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S ERVIÇO S OCIAL

A MBIGUIDADES DE UMA PROFISSÃO QUE SE ADAPTA

156 Interrogar a profissão de assistente social passa inevitavelmente por retornar à sua formação, enquanto responsabilização por parte do grupo profissional pelo controle das fileiras de formação inicial e contínua, pelo desenvolvimento do saber e da ética na qual se baseia e finalmente pelo controle das condições de admissão ao exercício profissional.

Neste olhar retrospectivo pela formação, salienta-se como um dos componentes transversais a sua «adaptabilidade», o que pretende significar uma conformidade em relação ao estabelecido em cada época e contexto mas em simultâneo, uma capacidade de sobrevivência que revela a existência de forças anímicas endógenas.

Entende-se que em Portugal a formação em Serviço Social tem uma tradição de dependência ideológica, que é necessário contextualizar historicamente. A sua génese, antecedendo o fim da I Republica, ocorre no contexto da Ditadura Nacional (1926-1933), com origem nas preocupações e iniciativas dos movimentos higienistas da Medicina Social e de protecção da Infância.

Com a 1ª Guerra Mundial, e por força das circunstâncias, as mulheres, sobretudo das classes mais pobres, começaram a trabalhar em certas indústrias fabris e noutros trabalhos reservados aos homens. Anteriormente à implantação da República, a admissão das mulheres em empregos públicos só era possível nos correios e no ensino primário. Mas foi sobretudo com a criação do sistema de ensino republicano que a mulher começou a escolarizar- se e a aspirar ao seu auto-sustento, conseguindo um aumento de participação no mercado de trabalho e nas actividades económicas, sociais e culturais. Como se sabe, a «Ditadura nacional» suspendeu a constituição anterior e «legitimou» o golpe de Estado na eleição directa do Presidente da República, encontrando dessa forma um subterfúgio para elaborar a nova constituição que foi submetida a referendo em 1933 e levou à constituição do Estado Novo que permaneceu até 1974.

O facto de a sociedade portuguesa ter vivido até ao 25 de Abril de 1974 sob um regime autoritário, marca toda a trajectória do Serviço Social português (Martins, 1999). É então no contexto ideológico e cultural do Estado Novo que vai movimentar-se a formação e o exercício profissional dos Assistentes

157 Sociais que aconteceria em 1935 – sendo que logo em 1934 no I Congresso da União Nacional foi proposta a criação do Instituto Superior de Serviço Social. A formação em Serviço Social só é regulada pelo Estado em 1939 com um plano de formação de 3 anos e um certificado que conferia o título profissional de Assistente Social.

No contexto português, e segundo Alcina Martins (1999), nem a Igreja nem o Estado assumem claramente as primeiras escolas (recorrendo a uma associação de leigos e elementos da congregação francesa das Franciscanas Missionárias de Maria), embora ambos se assegurem de que a formação se enquadre nos princípios da doutrina social da Igreja e nos valores do Estado Novo. Em Portugal, as políticas sociais têm sido um campo fragmentado, com uma relação ambivalente com os direitos sociais e de compromisso público fraco e intermitente, o que também não facilitou ao Serviço Social uma trajectória em direcção aos direitos sociais numa lógica de política social.

“Todos os processos que poderiam adulterar a racionalidade estética da imagem social da sociedade passaram a ser reconhecidos como formas convergentes de desconstrução de uma ideia de pluralidade que não assentava numa razão crítica, mas sim numa razão ideológica que se servia da instrumentalização da pluralidade para sublimar os paradoxos existentes no seu desenvolvimento” (Mouro, 2009: p.81).

Em 1961, o curso de Serviço Social é reconhecido como curso superior e este marco corresponde também a uma reorientação da formação com uma progressiva introdução no ‘curricula’ das disciplinas das ciências sociais e dos métodos em Serviço Social, sob influência do Serviço Social norte-americano e de uma orientação do desenvolvimento humano e social adoptado no período pós-guerra sob a égide dos vários organismos internacionais.

