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A Depressão Econômica

No documento HISTÓRIA GERAL DA ÁFRICA (páginas 129-137)

O ponto culminante da crise subsequente à quebra de Wall Street em 1929 já fora superado no começo do nosso período mas, a depressão far -se -ia sentir até o momento do estímulo à recuperação econômica, ocasionado pela Segunda Guerra Mundial. As repercussões da crise variaram de colônia a outra, bem como no seio de uma mesma colônia, não somente em função das culturas desenvolvidas em tal ou qual região e dos meios de produção empregados mas, também, de acordo com a capacidade de resistência da agricultura de subsis- tência e do setor industrial. Igualmente, o choque da crise foi absorvido com desdobramentos diversos nas economias baseadas na extração mineral, segundo a natureza do mineral exportado. Enquanto o cobre afundara, o ouro, por sua vez, subia ao firmamento. Se, por um lado e de uma maneira geral, todos os ter- ritórios subsaarianos conheciam graves dificuldades em razão do desabamento das cotações mundiais das matérias -primas, a África do Sul, quanto a ela, pôde consolidar o seu potencial industrial e lançar as bases da sua hegemonia econô- mica sobre a África central e meridional.

No que concerne ao camponês africano cujo trabalho era dedicado à pro- dução voltada para culturas de exportação, ser -lhe -ia necessário, desde logo, produzir ao menos o dobro para obter o mesmo rendimento. A tonelada de amendoim de valor correspondente, em 1929 -1930, a 8 libras e 18 shilings, não atingiria nada além de 2 libras e 13 shilings em 1933 -1934. A reação eco- nômica esperada, nesta situação de baixa dos preços, seria reduzir a produção e se voltar para culturas de subsistência. Contudo, certo número de fatores a isto se opunham.

Em primeiro lugar, no Congo belga, a administração se empenhou em evi- tar toda desmobilização econômica, para tomar a expressão de Emil Bustin23,

impondo tanto culturas obrigatórias aos camponeses, com o objetivo de expor- tação e para consumo interno, quanto o trabalho de extração mineral, mesmo com preços fixados abaixo das cotações de mercado. Ademais, a possibilidade de continuar a assegurar, durante os anos mais difíceis da Depressão, um apro- visionamento em alimentos baratos aos trabalhadores que haviam mantido os seus empregos, permitira reduzir eficazmente o custo da mão de obra evitando qualquer redução salarial, fato este que auxiliou as grandes sociedades a atra- vessarem o cabo da crise24.

Em segundo lugar, na totalidade dos territórios que nos interessam e durante o período integralmente considerado, os africanos foram submetidos ao imposto direto. Antes da crise, era a fiscalidade indireta que garantia aos administradores coloniais a maior parte das suas receitas, com a notável exceção de três territórios do Alto -Comissariado, mas o imposto direto desempenharia, desde então, um papel deveras decisivo no conjunto do orçamento colonial. A queda catastrófica dos preços pagos aos camponeses pelos seus produtos não provocara nenhuma redução nos seus impostos. Isto significa que eles deviam produzir ainda mais para poder pagá -los. Nestas circunstâncias, na Nigéria setentrional, os agricul- tores tiveram que transferir ao Estado, em dado momento, até 70% dos seus rendimentos, em espécie25.

Em terceiro lugar, em colônias como o Congo belga as quais dispunham de importante força de trabalho assalariado, a redução deste efetivo, ocasionada pela Depressão, obrigara numerosos trabalhadores a retornarem às suas cidades de origem e a cultivarem a terra para pagar os seus impostos. Com efeito, 125.000 assalariados perderiam o seu emprego no Congo, entre 1930 e 1932.

