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ESTADO DE MATO GROSSO SECRETARIA DE ESTADO DE CIÊNCIA E TECNOLOGIA FUNDAÇÃO UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MATO GROSSO CAMPUS UNIVERSITÁRIO DE TANGARÁ DA SERRA DEPARTAMENTO DE ENFERMAGEM

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(1)

ESTADO DE MATO GROSSO

SECRETARIA DE ESTADO DE CIÊNCIA E TECNOLOGIA

FUNDAÇÃO UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MATO GROSSO

CAMPUS UNIVERSITÁRIO DE TANGARÁ DA SERRA

DEPARTAMENTO DE ENFERMAGEM

MARIANE ISABELE RAUBER

FATORES QUE INTERFEREM NA QUALIDADE DA ASSISTÊNCIA

DE ENFERMAGEM NA UMS DE TANGARÁ DA SERRA-MT.

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MARIANE ISABELE RAUBER

FATORES QUE INTERFEREM NA QUALIDADE DA ASSISTÊNCIA

DE ENFERMAGEM NA UMS DE TANGARÁ DA SERRA-MT.

Trabalho de conclusão de curso apresentado ao Departamento de Enfermagem da Universidade do Estado de Mato Grosso, como parte dos requisitos para obtenção do Título de Bacharel em Enfermagem, sob a Orientação da Profª Enfermeira Adrian Garcia Pinheiro e sob Co-orientação da Enfermeira Hyonara Ferreira Silva.

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MARIANE ISABELE RAUBER

FATORES QUE INTERFEREM NA QUALIDADE DA ASSISTENCIA

DE ENFERMAGEM NA UMS DE TANGARÁ DA SERRA, MT.

Resultado:__________________

BANCA EXAMINADORA

___________________________________________________________________________ Orientadora: Prof.ª Enfermeira Adrian Garcia Pinheiro

Universidade do Estado de Mato Grosso – Campus de Tangará da Serra/MT

___________________________________________________________________________ Co-Orientadora: Enfermeira Hyonara Ferreira Silva.

___________________________________________________________________________ Examinadora: Prof.ª Enfermeira Francielle de Paula Valeriano

Universidade do Estado de Mato Grosso – Campus de Tangará da Serra/MT

___________________________________________________________________________ Examinadora: Prof. ªEnfermeira Kamilla Albertasse Sales

Universidade do Estado de Mato Grosso – Campus de Tangará da Serra/MT

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DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho aos meus pais Arlete Rauber e Odilo Rauber, que

com esforço e luta, possibilitaram a realização desse sonho, por terem

dedicado suas vidas a mim, pelo amor, carinho e estímulo que me

ofereceram.

“Eu tenho tanto pra lhe falar. Mas com palavras não sei dizer. Como é grande o meu amor por vocês

E não há nada pra comparar. Para poder lhe explicar. Como

é grande o meu amor por vocês”.

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AGRADECIMENTO

Agradeço a Deus por me conceder vida, por sempre estar comigo, me protegendo, me guiando e me iluminando.

A UNEMAT juntamente com o departamento de Enfermagem, que possibilitou a realização deste sonho.

A minha querida orientadora Adrian Garcia pela paciência, compreensão e atenção em todos os momentos da carreira acadêmica, desde o início como professora, e por não ter medido esforços para me ajudar nessa orientação.

A minha Co-orientação Hyonara Ferreira Silva também pela paciência, compreensão e atenção, e que sempre contribuiu para a realização desta pesquisa.

Agradeço a todos os professores pelo aprendizado excelente e pelo carinho demonstrado.

A meus pais por sempre me apoiarem em realizar todos os meus sonhos e objetivos e sempre me ensinarem o verdadeiro valor da família Aos meus primos que me deram apoio e conforto em todos os momentos longe de meus pais, especialmente a Nadia Botini, que além de prima é minha irmã e companheira.

As pessoas que direta e indiretamente me deram apoio em um dos momentos mais difíceis de minha vida que foi a perda do meu querido PAPAI, que mesmo ausente tenho certeza que estará sempre do meu lado. Te amo!!

A todos os meus amigos que me ajudaram durante os anos de faculdade. A vida por me ensinar como lidar com os imprevistos e com as decepções, me fazendo crescer e ter dignidade, paciência e força.

Agradeço a todos os companheiros do Rotaract Club de Tangará da Serra, pelo companheirismo e amizades.

Agradeço aos melhores amigos Francieli Mattei, Jéssica Renati, Dienifer Jaqueline e Cristiano Bianchini por serem o melhor grupo de estagio, por estarem sempre do meu lado em todos os momentos, me acolhendo, confortando, dando conselhos, me mostrando o verdadeiro valor da amizade e que não devemos desistir nunca dos nossos sonhos.

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“É preciso ousar para dizer cientificamente que estudamos, aprendemos, ensinamos, conhecemos com o nosso corpo inteiro.

Com os sentimentos, com as emoções, com os desejos, com os medos, com as dúvidas, com a paixão e também com a razão crítica”.

Paulo Freire

“A Enfermagem é uma arte progressiva, no qual ficar parado é retroceder”.

(7)

RESUMO

O presente trabalho foi realizado na Unidade Mista de Saúde de Tangará da Serra – MT. O objetivo deste trabalho é identificar, sob o olhar dos enfermeiros e equipe de enfermagem, os fatores que interferem na qualidade da assistência de enfermagem. Para atingir esse objetivo, baseia-se no estudo qualitativo, com método descritivo e com levantamento bibliográfico sobre o tema qualidade da assistência de enfermagem, assim como o levantamento histórico de como surgiu à busca pelo cuidado de enfermagem. A enfermagem é definida como uma ciência e arte do cuidar cabem ao enfermeiro realizar atividade que visam o bem-estar de cada paciente em ambiente hospitalar. Para prestar uma assistência com qualidade o enfermeiro necessita de competência profissional, recursos materiais disponíveis e trabalho em equipe. A qualidade da assistência em enfermagem tem por finalidade melhorar a prestação do serviço e buscar estratégias para resolver qualquer problema que surgir. A qualidade na assistência de enfermagem se concretiza quando o profissional exerce suas funções com conhecimento, habilidade, humanidade e competência. Diante do olhar dos enfermeiros e da equipe de enfermagem identificamos os principais fatores que interferem na qualidade da assistência de enfermagem. Foi possível observar que para prestação de uma assistência de enfermagem com qualidade necessita de vários fatores desde busca por mais conhecimentos, educação continuada, boa remuneração, carga horária de trabalho sem excesso, boas condições de trabalho com recurso materiais e estrutura física adequadas, sendo possível observar que devido à falta de condições de trabalho como: a falta de materiais e profissionais suficientes, má remuneração, dupla jornada de trabalho e sobrecarga de trabalhos ocasionam um desgaste físico e emocional que interferem diretamente na qualidade da assistência de enfermagem interferindo no bem-estar entre enfermeiro e local de trabalho.

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ABSTRACT

The present work was realize in the Unidade Mista de Saúde de Tangará da Serra - MT. The objective of this study is to identify, under the vision of nurses and nursing team, the factors that interfere in the quality of nursing assistance. To reach this objective, based on the qualitative study, with descriptive method and the literature on the theme of quality of nursing assistance, like the historical literature of how was created the searching for nursing care. Nursing is defined like a science, and the art of caring nurses job is realized activities that aim the welfare of each patient the hospital environment. To pay assistance the nurse needs of professional competence, available resources materials and team work. The assistance quality of nursing has for purpose of improving the services given and to search strategies to solve any problem that cames. The quality of nursing assistance happens when the professional does their functions with knowledge, habilities, humanity and competence. Thought the nurse’s eyes and their team nursing’s we find the main factors that get in the way of the quality of nursing assistance. It was possible to see that pay nursing assistance quality requires several factors from the search for more knowledge, continuing education, better remuneration, work time without excess, good work conditions with materials resources and right physical structure, it is possible note that due to lack of working conditions such as lack of materials and professional resources, poor remuneration, balancing work and work overload cause a physical and emotional distress that interfere directly in the quality of nursing care interfering with the well-being between the nurse and workplace.