Esta orientação inovadora, coexistia com a vertente mais tradicional do exercício dos assistentes sociais, entre outras com o Serviço Social corporativo e do trabalho que consubstancia uma orientação doutrinária e conservadora. Este período foi muito importante para o desenvolvimento da profissão, quer no plano da expansão do corpo profissional (são registados mais de 1000 Assistentes sociais na década de 60 e apenas algumas dezenas nos anos 40), quer no plano científico e técnico.

Em 1974, com as transformações institucionais, culturais e ideológicas subsequentes à revolução de Abril, inicia-se uma nova fase marcada quer pela

158 dinâmica revolucionária e democrática, quer pelo clima de liberdade ideológica e cultural. O movimento que associou os vários agentes a nível nacional constituiu uma das dinâmicas mais significativas e culminou com o reconhecimento do grau de licenciatura em 1989 e a consagração de uma carreira específica de Serviço Social na administração pública em 1990 (Negreiros, 1999).

No domínio profissional assiste-se ao questionamento dos campos tradicionais

de intervenção (Assistência, Previdência, Trabalho e Saúde) e à emergência de

novas áreas de intervenção – numa primeira fase, acompanhando o período revolucionário 74/75 através de alianças de sectores profissionais aos movimentos populares (por exemplo, o movimento CERCI, estudado por Negreiros: 1993) e, numa segunda fase, por via do alargamento das funções sociais do estado e da descentralização político-administrativa (por exemplo, na área das autarquias locais, o livro de F.Branco: 1998).

No plano da formação aprofunda-se a influência das correntes do Serviço Social Crítico e Radical e, mais particularmente, do Movimento de reconceptualização do Serviço Social de origem latino-americana, que conduziria a um questionamento do seu objecto e da sua metodologia, advogando um comprometimento profissional com os interesses das classes mais pobres e um papel de agente de mudança institucional.

Após a adesão europeia, a configuração da assistência social teve estratégias de duplo sentido: não se reconfigurou ainda como política de direitos, passou muita da intervenção para o sector privado subvencionado pelo Estado e introduziu comportamentos cívico-políticos marcados pela desconfiança do sector público e pelo receio de fraude dos destinatários.

“A relativa progressão registada no financiamento da acção social tem de ser lida numa dupla vertente: reconhecimento da acção social como área crescente de investimento e, ao mesmo tempo, orientação restritiva de outras áreas sociais” (Rodrigues, 2002:293).

Acrescentando a mesma autora que a década de 80 introduziu na assistência social um duplo movimento oscilando entre iniciativas de alargamento e de restrição da provisão social.

Com a adesão à Comunidade Europeia saliento dois aspectos, a título de exemplo, que tiveram grandes repercussões no Trabalho Social:

159 1) o financiamento através dos Quadros Comunitários de Apoio e Subvenções Comunitárias e 2) a Internacionalização dos processos de trabalho e dos «produtos» da intervenção social.

Em Portugal, apesar das grandes diferenças que marcaram as últimas décadas do século passado, podem reconhecer-se períodos marcados:

- Por um aumento significativo das políticas distributivas, quer em termos de medidas laborais ou salários directos, quer como relativas a políticas sociais ou salários indirectos;

- Pela tendência de desvalorização progressiva dos direitos sociais, bem como a emergência da lógica de mercantilização de bens e serviços (sobretudo, no início da década de 80, época marcada pela preparação da integração no espaço comunitário europeu);

- Pela adesão de Portugal à então Comissão Económica Europeia, o que inicia um momento de avaliação e reequacionamento da provisão social existente, relançando com o acesso aos fundos estruturais, dinâmicas e processos, com a emergência de um número significativo de iniciativas e projectos locais.