23 E. BUSTIN, 1975, p. 101. 24 B. JEWSIEWICKI, 1977, p. 328. 25 R. SHENTON, 1986, p. 102.

Em quarto lugar, numerosos africanos se haviam habituado a comprar artigos importados (roupas, utensílios de cozinha e material escolar para as crianças, por exemplo), por eles considerados não como produtos de luxo mas, como artigos de primeira necessidade, encorajando -os e levando -os, ainda mais, a cultivarem as terras para continuar a adquiri -los. O resultado final consistiu, na maioria dos casos, em aumentar a produção de culturas de exportação que, inclusive em certas situações, aumentaram em até 100%, apesar da permanência dos seus ren- dimentos em níveis não forçosamente superiores àqueles dos idos de 1928 -1929. Em termos gerais, os africanos que menos sofreram consequências da crise foram aqueles em menor grau engajados na engrenagem da economia capita- lista mundial, isto equivale a dizer, dedicados exclusivamente à agricultura de subsistência. Já habituados a pagar impostos, eles não estariam, inclusive, senão marginalmente implicados na economia monetarista. A demanda por cereais e inhame26 se mantinha e as indústrias tradicionais conheciam relativo ressur-

gimento. Em contrapartida, para aqueles que se haviam tornado dependentes da comercialização de culturas tipo exportação com o intuito de suprir parte das necessidades alimentares da sua família, o impacto da crise foi muito cruel.

Junto aos produtores rurais africanos, a Depressão fez nascer um descon- tentamento perante um sistema colonial que, até então e ainda que de modo marginal, pagara pelos seus produtos um preço que permitira a muitos deles melhorarem as suas condições de existência, malgrado todas as outras exações do sistema. A reversão brutal desta tendência, nos anos 30, com o surgimento do descontentamento rural, prepararia o terreno para os militantes nacionalistas, possibilitando -lhes fecundá -lo durante a década de 1940. A guerra, em que pese a forte alta dos preços relativos aos produtos de base, não fez senão exacerbar este descontentamento, pois os poderes públicos limitariam o rendimento monetário do trabalho dos cultivadores.

As repercussões da recessão mundial atingiriam duramente a indústria mine- radora, em particular, das minas de cobre em Katanga e na Rodésia do Norte. Embora no que diz respeito a esta última, tenha se tratado prioritariamente de demissões operárias, recaídas sobre aqueles ocupados em trabalhos na abertura de novas minas. As cotações do cobre desabaram em 60% entre 1930 e 1932. O Ofício Central do Trabalho de Katanga (OCTK), praticamente interrompera todo recrutamento e se ocupara, em contrário, com o repatriamento de traba- lhadores demitidos em relação aos quais a administração se encontrava pouco

disposta a vê -los em estado ocioso nos centros urbanos27. Mas, nas próprias

localidades, a maioria dos trabalhadores reconduzidos aos seus lares “tinha a maior dificuldade em aceitar a autoridade tradicional”, se dermos crédito ao diretor da OCTK quando estimava “que seria necessário certo tempo antes que eles se readaptassem à vida na sua comunidade28”.

A queda nas cotações dos minerais provocaria uma diminuição paralela nos salários daqueles ainda empregados. A remuneração semanal dos operários nas usinas de extração de estanho, em Jos, na Nigéria setentrional, passara de 6 ou 7 shillings para 3 shillings e 6 pence. Em geral, embora a retomada tenha começado a se manifestar no setor da extração mineral, em meados dos anos 30, a produção atingiria novamente os seus níveis anteriores à crise somente no fim da Segunda Guerra Mundial. A única exceção teria sido a exploração aurífica cujas exportações mais que dobrariam em volume, entre 1933 e 1938, na Costa -do -Ouro, em consequência de um aumento da demanda mundial, acompanhado de uma alta nas cotações. Igualmente, a exploração das minas de ouro na Tanganyika progredira de tal ordem nos anos 30 que as exportações de ouro chegariam à segunda posição, em valor, comparativamente ao sisal. No Quênia, uma pequena “corrida do ouro” permitira a ocupação de certos agri- cultores brancos, relativamente marginalizados e expulsos da terra pela crise.