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LISTA DE TABELA

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LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1 – Categoria profissional...33

Gráfico 2 – Quantidade de empregos...35

Gráfico 3 – Turno de trabalho...37

Gráfico 4 – Realizado alguma especialização...38

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LISTA DE ABREVIATURAS

COFEN – Conselho Federal de Enfermagem

COREN-RJ – Conselho Regional de Enfermagem do Rio de Janeiro

COREN-SP – Conselho Regional de Enfermagem de São Paulo

ENF. – Enfermeiro

MAE – Metodologia da Assistência de Enfermagem

MT – Mato Grosso

PE – Processo de Enfermagem

SAE – Sistematização da Assistência de Enfermagem

TE – Técnico de Enfermagem

UMS – Unidade Mista de Saúde

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO ... 12

1. REFERENCIAL TEÓRICO ... 14

1.1 A ASSISTÊNCIA DA ENFERMAGEM – BREVE RETROSPECTIVA HISTÓRICA ... 14

1.2 PROCESSO DE ENFERMAGEM ... 17

1.3 QUALIDADE NA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM ... 20

2. METODOLOGIA ... 27

3. ANÁLISE DE DADOS ... 30

3.1 RESULTADOS E DISCUSSÕES ... 31

3.1.1 Perfil dos participantes ... 31

3.1.2 Categoria profissional ... 32

3.1.3 Possui mais de um emprego? ... 34

3.1.4. Realizou alguma especialização ... 37

3.1.5 fatores que interferem na qualidade da assistência de enfermagem ... 40

3.1.6. Satisfação com seu serviço dentro da unidade ... 43

3.1.7 Definição de qualidade da assistência de enfermagem ... 45

CONSIDERAÇÕES FINAIS ... 49

REFERENCIAL BIBLIOGRÁFICO ... 53

APÊNDICE ... 58

(13)

INTRODUÇÃO

Sendo a Enfermagem uma ciência e uma arte do cuidar, o enfermeiro fica responsável para desenvolver atividades para a manutenção e promoção da suade, assim como a prevenção de doenças. (SILVA et. al., 2006)

No processo vital, “o enfermeiro como agente de mudanças” visa encontrar as relações entre homem e o ambiente através da enfermagem. Sendo assim, “o enfermeiro deve estar motivado para acompanhar os conhecimentos e para aplicá-los, e para prestar com qualidade a assistência de enfermagem”. (HORTA, 1979)

Ainda de acordo com Horta (1979):

O Ser-Enfermeiro é um ser humano com todas as suas dimensões, potencialidade e restrições, alegrias e frustrações, é aberto para o futuro para a vida e nela se engajar pelo compromisso assumindo a enfermagem. Em outras palavras o Ser-Enfermeiro é gente que cuida de gente.

.

Qualidade é conceituada como um conjunto de atributos sobre excelência profissional, uso suficiente de recursos, mínimo de risco e alto grau de eficiência da cliente, ou seja, é com ela que se obtém a eficiência da assistência de enfermagem. (CORREA, CAIXETA, BARROS, 2009).

Segundo Racovenau (apud ADAMI, 2000, p. 192) para prestar uma assistência com boa qualidade o enfermeiro necessita de um alto grau de competência profissional, a eficiência na utilização dos recursos, um risco mínimo para o paciente, e um efetivo favorável a saúde. Essas ações se concretizam quando o profissional exerce suas ações com conhecimento, habilidade, humanidade e competências para atender as necessidades e expectativas do ser humano. (SILVA apud ADAMI, 2000).

Uma maneira de avaliar a qualidade da assistência e por meio do processo de enfermagem, já que é a dinâmica das ações sistematizadas e inter-relacionadas, visando um cuidado humanizado e dirigidos a resultados. (ALVARO-LEFEVRE, 2005; HORTA, 1979).

Percebendo a importância de se prestar uma assistência com qualidade surgiu o interesse em pesquisar quais são os fatores que interferem na qualidade dos cuidados e como isso pode atrapalhar na assistência de enfermagem.

(14)

Tangará da Serra foi por perceber, durante estágios mesmos, que ocorre uma diminuição na qualidade dos cuidados da equipe de enfermagem pela falta de condição de trabalho, ocasionando um desgaste físico e emocional, o que interfere no bem-estar entre enfermeiro e local de trabalho, assim surgiu a idéia de pesquisar quais seriam esses fatores que interferem na qualidade assistência de enfermagem na UMS.

Pretendemos verificar quais são as condições de trabalho, analisar a equipe de enfermagem, sob o ponto de vista dos Enfermeiros e equipe evidenciando o olhar destes sobre a qualidade dos cuidados por eles prestados. Pretende-se ainda verificar se a Unidade Mista de Saúde possui educação permanente ou algum tipo de treinamento paras os funcionários.

A abordagem do estudo será qualitativa tem como objetivo situações complexas e estritamente particulares, assim descreve a complexidade do problema, analisa interações de certas variáveis, compreende e classifica os processos vividos por grupos sociais, facilitando o entendimento das particularidades dos comportamentos dos indivíduos (RICHARDSON, 1999). O local para a coleta de dados foi a Unidade Mista de Saúde de Tangará da Serra – MT, onde os sujeitos foram os Enfermeiros e equipe de enfermagem na unidade. Para a coleta de dados foi aplicado um questionário com perguntas abertas e fechadas com questões relacionadas aos objetivos, e posteriormente analisadas em gráficos e tabelas.

(15)

1. REFERENCIAL TEÓRICO

1.1 A ASSISTÊNCIA DA ENFERMAGEM – BREVE RETROSPECTIVA HISTÓRICA

No dia 12 de maio de 1820, nasce Florence Nightingale, considerada a fundadora da Enfermagem moderna em todo o mundo. Por ter nascido em uma família rica e educada, viveu a adolescência participando de uma sociedade aristocrática, tendo tido a oportunidade de estudar diversos idiomas, matemática, religião e filosofia. Extremamente religiosa, desejava mesmo era fazer "trabalho de Deus" - ajudar os pobres, os doentes e os menos dotados, amenizando-lhes o sofrimento e a degradação (PADILHA, MANCIA, 2005).

A busca pela qualidade da assistência em enfermagem obtém projeção maior quando Florence participou como voluntária juntamente com 38 mulheres (irmãs anglicanas e católicas), durante a Guerra da Criméia (1854-1856) onde organizou um hospital de 4000 soldados internos. Florence salientava a preocupação da melhoria da qualidade dos feridos na guerra e a preocupação da qualidade do ambiente no qual se desenvolvia o cuidado. Foram desenvolvidos quatro conceitos fundamentais para a época: “ser humano, meio ambiente, saúde e enfermagem”. Esses conceitos, considerados revolucionários para a época, foram revistos e ainda hoje se identificam com as bases humanísticas da enfermagem. (MATHIAS et al., 2009; OLIVEIRA et. al., 2007; PADILHA, MANCIA, 2005).

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Segundo Carraro (1997) Florence enfocou o cuidado ao paciente cirúrgico e se preocupou com a prevenção de infecções ligando inclusive responsabilidades de prevenção à enfermagem.

A partir das bases científicas propostas por Florence que a enfermagem profissional no mundo foi erigida sendo influenciada diretamente pela sua passagem nos locais onde se executava o cuidado de enfermagem leigo e fundamentado nos conceitos religiosos de caridade, amor ao próximo, doação, humildade, e também pelos preceitos de valorização do ambiente adequado para o cuidado, divisão social do trabalho em enfermagem e autoridade sobre o cuidado a ser prestado. (PADILHA, MANCIA; 2005).

Sendo assim

Desde Florence a necessidade do conhecimento na tomada de decisões é reconhecida. O seu trabalho nos cálculos de taxas de mortalidade e a análise e organização desses dados possibilitavam a ela decidir pela melhor forma de se prestar assistência, que refletiram significavelmente na melhoria da qualidade dos cuidados. (FULY, LEITE, LIMA apud CHAVES, 2009).

