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Financiamento dos serviços de saúde de média e alta complexidade para prestação de serviços no SUS

prestaçãode serviços no SUS

2.4 Financiamento dos serviços de saúde de média e alta complexidade para prestação de serviços no SUS

2.4.1 Blocos de financiamento

A Portaria GM/MS nº 204/2007, estabelece que financiamento e a transfe- rência dos recursos federais destinados ao custeio das ações e dos serviços de saúde passam a ser organizados e transferidos na forma de blocos de financiamento: I – Atenção básica – composto do PAB fixo e PAB variável;

II – Atenção de média e Alta complexidade – composto pelo MAC e pelo Fundo de Ações Estratégicas e de Compensação (Faec);

III – Vigilância em saúde – composto pelos componentes da vigilância epidemiológica e ambiental e da vigilância sanitária em saúde;

IV – Assistência farmacêutica – abrange três componentes: básico da assistência farmacêutica; estratégico da assistência farmacêutica; medicamentos de dispensação excepcional;

V – Gestão do SUS – destina-se a apoiar a implementação de ações e serviços que contribuem para a organização e eficiência do sistema. É constituído de dois componentes: qualificação da gestão do SUS; e implantação de ações e serviços de saúde.

O Faec estratégico financia alguns procedimentos classificados como estraté- gicos tanto na atenção básica como nos demais níveis do sistema, portanto o finan- ciamento pelo Faec não atende ao critério de nível de complexidade.

2.4.2 Média e alta complexidade

Os procedimentos de média e de alta complexidade são financiados com re- cursos do teto MAC e também pelo Faec, conforme o atributo de nível de comple- xidade e forma de financiamento definido para cada procedimento da tabela do Sistema de Informações Ambulatoriais (SIA), de acordo com a Portaria MS/SAS nº 224/2003 e pela tabela do Sistema de Informações Hospitalares (SIH).

Na Portaria GM/MS nº 204/2007, está previsto que os recursos atualmen- te destinados ao custeio de procedimentos financiados por meio do Faec (exceto transplantes, procedimentos realizados por Central Nacional de Regulação de Alta Complexidade (CNRAC), ações estratégicas ou emergenciais de caráter temporário e novos procedimentos até a definição de sua série histórica para sua incorporação ao MAC), serão incorporados ao limite financeiro da média e alta complexidade dos estados, Distrito Federal e municípios, em ato normativo específico, observando as pactuações na Comissão Intergestores Tripartite (CIT).

Por outro lado, encontra-se em fase final de elaboração, a tabela unificada de procedimentos ambulatoriais e hospitalares que agregará as atuais tabelas do SIA e do SIH. Até que haja a incorporação dos recursos do Faec ao MAC, as ações de média e alta complexidade permanecem financiadas como atualmente, com a seguinte divisão:

1) Com recursos do Faec a) No SIH

• assistência ao paciente queimado;assistência ao paciente queimado;

• procedimentos relacionados ao transplante;procedimentos relacionados ao transplante; • lesões lábio-palatais/deformidade craniofacial;lesões lábio-palatais/deformidade craniofacial;

• gastroplastia e procedimentos cirúrgicos de correção (plástica) pós-gastroplastia e procedimentos cirúrgicos de correção (plástica) pós- gastroplastia;

• humanização do parto;humanização do parto; • epilepsia;epilepsia;

• registro civil e nascimento, parte da neurocirurgia (embolização),registro civil e nascimento, parte da neurocirurgia (embolização), angioplastia endovascular, osteogenesis imperfecta, internação domiciliar em geriatria (Centro de Referência do Idoso), e os procedimentos que compõem o rol da Central Nacional de Regulação de Alta ComplexidadeCentral Nacional de Regulação de Alta Complexidade – CNRAC (neurocirurgia; ortopedia, cardiologia e oncologia)CNRAC (neurocirurgia; ortopedia, cardiologia e oncologia)

b) No SIA

• aplicação de teste para psicodiagnóstico;aplicação de teste para psicodiagnóstico; • algumas terapias individuais e em grupo;algumas terapias individuais e em grupo;

• procedimentos do Programa de Combate ao Câncer de Colo Uterinoprocedimentos do Programa de Combate ao Câncer de Colo Uterino (coleta, citopatológico e cirurgia de alta freqüencia – CAF);

• procedimentos do Programa de Controle da Tuberculose;procedimentos do Programa de Controle da Tuberculose; • acompanhamento de pacientes;acompanhamento de pacientes;