Mas, na África do Sul, foi o boom do ouro que provocou os mais espetaculares efeitos nos territórios britânicos da África meridional e central. A demanda por mão de obra era tal, nas minas de ouro do Witwatersrand e nas indústrias criadas pelo boom, que o governo da União suspendera a sua interdição à importação de mão de obra proveniente do norte do 22o paralelo, recrutando trabalhadores

inclusive na Tanganyika. Numerosos dentre estes encontraram assim um tra- balho, permitindo -lhes pagar os seus impostos e fornecer, na forma de ordens de pagamento, algum fundo às suas famílias. Estas remessas de fundos tornar- -se -iam uma fonte vital para o Basutoland, país que não possuía outra riqueza a explorar além de sua mão de obra, e igualmente no tocante ao Bechuanaland, abalado em razão das restrições impostas pela União às importações do seu reba- nho29 e capaz, desde então, de exportar a mão de obra composta pela população

habitante nas vastas extensões situadas ao norte do 22o paralelo.

Para os trabalhadores das plantações, a Depressão teve efeitos similares em todos os territórios, a saber, demissões e redução salarial. Os agricultores bran-

27 E. BUSTIN, 1975, pp. 116 -117. 28 Ibid., p. 117.

cos ou os proprietários metropolitanos de plantações, como o grupo Lever, não eram os únicos a empregar mão de obra agrícola imigrada. Na Costa -do -Ouro, na Nigéria ocidental e na Uganda, uma próspera classe de pequenos capitalistas africanos nascera, os seus componentes também deveriam reduzir a sua mão de obra, diminuir os salários ou renunciar ao crescimento das suas plantações30. Na

Costa -do -Ouro, especialmente os ricos proprietários de cacauais estavam seria- mente abalados pelo declínio das cotações do cacau, sobremaneira acentuado por se tratar de um alimento de luxo; eles sentiram dificuldades em conservar um estilo de vida tornado fortemente dependente de bens importados, estando inclinados a desfrutar de diversos aspectos do modo de vida ocidental, especial- mente no âmbito da educação em relação à qual se tornara então mais difícil arcar com os seus custos31. Na Uganda, os salários da mão de obra agrícola foram

em certos casos, entre 1929 e 1934, reduzidos em mais da metade, prejuízo particularmente sentido no Ruanda -Urundi, de onde provinha a maioria dos trabalhadores imigrados.

Os mais duramente atingidos pela crise, por não terem outro meio de sobrevi- vência ao qual recorrer, foram os pequenos colonos e os empregados expatriados das plantações e das sociedades mineradoras; quanto aos primeiros, incapazes de resistir às consequências da queda dos preços dos seus produtos, em relação aos segundos, demitidos pelos seus empregadores. Em certas cidades mineradoras, como Élisabethville, uma em cada três casas europeias estava consequentemente vazia. No Quênia, explorações agrícolas estavam ou deixadas ao abandono por seus proprietários deslocados em busca de outro emprego, ou cedidas a preços desprezíveis a grandes proprietários de terra, capazes de sobreviver apesar das dificuldades econômicas.

As empresas de importação -exportação se mostravam particularmente vulne- ráveis diante da situação econômica, numerosas pequenas firmas seriam fechadas ou compradas por organizações mais solidamente estabelecidas. Uma vez mais, muitos empregados, brancos e africanos, foram demitidos, entre eles contava -se grande número de empregados de repartições, instruídos, porém sem nenhuma perspectiva de realocação, salvo no setor educacional onde alguns encontrariam ocupação. Eles também viriam a aumentar as fileiras dos partidos políticos que

30 No tocante às diferentes reações diante da crise, nos pequenos países africanos, conferir, por exemplo, G. AUSTIN, 1987; J. D. Y. PEEL, 1983, capítulo 7; J. J. JORGENSEN, 1981.