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Para Carraro (1997) foi aqui que teve início a divisão do trabalho de enfermagem, Florence distinguiu dois tipos de enfermagem, que ela mesma nomeou de “arte de cuidar do doente” e “enfermagem de saúde ou enfermagem geral”.

Para Padilha e Mancia (2005) a escola iniciou seu funcionamento tendo por base: a) preparo de enfermeiras para o serviço hospitalar e para visitas domiciliárias a doentes pobres; b) preparo de profissionais para o ensino de enfermagem. A escola passou a servir de modelo para as demais escolas que foram fundadas posteriormente. A disciplina era rigorosa, do tipo militar, uma das principais características da escola nightingaleana, bem como a exigência de qualidades morais das candidatas. O curso, de um ano de duração, consistia em aulas diárias ministradas por médicos (COREN-RJ).

Florence morre em 13 de agosto de 1910, deixando florescente o ensino de Enfermagem. Assim a Enfermagem surge não mais como uma atividade empírica, desvinculada do saber especializado, mas como uma ocupação assalariada que vem atender a necessidade de mão-de-obra nos hospitais, constituindo-se como uma prática social institucionalizada e específica (COREN-RJ).

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1.2 PROCESSO DE ENFERMAGEM

Nas literaturas há outras definições para o processo de enfermagem, como SAE (Sistematização da Assistência de Enfermagem) e MAE (Metodologia da Assistência de Enfermagem), mas todas são para propor a organização da assistência e prestação do cuidado na área (OLIVEIRA et. al., 2007).

Segundo Alvaro-Lefevre (2005) “o processo de enfermagem é uma forma dinâmica e sistemática de prestar os cuidados de enfermagem”, promovendo assim um cuidado humanizado, dirigido a resultados, também impulsiona os enfermeiros a analisarem o que estão fazendo e como poderiam melhorar. Para Paul e Reeves (apud OLIVEIRA et. al., 2007) também das condições para que seja avaliada a qualidade da assistência de enfermagem, a competência e a responsabilidade do profissional da área, sendo um instrumento que auxilia na ordem e direção dos cuidados de enfermagem. Auxiliando o profissional na tomada de decisões quanto na prevenção e na avaliação das conseqüências, organizando as informações disponíveis e determinando as intervenções que devem ser estabelecidas.

Para Horta o processo de enfermagem é caracterizado pelo inter-relacionamento e dinamismos entre suas fases ou passos, visando a assistência ao ser humano, ou seja, é uma forma de organizar a intervenções a serem realizadas na assistência (1979).

O processo de enfermagem é constituído por fases que envolvem a identificação de problemas de saúde do cliente, o delineamento do diagnóstico de enfermagem, a instituição de um plano de cuidados, a implementação das ações planejadas e a avaliação (CARPENITO, ALFARO-LEFREVE apud BITTAR et. al. 2006).

Em outras palavras para Iyer et. al. (apud BITTAR et. al., 2006) a SAE ou processo de enfermagem é um método pela qual a estrutura teórica é aplicada à pratica de enfermagem, tratando de uma abordagem deliberativa de soluções de problemas, que exige habilidades cognitivas, técnicas e interpessoais, estando direcionada para a satisfação das necessidades do cliente e da família.

Dessa forma, incorporar a SAE é uma forma de tornar a enfermagem com uma visão mais científica, promovendo um cuidar humanizado, contínuo, mais justo e com qualidade para o paciente/cliente (SIVA apud BITTAR et. al. 2006).

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definição de metas a serem alcançadas. Juntos, diagnósticos e metas são as bases para selecionar as intervenções mais apropriadas à situação específica do paciente. Realizadas as intervenções, o alcance das metas deve ser avaliado. Dessa avaliação, retorna-se às fases precedentes, caso as metas não tenham sido alcançados ou novos diagnósticos tenham sido identificados

Horta (1979) ressalta a importância da teoria da necessidade humanas básicas na aplicação da assistência de enfermagem, pois considera “o ser humano como parte integrante do universo dinâmico, e como tal sujeito a todas as leis que o regem, no tempo e no espaço”. Como parte integrante da equipe de saúde a enfermagem matem o equilíbrio dinâmico, previne desequilíbrio e revertem desequilíbrios em equilíbrio do ser humano, no tempo e no espaço. Sendo assim cabe a enfermagem fazer pelo ser humano aquilo que ele não pode fazer por si mesmo; ajudar ou auxiliar no auto-cuidar, orientar ou ensinar, supervisionar e encaminhar a outros profissionais.

Ainda segundo Horta (1979) o processo de enfermagem é constituído de 6 fases ou etapas, sendo eles, o histórico de enfermagem: que é um roteiro sistematizado para o levantamento de dados; diagnóstico de enfermagem: permite a identificação das necessidades do cliente e a determinação do grau de dependência do atendimento; plano assistencial: elaboração de um plano de assistência sobre os cuidados que o cliente deve receber; prescrição de enfermagem: execução do plano de assistência com roteiro diário que coordena as ações da equipe de enfermagem; evolução de enfermagem: relato diário das mudanças sucessivas que ocorrem no cliente; e por fim o prognóstico de enfermagem: estimativa da capacidade do ser humano em atender suas necessidades básicas.

A utilização do processo de enfermagem traz implicação para a profissão, para o cliente e para o enfermeiro, definindo o alcance da prática e identificando padrões do cuidado de enfermagem, garantindo assim o atendimento ao cliente com qualidade e ao mesmo tempo em que estimula a participar do cuidado. Planejando intervenções que levam não apenas à melhoria da assistência à saúde, mas também ao alcance da eficiência na administração dos serviços de saúde (D'INNOCENZO et. al., 2006).

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considerar suas singularidades e de modo ampliado. Requer bases teóricas do campo da Enfermagem e de fora dela. Podemos dizer que se trata da expressão do método clínico na enfermagem.

Cruz (2010) reforça que a importância do processo de enfermagem é guiar, orientar o pensamento. À medida que os enfermeiros vão se tornando experientes, vai também se tornando menos evidente que o pensamento foi conduzido por esse guia. Provavelmente isso ocorre porque o processo – e seus subprocessos – foram de tal forma interiorizados que acontecem sem a intencionalidade e deliberação de um principiante, mas, mesmo assim, o experiente está aplicando o processo de enfermagem. Em situações que não evoluem como o esperado, o processo de enfermagem deve ser aplicado como referência para o enfermeiro pensar em como pensou para tomar as decisões que tomou durante o cuidar. Mesmo o enfermeiro experiente.

Para Horta (1979) cabe a enfermagem desenvolver atividade para a manutenção e promoção da saúde, assim como prevenção de doenças, sendo responsabilidade o diagnóstico e intervenção de enfermagem. Sendo assim o enfermeiro é um agente de mudanças através das atividades de enfermagem encontre relações entre o homem e o ambiente, no processo vital, visando incorporar novos conhecimentos e processo instrumental para encontrar uma maneira de ação. “O enfermeiro de amanha será diferente do de hoje; e o de hoje será diferente do de anos passados”.

Para SPERANDIO e EVORA:

A elaboração da sistematização da assistência de enfermagem é um dos meios que o enfermeiro dispõe para aplicá-la seus conhecimentos técnicos científicos e humanos na assistência ao paciente e caracterizar sua prática profissional, colaborando na definição do seu papel (2006).

Em outras palavras para Bittar (2006) a SAE é o modelo metodológico ideal para o enfermeiro aplicar seus conhecimentos técnico-científicos na prática assistencial, favorecendo o cuidado das condições necessárias para que ele seja realizado.

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1.3 QUALIDADE NA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM

Para Carraro (1997) a prática de enfermagem, a cada dia que passa exige que os profissionais estejam mais preparados, não só em termos técnicos e teóricos, mais também humanísticos. “A enfermagem vem se projetando mais e mais na convergência ciência e arte”. Buscando sempre consolidar seus caminhos para estar ao lado dos seres humanos com quem atua e lutando para fazer a diferença na assistência à saúde.