No entanto, nos anos 80 e 90 do século passado o Serviço Social estava centrado num movimento e numa luta pela qualificação académica e pela licenciatura que congregou escolas, estudantes, professores e profissionais, bem como as respectivas organizações e que não deixou espaço para outras abordagens mais substantivas de questionamento da profissionalização. Mas como refere Alcina Martins:

“Nesta conjuntura sócio-histórica, o projecto profissional incorpora as exigências de qualificação de quem trabalha com as expressões da Questão Social, os Direitos Humanos e Direitos Sociais, as Políticas Sociais, promovendo o desenvolvimento académico e a construção da área disciplinar de Serviço Social, inserindo-se então a investigação no elenco dos avanços significativos do Serviço Social em Portugal” (2008:33).

Este processo tem marcos em 1989 com a atribuição do grau académico à formação nos Institutos Superiores de Serviço Social de Lisboa e do Porto, em 1990 com a mesma atribuição ao Instituto Superior Miguel Torga em Coimbra, em 1991, com a criação da carreira de Técnico Superior de Serviço Social na Administração Pública, em 1995 com a atribuição do grau de mestre e em 1997 com o início dos primeiros cursos de doutoramento em Serviço Social em Portugal.

160 Apesar de a formação estar instituída desde os finais dos anos 30 do século passado, apenas em 1987 tiveram inicio no Brasil os cursos de Mestrado em Serviço Social, ao abrigo de um Protocolo de Intercâmbio entre a Pontífica Universidade Católica de S. Paulo e o ISSSL, passando-se quase uma década até que fosse possível realizar a formação pós-graduada em Portugal.

A partir de meados da década de 90 pode delimitar-se uma nova fase com uma profunda transformação da formação em Serviço Social, com a mutação da estrutura do mercado de trabalho e com o sector privado a tornar-se o sector predominante de emprego dos profissionais em detrimento do sector público. Tendo passado mais de 20 anos sobre o primeiro dos marcos referidos, parece que os novos modelos de formação (a oferta de cursos passa de 3 para cerca de 20, como refere Ernesto Fernandes em documento da APSS, 2007) ainda não se têm traduzido numa incorporação mais efectiva dos dispositivos de investigação e produção de conhecimento. Francisco Branco, que se tem dedicado ao estudo desta «dissonância entre a formação para a investigação e práticas não suportadas na pesquisa» coloca como hipótese explicativa que os modelos de investigação «ensinados» na formação inicial promovam uma fraca articulação com as experiências dos estágios curriculares, não favorecendo uma socialização formativa na articulação entre conhecimento e acção (Branco, 2008).

Entre um conhecimento próprio que se procura afirmar, um dualismo entre o humanismo e o tecnicismo nas concepções da profissão, uma profusão de teorias num quadro teórico que se procura que seja específico (mas que por vezes aparenta ser um «puzzle desmanchado»2) e um espaço cada vez mais estreito e disputado para o exercício profissional será forçoso que os profissionais, os docentes e as instituições de ensino, investigação e representação da profissão, encontrem pontes de convergência para ‘prospectivar’ a profissão. A título de exemplo da formatação existente nesta profissão refere-se o documento realizado por solicitação do Instituto de Emprego e Formação Profissional/IEFP à Associação de Profissionais de Serviço Social (2005) e em que são descritas a natureza do trabalho, as

161 possibilidades de emprego, a formação e evolução na carreira, as condições de trabalho e as perspectivas futuras. No que respeita à natureza do trabalho é salientado que:

“A identidade do Serviço Social na divisão social e técnica do trabalho reporta à administração e execução de serviços sociais através de uma prática de cunho educativo. (…) O serviço social visa a mudança societária, em particular face aos que sofrem as consequências de quaisquer formas de exclusão e injustiça social, nomeadamente por pobreza, desemprego, doença, cumprimento de pena ou violação dos Direitos Humanos. O assistente social vincula o seu projecto profissional ao processo de construção de uma ordem societária que permita o desenvolvimento dos seres humanos, salvaguardando o equilíbrio ecológico e os direitos das gerações vindouras. (…) A intervenção destes profissionais tem como objectivo fundamental promover o desenvolvimento de capacidades e competências sociais – sejam elas colectivas ou individuais – a três níveis: cognitivo (…); relacional (…) e organizativo”.