31 D. BROKENSHA, 1966, pp. 37 -38 e p. 238. A situação agravou -se na Costa do Ouro, em fins da década de 30, em razão da destruição que afetou os coqueiros, causada pelo swollen -shoot (doença caracterizada pela perda das folhas, pela interrupção no crescimento dos frutos e pelo inchaço dos galhos e das raízes).

se levantariam em breve contra o regime colonial. Aqueles de retorno à sua localidade de origem trar -lhe -iam novos valores. Desde 1929 -1930, no distrito de Makoni, na Rodésia do Sul, T. Ranger assinala que trabalhadores imigrados, provenientes de cidades da Rodésia e da África do Sul, “tornados amargos em razão do desaparecimento de qualquer possibilidade de emprego, traziam con- sigo as ideias do South African National Congress [Congresso Nacional Sul- -Africano] e da lndustrial and Commercial Workers Union [União Industrial e Comercial dos Trabalhadores], além daquelas da Young Manyika Ethiopian Society [Sociedade dos Jovens Etíopes Manyika], organizações formadas nas cidades, por alguns deles, para expressar as suas aspirações regionais e as suas demandas32”. As dificuldades encontradas por alguns homens de negócio africa-

nos que teriam conseguido sobreviver aos anos 30 ter -lhes -iam levado a perder as ilusões, eventualmente mantidas em relação ao tema de um regime colonial por eles apoiado até recentemente.

Para sobreviverem, as firmas expatriadas praticaram acordos de preços; o mais célebre se estabeleceu entre os compradores britânicos de cacau da Costa -do- -Ouro. Em 1937, os produtores reagiriam se recusando a vender a sua produção, movimento seguido por retenções análogas na Nigéria, concernentes à venda do cacau e dos produtos derivados da palmeira. Na Uganda, onde o beneficiamento do algodão constituía uma das raras atividades de relativa importância da região, as usinas de beneficiamento podiam gozar da garantia de uma tarifa mínima fixa por libra, cabendo ao plantador suportar a maior parte da perda devida à queda das cotações. Buscando compensar os seus prejuízos, os plantadores de algodão assim aumentaram a sua produção, contribuindo para a maior prosperidade das usinas de beneficiamento cujo número não fora acrescido33.

No que tange aos administradores coloniais, belgas ou britânicos, a crise significava uma queda nas receitas provenientes dos direitos de importação e de exportação. A sua reação imediata consistiu em demitir pois era impossí- vel fazer a menor economia no tocante ao serviço da dívida que formava um dos principais componentes do orçamento para a maioria deles34. Os africanos

32 T. O. RANGER, 1983, p. 81. 33 J. J. JORGENSEN, 1981, pp. 147 -150.

34 M. HAILEY, 1938, pp. 1432 -1433. Além do financiamento da estrada de ferro, o Nyasaland reservava, em 1936 -1937, 15,8% de seu orçamento para o serviço da dívida; a Rodésia do Norte, 16,2%; e a Nigéria, 21,4%. Em algumas colônias, o endividamento era, entretanto, muito menos pesado: Costa do Ouro, 3,7% e Serra Leoa, 7,2%. O percentual do orçamento consagrado à administração alcançava até 50% na Gâmbia e em Zanzibar, mas não ultrapassava 29,3% na Nigéria. Em 1934, o Congo belga destinava metade de seu orçamento para o serviço da dívida (p. 1454).

demitidos se encontravam, por sua vez, de bom ou mau grado, em um mercado de trabalho desprovido de elasticidade e incapaz de absorver um acréscimo de africanos instruídos ou parcialmente instruídos. Nas fileiras do pessoal adminis- trativo europeu, os cortes foram tais que parecia revivido o tempo do êxodo dos expatriados, outrora conhecido durante a Primeira Guerra Mundial.

Porém o êxodo dos brancos não atingira uma amplitude que conduzisse os africanos a poder acreditar, como na África Ocidental francesa entre 1914 -1918, que eles verdadeiramente fossem partir35 mas, contudo, a população branca do

Congo passaria de um efetivo de 25.700, em 1930, para 17.600 em 193436. As

reduções de pessoal também teriam como corolário uma redução nos serviços prestados pela administração aos seus administrados africanos, em particular, nas áreas da saúde, da educação e das obras públicas. Os africanos da elite letrada contemplavam, como dantes nunca ocorrera, a falência do Estado colonial ao qual, em comparação com a geração precedente, haviam trazido um apoio entu- siasta pois assim percebiam um meio de colher os frutos da ocidentalização.

