• Nenhum resultado encontrado

A discussão continua

No documento O CAMPO DA COMUNICAÇÃO (páginas 114-119)

De maneira alguma consideramos este como um levantamento exaustivo.

A construção epistemológica da área da Comunicação no Brasil contou com o trabalho de muitas(os) outras(os) autoras e autores. Entretanto, fica a missão (ou convite) para quem ler este capítulo sentir-se provocada(o) a buscar novos conhecimentos sobre o assunto e aventurar-se em um território ainda cheio de caminhos possíveis.

Entre as produções que não foram aqui aprofundadas, indicamos, ainda, a leitura de Efendy Maldonado (2002), Romancini (2006), Muniz Sodré (2007, 2012), Barbosa (2012), Gobbi (2018), Mattos e colaboradores (2018), Peruzzo (2018) e Rüdiger (2018). Além destes, os escritos de Ciro Marcondes Filho, Antonio Faus-to NeFaus-to, Jairo Ferreira e André Lemos muiFaus-to têm a contribuir, com proposições epistemológicas originais e produtivas.

Gostaríamos de lembrar o trabalho que é desenvolvido por Luís Mauro Sá Martino, pesquisador que, desde o início dos anos 2000, vem trazendo reflexões aprofundadas a respeito da epistemologia da Comunicação no país, analisando e sistematizando a produção e os referenciais desta área de estudos, com preocupa-ções com as novas gerapreocupa-ções que estão se formando. Para esses, que estão iniciando suas pesquisas, a leitura de artigos como A disciplinarização da Epistemologia no ensino da(s) Teoria(s) da Comunicação (MARTINO, 2013) e Dos fundamentos científicos à teoria da comunicação: uma controvérsia epistemológica nas origens da área (MARTINO, 2018) podem ser providenciais.

Para concluir, acompanhamos a posição de França e Simões (2016), quando estas nos dizem que o conhecimento das chamadas “teorias”, é essencial, primei-ramente, por nos modificar como indivíduos e, com isso, podermos nos posicionar e agir no mundo, por meio de uma leitura crítica da realidade e da disposição em torná-la melhor para todas(os) que nela vivem. Por essas e outras questões, conhecer e estudar a epistemologia da Comunicação no Brasil e como ela nos

levou à consolidação como área, se torna passo primordial para se formar como pesquisador(a) e, talvez, construir o futuro que desejamos.

Referências

BARBOSA, M. C. História Intelectual. In: CASTRO, D; MARQUES DE MELO, J.; BARBOSA, M. C. (org.). Panorama da Comunicação e das Telecomunica-ções no Brasil 2011/2012 - Memória. 1.ed. Brasília: IPEA, 2012. p. 25-57. v.3.

BERGER, C. A pesquisa em Comunicação na América Latina. In: HOHLFELDT, A.; MARTINO, L. C.; FRANÇA, V. V. Teorias da comunicação: conceitos, escolas e tendências. Petrópolis, RJ: Vozes, 2001.

BOURDIEU, P. O campo científico. In: ORTIZ, R. Pierre Bourdieu. São Paulo:

Ática, 1983. (Coleção grandes cientistas sociais).

BRAGA, J. L. Os estudos de interface como espaço de construção do Campo da Comunicação. Contracampo , Niterói , v. 10/11, n. 2, p. 219-235, 2004.

BRAGA, J. L. Constituição do Campo da Comunicação. Verso e Reverso, São Leopoldo, v. XXV, n. 58, jan./abr. 2011.

CITELLI, A.; BERGER, C.; BACCEGA, M. A.; LOPES, M. I. V.; FRANÇA, V.

(org.). Dicionário de Comunicação: escolas, teorias e autores. 1.ed. São Paulo:

Contexto, 2014.

EFENDY MALDONADO, A. Explorações sobre a problemática epistemológica no campo das ciências da comunicação. Ciberlegenda , Niterói , v. 10, p. 1-20, 2002.

FADUL, A. Dilema do ensino da comunicação: o laço prático-teórico. Comuni-cação e Sociedade, São Paulo, ano 1, v. 2, dez. 1979.

FERRARA, L. D. Por uma cultura epistemológica da comunicação. In: ENCON-TRO ANUAL DA COMPÓS, 13º., Santo André. Anais [...]. Santo André:

Compós, 2004.

FRANÇA, V. V. O objeto da comunicação/ A comunicação como objeto. In:

HOHLFELDT, A.; MARTINO, L. C.; FRANÇA, V. V. Teorias da comunicação:

conceitos, escolas e tendências. Petrópolis, RJ: Vozes, 2001a.

FRANCA, V. V. Paradigmas da comunicação: conhecer o quê? Ciberlegenda, Niterói, UFF, v. 5, 2001b.

FRANÇA, V. V. Partilhando experiências: a atração e o desafio da comunicação.

In: LOPES, M. I. V. et al (org.). Epistemologia da Comunicação no Brasil:

trajetórias autorreflexivas. São Paulo: ECA-USP, 2016. p. 209-224.

FRANCA, V. V.; SIMÕES, P. G. (Org.). O modelo praxiológico e os desafios da pesquisa em comunicação. 1. ed. Porto Alegre: Sulina, 2018. v. 1.

FRANCA, V. V.; SIMÕES, P. G. Curso Básico de Teorias da Comunicação. 1.

ed. Belo Horizonte: Autêntica, 2016.

FRANÇA; V. V.; LOPES, S. C.; OLIVEIRA, A. K. C.; LIMA, L. A. Tendências das teorias da Comunicação: mapeamento de campos teóricos contemporâneos.