Esta narrativa denuncia um dos paradoxos fundadores do seu objecto, situando os profissionais entre a «mudança societária que permita o desenvolvimento dos seres humanos» (?) e «o objectivo fundamental de promover o desenvolvimento de capacidades e competências sociais» dos seus elementos mais fragilizados. A crença de que através desta «prática de cunho educativo» se alcançaria linearmente a tal ordem societária idealizada, tem promovido a «adaptabilidade» dos profissionais e a sua actuação reprodutiva junto das populações.

Quanto às possibilidades de Emprego, o documento fundamenta a profissão na “Classificação Nacional das Profissões (IEFP, 1994), enquadrando-a no sub- grupo ‘Especialistas das Ciências Sociais e Humanas’.

Podemos ler neste documento que os licenciados em Serviço Social desenvolvem a sua actividade profissional numa grande diversidade de instituições: “nos serviços do Estado (…), nas Autarquias Locais (…), nas

Organizações Sociais não Lucrativas, Associações, Cooperativas e Sindicatos (…) e nas Empresas (…)”.

No que se refere ao sector público, os últimos dados disponíveis, relativos a 1996 permitem constatar que as áreas de maior relevância para o trabalho dos assistentes sociais eram no domínio da Justiça (25,4%), Segurança Social (24,4%) e Saúde (21,7%), assumindo igualmente uma significativa expressão o campo do trabalho nas Câmaras Municipais (13,8%), num domínio que conheceu o seu grande desenvolvimento depois da restauração da democracia

162 em Portugal e particularmente depois de 1980. No entanto, é importante salientar que estes dados são anteriores à implementação de políticas sociais em Portugal com um significativo impacto no recrutamento de assistentes sociais, como o Rendimento Mínimo Garantido (RMG) em 1996 e o Programa Rede Social (1997). Após a grande oferta de emprego que estas medidas proporcionaram, assiste-se a uma menor absorção pelo mercado, quer no sector publico quer no sector privado, destes profissionais, em simultâneo com o aumento do número de pessoas formadas na área específica e em áreas que concorrem directamente para o mesmo campo de intervenção.

As Organizações Sociais não lucrativas já constituem actualmente o maior empregador de assistentes sociais, sendo o campo de trabalho nestas instituições relativamente protegido pelos acordos de cooperação que têm com o Estado (mediante os quais estão obrigadas na sua grande maioria, a confiar a direcção técnica ou, pelo menos, a ter no seu quadro de pessoal estes profissionais). Segundo a Carta Social de 2001 publicada pelo MSST, 71% dos equipamentos sociais existentes em Portugal eram propriedade de IPSS, constituindo 87% das respostas sociais no domínio do apoio à população idosa e infantil.

O Sector privado empresarial que, antes do 25 de Abril, concentrava o maior número de serviços empregadores destes profissionais, tem vindo a perder importância relativa, estimando-se segundo um estudo da APSS (2009), um número residual de oito mil profissionais no activo.

Esta distribuição dos profissionais por sectores de actividade, se bem que com alguma lacuna de números mais precisos e actuais, espelha a tendência de diminuição do emprego no sector público e o aumento no sector privado de organizações de solidariedade social. Embora exista ainda um núcleo de profissionais do sector público relativamente protegido, esta tendência cruza-se com a precarização da relação laboral que é transversal aos empregos em qualquer um dos sectores.

No que respeita à formação e evolução na «carreira», começo por salientar a associação ‘formação-carreira’ e a utilização do termo «carreira» como se ainda existissem condições weberianas de fazer «carreiras» em burocracias meritocráticas; após breve descrição da formação de base e pós-graduada, é referido em relação à evolução profissional, uma distinção entre o sector

163 privado (explicitando a dependência das políticas internas da organização ou as determinações nas convenções colectivas de trabalho) e o sector público, onde é mais pormenorizado um percurso linear e ascendente e onde se pode ler que:

“A evolução processa-se de acordo com o mérito evidenciado, o tempo mínimo de serviço na categoria e a abertura de vagas. No princípio da carreira, desempenham normalmente funções de intervenção directa com populações. No topo da carreira, assumem tarefas de planeamento, coordenação e avaliação de políticas (…).”