O desenvolvimento não fora jamais expressamente inscrito no programa das potências coloniais, tanto menos como uma obrigação perante os seus sujeitos africanos; contudo, as administrações locais cumpririam grande parte do que hoje chamaríamos obra de desenvolvimento, levando a cabo a construção de estradas, de vias férreas, de pontes e portos que eram concebidos, evidente- mente, antes de tudo para facilitar a exportação de produtos. Com a crise, foi preciso abandonar boa parte destes projetos ou postergá -los indefinidamente. Na maioria dos territórios, os canteiros de obras públicas não retomariam, antes da Segunda Guerra Mundial, os seus níveis de atividade experimentados no fim dos anos 20. Contudo, o British Colonial Development Act [Lei Sobre o Desen- volvimento das Colônias] de 1929, redigido antes da crise, visava estimular os projetos produtivos nas colônias, porquanto o critério de seleção destes planos seria o grau de desenvolvimento, por eles produzido, na economia metropolitana, especialmente em termos de criação de empregos. Os capitais em jogo variavam de território a outro, sendo em geral derrisórios. As principais realizações, na zona do nosso interesse, foram a abertura da mina de ferro de Marampa, em Serra Leoa, mediante um investimento de 264.000 libras esterlinas, e a constru- ção da ponte sobre o rio Zambeze, no Nyasaland37. Os projetos desenvolvidos

não o foram sempre em benefício da colônia interessada. Por exemplo, Leroy

35 Consultar M. CROWDER e J. OSUNTOKUN, 1986. 36 E. BUSTIN, 1975, p. 129.

Vail demonstrou que a construção da ponte sobre o Zambeze se projetara não para atender aos interesses do Nyasaland mas, para permitir o fornecimento das encomendas à indústria siderúrgica britânica, em plena estagnação. Para o Nya- saland, o resultado nítido da operação consistira em um enorme endividamento externo que levaria os poderes públicos a autorizar, na colônia, o recrutamento de africanos como mão de obra para a Rodésia do Sul e para a África do Sul38.

Os recursos colocados ao dispor pelo British Colonial Development Act, de 1929, eram mínimos diante das perdas de rendimento registradas pelas colônias, após o desabamento das cotações.

A crise expunha a falência da política colonial, como constatado por ao menos alguns de seus responsáveis, os quais, como sir Philip Mitchell, governa- dor da Uganda de 1935 a 1940, não eram atingidos pela miopia que parece ter afetado, desde então, a visão dos exegetas da obra colonial. Em 1939, as notas informativas confidenciais, remetidas por sir Philip aos funcionários europeus do Colonial Office, traçavam um quadro sombrio da situação:

“Se, com resolução, eliminarmos dos nossos espíritos as ideias recebidas, incluindo aqui uma imagem romântica do primitivo e do pitoresco que ainda, por ventura, tardiamente ali permaneça e, se olharmos a moderna África oriental como ela real- mente se apresenta, o quadro seria perturbatório.

A pobreza se encontra largamente disseminada e as pessoas sofrem de grande número de doenças às quais se acrescenta, em geral, a desnutrição.

O trabalho assalariado está frequentemente acompanhado por uma deterioração das condições de habitação e de nutrição, os próprios salários são baixos e o nível de esforço e de eficácia no trabalho é medíocre.

A instrução permanece rudimentar e ineficaz, salvo para pequeno número de pri- vilegiados [...], menos de 5% da população atinge o grau de instrução mínimo e obrigatório, indicado a todas as crianças do Reino Unido39.”

Portanto, desta forma, enquanto ganhavam vigor os protestos manifestos contra a conduta de um regime colonial agravado pela crise, críticas da mesma ordem se faziam ecoar na metrópole, não somente na imprensa e no Parlamento mas, nos próprios corredores do Colonial Office40. Enquanto a França expe-

rimentava um movimento comparável, nada similar se produzia na Bélgica41.

38 L. VAIL, 1975.

39 P. MITCHELL, 1939, p. 29. 40 R. D. PEARCE, 1982.

O impacto da Segunda Guerra Mundial nos

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