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A VIAGEM PARA O EGITO

No documento extraterrestres (páginas 141-143)

Figura 3 Tabela Ra de Noves

A VIAGEM PARA O EGITO

Antes de sair da Itália, Pitágoras contratou os serviços de 290 soldados veteranos da fortaleza próxima a Crotone. Pitágoras rejeitou vários navios, dizendo serem inadequados para o alto-mar, antes de escolher um que fora construído recentemente no Egito e era tripulado por egípcios. O navio não navegou diretamente para o Egito. Primeiro atravessou o mar Mediterrâneo até a costa da África e então bordejou a costa rumo ao leste. Navegando ao longo da costa, de vez em quando passávamos por grandes galés italianas, de grande calado, pois seus porões estavam repletos de cereais egípcios e outras mercadorias do leste. Muitos desses navios hasteavam galhardetes

identificando o proprietário da embarcação, bem como sua carga e destino.

Nosso navio egípcio navegou diretamente para a foz do rio Nilo, atracando cerca de 4,8 quilômetros rio acima, na praia oeste. Sepore atuava como nosso intérprete. Dava gosto vê-lo interagir com sua própria gente. Pitágoras providenciou que ele fosse vestido com as roupas mais finas, para que pudesse sentir-se orgulhoso e dar boa impressão. Suas duas primeiras tarefas foram obter-nos vários jumentos e contratar diversos carregadores. Enquanto esperávamos que Sepore concluísse sua tarefa, ficamos num pequeno povoado próximo ao local em que desembarcáramos.

A terra do Egito não estava tumultuada externamente, mas se encontrava num estado de confusão. Os cushitas do Sudão, que governaram durante a 25ª e a 26ª Dinastias, tinham recentemente sido humilhados por sua derrota nas mãos dos assírios, que ainda tentavam planejar o que fazer com a terra agora que a controlavam. Conquistadores vão e vêm, mas os sacerdotes dos deuses do Egito sempre permaneciam intactos guiando o povo nos tempos difíceis.

Cerca de quatro dias depois de nossa chegada, fomos visitados por um grupo de egípcios encabeçados por um sacerdote eunuco da deusa egípcia Ísis. Era um homem muito sábio e velho de nome Dthermas. Apresentou-se em grego e entregou a Pitágoras um rolo de papiro no qual havia desenhado, em cores vívidas, um mapa da área que tinha como centro as Grandes Pirâmides de Gizé.

Quando nos afastamos das margens do Nilo, Dthermas e seu grupo nos acompanharam. Sepore ficou sabendo, por meio de Dthermas, que seríamos recepcionados nas pirâmides por outros sacerdotes estudiosos egípcios. Nós, pitagóricos, ficamos no Egito cerca de seis meses em busca de todo tipo de informações matemáticas nas quais nunca pensáramos, por nossa conta, anteriormente.

Aprendemos a série aditiva atualmente chamada seqüência Fibonacci e sua relação com as formas físicas da natureza. Nós, pitagóricos, todos concordamos que manteríamos essas informações secretas em nosso grupo. Quando tocamos no assunto de números irracionais com os nossos colegas egípcios mais instruídos, eles responderam que não faziam idéia do que estávamos falando. Não consigo me lembrar daquele tempo sem me repreender por não perceber, na época, que a resposta a como adequadamente contornar ou utilizar os números irracionais no mundo tridimensional já existia, diante de meus olhos, na geometria da Grande Pirâmide de Gizé. Explicarei a que me refiro posteriormente em minha narrativa histórica.

Enquanto estávamos na área das pirâmides fomos levados à maior das três, entrando pela mesma porta alçapão que pessoalmente redescobrira há vários milhares de anos, quando vivi como “Melth-Nakhefra, o louco” durante os reinados dos reis egípcios Khufu, Rededef e Menkure. A antecâmara, logo na entrada da pirâmide, ainda estava intacta. À luz de archotes, seguimos nosso caminho até a câmara subterrânea. Eu agora tinha um pressentimento de que algo estava errado em relação à pirâmide. Sei agora o que subconscientemente senti na época — que a estrutura já não absorvia o som, o que se verificava pelo fato de que nossas palavras faladas ecoarem para fora de suas paredes.

Quando nós, gregos e italianos, saímos do Egito, deixamos para trás 12 pitagóricos com a tarefa de continuar em busca das informações matemáticas e médicas secretas que sentíamos existir, mas nos passaram despercebidas durante nossa visita. Pitágoras deixou Sepore encarregado dos 12 que ficaram para trás. Deu também a Sepore a maior parte do ouro e prata que restava em nosso cofre. Quando perguntei a Pitágoras como ele explicaria o fato de Sepore não ser devolvido a meu padrasto, conforme o acordo de dois anos, replicou: “‘Sepore? Sepore? Ah, sim, aquele sujeito. Sempre fico imaginando o que foi feito dele. Acho que terei de efetuar algum tipo de restituição monetária a seu padrasto, pois ele (Sepore) já não está sob minha custódia.”

