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Redes estaduais de assistência a queimados

3.8.2 Estruturação da rede estadual ou regional de atenção em alta complexidade em tráumato-ortopedia

4.2 Redes estaduais de assistência a queimados

A proposta de constituição de redes estaduais de assistência a queimados surgiu com a edição da Portaria MS/GM n. 1.273/2000, que criou mecanismos para que os estados e o Distrito Federal organizassem e implantassem suas redes de assistência.

Foi concebida com a intenção de dar uma nova conformação para os serviços de assistência nessa área, garantir o atendimento integral aos usuários do SUS e organizar esse atendimento em serviços hierarquizados e regionalizados com fluxos de referência e contra-referência estabelecidos, com estreita relação com os sistemas estaduais de referência hospitalar em atendimento de urgências e emergências.

4.2.1 Principais objetivos da rede de assistência a queimados

• Organizar uma linha de cuidados, que envolva todos os níveis de atenção (básica e especializada de média e alta complexidade) ambulatorial e hospitalar, integrados com a atenção às urgências e emergências, e privilegiando o atendimento humanizado.

• Constituir redes estaduais ou regionais, hierarquizadas e organizadas, garantindo o acesso e o atendimento integral.

• Desenvolver mecanismos de avaliação, controle, regulação e monitoramento dos serviços de atendimento ao paciente com queimaduras.

• Organizar uma estrutura de nível terciário e de alta complexidade necessária a esse tipo de atendimento.

• Estabelecer atributos necessários ao credenciamento ou habilitação de serviços que prestam atendimento especializado a queimados.

4.2.2 Estruturação da rede estadual de assistência a queimados

O Ministério da Saúde determinou um conjunto de regras e normas que de- vem ser cumpridas pelos gestores estaduais e municipais para a implantação e cre- denciamento dos serviços especializados no atendimento a queimados.

A Portaria MS/GM n. 1.273/2000 determinou a implantação das redes es- taduais de assistência a queimados e conceituou os serviços, estabeleceu prazos, fluxos e exigências mínimas para que os serviços pudessem integrar essa Rede.

Essa rede deve ser composta por hospitais gerais e por centros de referência em assistência a queimados.

a) Hospital geral

• Unidade hospitalar que, embora não especializada na assistência a queimados, reúne condições técnicas, instalações físicas, equipamentos e recursos humanos adequados à prestação do primeiro atendimento, ambulatorial e de internação hospitalar aos pacientes com queimaduras, e cadastrada no CNES e atue de forma articulada e integrada com o sistema local e regional de urgência e emergência.

b) Centros de referência em assistência a queimados

• Unidade hospitalar que reúne condições técnicas, instalações físicas e de recursos humanos específicos para o atendimento a pacientes com queimaduras, e seja capaz de constituir a referência especializada na rede de assistência a queimados e seja cadastrada no CNES e atue de forma articulada e integrada com o sistema local e regional de urgência e emergência.

c) Centro de referência em assistência a queimados

• Intermediário – unidade que poderá ser credenciada nos estados que eventualmente não possuam pelo menos um serviço capaz de cumprir as normas, e tem caráter transitório, mas deve atender a exigências específicas e estar instalado em unidade hospitalar cadastrada no sistema de referência hospitalar em atendimento de urgências e emergências.

4.2.3 Normas vigentes no SUS para credenciamento e

habilitação das unidades para queimados

Os hospitais gerais e os centros de referência em assistência a queimados para serem credenciados/habilitados deverão cumprir as exigências específicas para cada um deles, estabelecidas na Portaria MS/GM n. 1.273/2000, em seus anexos, como segue.

• Anexo I – Número máximo de centros de referência em assistência a queimados por estado da Federação.

• Anexo II – Normas para cadastramento de centros de referência em assistência a queimados, sub-dividido em: normas gerais; normas específicas para centros de alta complexidade e normas para centros intermediários.

• Anexo III – Relatório de avaliação e acompanhamento de centro de alta complexidade em assistência a queimados.

• Anexo IV – Instruções de preenchimento do relatório de avaliação e acompanhamento de centro de alta complexidade em assistência a queimados.

As unidades e os centros de referência devem atender, ainda, as exigências da Anvisa, quanto a área física, estabelecidas na RDC n. 50/2002, alterada pela RDC n. 307/2002 e RDC n. 189/2003 e na Resolução Conama n. 05/1993.

4.2.4 Alguns parâmetros para o planejamento e a avaliação da

rede estadual de assistência a queimados

a) Número de serviços necessários por Unidade da Federação

• Hospitais Gerais – não há limitação quantitativa, podendo participar da rede todo e qualquer hospital cadastrado no CNES e integrado ao SUS, para atendimento primário.

• Centro de referência – o número de centros foi limitado pelo Ministério da Saúde, na norma técnica citada anteriormente, sendo que todo Estado deve credenciar pelo menos um centro.

b) Número de leitos especializados para a assistência a queimados

• O número de leitos por centro de referência deve de, no mínimo, 8 e, no máximo, 20.

4.2.5 Avaliação, controle e monitoramento da atenção em

alta complexidade em paciente com queimaduras

Os hospitais gerais e os centros de referência de atendimento a queimados de- vem submeter-se a regulação, fiscalização, controle e avaliação do gestor estadual e municipal, dependendo das responsabilidades de cada um deles.

Os procedimentos que compõem o rol da assistência ao paciente queimado estão descritos na Portaria MS/SAS n. 1.274/2000, inclusive com a classificação de grau de extensão e gravidade de queimaduras.

O atendimento hospitalar ao paciente queimado geralmente ocorre em situ- ações de urgência e emergência e não depende de autorização prévia, portanto o laudo médico solicitando autorização deverá ser encaminhado nos prazos deter- minados pelo gestor (laudo para internação), que são analisados e, se aprovados, recebem o documento AIH.

O atendimento ambulatorial para o acompanhamento do paciente queimado, os curativos e os materiais especiais, como a malha compressiva para tratamento de seqüelas de queimaduras, são solicitados por meio de laudo médico para emissão de Apac (modelo específico – Portaria MS/GM n. 1.274/2000) e se autorizada será emitida a Autorização para Procedimentos de Alta Complexidade/Custo (Apac).

Para o registro das informações dos procedimentos ambulatoriais de alta complexidade, como o acompanhamento do paciente queimado usa-se o sistema Apac do SIA.

4.2.6 Fontes de financiamento da atenção em alta complexidade em

paciente com queimaduras

A maioria dos procedimentos relativos à assistência ao paciente queimado é remunerada com recursos do Faec estratégico, sendo que apenas os atendimentos realizados em hospital geral são remunerados com recursos do teto MAC.

4.3 Assistência de alta complexidade ao portador de