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Estruturação das redes estaduais ou regionais de assistência ao paciente neurológico em alta complexidade

3.8.2 Estruturação da rede estadual ou regional de atenção em alta complexidade em tráumato-ortopedia

3.10 Política Nacional de Atenção ao Portador de Doença Neurológica

3.10.2 Estruturação das redes estaduais ou regionais de assistência ao paciente neurológico em alta complexidade

Antes da instituição da Política Nacional de Atenção ao Portador de Doença Neurológica, já existiam normas do Ministério da Saúde, que definiam a prestação e realização de procedimentos desta área.

A Portaria SAS/MS n. 046/1994, incluiu na tabela do Sistema de Informações Hospitalares (SIH/SUS), os procedimentos para tratamento da Epilepsia e por meio da Portaria SAS/MS n. 050/1997 revê os critérios para cadastramento de hospitais para realização dos procedimentos de Epilepsia no Sistema Único de Saúde.

A Portaria GM/MS n. 2.920/1998 estabeleceu as condições para hospitais re- alizarem procedimentos de alta complexidade em neurocirurgia, no Sistema Único de Saúde (SUS), classificando-os em três níveis, por complexidade, sendo:

• Nível I, abrangência de região com 50.000 habitantes, realizando 48 cirurgias/ ano.

• Nível II, > 200.000 habitantes, 96 cirurgias/ano. • Nível III, > 500.000 habitantes, 120 cirurgias/ano.

Esta portaria define, ainda, os pré-requisitos para cada nível, sendo o nível III o de maior complexidade, e determina a necessidade de credenciamento por meio de processo, demonstrando o cumprimento das normas, encaminhado à SAS/MS.

A Portaria GM/MS n. 2.922/1998 cria os códigos de procedimentos no Siste- ma de Informações Hospitalares (SIH/SUS), exclusivos para hospitais credenciados em alta complexidade para neurocirurgia, níveis I, II e III, mantendo apenas alguns códigos para cobrança em hospitais gerais.

A Portaria MS/SAS n. 756/2005 (que revoga a Portaria SAS/MS n. 391/2005 que tratava do mesmo assunto) conceituou serviços, estabeleceu prazos, fluxos e exigências mínimas para integrar as redes estaduais e/ou regionais de assistência ao paciente neurológico na alta complexidade.

As unidades e os centros de referência devem atender, ainda, às exigências da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) quanto à área física estabele- cida na Resolução da Diretoria Colegiada (RDC) n. 50/2002, alterada pelas RDC n. 307/2002 e RDC n. 189/2003.

Essa rede deve ser composta por unidades de assistência de alta complexida- de em neurocirurgia e centros de referência de alta complexidade em neurologia. As normas gerais para o credenciamento/habilitação das unidades e centros cons- tam do anexo I da referida portaria.

Características dos serviços da rede:

1) Unidade de assistência de alta complexidade em neurocirurgia – deverão oferecer, no mínimo, os três primeiros serviços descritos a seguir.

a) Serviço de assistência de alta complexidade em neurocirurgia do trauma e anomalias do desenvolvimento.

b) Serviço de assistência de alta complexidade em neurocirurgia da coluna e dos nervos periféricos.

c) Serviço de assistência de alta complexidade em neurocirurgia dos tumores do sistema nervoso.

d) Serviço de assistência de alta complexidade em neurocirurgia vascular. e) Serviço de assistência de alta complexidade em neurocirurgia da dor funcio- nal.

2) Centro de referência de alta complexidade em neurologia – deve ser hospital de ensino, certificado pelo MS e MEC, de acordo com a Portaria Interministerial MEC/ MS n. 1.000/2004. Cabe ao gestor estadual a indicação dos centros, apreciada emCabe ao gestor estadual a indicação dos centros, apreciada em CIB. Os centros de referência deverão oferecer todos os serviços previstos para a unidade acima descrita, podendo, ainda, credenciar-se, atendendo às normas específicas, em um ou mais dos seguintes serviços:

a) Serviço de assistência de alta complexidade em investigação e cirurgia de epilepsia.

b) Serviço de assistência de alta complexidade em tratamento endovascular. c) Serviço de assistência de alta complexidade em neurocirurgia funcional estereotáxica.