Florence salientou que a enfermagem cabe o cuidado ao doente e que a medicina tratava a doença. Ressalta a importância da “enfermagem ao doente’’ e da “enfermagem saudável” e em ambas inclui medidas de prevenção e de promoção a saúde (CARRARO, 1997)

Uma característica essencial do trabalho em saúde é o trabalho em equipe, sendo uma forma de prestação de serviço, produzido no mesmo momento em que é consumido. No âmbito hospitalar pode se disser que é um processo contínuo, ininterrupto e realizado por diversos profissionais, sendo assim os profissionais da área da saúde são complementares e interdependentes. A comunicação entre os profissionais é o denominador comum do trabalho em equipe, o qual decorre da relação recíproca entre trabalho e interação (MURTA, 2010).

A equipe de enfermagem fica configurada da seguinte maneira: auxiliares e técnicos de enfermagem, que cabem as atividades de assistência e pelo enfermeiro, que assume as ações gerenciais referente ao cuidado. Para Galvão (1998) o enfermeiro deve buscar melhoria da qualidade da assistência de enfermagem, satisfação para a equipe e alcance dos objetivos organizacionais, tendo como estratégias liderança e à comunicação.

Antes de falar sobre a qualidade na Assistência de Enfermagem, precisamos definir esses conceitos.

Teixeira (2006) assim define qualidade:

Numa perspectiva genérica, a qualidade é um conjunto de propriedades de determinado serviço que o tornam adequado à missão de uma organização concebida como reposta as necessidades e legítimas expectativas de seus usuários. Enquanto que na abordagem específica, no setor da saúde, a qualidade é conceituada como conjunto de atributos que inclui um nível de excelência profissional, o uso eficiente de recursos, um mínimo de risco e alto grau de satisfação por parte dos usuários, considerando-se, essencialmente, os valores dos profissionais.

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medidas que visam atender as necessidades básicas do ser humano”. Ainda nesse contexto o cuidado de enfermagem “é a ação planejada, deliberada ou automática do enfermeiro, resultante de sua percepção, observação e análise do comportamento, situação ou condição do ser humano” (HORTA, 1979).

Para Florence Nightingale os objetivos da assistência de enfermagem são: manutenção da saúde, prevenção de infecções e prejuízos, recuperação de doenças, educação a saúde e controle do meio ambiente (CARRARO, 1997).

O tema qualidade da assistência á saúde tem várias origens e todas elas decorrem do aumento e inovações da procura por serviços de saúde, custos crescentes e recursos limitados para manter estes serviços, direitos humanos e conscientização dos usuários, reivindicações de gestores e profissionais de saúde por condição dignas de trabalho (MOTA et. al. apud CORREA et. al., 2009).

Segundo Donabedian a qualidade é um conceito que varia de acordo com a sociedade, e pode ser interpretado por duas dimensões: a técnica e que é representada pela aplicação do conhecimento para a solução dos problemas do paciente; e a interpessoal que se materializa por meio da relação entre o enfermeiro e cliente (apud ADAMI, 2000).

Já para Antunes et. al. (2000) qualidade é marcada por princípios, idéias e crenças que buscam em ultima instância a satisfação dos clientes, dos trabalhadores, dos fornecedores e dos adicionais.

Sendo assim a qualidade da assistência de enfermagem deve ter como finalidade a melhoria da prestação dos serviços, bem como a definição de estratégias para alcançá-la levando em consideração o custo-benefício. Então a qualidade não pode ser entendida como meta e sim como um processo contínuo. Pois, as estratégias que possibilitam à enfermeira o controle da qualidade da assistência, exigem seu comprometimento e competência técnico-científicos, resgatando assim a importância do seu papel no contexto da assistência (D'INNOCENZO et. al., 2006).

Para Adami (2000) o controle da qualidade da assistência é representado pela preocupação dos enfermeiros em seguir a risca os procedimentos executados e assim assegurar os resultados desejados. Para isso é necessário a utilização de um conjunto organizado de atividades onde procura- se desenvolver um sistema formal para a avaliação dessa qualidade de ações, pela utilização do processo em enfermagem.

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qualificados e em números suficientes; prestação de assistência ao cliente de maneira mais holística, e estrutura de serviço adequada (SILVA; PINHEIRO, 2001).

Ainda de acordo com Silva e Pinheiro (2001) nas instituições hospitalares a equipe de enfermagem tem uma grande expressão porque permanece com os clientes grande parte do tempo, promovendo a manutenção, reabilitação e a recuperação da saúde, através do cuidado constante.

Donabedian (apud D'INNOCENZO et. al., 2006) estabelece 7 atributos como os pilares de sustentação que definem a qualidade em saúde: a eficácia, efetividade, eficiência, otimização de recursos, aceitabilidade, legitimidade e equidade. Também fazem parte de atributos de qualidade: equidade, acessibilidade, adequação e qualidade técnica - científica.

Segundo Carmelo (2009) o principal objetivo dos serviços de saúde é de atender com melhor qualidade possível, ou seja, com efetividade, eficiência, equidade, aceitabilidade, acessibilidade e adequabilidade e a enfermagem se encontra em um local privilegiado, já que é a única categoria que permanece 24 h assistindo o paciente.

Os profissionais de enfermagem devem estar cientes de suas responsabilidades em buscar uma assistência com qualidade. Sendo assim deve verificar-se a necessidade desses profissionais em desenvolverem ações de saúde com conhecimento, habilidade e competência, objetivando a atender as expectativa do cliente e alcançar a almejada qualidade assistencial. Para isso é imprescindível que esses profissionais identifiquem o perfil da clientela, estabeleçam padrões assistenciais e programem a SAE (TEIXEIRA 2006).

A melhor estratégia avaliativa de qualidade é aquela que utiliza indicadores representativos de estrutura, processo e resultados, ressaltando os limites do paradigma quanto a representar uma versão simplificada da realidade (DONABEDIAN apud ADAMI, 2000). Lembrando que Teixeira (2006) destaca que os indicadores são instrumentos reguladores da qualidade da assistência de enfermagem. E implicam no conhecimento prévio da clientela, ajustando as suas necessidades de saúde, e permitindo direcionar os serviços para que atinja níveis de excelência na assistência prestada e aumentem a sua produtividade com a redução de custos.

A estrutura implica características relativamente estáveis das instituições como: área física, recursos humanos, materiais, financeiros e o modelo organizacional; o processo refere-se ao conjunto de atividades desenvolvidas na produção de bens e serviços e, no setor saúde, nas relações estabelecidas entre os profissionais e os clientes, desde a busca pela assistência até o diagnóstico e o tratamento; e o resultado é a obtenção das características desejáveis dos produtos ou serviços, retratando os efeitos da assistência a saúde do cliente (TEIXEIRA, 2006).

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Para Corrêa o indicador não é uma medida direta de qualidade, e sim uma medida de atividade que pode ser usada como guia para monitorar e avaliar a qualidade de cuidados importantes providos ao cliente e as atividades dos serviços de suporte (2006).

Os instrumentos que se dispõe no serviço de enfermagem pode ser divididos em internos e externos. Nos internos destacam-se as comissões de avaliação interna de qualidade, constituída de elementos da equipe multidisciplinar, de auditoria em enfermagem, de prevenção e controle de infecções hospitalares, de ética em pesquisa, de gerenciamento de riscos, de prevenção interna de acidentes e os serviços de educação continuada e de atendimento ao cliente. Já nos externos estão a acreditação hospitalar, preconizada por órgãos governamentais, é considerada uma prática relevante para a gestão da qualidade e que vem sendo, empregada nas instituições de saúde. Sendo assim esses instrumentos desempenham papel fundamental na busca pela qualidade nos serviços de saúde (TEIXEIRA, 2006).

Ainda segundo Teixeira (2006) outra forma de usar os indicadores de qualidade em enfermagem é ouvir as queixas e insatisfação de profissionais de saúde e clientes.