• psicodiagnósticos, terapias/psicoterapias, instalação, acompanhamento epsicodiagnósticos, terapias/psicoterapias, instalação, acompanhamento e avaliação domiciliar de paciente portador de distrofia muscular em uso de VNIPP;

• medicamentos excepcionais e medicamentos ao tratamento domedicamentos excepcionais e medicamentos ao tratamento do tabagista;

• procedimentos de medicina física e reabilitação;procedimentos de medicina física e reabilitação; • tratamento de leucemia mielóide crônica;tratamento de leucemia mielóide crônica; • radioterapia estereotáxica;radioterapia estereotáxica;

• tumor de estroma gastrointestinal;tumor de estroma gastrointestinal; • terapia renal substitutiva;terapia renal substitutiva;

• tratamento ortodôntico em anomalias crânio faciais e implante dentáriotratamento ortodôntico em anomalias crânio faciais e implante dentário ósteo integrado;

• prótese dentária dos Centro de Especialidades Odontológicas (CEO);prótese dentária dos Centro de Especialidades Odontológicas (CEO); • procedimentos da Política Nacional de Atenção à Saúde Auditiva (triagem,procedimentos da Política Nacional de Atenção à Saúde Auditiva (triagem, exames, protetização e acompanhamento), implante coclear, oftalmologia, glaucoma, Programa de Humanização do Parto (incentivo à adesão e conclusão da assistência);

• procedimentos relacionados à assistência ao paciente queimado;procedimentos relacionados à assistência ao paciente queimado;

• procedimentos da triagem neonatal (exames de diagnóstico, confirmatóriosprocedimentos da triagem neonatal (exames de diagnóstico, confirmatórios e acompanhamento de pacientes);

• procedimentos relacionados à CNRAC e avaliação e parecer de casosprocedimentos relacionados à CNRAC e avaliação e parecer de casos demandados pela CNRAC (importante ressaltar que a radioterapia e quimioterapia de pacientes atendidos pela CNRAC, em cirurgia oncológica, não são financiados pelo Faec), procedimentos realizados no doador e/ou receptor de órgãos (exames sorológicos, busca de medula, acompanhamento de paciente transplantado, transplante de córnea, enucleação do globo ocular para transplante);

• exames para detecção da hepatite C (biologia molecular);exames para detecção da hepatite C (biologia molecular);

• acompanhamento de pacientes portadores de transtornos mentais eacompanhamento de pacientes portadores de transtornos mentais e alguns procedimentos do Programa de Aids (CD/4; CD/8 e carga viral, e alguns reagentes).

Observações sobre os recursos federais Faec

a) De modo geral, os procedimentos financiados por meio do Faec não têm limites financeiros, sendo repassados os recursos da produção aprovada. b) Alguns procedimentos Faec estão limitados em seus valores de repasse pelo Ministério da Saúde, como os procedimentos da terapia renal substitutiva e da deficiência auditiva. O montante faturado acima do teto onera o limite financeiro de média e alta complexidade.

2) Com recursos do MAC a) No SIA

• todos os procedimentos da tabela SIA/SUS, classificados como atenção detodos os procedimentos da tabela SIA/SUS, classificados como atenção de média e alta complexidade que não estão sendo custeados pelo Faec;

b) No SIH

• todos os procedimentos da tabela SI�/SUS, classificados como atenção detodos os procedimentos da tabela SI�/SUS, classificados como atenção de média e alta complexidade que não estão sendo custeados pelo Faec.

2.4.3 Critérios para aplicação de recursos financeiros

de média e alta complexidade

A Portaria GM/MS n. 204/2007 estabelece que os recursos referentes a cada bloco de financiamento devem ser aplicados nas ações e serviços de saúde relacio- nados ao próprio bloco. Os recursos referentes ao bloco da atenção de média e alta complexidade ambulatorial e hospitalar, devem ser utilizados considerando que fica vedada a sua utilização para pagamento de servidores inativos; servidores ativos, exceto aqueles contratados exclusivamente para desempenhar funções relacionadas aos serviços relativos ao respectivo bloco, previstos no respectivo plano de saúde; gratificação de função de cargos comissionados, exceto aqueles diretamente ligados às funções relacionadas aos serviços relativos ao respectivo bloco, previstos no res- pectivo plano de saúde; pagamento de assessorias/consultorias prestadas por servi- dores públicos pertencentes ao quadro do próprio município ou do estado; e obras de construções novas, exceto as que se referem a reformas e adequações de imóveis já existentes, utilizados para a realização de ações e/ou serviços de saúde.

Não há impedimento para que os gestores utilizem os recursos advindos da prestação de serviços da própria rede estadual/municipal, nas situações descritas acima.