O assumir desta narrativa por profissionais com responsabilidade de representação colectiva (mesmo sendo esta uma prática ainda corrente, sobretudo no sector público) parece evidenciar a inspiração taylorista, tornando bastante claro o paradoxo de que a intervenção directa com as populações (que seria o seu objecto profissional) fica a cargo apenas dos profissionais mais novos e inexperientes. Aliás, podemos assistir a este mesmo processo com outras profissões, nomeadamente com os professores, para quem deixar de dar aulas para exercer cargos dirigentes e/ou de planeamento é muitas vezes, entendido como uma «subida» na carreira, especialmente disponível para os profissionais mais experientes.

No que respeita às condições de trabalho e, após ser explicitado que:

“Estes profissionais desenvolvem trabalho, quer na sede dos serviços quer em contextos locais e comunitários (…) com um horário de trabalho semanal de 35 horas no sector público, vem o aviso de que “quando estão a desenvolver trabalho de campo não existe normalmente limite de horário, pelo que muitas vezes podem ter de trabalhar mais horas. No sector privado, especialmente no caso das IPSS, é comum estes profissionais terem flexibilidade de horário”.

Sendo corrente que os profissionais, tanto do sector público como privado, trabalham bastante mais horas do que as que lhes são pagas e que a apregoada «flexibilidade» queira significar na prática que não se tem horário de saída, o que incomoda na mensagem é o que entendo como uma espécie de naturalização da dilatação de horário, evocando um «espírito de sacrifício» ou «missões de bem-fazer» de outras eras.

Esta é uma questão complexa e que me divide a título pessoal, porque eu sempre trabalhei mais horas do que as que me eram pagas a pretexto de uma responsabilidade e uma entrega à «causa pública» que fui assumindo nos

164 serviços e projectos onde trabalhei. E, de facto, este trabalho não é como outros que podem ter horários rígidos mas é, como muitos outros que também têm profissionais de fortes compromissos com os seus contextos e actores de intervenção (médicos, professores, psicólogos…). No entanto, a partir da constatação empírica, coloco a hipótese de que a prossecução destes compromissos seja menos dependente de uma componente formativa ou profissional e mais dependente do quadro de referência e das características de cada pessoa. Durante o meu percurso profissional encontrei este forte compromisso com o que se está a fazer nos mais variados profissionais e contextos. Por último, sobre as perspectivas da profissão, o documento refere que:

“Apesar da situação actual do mercado de trabalho não ser muito favorável à inserção profissional dos assistentes sociais devido designadamente às restrições que no actual contexto se registam na admissão destes técnicos na Administração Pública, é provável que a médio/longo prazo esta situação se venha a alterar. É possível que se observe um aumento da procura nas IPSS…”.

Estas palavras parecem evocar perspectivas de adaptação e de expectativa que os cenários mudem o menos possível…

Sob o ponto de vista do «emprego» tenho a convicção (firmada nos exemplos de muitas outras profissões extintas) que os assistentes sociais serão tão mais dispensáveis para as organizações, quanto o que eles fazem, possa ser traduzido numa qualquer check-list e feito por outros, menos diferenciados e a um preço mais baixo.

Dar a conhecer os fenómenos com que trabalham, diversificar as formas de intervenção e divulgar os resultados, fazer narrativas públicas que explicitem as práticas e os problemas com que trabalham, podem ser contributos para religitimar a profissão - quer dos que têm trabalho por conta de outrem, numa perspectiva de auto-qualificação, de aprendizagem contínua e de formação em exercício com os outros actores que se cruzam no campo profissional, quer dos que estão fora do mercado de trabalho ou sem exercer a profissão. Para todos fica a possibilidade da já referida «acção crítica», fora e/ou dentro do sistema.