3) Estrutura assistencial – as unidades e os centros deverão oferecer assistência especializada e integral, por ações diagnósticas e terapêuticas, aos pacientes, atuando nas modalidades de assistência neurológica e neurocirúrgica de alta complexidade, alta tecnologia e alto custo, para as quais foram credenciadas, sendo obrigatória as seguintes ações:

a) Realizar anualmente, no mínimo, 150 procedimentos de alta complexidade, listados no anexo VII, para pacientes SUS.

b) Realizar atendimento de urgência e emergência, nas 24 horas, aos pacientes que necessitarem de procedimentos para os quais foram credenciadas.

c) Realizar atendimento ambulatorial em neurologia e neurocirurgia, oferecendo 500 consultas eletivas/mês para cobertura de 800.000 habitantes.

d) Assegurar atendimento pós operatório na unidade.

e) Oferecer exames de diagnose e terapia em neurologia, para cada conjunto de 150 procedimentos de alta complexidade:

• 100 exames/mês de eletroencefalograma; 100 exames/mês de eletroencefalograma; • 60 exames/mês de ecodopler arterial;60 exames/mês de ecodopler arterial; • 50 exames/mês de eletroneuromiografia.50 exames/mês de eletroneuromiografia. f) Oferecer reabilitação.

g) Integrar-se ao sistema de referência e contra-referência. h) Desenvolver e participar de programas de prevenção.

i) Oferecer, especificamente para serviço de epilepsia: 100 consultas/mês para 800.000 habitantes; atendimento em neurofisiologia clínica, neuropsicologia, medicina de suporte e acompanhamento clínico.

Uma unidade que não possua serviço de radioterapia na sua estrutura deverá obrigatoriamente estabelecer, em conjunto com o respectivo gestor, referências for- mais para o encaminhamento dos doentes para assistência em radioterapia.

Os estados que não dispõem de serviços em quantidade suficiente e aqueles em que inexistem serviços poderão contar com a Central Nacional de Regulação de Alta Complexidade (CNRAC), para assegurar o acesso da população aos serviços de alta complexidade neurológica para os procedimentos contemplados pela mesma, em outra UF.

As unidades para serem credenciadas/habilitadas deverão cumprir as exigên- cias específicas para cada um dos serviços que pretende oferecer ao SUS, estabeleci- das na Portaria MS/SAS n. 756/2005 e nos seus anexos I e II, e serão avaliadas con- forme roteiros de inspeção/vistoria estabelecidos nos anexos IIIA e IIIB, da mesma norma técnica. Esta portaria possui no total 10 anexos, com outros itens relativos aos procedimentos realizados pelas unidades. Os anexos V, VI e VII da portaria, fo- ram republicados no DOU n. 100, de 26.05.2006.

Cabe observar que o anexo VII desta portaria (relação dos procedimentos in- cluídos nas tabelas SIA e SIH – SUS) foi alterado pela Portaria SAS/MS n. 757/2005, que exclui procedimentos da tabela SIA e SIH/SUS e inclui novos procedimentos na tabela do SIA-SUS, por meio de Autorização de Procedimentos de Alta Comple- xidade/Custo (Apac). Esta portaria revoga o Parágrafo 2º do Artigo 6º da Portaria SAS/MS n. 296/1999.

Fluxo para credenciamento/habilitação – segue o descrito no capítulo 2, ca- bendo o envio à SAS/MS do anexo IIIA, devidamente preenchido e assinado pelo gestor estadual, para publicação e, se necessário, o Ministério da Saúde fará vis- toria in loco, por meio do anexo IIIB, que será remetido à SES para apreciação em CIB.

3.10.3 Alguns parâmetros para o planejamento e a avaliação da rede