Depois de sair do Egito, fomos primeiro para a Grécia, onde Pitágoras desejava encontrar um estudioso grego chamado Altranmis e propor-lhe algumas questões a respeito de coisas que aprendêramos no Egito. Durante sua permanência na Grécia, Pitágoras e todos os que haviam viajado com ele pararam para visitar minha família. Pitágoras providenciou e bancou uma festa de três dias à qual compareceu toda a gente que morava num raio de quilômetros ao redor. Minha mãe e irmã, bem como meu padrasto Aknostros, estavam muito felizes por me ver novamente e conhecer minha mulher Valbra, agora grávida de vários meses.

Pitágoras foi ter com meu padrasto Aknostros, providenciando financeiramente a prorrogação do acordo de Sepore por mais cinco anos. Depois de receber uma arca cheia de ouro de Atenas, despedimo-nos de minha família e retornamos ao navio, partindo rumo à Itália. De vez em quando, recebíamos mensagens cifradas de Sepore. Depois de cerca de três anos, nunca mais ouvimos falar dele ou de qualquer um dos 12 colegas pitagóricos.

Passei minha vida estudando e ensinando em Crotone. Pitágoras casou-se com uma grega chamada Estrelmis. Não tiveram filhos, mas Valbra e eu tivemos dois filhos e uma filha. Minha vida em Crotone era amena e intelectualmente estimulante.

Certa manhã, Pitágoras não veio à escola, mas veio sua mulher, em busca de Philolaus e de mim. Disse-nos que Pitágoras não conseguia levantar-se da cama. Nosso mestre estava desperto e sorriu quando entramos no quarto. Sem nada dizer, estendeu os braços em nossa direção, agarrando-nos as mãos. Quando fechou os olhos, o aperto

ficou mais fraco. Desse modo cessou Pitágoras de Samos de viver entre nós. Pitágoras estava, na verdade, com 81 anos (9 x 9) quando morreu. Eu tinha cerca de 52 anos na época.

Nós, da equipe administrativa e docente da escola, não sabíamos o que fazer sem Pitágoras a nos guiar. Como meu sogro Philolaus tinha adquirido experiência na direção dos assuntos da instituição quando fomos ao Egito muitos anos antes, foi eleito o administrador-chefe. Com o tempo, administrar a escola tornou-se uma tarefa pesada demais para ele ou qualquer um de nós do grupo íntimo original. Fechamos a escola, mas permanecemos juntos, escrevendo tudo de que nos lembrávamos acerca do que Pitágoras nos dissera e ensinara. Mesmo os assuntos antes considerados secretos foram registrados por escrito.

Certa manhã, logo depois de alimentar nossas galinhas, lembro-me de me sentar ao lado do fogo segurando uma sacola com comida de galinha. Peguei um punhado de grãos e o atirei no fogo. O fogo soltava labaredas a cada vez que jogava nele grãos e palha. Comecei a jogar os grãos no fogo num ritmo constante e vi nas chamas números que pareciam ter um significado. Quando parei de alimentar o fogo com grãos, as chamas continham apenas zeros. Valbra entrou na casa enfumaçada e disse:

“O que está fazendo, seu velho maluco?” Respondi: “As pirâmides do Egito explicam como os mortais conseguem lidar com números irracionais. É melhor eu ir dizer a Pitágoras; ele exultará ao ouvir isso.” Essas foram minhas últimas palavras. Morri naquela vida como Silmikos, o Grego, no mês de dezembro do ano de 469 a.C.. Estava com 63 anos de idade.

[Foi dito anteriormente neste texto que o sistema Ra de matemática consiste de cinco formatos conhecidos. A pessoa que usar qualquer dos formatos do sistema se defrontará, em certos cálculos, com fatores que apresentam valores irracionais. Quando isso ocorrer, o matemático precisa apenas converter o número irracional em um de seus representantes racionais existentes em pelo menos um dos demais formatos. Pode-se, então, prosseguir com os cálculos de forma racional e precisa. A mudança de um formato Ra para outro pode ser feita sempre que necessário. Por exemplo, pi verde (3,14269680) é um número irracional, mas seu representante no formato ômega maior apresenta o valor racional simples de 3,125, ou 3 1/8. - W.B.]

PÁSSARO DA

No documento extraterrestres (páginas 141-143)