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Política Nacional para Hospitais de Pequeno Porte

3.8.2 Estruturação da rede estadual ou regional de atenção em alta complexidade em tráumato-ortopedia

3.11 Política Nacional para Hospitais de Pequeno Porte

A Política Nacional para Hospitais de Pequeno Porte foi instituída pelo Minis- tério da Saúde, por meio da Portaria MS/GM n. 1.044/2004, tendo como objetivo a utilização de um modelo de organização e financiamento que estimule a inserção dos Hospitais que possuem de cinco a trinta leitos na rede hierarquizada de atenção à saúde, agregando resolubilidade e qualidade às ações definidas de acordo com a complexidade da assistência prestada.

3.11.1 Condições para a integração dos hospitais à Política Nacional

São condições necessárias para que os hospitais sejam integrados à política proposta.

• Serem hospitais públicos ou privados sem fins lucrativos, que possuam o certificado de filantrópico.

• Estarem localizados em municípios ou microrregiões com até 30 mil habitantes. • Possuírem entre 5 e 30 leitos cadastrados no CNES e estarem situados em

municípios, com cobertura da Estratégia de Saúde da Família, igual ou superior a 70%.

• Para os estados da Amazônia Legal não será exigida a cobertura de 70% da Estratégia da Saúde da Família, desde que os gestores tenham, em seus planos municipais de saúde, ações e metas progressivas de qualificação de equipes de Saúde da Família (Portaria MS/GM n. 1.955/2006).

Algumas ações estratégicas, estabelecidas por essa política, que deverão ser cumpridas pelos estabelecimentos de saúde.

• Adequação do perfil assistencial, preferencialmente para atender as especialidades básicas (clínica médica, pediátrica e obstetrícia); Saúde bucal, em especial as urgências odontológicas; pequenas cirurgias; atendimento às urgências e emergências, desde que preencha os requisitos técnicos pertinentes e integre o sistema regional.

• Participação nas políticas prioritárias do Sistema Único de Saúde e colaboração na constituição de uma rede de cuidados progressivos à saúde.

• Participação na Política Nacional de Humanização do Sistema Único de Saúde. • Cumprimento do contrato de metas firmado com o gestor local de saúde. • Desenvolvimento das ações de qualificação da gestão hospitalar.

• Regularização da totalidade dos serviços contratados. • Regulação do gestor local do SUS.

• Participação na composição do Conselho Gestor do Contrato de Metas. • Alimentação, sistemática, dos sistemas de informação do SUS.

Ações do gestor estadual para que um hospital possa fazer parte da política em questão:

• Submeter a proposta à Comissão Intergestores Bipartite. • Formalizar a adesão do estado à política.

• Encaminhar os planos de trabalho formulados pelos municípios ou pelo próprio estado, quando tratar de unidade hospitalar sob sua gestão.

• O plano de trabalho deve conter o detalhamento de metas, ações e programações que serão desenvolvidas nos hospitais.

Para a definição do número de leitos que serão objeto da orçamentação, o ges- tor deverá considerar o parâmetro de necessidade de internações de baixa e média complexidade, estimado em 5% da população da área de abrangência ao ano e uma taxa de ocupação de 80% e a média de permanência de cinco dias (inicialmente previsto quatro dias, mas houve a retificação dessa regra no DOU de 21/07/04). Para os estados participantes da Amazônia Legal, o parâmetro de cobertura de inter- nações é de 6% da população de abrangência (Portaria MS/GM nº 1.955/2006).

3.11.2 Financiamento

Os recursos financeiros destinados à implantação dessa política foram defini- dos por meio da Portaria MS/SAS n. 287/2004, que instituiu a remuneração de R$ 1.473,00, por leito, por mês. Esse valor foi determinado com base no valor médio da AIH dos hospitais de pequeno porte no ano de 2003, ajustado à necessidade de internação de baixa e média complexidade e aos parâmetros de taxa de ocupação e média de permanência da utilização dos leitos.