Questões Transversais – Revista de Epistemologias da Comunicação, São Leopoldo, v. 4, n. 8, jul./dez. 2016.

GOBBI, M. C. José Marques de Melo e o Pensamento Comunicacional Brasileiro.

Proposta de uma cartografia nacional. Revista Brasileira de História da Mídia, São Paulo, v. 7, p. 44-68, 2018.

LOPES, M. I. V. Pesquisa em Comunicação – Formulação de um modelo me-todológico. 1. ed. São Paulo: Loyola, 1990.

LOPES, M. I. V. A pesquisa nas escolas de Comunicação. Intercom, Rev. Bras.

Ciênc. Comun., São Paulo, v. XVIII, n. 2, p. 54-67, jul./dez. 1995.

LOPES, M. I. V. O campo da comunicação. Revista USP, São Paulo, p. 46-57, dez./fev. 2000-2001.

LOPES, M. I. V. Pesquisa de comunicação: questões epistemológicas, teóricas e metodológicas. Intercom, Rev. Bras. Ciênc. Comun., São Paulo, v. 27, n. 2004.

LOPES, M. I. V.; ROMANCINI, R. Epistemologia da Comunicação. In: CITELLI, A.;

BERGER, C.; BACCEGA, M. A.; LOPES, M. I. V.; FRANÇA, V. (org.). Dicionário de Comunicação: escolas, teorias e autores. 1.ed. São Paulo: Contexto, 2014.

MARQUES DE MELO, J. (coord.). Teoria e pesquisa em comunicação: pano-rama latino-americano. São Paulo: Cortez:/INTERCOM; Brasília: Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico, 1983a.

MARQUES DE MELO, J. (coord.). Pesquisa em comunicação no Brasil: tendências e perspectivas. São Paulo: Cortez:/INTERCOM; Brasília: Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico, 1983b.

MARQUES DE MELO, J. Desafios da pesquisa brasileira de Comunicação nos anos 90. Intercom, Rev. Bras. Ciênc. Comun., São Paulo, v. 13, n. 62/63, p.

179-181, 1990.

MARQUES DE MELO, J. Pesquisa em comunicação: projeção brasileira no pa-norama internacional. Intercom, Rev. Bras. Ciênc. Comun., São Paulo, v. 15, n. 2, p. 216-219, 1992.

MARQUES DE MELO, J. Brasil: avanço das ciências da comunicação. Intercom, Rev. Bras. Ciênc. Comun., São Paulo, v. 16, n. 2, 156-158,1993.

MARQUES DE MELO, J.; FADUL, A.; SILVA, C. E. L. Ideologia e poder no ensino de comunicação. São Paulo: Cortez & Moraes: INTERCOM, 1979.

MARQUES DE MELO, J.; TUFTE, T. “A comunicação serve para que?”: Prof.

Marques de Melo e sua trajetória de jornalismo comunitário, resistência civil e comunicação para o desenvolvimento. Intercom, Rev. Bras. Ciênc. Comun., São Paulo, v. 41, n. 2, p. 169-185, ago. 2018.

MARTINO, L. C. História e Identidade: apontamentos epistemológicos sobre a fundação e fundamentação do campo comunicacional. E-Compós, Brasília, v. 1, p. 1-22, 2004.

MARTINO, L. C.; BERGER, C. R.; CRAIG, R. T. Teorias da Comunicação: muitas ou poucas? 1. ed. São Paulo: Ateliê Editorial, 2007. v. 1.

MARTINO, L. C. Escritos sobre Epistemologia da Comunicação. 1. ed. Porto Alegre: Sulina, 2017. v. 1.

MARTINO, L. M. S. A disciplinarização da Epistemologia no ensino da(s) Teo-ria(s) da Comunicação. Intexto, Porto Alegre, UFRGS, n. 29, p. 1-17, dez. 2013.

MARTINO, L. M. S. Dos “Fundamentos Científicos” à “Teoria da Comunicação”:

uma controvérsia epistemológica nas origens da Área. Comunicação & Infor-mação, Goiânia, v. 21, p. 107-122, 2018.

MATTOS, M. A.; OLIVEIRA, M. E. S.; BARROS, E. J. M. (org.). Metapesquisa em comunicação: o interacional e seu capital teórico nos textos da Compós.

1. ed. Porto Alegre: Sulina, 2018.

MORIN, E. A cabeça bem-feita: repensar a reforma, reformar o pensamento. 15.

ed. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2008.

SODRÉ, Muniz. Sobre a episteme comunicacional. MATRIZes, São Paulo, v. 1, n.1, p. 15-26, 2007.

SODRÉ, Muniz. Comunicação: um campo em apuros teóricos. MATRIZes, São Paulo, v. 5, n. 2, p. 11-27, 2012.

PERUZZO, C. M. K. Apontamentos para epistemologia e métodos na pesquisa em Comunicação no Brasil. Comunicação & Sociedade, São Paulo, v. 33, p.

25-40, 2018.

PRATA, N.; JACONI, S.; SANTANA, F. Pensamento comunicacional na América Latina - textos antológicos e autores emblemáticos. São Paulo: Intercom, 2019.

ROMANCINI, R. O campo científico da Comunicação no Brasil: institucio-nalização e capital científico. 2006. Tese (Doutorado Teoria e Pesquisa em Comunicação) – Escola de Comunicações e Artes, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2006.

RÜDIGER, F. Campo minado - sobre os princípios fundacionais da epistemologia da comunicação. Galáxia (São Paulo, online), v. 38, p. 71-83, 2018.

ARQUEOLOGIA DE 50 ANOS DE

No documento O CAMPO DA COMUNICAÇÃO (páginas 114-119)