De acordo com Del Cura (1999) o enfermeiro se estiver satisfeito com seu trabalho, possivelmente terá maiores condições e técnicas para melhorar a qualidade da assistência prestada ao cliente. A satisfação no trabalho esta ligada à questão da fadiga e do salário, e suas respectivas interferências na produtividade, por outro lado Locke (apud Del Cura 1999) ressalta que a satisfação é determinada muito mais pelas relações sociais do que pela recompensa salarial. Para este autor a satisfação fica definida como “um estado emocional agradável ou positivo, que resultou da avaliação de algum trabalho, ou de experiências no trabalho”.

Um fator que representa grande importância para o desempenho profissional é o reconhecimento desse profissional. Considerando assim os fatores intervenientes para a motivação e insatisfação no trabalho, a remuneração, o salário inicial, as exigências no ato da admissão, a carga horária, e como aquele profissional se sente em relação a estes fatos (BATISTA et. al., 2005).

A motivação pode ser entendida como o estado em que o trabalhador se sente com disposição ou vontade para trabalhar produtivamente, ele pode ser avaliada conforme a autonomia no trabalho, o pagamento, as condições oferecidas, a carga horária e outros fatores (ANTUNES apud BATISTA et. al., 2005).

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horária, as condições oferecidas, o relacionamento multiprofissional, e o salário (LIMA apud BATISTA et. al., 2005).

As instituições de saúde estão investindo fortemente em novas tecnologias para alcançar a qualidade, porém esta qualidade esta diretamente ligada ao cliente. Esquecendo assim dos seus funcionários, falam de qualidade de serviços, mas esquecem da qualidade de vida dos profissionais, que passam a maior parte do dia trabalhando (VIDAL apud CINTRA, 2009).

Entre os fatores mais citados por Mattias et. al. (2009) que mais interferem na qualidade da assistência estão os recursos humanos, recursos materiais, interesses pessoais, disponibilidade profissional, comprometimento profissional e estrutura física da unidade.

Para Carraro (1997) a assistência em enfermagem pode acontecer em várias instâncias e o hospital é uma delas.

Segundo Cintra (2009) o hospital é um ambiente onde o enfermeiro fica exposto a riscos biológicos e químicos, sofrem forte carga emocional e física, atuando em horários atípicos, com longas jornadas de trabalho, sofrem com a insuficiência de funcionários, carência de matérias e equipamento, baixos salários, sem autonomia e motivação. Batista et. al. (2005) relata também que os principais fatores de insatisfação do enfermeiro são as condições de trabalho, falta de funcionários o que acarreta uma sobrecarga, salários que não são adequados em relação a carga de trabalho, relacionamento interpessoal, a segurança, não em relação a segurança pessoal e sim em relação as condições de trabalho, incluindo também o ambiente de trabalho.

Na maioria dos hospitais a forma de trabalho é definida por Silva et. al. (2006) como “inconcebível, doentia e contradiz todas as regras básicas para ambientes saudáveis em todos os sentidos”. Levando o enfermeiro ao esgotamento, gerador de profissionais indiferentes, apáticos e cansados, dominados por estresse e desmotivação, com conseqüentes conflitos e insatisfações.

Ainda de acordo com Silva et. al. (2006) o que leva o profissional a ter um segundo emprego é a ma remuneração, gerando assim uma sobrecarga de trabalho, acarretando na falta de tempo para descansar, refletir, organizar, aprender. Mattias et. al. (2009) relata também que o trabalho de saúde já é estressante mais a dupla jornada é uma opção para complementar a remuneração salarial inadequada e insuficiente para sustentar a família.

(26)

gerando insatisfação do trabalhador, comprometendo a assistência prestada e dificultando as relações interpessoais no âmbito das dimensões públicas e privada da vida cotidiana. Principalmente nos trabalhadores do serviço público ocorre uma frustração pela falta de material, o que exige uma maior capacidade de improvisação desses trabalhadores para a realização de procedimento, deixando-os insatisfeitos em relação à qualidade da assistência prestada (MEDEIROS et. al.2006).

Relatado por Maziale (2001) o desgaste físico e emocional, a baixa remuneração e o desprestígio social são fatores associados às condições de trabalho do enfermeiro, e vem refletindo negativamente na qualidade da assistência prestada ao cliente.

De acordo com Carmelo et. al. quando se fala sobre a qualidade na área da saúde deve atentar ao nível de satisfação do cliente e as variáveis presentes no ambiente de saúde e seus prováveis impactos na credibilidade da instituição. Diante disso, alguns serviços de saúde preocupados com a qualidade da assistência prestada, estão utilizando a auditoria em enfermagem. Segundo Motta (apud CARMELO, 2009) auditoria em enfermagem:

É a avaliação sistemática de qualidade da assistência prestada ao cliente pela análise dos prontuários, acompanhamento do cliente in loco e verificação da compatibilidade entre o procedimento realizado e os itens cobrados na conta hospitalar, visando garantir justa cobrança e pagamento adequado.

No ano de 2009, Carmelo descreve auditoria em enfermagem como a avaliação e revisão detalhada de registros clínicos selecionados por profissionais qualificados para a verificação da qualidade da assistência, sendo uma atividade dedicada à eficácia de serviços que utiliza como instrumentos o controle e análise de registro.

Para buscar melhorias para a qualidade da assistência de enfermagem deve-se preocupar com a educação permanente do profissional de enfermagem, fator fundamental para manter a qualidade dos cuidados prestados. A essência da qualidade destacada por Donabedian é a seguinte “a busca da qualidade constitui a dimensão ética da vida profissional. Com ela todo esforço razoável de monitoramento da qualidade ter êxito. Sem ela o mais engenhoso dos sistemas de monitoramento fracassará” (apud ADAMI, 2000).

(27)

reafirmar a questão educativa como compromisso de crescimento pessoal e profissional, visando a melhorar a qualidade da prática profissional.

Além da educação continuada Martins et. al. (2000) sugere também melhorias no planejamento do trabalho, humanização no trabalho, adequação dos recursos humanos, melhoria na comunicação.

A educação permanente, mais do que atualização, é um compromisso pessoal a ser aprendido, conquistado com as mudanças de atitudes que emergem das experiências vividas, mediante a relação com os outros, com o meio, com o trabalho, na busca da transformação pessoal, profissional e social (PASCHOAL et al, 2006).

Para Mattias et. al. (2009) a melhoria de qualidade da assistência exige que os profissionais das equipes de enfermagem sejam motivados a buscar situações de ensino-aprendizagem, desenvolvendo a percepção de que são capazes de aprender sempre, desde que recebam orientações quando necessário. O enfermeiro da instituição deve planejar ações educativas, pois tem melhores condições de perceber a realidade e avaliar as necessidades dos integrantes da própria equipe.

(28)

2. METODOLOGIA

Respeitando todos os aspectos legais necessário, o primeiro procedimento do estudo foi à elaboração de um projeto de pesquisa que foi apresentando pelo Comitê de Ética e Pesquisa da Universidade do Estado de Mato Grosso (UNEMAT) na cidade de Cáceres – MT, e tendo sido aprovado e confirmado, presente no anexo deste trabalho, foi encaminhado todos os documentos necessários a instituição juntamente com a carta de apresentação e solicitação para a coleta dos dados.

Trata-se de um estudo com abordagem qualitativa que na base do processo de análise de um problema não emprega um instrumental estatístico, pois não pretende enumerar ou medir unidades. A abordagem qualitativa tem como objetivo situações complexas e estritamente particulares, assim descreve a complexidade do problema, analisa interações de certas variáveis, compreende e classifica os processos vividos por grupos sociais, facilitando o entendimento das particularidades dos comportamentos dos indivíduos (RICHARDSON, 1999).

O método do estudo é descritivo que representa um nível que descreve as características, propriedades ou relações existentes entre os grupos, permitindo a análise, ordenação e classificação deste. Tentando explicar os fenômenos que influenciam ou causam o aparecimento dos mesmos (RICHARDSON, 1999 p. 71; MATTOS, 2003; ANDRADE 1997).

Para a realização da pesquisa será feito o levantamento bibliográfico em livros e artigos relacionados sobre o tema, para saber quando e como começaram a preocupação com a melhoria da qualidade dos cuidados de enfermagem, evidenciar conceitos de processo de enfermagem, conceitos de qualidade da assistência de enfermagem, seus fatores positivos e negativos. O trabalho foi embasado por artigos bibliográficos publicados utilizando-se da base de dados do SCIELO, LILACS, revistas e anais de enfermagem.

