrados(paraummáximode 7,5mgporpaciente),comumsistemadeinfusãocontrolada. Umbólus extra quasesempre foi necessário para pacien-tesqueestavamextremamentenervosos.Após opaciente estarprofundamenteadormecidoosuficientepararoncar, terapresentadoobstruc¸õeserespondidolentamenteauma glabelaleveouaestímuloauditivointenso(níveldeescala desedac¸ão5deRamsay),6umvideolaringoscópioflexívelde 4mm dediâmetro foisuavemente introduzido pelonariz. As imagens de vídeo de todos os procedimentos de DISE foramposteriormenteavaliadasporumúnico otorrinolarin-gologista.
Frequentemente fazemos DISE no pós-operatório para observar a extensão da melhoria após a cirurgia; proce-dimentos pré-operatórios são principalmente de natureza diagnóstica.
Cadaprocedimentolevouentre20-30min.Quando pos-sível,foifeitoapenasumciclo,depoisdeumapreparac¸ão cuidadosa,paraminimizaroriscodecomplicac¸ões respira-tórias.
Tabela1 Sistemadeclassificac¸ãoDISE
Níveldeobstruc¸ão Configurac¸ãoa
DiâmetroAP Diâmetrolateral Estruturacontribuinte
Retropalatal PalatoAP LPW Tonsila
0/1/2 0/1/2 0/1/2
Retrolingual BasedalínguaAP LPW Epiglote
0/1/2 0/1/2 0/1/2
AP,anteroposterior.
aGraudeobstruc¸ãotemumnúmeroparacadaestrutura:0,semobstruc¸ão(semvibrac¸ão);1,obstruc¸ãoparcial(vibrac¸ão,50-75%);
2,obstruc¸ãocompleta(colapso,>75%). AdaptadodeKooetal.7.
lateral)eepiglote(estruturaespecíficaparacontribuirpara a obstruc¸ão). O grau de obstruc¸ão das vias aéreas foi categorizado como sem obstruc¸ão (classificado como 0), obstruc¸ãoparcial(classificadocomo1;50-75%obstruc¸ão)e obstruc¸ãocompleta(classificadocomo2,>75%)(tabela1).
Análiseestatística
Adiferenc¸aentreosgruposdepacientesfemininose mas-culinosfoiavaliada deacordo comosachados deDISE.O testetdeStudentfoiusadoparacompararIMC,índicede apneia-hipopneia(IAH) emenor saturac¸ão arterialde oxi-gênio(SaO2)entrepacientesdosexomasculinoefeminino.
OtesteUdeMann-Whitney foiusadoquandoosdadosnão eramdistribuídosnormalmente.Todosostestesestatísticos foramfeitoscomo programa SPSSversão18.0(SPSS Inc., ChicagoIL, EUA). A significânciaestatística foi alcanc¸ada quandoovalorperamenordoque0,05.
O protocolode pesquisa foi analisado e aprovado pelo
InstitutionalReviewBoard(IRBnúmerodeaprovac¸ão BSM 2014-131).
Resultados
Os dados demográficos dos pacientes estão resumidos na tabela 2, com 273 indivíduos (195 homens, idade médiade 41,1 anos;e 78 mulheres, com idade médiade 46,0anos).OspacientesdosexomasculinotinhamIMC sig-nificativamentemaior(26,0vs.24,5;p=0,001),maiorIAH
(23,2 vs. 13,9; p=0,001) e menor SaO2 mínima (79,6 vs.
83,2; p=0,026). As idades médias dos pacientes do sexo femininonapré-menopausaepós-menopausaforam36,7e 56,3anos, respectivamente.NaPSG,aspacientesna pós--menopausa (que tinham um IMC significativamente mais elevado do que aspacientes na pré-menopausa; 25,6 vs.
23,5kg/m2; p=0,019)tendiama terumIAH maioreuma menorSaO2mínima,masasdiferenc¸asnãoatingiram
signi-ficânciaestatística(tabela2).