Definiu-se o valor mínimo de R$ 10.000,00 para a orçamentação mensal do hospital de pequeno porte após o ajuste do número de leitos necessários. Os proce- dimentos ambulatoriais, realizados nesse tipo de hospital, continuam sendo remu- nerados mediante produção realizada e aprovada pelo gestor.

Essa portaria estabelece, ainda, que o impacto financeiro da proposta, ou seja, a diferença entre o valor pago em 2003 e o valor orçamentado, será dividido igual- mente entre o Ministério da Saúde e o gestor estadual.

No entanto, o gestor municipal poderá participar do custeio, desde que pac- tuado na Comissão Intergestores Bipartite e deliberado pela Comissão Intergestores Tripartite. Esses hospitais poderão pleitear recursos de investimento desde que seus projetos estejam contemplados no Plano Diretor de Investimento e em conformida- de com as normas de cooperação técnica e financeira de programas e projetos me- diante celebração de convênios ou outro instrumento, conforme regras disponíveis pelo Ministério da Saúde, no endereço eletrônico www.fns.saude.gov.br.

3.11.3 Outras normas relativas à adesão ao plano

A Secretaria de Atenção a Saúde, por meio da Portaria MS/SAS n. 94/2005, estabeleceu um fluxo operacional para a apresentação e envio do termo de adesão, que é o instrumento proposto para que o gestor estadual manifeste o compromisso da contrapartida financeira do impacto dessa proposta e a relação dos municípios e estabelecimentos de saúde que participarão da Política Nacional para Hospitais de Pequeno Porte, a população abrangida, e as informações sobre o faturamento

mensal e o impacto financeiro da proposta, do Plano de Trabalho, cujo modelo está disponível em meio eletrônico no site (www.saude.gov.br/hpp), que deverá ser apreciado e aprovado nos respectivos Conselhos Municipais de Saúde e na Co- missão Intergestores Bipartite e do contrato firmado entre o gestor de saúde e o prestador de serviços de saúde.

É facultado ao gestor municipal determinar que os médicos das equipes de saúde da família destinem, até 8 horas de sua carga horária semanal de 40 horas, para atuação nos hospitais de pequeno porte, devendo para tanto o gestor elaborar um Plano de Integração da Saúde da Família com o hospital onde o profissional irá atuar, e submetê-lo à aprovação do Conselho Municipal de Saúde e da Comissão Intergestores Bipartite (Portaria MS/GM n. 619/2005).

O Ministério da Saúde, com a edição da Portaria MS/GM n. 852/2005, facul- tou a participação de hospitais com mais do trinta leitos cadastrados no Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde, desde que, após a avaliação da necessi- dade de internação da população de referência e usando os parâmetros propos- tos apresente necessidade de até trinta leitos. Outra flexibilidade concedida é que passou a ser permitido que sejam apresentadas propostas de adesão a esta política por municípios com cobertura inferior a 70% da estratégia da Saúde da Família, no entanto o efeito financeiro somente será concedido por ocasião do cumprimento e comprovação do alcance da meta de cobertura. Definiu, ainda, que hospitais que apresentaram faturamento com valor médio de AIH, no ano de 2004, maiores que o valor proposto pela política, seria assegurado o valor de 2004 como seu custeio por ocasião da adesão.

O Ministério da Saúde vedou o cadastramento de novos hospitais no SUS, bem como de investimento do SUS para a construção desse tipo de unidade (Ar- tigo 14, da Portaria MS/GM n. 1.044/2004), exceto para aquelas unidades que já estavam construídas, porém não tinham sido cadastradas por ocasião da proibição (Artigo 2º da Portaria MS/GM n. 852/2005).

Compete ao gestor estadual ou municipal a identificação no Sistema de Ca- dastro Nacional de Estabelecimento de Saúde (SCNES), dos estabelecimentos que dispõem do contrato de gestão/metas e da informação da não geração de créditos dos procedimentos realizados, já que para esse tipo de hospital é determinado o pagamento por valores fixos.