(29)

Após a explicação dos objetivos propostos aos sujeitos foi solicitado que estes assinassem um termo de consentimento livre esclarecido elaborado seguindo Resolução nº 196, de 10/10/1996, do Conselho Nacional de Saúde para participação da pesquisa, garantindo-lhes o absoluto sigilo das informações e a possibilidade de desistência em qualquer momento da pesquisa. O anonimato dos sujeitos foi garantido através de adoção de nomes fictícios (nomes de flores) na citação de seus discursos.

A pesquisa foi realizada através de entrevista, que segundo Richardson, 1999 “é uma técnica importante que permite o desenvolvimento de uma estreita relação entre as pessoas. É um modo de comunicação no qual determinada informação é transmitida de um pessoa A a uma pessoa B”, contendo questões a fim de identificar os fatores que interferem na qualidade da assistência, e elaborar melhorias para a qualidade do cuidados.

O instrumento de coleta de dados utilizado foi orientado a partir de um roteiro de questões abertas e fechadas, onde as resposta foram anotadas pelos próprios entrevistados em formulário próprio.

A área de estudo foi realizada no município de Tangará da Serra – MT, localizada na região Sudoeste do Estado de Mato Grosso conhecida como médio norte e está a 240 km da capital Cuiabá. Tangará da Serra possui uma área de aproximadamente 11.565.976 Km² e uma população de 85.431 habitantes (IBGE, 2010), dos quais mais de 90% residentes na área urbana.

A coleta de dados foi realizada no espaço da Unidade Mista de Saúde, situada na Rua 07-A s/n, Jardim Europa, na cidade de Tangara da Serra-MT, realizado no mês de setembro, entre os dias 19 e 23, totalizando 15 sujeitos entrevistados, sendo 3 enfermeiros e 12 técnicos de enfermagem, onde os questionários foram aplicados pelo pesquisador durante o horário de trabalho na UMS.

Após a realização da coleta os dados foram digitados na forma bruta como foram obtidos criando um arquivo para cada sujeito. Os dados coletados foram analisados posteriormente sendo separadas as respostas por assunto, criando um novo arquivo por categorias. Essas categorias foram interpretadas a luz das teorias que subsidiam a pesquisa. Para uma melhor análise dos dados foi realizado a comparação entre as falas dos sujeitos de acordo com o respectivo questionário.

(30)
(31)

3. ANÁLISE DE DADOS

Este trabalho foi proposto a fim de identificar os fatores que interferem na qualidade da assistência de enfermagem. O foco do estudo procura verificar as condições de trabalho do Enfermeiro e sua equipe na UMS de Tangará da Serra – MT, qualificar a assistência da enfermagem prestada pela equipe da UMS de Tangará da Serra – MT, evidenciar a formação profissional inicial e permanente da equipe de enfermagem da UMS de Tangará da Serra - MT.

Os sujeitos envolvidos na pesquisa são:

 3 Enfermeiros;

 12 Técnicos/auxiliares de enfermagem.

O instrumento de coleta de dados foi igual para as duas categoriais de sujeito. Onde procurou melhoria da qualidade da assistência, questionando qual a importância da qualidade da assistência de enfermagem de uma instituição de saúde, e quais são os fatores que interferem nessa qualidade e dificulta a prestação de serviço.

Os dados analisados a seguir estarão revelando o olhar sobre o objetivo deste estudo. Para a construção desta análise utilizamos as recomendações do Comitê de Ética em Pesquisa preservando a identidade dos sujeitos. Para isso utilizamos aleatoriamente nomes de flores para identificar os sujeitos, porém, eles possuem uma segunda classificação em que além do nome de flor serão destacadas sua classificação profissional, sendo TE para técnicos de enfermagem, AE para auxiliares de enfermagem e Enf. para enfermeiros.

(32)

3.1 RESULTADOS E DISCUSSÕES

3.1.1 Perfil dos participantes

Tabela 1: perfil dos participantes

Variável Faixa ou tipo Freqüência

Sexo Feminino 93%

Masculino 7%

Casado 60%

Solteiro 14%

Estado Civil Vive com companheiro 13%

Separado 13%

Outros 0

Nenhum 23%

Número de filhos 1 filho 45%

2 filhos 23%

3 filhos 9%

De acordo com o perfil dos participantes pode ser notar que a maioria é do sexo feminino totalizando 93% dos entrevistados, destacando que a enfermagem consiste em uma profissão que ainda ocorre maior índice de mulheres. Ocorre também predominância de casados (60%) e maior média de sujeitos com mais de um filho (45%) mostrando que além das atividades profissionais, as mulheres possuem outras atribuições relacionadas com os filhos, serviços domésticos, preocupação com a família (casa para cuidar, compras pra fazer, escolas dos filhos para pagar).

Segundo Santos (2006) estudo realizado pelo COREN-SP afirma que o contingente de enfermeiros em atividades hospitalares no município de São Paulo corresponde a 92,5% de profissionais do sexo feminino.

Sendo assim Lopes et. al. (2005) fala que podemos dizer que a enfermagem nasce como um serviço organizado pela instituição das ordens sacras. Coexiste com o cuidado doméstico às crianças, aos doentes e aos velhos, associado à figura da mulher-mãe que desde sempre foi curandeira e detentora de um saber informal de práticas de saúde, transmitido de mulher para mulher.

(33)

trabalhadores de enfermagem, os índices apontavam um grau de feminização entre os enfermeiros de 94,1%; entre os técnicos de enfermagem esse índice baixa para 89%, e entre os auxiliares de enfermagem os percentuais apontam 91,5% de feminização.

E para Mattias (2009) em estudos realizados também apontam maioria do sexo feminino, casada e com média de mais de dois a três filhos, mostrando que além das atividades profissionais, as mulheres possuem atribuições relacionadas à maternidade.

Com isso podemos afirmar que a enfermagem, mesmo com o passar dos anos, ainda é uma profissão no qual as mulheres estão em larga vantagem contra os homens.

3.1.2 Categoria profissional

Gráfico 1: Categoria profissional

Essa questão teve o intuito de identificar a categoria profissional da equipe de enfermagem que participaram da pesquisa. Como a Enfermagem é uma profissão onde ocorre divisão de trabalhos entre as categorias profissionais, fica visível a importância de identificar quais era esta categoria profissional de cada sujeito entrevistado. Obtivemos 12 técnicos de enfermagem que totalizaram 80% dos entrevistados e 3 enfermeiros totalizando 20% dos entrevistados.

0%

80% 20%

Categoria Profissional

Auxiliar de enfermagem

Tecnico de Enfermagem

(34)

De acordo com Galvão (1998) a equipe de enfermagem fica configurada da seguinte maneira: auxiliares e técnicos de enfermagem, que cabem as atividades de assistência e pelo enfermeiro, que assume as ações gerenciais referente ao cuidado.

Para Bork (2004) “o corpo de enfermagem (enfermeiros, técnicos e auxiliares de enfermagem) em uma instituição de saúde é um dos principais veículos de cuidado e atenção dispensada aos clientes, representando mais de um terço dos profissionais.”

A enfermagem é uma classe que se caracteriza por uma divisão técnica e social no trabalho, definida por diferentes categorias de trabalhadores com diferentes níveis de formação (KURGANT apud MATTIAS, 2009).

Fica visível que a enfermagem possui categorias profissionais de diferentes níveis de formação, sendo cada categoria indispensável para a assistência em saúde, onde uma das categorias fica com o cuidado direto com o paciente e a outra com funções gerenciais de toda uma unidade e também da equipe em si. Sendo assim uma categoria complemente e depende uma da outra para prestar uma assistência de qualidade para o cliente.