Ascomparac¸õesentreospacientesdosexofemininona préepós-menopausa,deacordocomachadodaDISE,estão resumidasnatabela3.NoachadodaDISE,aspacientesdo sexofemininonapós-menopausaapresentaramvaloresmais elevadosemtodososlocaisdeobstruc¸ão.Umadiferenc¸a sig-nificativafoiobservadatantoparaasmedidasdediâmetro lateralretropalatal(0,90vs.1,49;p=0,001)comononível retrolingual(0,61vs.1,14;p=0,003)(tabela3).
Em comparac¸ão com osachados da DISEentre pacien-tes do sexo feminino pós-menopausa (n=37) e pacientes do sexo masculino pareados por idade (mais de 50 anos) e IMC, o número total de pacientes do sexo masculino foi de 195. Desses, 25 e 31 foram pareados por idade (mais de50anos) eIMC (IMC<25kg/m2)e idade(mais de
50anos)eIMC(IMC≥25kg/m2)comasmulheres.As
pacien-tesdosexofemininopós-menopausaapresentaramvalores significativamentemaiselevadosem AP(p<0,0001)e diâ-metro lateraldenívelretrolingual(p=0,042) nogrupode IMC menor (IMC<25) (tabela 4). No grupo de maior IMC (IMC ≥25),aspacientesdosexofemininopós-menopausa
tiveram valores significativamente maiores em diâmetro
Tabela2 DemografiaecaracterísticasdopacientedeachadosdePSG
Sexo Número Idade(a) IMC(Kg/m2) IAH(eventos/h) SaO
2mínima(%)
Homem 195 41,1 26,0 23,2 79,6
Mulher 78 46,0 24,5 13,9 83,2
pa 0,005c 0,001c 0,001c 0,026c
Mulher
Pacientesdosexofemininopré-menopausa 41 36,7 23,5 12,8 85,0 Pacientesdosexofemininopós-menopausa 37 56,3 25,6 15,0 81,2
pb <0,0001c 0,019c 0,630 0,130
AHI,índicedeapneia/hipopneia;IMC,índicedemassacorporal;PSG,polissonografia;SaO2,saturac¸ãoarterialdeoxigênio. aTestetdeStudententrehomensemulheres.
b TestetdeStudententrepacientesdosexofemininonapréepós-menopausa.
c Diferenc¸asestatisticamentesignificativasentregruposcomrelac¸ãoàIdade,IMC,IAHeSaO
Tabela3 Comparac¸ãodeescoredeDISEentrepacientesdosexofemininonapréepós-menopausa
Nívelretropalatal Nívelretrolingual
DiâmetroAP Diâmetro lateral
Obstruc¸ão tonsilar
DiâmetroAP Diâmetro lateral
Obstruc¸ão epiglótica
Pacientesdosexofemininona pré-menopausa(41)
1,73 0,90 0,49 1,49 0,61 0,39
Pacientesdosexofemininona pós-menopausa(37)
1,76 1,49 0,59 1,62 1,14 0,62
pa 0,847 0,001b 0,568 0,424 0,003b 0,227
AP,anteroposterior;DISE,endoscopiadosonoinduzidoporfármacos;(),Númerodepacientes.
a TestetdeStudent.
b Diferenc¸asestatisticamentesignificativasentregrupos.
Tabela4 Comparac¸ãodeescoredeDISEentrepacientesdosexofemininonapós-menopausa(IMC<25)ehomens(Idade≥50;
IMC<25)
Nívelretropalatal Nívelretrolingual
DiâmetroAP Diâmetro lateral
Obstruc¸ão tonsilar
DiâmetroAP Diâmetro lateral
Obstruc¸ão epiglótica
Homens(26) 1,81 0,88 0,31 0,85 0,81 0,62
Pacientesdosexofemininona pós-menopausa(17)
1,88 1,24 0,35 1,76 1,24 0,71
pa 0,710 0,166 0,935 <0,0001b 0,042b 0,716
AP,anteroposterior;DISE,endoscopiadosonoinduzidoporfármacos;(),Númerodepacientes.
a TestedeMann-Whitney.
b Diferenc¸asestatisticamentesignificativasentregrupos.
