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A Política Nacional de Procedimentos Eletivos de Média Complexidade

prestaçãode serviços no SUS

3.4 A Política Nacional de Procedimentos Eletivos de Média Complexidade

A Política Nacional de Procedimentos Eletivos de Média Complexidade foi, inicialmente, definida pelo Ministério da Saúde, por meio da Portaria GM/MS n. 1.372/2004, regulamentada pela Portaria MS/SAS n. 501/2004, estabelecendo normas relativas à elaboração de projetos para a realização de procedimentos cirúr- gicos eletivos de média complexidade.

Seu objetivo principal era a melhoria do acesso dos pacientes aos atendimen- tos cirúrgicos, tendo em vista a existência de demanda reprimida, identificada pe- los gestores estaduais e municipais, para a realização de procedimentos cirúrgicos eletivos de média complexidade não incluídos nos mutirões nacionais (catarata, varizes, próstata e retinopatia diabética), definindo o valor de R$ 1,00 (um real) por habitante/ano como incremento financeiro, mediante projetos.

A política foi modificada pela Portaria GM/MS n. 486/2005, com o objetivo de também incluir no rol de procedimentos contemplados na política aqueles rela- tivos aos mutirões de catarata, próstata, retinopatia diabética e cirurgias de varizes, permitindo a ampliação desse tipo de assistência, acrescentando o valor de R$ 1,00 (um real) por habitante/ano como incremento financeiro, também mediante pro- jetos.

Considerando as dificuldades inerentes à elaboração dos projetos, pelas re- gras estabelecidas, que exigia entre outros dados o nome completo do paciente, o número do Cartão Nacional de Saúde e o nome do município de sua residência, o Ministério da Saúde redefiniu novamente essa política pela Portaria GM/MS n. 252/2006, revogando a normativa anterior.

O Ministério da Saúde, considerando o encerramento da Campanha Nacional de Cirurgias Eletivas de Próstata, Varizes, Catarata e Redução da Cegueira Referen- te a Retinopatia Diabética, em fevereiro de 2006, ampliou o valor anteriormente definido em R$ 1,00 (um real) para R$ 1,25 (um real e vinte e cinco centavos), totalizando assim, R$ 2,25 (dois reais e vinte e cinco centavos), destinados a essa política e permitiu a incorporação desses procedimentos ao elenco de cirurgias ele- tivas previstas.

3.4.1 Objetivos da Política Nacional de Procedimentos

Eletivos de Média Complexidade

A Política Nacional de Procedimentos Eletivos de Média Complexidade tem como objetivos:

• A estruturação de uma rede de serviços, regionalizada e hierarquizada, que permita cuidados integrais à saúde e melhoria do acesso dos pacientes ao atendimento especializado de cirurgias eletivas de média complexidade.

• Ampliar a oferta de cirurgias eletivas de média complexidade e reduzir as filas de espera para procedimentos eletivos de média complexidade, identificados e priorizados pelo gestor.

• Organizar fluxos de referência e contra-referência para essa assistência.

3.4.2 Condições e parâmetros para o desenvolvimento da política

Para que os gestores estaduais e/ou municipais possam participar desta políti- ca devem apresentar projetos específicos, contendo informações acerca dos municí- pios comtemplados no projeto, população de abrangência e valores envolvidos com pactuação na Comissão Intergestores Bipartite.

Os projetos podem ser apresentados por municípios para sua própria popu- lação, ou de referência de microrregião ou macrorregião, ou pelo gestor estadual para aqueles municípios que não foram contemplados em projetos de gestores mu- nicipais, até o limite de cinco projetos/ano por estado.

Os gestores estaduais ou municipais, na elaboração dos projetos, devem uti- lizar alguns critérios.

• População a ser atendida (população total da área de abrangência). • Necessidade de cobertura assistencial (demanda reprimida prioritária).

• Distribuição geográfica dos serviços, capacidade técnica e operacional de cada serviço.

• Série histórica de atendimentos realizados e mecanismos de acesso com os fluxos de referência e contra-referência.erência e contra-referência.

Constam nessa norma técnica, alguns parâmetros/critérios que devem ser considerados na elaboração dos projetos pelos gestores.

• Deve abranger, no mínimo, duas especialidades.

• O número de cirurgias eletivas programadas deverá ser, no mínimo, de 0,05% da população total dos municípios envolvidos nos projetos.

• O período de execução de cada projeto é de, no máximo, seis meses.

• Para apresentar novo projeto deverá haver o cumprimento de, no mínimo, 70% das metas do projeto anterior.

O elenco de procedimentos que integram a Política Nacional de Procedimen- tos Eletivos de Média Complexidade está relacionado na portaria que redefiniu a política e envolve as especialidades: tráumato-ortopedia, otorrinolaringologia, of- talmologia, urologia, ginecologia, angiologia, proctologia, mastologia, gastroente- rologia e cirurgia geral.

A maioria dos 84 procedimentos envolvidos é da área hospitalar, sendo que apenas oito deles são de procedimentos ambulatoriais. Deverá ser utilizado o nú- mero do Cartão Nacional de Saúde para identificar os pacientes submetidos aos procedimentos cirúrgicos eletivos.

3.4.3 Avaliação, controle e monitoramento dos projetos

de cirurgias eletivas de média complexidade

Os serviços de saúde executores do projeto deverão utilizar série numérica de AIH e de Apac exclusivas para o projeto, conforme estabelece a Portaria MS/SAS n. 567/2005. Os gestores responsáveis pela execução do projeto devem encaminhar ao Ministério da Saúde o relatório de pós-produção, sendo que o modelo proposto pelo Ministério da Saúde foi disponibilizado no endereço eletrônico da SAS (http:// www.saude.gov.br/sas).

As metas serão avaliadas trimestralmente pelo Ministério da Saúde e, se ao final dos seis meses da execução do projeto, não houver o cumprimento de no mí- nimo 70% da meta estabelecida, os recursos repassados serão restituídos ao Minis- tério da Saúde, proporcionalmente ao percentual não executado.

3.4.4 Fontes de financiamento

A Política Nacional de Procedimentos Cirúrgicos Eletivos de Média Complexi- dade teve limites definidos para o ano de 2006, estabelecidos na Portaria MS/GM n. 252/2006, em R$ 2,25 (dois reais e vinte e cinco centavos) por habitante/ano, considerando a população estimada pelo IBGE (TCU/2005) e tendo como fonte de financiamento o Faec estratégico (pagos aos respectivos gestores em parcelas men- sais conforme os projetos aprovados).

Não há ainda definição de recursos financeiros para os exercícios futuros.