(35)

3.1.3 Possui mais de um emprego?

Gráfico 2: Quantidades de empregos

De acordo com a análise do gráfico acima 60% dos entrevistados possuem somente um vinculo empregatício, ou seja, trabalham somente na UMS de Tangará da Serra – MT. Mesmo que a maioria tenha relatado apenas um vínculo empregatício, estudos sugerem que em virtude da necessidade do serviço ou as chances de se obter melhoria no seu rendimento salarial, os sujeitos optam em realizar uma carga horária superior as permitidas, e assim tendo mais de um vínculo empregativo.

Os 40% dos sujeitos que possuem mais de um emprego demonstram carga horária superior a 40 horas semanais, dados que demonstram o excesso da carga horária de trabalho somado a outras atividades cotidianas dos sujeitos, podendo assim ocasionar desgaste físicos e mentais e prejudicando no atendimento ao cliente. Além do mais, como a maioria dos sujeitos são do sexo feminino, ocorre um desgaste físico e mental ainda maior, por conta dos serviços domésticos que devem ser conciliados com o profissional. A má remuneração também é um indicativo na escolha de mais um vínculo empregativo, sendo inadequada e insuficiente para sustentar a família, levando ao profissional a sobrecarga de trabalho.

Como mostra as fala dos seguintes sujeitos: 40%

60%

Possui mais de um emprego

Sim

(36)

“Além do trabalho na UMS, trabalho na assistência direta aos pacientes na urgência e emergência. Trabalho mais de 60 horas semanais” (Enf. Violeta)

“Além do trabalho na UMS, trabalho em Home Care, totalizando carga horária superior a 40 horas semanais” (TE: Margarida)

“Trabalho 40 horas semanais pela UMS e mais 24 horas semanais pelo

SAMU” (Enf. Jasmim).

As mulheres constituem maioria na área da enfermagem, considerando as diferenças fisiológicas e emocionais, bem como a necessidade de conciliação entre trabalho doméstico e atividade profissional é fácil perceber o porquê do desgaste físico, mental e emocional relacionado ao desempenho de suas funções. A carga horária da enfermagem é exaustiva, muitos trabalham mais de 44 horas chegando a ultrapassar 60h/semana, devido à realização de horas extras, trocas de plantões ou a dois e até três empregos. (SILVA, 2008)

De acordo com Santos (2006) a carga horária excessiva sem horário de descanso pode criar dificuldade para equipe de enfermagem em lidar com as situações do cotidiano no seu ambiente de trabalho, já que pode passa a exigir aumento da capacidade de direcionar atenção para a tomada de decisões e resolução de problemas no exercício de suas funções.

Segundo Marziale (2001) o desgaste físico e mental e o desprestígio social são fatores associados às condições de trabalho da equipe de enfermagem, refletindo negativamente na qualidade da assistência prestada ao cliente.

Para Mattias (2009) o trabalho em saúde já é estressante, mas a dupla jornada é uma opção para complementar a remuneração salarial inadequada e insuficiente para sustentar a família. Obrigando a sobrecarregar-se de serviços, o que resulta em desgaste físico, assim influenciando na qualidade de vida e do exercício profissional.

Podemos notar que quando o profissional possui mais de um vínculo empregativo à chance de desenvolver um desgaste físico e mental é ainda maior por conta da carga horária excessiva, ainda mais quando as condições trabalhistas não são adequadas, levando a equipe a estar sobrecarregando seus serviços, o que reflete negativamente na qualidade da assistência direta ao cliente.

(37)

Gráfico 3: Turno de Trabalho

Para Santos (2006) a influência dos turnos sobre o trabalho de enfermagem é tida como negativa e reflete diretamente sobre aspectos fisiológicos, relacionamento familiar, social, o que pode favorecer a fadiga e insatisfação profissional.

Marziale (2001) ainda cita que o excesso de trabalho pode desencadear fadiga mental, acarretando alterações na concentração, distúrbios do sono, desconfortos físico, aumento das reações à luz ruídos, sintomas esses mais comuns em profissionais do plantão noturno, seguidos do plantão da manhã e da tarde.

39%

39% 10%

12%

Turno de Trabalho

Matutino

Vespertino

Matutino/vespertino

(38)

3.1.4. Realizou alguma especialização

Gráfico 4: Realizado alguma especialização

Um aspecto importante do presente estudo foi o título de especialização relatado pela maioria dos profissionais (53%), o que mostra que a maior parte da equipe de enfermagem realizou alguma especialização, sugerindo que estes profissionais estão buscando aperfeiçoar e atualizar a qualidade profissional, em função das exigências do mercado de trabalho e assim melhorar suas assistências aos clientes, maximizando a qualidade com o cuidado. Sendo de suma importância que os diretores da unidade busquem sempre investimentos no desenvolvimento da qualidade da equipe, sendo eles com educação continuada ou treinamentos, ou mesmo incentivando cada profissional a buscar e realizar alguma especialização, maximizando ainda mais o cuidado direto com o paciente

Segundo Santos (2006) estudos enfatizam quanto à importância da qualificação e atualização profissional serem constantes em razão da complexidade dos pacientes, avanços tecnológicos e terapêuticos da área da saúde, podendo ser conseqüente a demanda de um mercado de trabalho cada vez mais exigente no recrutamento desses profissionais.

53% 47%

Realizou alguma especialização

Sim

(39)

Ainda segundo Santos (2006) a busca pela especialização do cuidado e aquisição de novos conhecimentos repercutiu na forma e na qualidade da prestação do cuidado, sendo a forma mais rigorosa de aperfeiçoamento da prática de enfermagem.

Chenso (apud Mattias et. al. 2009) lembra que a crescente demanda por profissionais de enfermagem capacitados para prestar serviços de saúde hospitalar com qualidade, exige dos administradores dessas instituições não se limitem ao simples recrutamento e seleção de pessoas, mais invistam no desenvolvimento e orientação das potencialidades individuais e da equipe, na busca de atendimento com qualidade.

Os sujeitos quando questionados se dentro da Unidade é realizado algum tipo de treinamento e/ou educação continuada deram as seguintes respostas:

“No período de tempo que estou trabalhando nesta unidade, não houve treinamentos” (TE: Orquídea).

“Não. Eu pelo menos nunca participei” (TE: Rosa Branca).

“Infelizmente não” (TE: Cravo).

“Não existe no momento nenhum cronograma efetivo de treinamento ou educação continuada. Os treinamentos são realizados esporadicamente de acordo

com a necessidade identificada” (Enf. Jasmim).

“Não presenciei nenhuma desde que entrei na UMS há 2 meses (exceto uma capacitação que houve há 1 mês atrás somente para médicos e enfermeiros sobre ECG)” (Enf. Rosa Vermelha).

“Sim. Mas nos precisamos desses treinamentos com mais freqüências”

(TE: Margarida).

(40)

Que para Donabedian a essência da qualidade destacada por ele é que a busca da qualidade constitui a dimensão ética da vida profissional. Com ela todo esforço razoável de monitoramento da qualidade ter êxito. Sem ela o mais engenhoso dos sistemas de monitoramento fracassará (apud ADAMI, 2000).

Para Pachoal (et al 2006) a educação dos profissionais de enfermagem deve merece maior atenção, já que há necessidade de preparar as pessoas para as mudanças no mundo e no contexto do trabalho, procurando conciliar as necessidades de desenvolvimento pessoal e grupal com as da instituição e as da sociedade. Deve haver a necessidade de reafirmar a questão educativa como compromisso de crescimento pessoal e profissional, visando a melhorar a qualidade da prática profissional.

Para Mattias (2009) os profissionais da equipe de enfermagem que são motivados a buscarem situações de ensino-aprendizagem, desenvolvendo a percepção de que são capazes de aprender sempre mais, influência diretamente na melhoria da qualidade da assistência prestada por eles.

Paschoal (et al 2006) reforça que para o desenvolvimento da prática da enfermagem, há necessidade de investimento na qualificação do profissional. O enfermeiro precisa estar preparado para atingir, desenvolver e ampliar sua competência técnica, crítica e interativa, tanto no ensino formal de enfermagem como nos processos de educação permanente, de forma a adquirir assim a capacidade de aprender a aprender e de aprender a conviver.