Tabela 5 Comparac¸ão de escore de DISE entre pacientes do sexo feminino na pós-menopausa (IMC ≥ 25) e homens
(Idade≥50;IMC≥25)
Nívelretropalatal Nívelretrolingual
DiâmetroAP Diâmetro lateral
Obstruc¸ão tonsilar
DiâmetroAP Diâmetro lateral
Obstruc¸ão epiglótica
Homens(31) 1,68 1,19 0,16 1,10 0,87 0,52
Pacientesdosexofemininona pós-menopausa(20)
1,65 1,70 0,80 1,50 1,05 0,55
pa 0,882 0,017b 0,003b 0,057 0,461 1,000
AP,anteroposterior;DISE,endoscopiadosonoinduzidoporfármacos;(),Númerodepacientes.
a TestedeMann-Whitney.
b Diferenc¸asestatisticamentesignificativasentregrupos.
lateral (p=0,017) e obstruc¸ão das tonsilas (p=0,003) do nívelretropalatal(tabela5).
Discussão
ASAOSégeralmentemaiscomumemaisgravenoshomens doquenasmulheresquandopareadasparaosparâmetrosde IMCePSG,comoIAHemenorsaturac¸ãoSaO2.1Essesachados
estão deacordo com nossoresultado e comrelatos ante-riores na literaturasobre pacientes de diferentesorigens étnicas com apneia do sono.8---10 No entanto, asmulheres sofremalterac¸õesrelacionadascomhormônios,como meno-pausa e gravidez,que têmumagrande influênciasobre a
incidênciadeSAOS.Portanto,asdiferenc¸asdegênerosão muitoimportantesnaavaliac¸ãoenotratamentode distúr-biosdosono.
ou sétima décadas de vida varia de 4 a 22%, depende dadefinic¸ãousadae dapopulac¸ãoexaminada.11 Em nosso estudo,pacientesdosexofemininopós-menopáusicascom SAOS apresentaram um valor significativamente maiorde IMC,maiorIAHemenorsaturac¸ãoSaO2mínima,emboraas
diferenc¸asnãosejamestatisticamentesignificativas.Assim, aspacientesdosexofemininonapós-menopausatendema apresentarSAOSmaisgravedoquepacientesdosexo femi-nino na pré-menopausa. Embora causas claras para essas mudanc¸asnãotenhamsidoestabelecidas,osparâmetrosde idadeparaamenopausaetônusmusculardaviarespiratória superiorpodemtercontribuído.