Santos (2006) ressalta que a busca pela especialização do cuidado e aquisição de novos conhecimentos pode repercutir na forma e na qualidade da prestação do cuidado, além de reavaliar os critérios de atendimento às situações de emergência de forma mais rigorosa em função desse aperfeiçoamento da prática de enfermagem.

Para Silva (2008):

(41)

3.1.5 Fatores que interferem na qualidade da assistência de enfermagem

Gráfico 5: Fatores que interferem na qualidade da assistência de enfermagem

Dentre os fatores identificados pelos sujeitos que interferem na qualidade da assistência de enfermagem, onde a maioria assinalou mais de uma questão, foram: recursos materiais (36%), estrutura física da unidade (26%), comprometimento profissional (19%), recursos humanos (16%) e disponibilidade de profissionais (3%).

Em relação ao fator com maior porcentagem, recursos materiais, que se tratando de um hospital municipal, necessita de recurso da Prefeitura, onde primeiramente se faz a solicitação para depois ela ser atendida, e que nem sempre estão disponíveis os recursos.

A estrutura física da unidade faz parte de uma estrutura antiga, que estão sendo ampliada, para posteriormente ser adequada para maior conforto e emocional para cliente e profissionais, e assim estimulando a melhoria da qualidade dos cuidados prestados.

De acordo com a resolução nº 293/2004 do COFEN (1998) que trata do dimensionamento do quantitativo mínimo de profissionais de saúde nas instituições, visa resolver a maioria dos problemas relativos aos recursos humanos, garantindo mais segurança e qualidade na assistência de enfermagem. Sendo assim se ocorresse uma distribuição qualitativa equilibrada e correta do número de profissionais de enfermagem, não ocorreria o

16%

36%

3% 19%

26%

Dentre os fatores abaixo qual é o que mais

interfere na qualidade da assistencia de

enfermagem?

Recursos Humanos

Recursos Materiais

Disponibilidade de Profissionais

Comprometimento Profissional

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déficit de funcionários citados pelos sujeitos, fortalecendo a qualidade da assistência de enfermagem aos pacientes.

O quantitativo de pessoal de enfermagem está geralmente abaixo do necessitado seja por contratações insuficientes, atestados médicos, licenças ou outros acarretando em prejuízo funcional e qualitativo nos serviços prestados e assim acabam assumindo responsabilidades muitas vezes além, de sua capacidade física, mental e emocional, conforme cita Silva (2008).

Segundo Mathias (2009) a rotina de enfermagem é caracterizada por uma diversidade de serviços repetitivos, com ritmo intenso, exigindo esforço físico e desgaste emocionais, somando a sobrecarga de trabalho interferem diretamente na qualidade de vida dos profissionais, no interesse, na disponibilidade e no comprometimento profissional, interferindo assim na qualidade da assistência de enfermagem.

Para Pedrosa (2010) o desenvolvimento da prática em saúde necessita de garantia de infra-estrutura apropriada, com disponibilidade de equipamentos adequados, de recursos humanos capacitados e de materiais e insumos suficientes à assistência prestada.

Quando questionados se os recursos materiais e a estrutura física da unidade são adequados para a prestação do serviço, todos os sujeitos responderam que os recursos materiais e estrutura física não são adequados na unidade, como mostra as seguintes respostas:

“Não. Pode ser melhor, porque os recursos materiais são mais fáceis de

conseguir, mas o espaço físico é restrito” (TE Orquídea).

“A unidade está bem danificada e recursos materiais péssimos.” (TE Copo de Leite).

“Não. Pois às vezes temos casa que a unidade não suporta o atendimento, devido à falta de materiais, de condições trabalhistas, para oferecer e desenvolver

um atendimento eficaz” (TE Rosa Branca).

“Não a maioria das vezes usamos o improviso pela falta de materiais”

(TE Margarida).

“Razoável, poderia ser melhor, trabalhamos muito com o improviso, falta

materiais, que são essenciais para desenvolver bom trabalho. O espaço físico em relação ao internamento é pequeno e nos quartos tem muitos leitos, facilitando a contaminação, mais vai melhorar” (TE Azaléia).

“Não, os processos de compra (licitações) são muitos lentos, falta muita medicação, materiais para curativos, equipamentos de monitorização de paciente, ventiladores mecânicos, espaço físico inadequado para comportar uma população com mais de 80 mil habitantes que depende do SUS” (Enf. Rosa Vermelha).

“Não, pois há carência de materiais, equipamentos e a estrutura física não

(43)

Podemos notar em todas as falas que como faltam materiais e com estrutura física inadequada, isso afeta diretamente na qualidade do cuidado com o cliente, onde na maioria das vezes a única opção é o improviso de alguns materiais, substituição da medicação por outra disponível na unidade, o espaço físico do internamento é pequeno, comportando um número excessivo de leitos, e como citado pela TE Azaléia facilita a contaminação entre os pacientes.

Para Mariano (2009) as condições de trabalho dos profissionais de enfermagem trazem repercussões para a saúde do trabalhador que sobrecarregado de atividades, ainda adota no cotidiano dos plantões postura corporal inadequada que geram problemas de ordem física.

Segundo Oliveira (2001) estudos realizados com equipe de enfermagem hospitalar evidencia que as jornadas rotativas causam alterações do sono, distúrbios nervosos e digestivos, além de desorganizarem a vida familiar e social dos trabalhadores. E ainda ocorre exposição a fatores de risco mecânicos e ambientais específicos, é ainda agravada pelos recursos materiais insuficientes e inadequados, que ocasionam condições inseguras no trabalho.

Para Faria (2010) estudos salientaram que a falta de recursos materiais e humanos para o desenvolvimento da assistência de enfermagem, desencadeia sentimentos de estresse, angústia e ansiedade a estes profissionais, além de descomprometimento com a assistência prestada.

Para Sarquis (2009) a exposição aos fluidos biológicos, associada ao ritmo acelerado de trabalho, número reduzido de trabalhadores e a inadequação de recursos materiais são fatores desencadeantes de processos de sofrimento mental.

(44)

Ainda de acordo com Silva (2008) os recursos materiais e os equipamentos também participam desse contexto. Sabemos que o ambiente interfere na qualidade de vida do ser humano acontecendo o mesmo em relação à enfermagem e o ambiente institucional.

Conforme cita Leite (apud Silva, 2008) o hospital, como toda empresa, também realiza um processo administrativo com entradas e saídas, o intuito de economizar é uma constante, diante dessa meta o material utilizado nos hospitais muitas vezes não é o de melhor qualidade, mas o de melhor preço.

A estrutura física inadequada impossibilita a efetivação da integralidade, dificultando a obtenção de bons resultados nas intervenções em saúde, interferindo na continuidade do cuidado e desqualificando a assistência e o específico cuidado de Enfermagem. A falta de materiais compromete o alcance de metas, pois determinadas ações são interrompidas e pacientes são encaminhados a outros serviços. A falta de insumos é impeditiva de uma adequada atenção à saúde, pois compromete o desenvolvimento da atenção/serviço ofertado, gerando também descrédito na população (PEDROSA, 2010).

Segundo Medeiros (2006) constata-se nos trabalhadores do serviço público uma frustração pela falta de material, exigindo maior capacidade de improvisação para a realização de procedimento, deixando-os insatisfeitos em relação à assistência prestada ao paciente, podendo desencadear o sofrimento no cotidiano desses trabalhadores.

Cegacno (2005) conclui que a atual situação da saúde brasileira afeta diretamente o trabalho da enfermagem nas instituições de saúde, pois a falta de recursos faz com que o improviso seja uma constante no cotidiano da equipe de enfermagem, acarretando no descontentamento e sofrimento no trabalho. Além de um ambiente organizado, a equipe de enfermagem considera que condições e materiais adequados para realizar os cuidados são motivos de satisfação e prazer no trabalho e, além disso, a carência de material dificulta a realização do cuidado.

3.1.6. Satisfação com seu serviço dentro da unidade

Imagem

Tabela 1: perfil dos participantes
Gráfico 1: Categoria profissional
Gráfico 2: Quantidades de empregos
Gráfico 3: Turno de Trabalho
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