Emnossoestudo,aspacientesdosexofemininona pós--menopausaapresentaramtendênciaaumaobstruc¸ãomais gravedas vias respiratóriaspara todosos níveis, com um valorsignificativamentemaiornodiâmetrolateraldonível retropalataledoretrolingualemcomparac¸ãocomas paci-entesdosexofemininonapré-menopausa.Essefatosugere que a parede lateral da obstruc¸ão das vias respiratórias desempenhaumpapelsignificativoparaasmulheresapósa menopausa.Dopontodevistaterapêutico,essaéuma ques-tãoimportante.Outrosestudosdeinvestigac¸ãodeachados deDISEdepacientescomapneiaobstrutivadosono apresen-taramresultados semelhantes, enfatizarama importância dodiâmetrolateral.4,16,17NoestudoatualdaanálisedeDISE, ocolapsocompletodeváriosníveisfoimaisprevalenteem pacientesobesosenaquelescomSAOSmaisgrave.Os valo-resmaisaltosdeIMCforamassociadosàmaiorprobabilidade decolapsopalatalconcêntricocompletoetambémcolapso completodahipofaringe lateral,oquepodeserexplicado peloacúmulodegorduranasparedeslateraisdafaringe.16 Aocontrário,menorvalordeIMCfoiassociadoacolapsoda basedalínguaeissopodeserresultadodemenoracúmulo degordura naparede lateraldafaringe, o quepossibilita maiormovimentodalínguaparatrás.16Entreaspacientesdo sexofemininopós-menopausaocorreucolapsopalatalmais concêntrico(diâmetrolateraleobstruc¸ãotonsilardenível retropalatal)naquelascommaiorIMCecolapsoretrolingual (APediâmetrolateraldenívelretrolingual)naquelascom menorIMCdoqueempacientesdosexomasculinoenosso resultadoestádeacordocomrelatosanteriores.Esses acha-dosindicamquepacientesdosexofemininopós-menopausa apresentammaiortendênciademudanc¸aanatômicanasvias respiratóriasdoqueoshomensdamesmafaixaetáriaenível deobesidade.Portanto,devemosprestarmaisatenc¸ão às alterac¸ões anatômicasdurante otratamento depacientes comSAOSdosexofemininonapós-menopausa.
Em geral, um volume grande de tecido mole nas vias respiratóriassuperioresnoshomenspodecontribuirparao aumentodaprevalênciadaSAOS,em comparac¸ãocom as mulheres. Além disso, a resistência das vias respiratórias superioresérelatadacomomaiselevadanoshomensdoque nasmulheres.17,18 Noentanto,emnossoestudo,pacientes dosexofemininonapós-menopausaapresentaramum qua-dromaisgrave.Issopodeterocorridodevidoaofatodeque praticamentenãoexistetônusmuscularnasmulheres pós--menopáusicas.Noentanto,maispesquisassãonecessárias paraexploraressapossibilidade.
Nosso estudo apresentou algumas limitac¸ões. A populac¸ão foi pequena, o que reduziu o poder de aná-lise.Além disso, os pacientes eram candidatos à cirurgia deapneiaobstrutivadosonoe,portanto,nãorepresentam
a populac¸ão geralcom SAOS.Comoresultado, houveuma tendência inerente para a selec¸ão de fármacos, procedi-mento e classificac¸ão a partir da DISE. É necessário um estudoemlargaescaladapopulac¸ãogeralcomSAOS,oque eliminariaesseviésdotratamento.
Conclusão
Pacientes do sexo feminino pós-menopausa apresentaram apneia do sono mais grave do que pacientes do sexo femininonapré-menopausa. EmachadosdeDISE,as paci-entes pós-menopáusicas apresentaram tendência a uma obstruc¸ãomaisgravedasviasrespiratórias,especialmente na paredelateral.Entreaspacientesdosexofemininona pós-menopausa, ogrupo demaiorIMCapresentou colapso palatalmaisconcêntricoeogrupodemenor IMC apresen-toucolapsomaisretrolingualdoqueospacientesdosexo masculino.Aspacientesdosexofemininonapós-menopausa apresentaramtendênciaàobstruc¸ãomaisgravedasvias res-piratóriasemtodasaspartesdaviarespiratórianosachados daDISEdoqueoshomenscomidadeeIMCsemelhantes.A chaveparaosucessodotratamentodaSAOSéaadaptac¸ão individual.Aesserespeito,determinaragravidadedaSAOS, opadrãoeograudecolapsodeacordocomsexo,idadeeIMC émuitoimportanteparaumplanodetratamento personali-zado.Portanto,considerandoalgunslimites,onossoestudo comparativoentrehomensemulherespormeiodaDISEpode ajudaracomunidademédicaaassistir,diagnosticaretratar aSAOSdemaneiramaiseficaz.
Conflitos
de
interesse
Osautoresdeclaramnãohaverconflitosdeinteresse.
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