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O DIA DA DESTRUIÇÃO

No documento extraterrestres (páginas 81-83)

JAFFER BEN-ROB DA TERRA

O DIA DA DESTRUIÇÃO

A época do solstício de verão era feriado mundial na Terra há centenas de anos. A triho de Alfora também observava o dia e as práticas religiosas inerentes a ele. Saímos na noite anterior para passar o dia rio acima com Mill e sua família. No dia do solstício, fizemos um banquete, demos banho em Barla no rio e orgulhosamente observamos enquanto uma anciã santa da tribo abençoou nossa filha com talismãs e amuletos para garantir uma vida longa e fértil. Mais tarde a mesma sacerdotisa, num transe fraco, informou a tribo reunida que estava

recebendo sensações poderosas de que haveria um acontecimento trágico muito em breve. Disse-nos que nossas vidas nunca mais seriam as mesmas. Mill me disse que devíamos levar muito à sério as sensações espirituais da mulher santa, pois fora ela que lhe dissera anos atrás para abrigar Alfora até que ela fosse levada embora por um estranho de uma terra distante.

Menos de uma hora depois, a Terra tremeu violentamente e ondas vindas do Nilo engolfaram nosso acampamento. Corremos até atingir um terreno mais elevado. De nossa nova localização, observamos centenas de animais e pássaros ribeirinhos correndo e voando em todas as direções. Seus gritos eram ensurdecedores. Ao norte vimos um pilar de fogo vermelho projetando-se no céu azul, que rapidamente se tornava negro. Então viu-se um clarão brilhante de luz branca no céu, e um grande número de pássaros caiu na Terra e no rio. O rio ficou vermelho de sangue enquanto os pássaros eram devorados por crocodilos e outros predadores anfíbios.

O pilar de fogo estava diminuindo quando nós e a tribo partimos para o noroeste em direção à cidade de Pankamerry. No caminho, outras tribos que tinham o mesmo destino se juntaram a nós. Havia em nós um sentimento de que o mundo estava chegando ao fim. O céu era de um cinza escuro e lúgubre. Relampejava continuamente, mas não choveu.

Estávamos muito cansados e assustados e nos sentamos com outras pessoas para repousar. Nessa hora, ouvi chamarem meu nome. Respondi, gritando mais alto que o estrondo dos trovões. Pouco tempo depois, reuniu-se a nós Aquele que Não Projeta Sombra, que nos disse que os maldequianos tinham feito em pedaços seu planeta natal. Admito que na hora fiquei contente ao ouvir isso, mas também fiquei pensando se os nodianos teriam algo a ver com a destruição de Maldek. Enquanto eu estava à beira de um ataque de alegria histérica, fui atraído pelos soluços de minha mulher Alfora. Fui consolá-la, dizendo: “Não chore, os maldequianos mereceram o que aconteceu com eles”. Ela respondeu: “Não é pelos maldequianos que me sinto triste. Estou triste por causa de minhas plantas e lindas flores que deixei para trás em Maldek quando voltamos para casa na Terra. Você acha que o elohim poderia tê-las salvo da destruição?”. Não sabia o que dizer a ela. Consolei-a dizendo que eu a ajudaria a plantar um jardim florido quando conseguíssemos voltar para nosso povoado natal e minha família.

Quando chegamos a Pankamerry, o local estava muito cheio de gente da Terra e de todo tipo de gente de outros mundos. Havia cerca de seis gracianos ali aguardando a chegada da espaçonave que os levaria da Terra, transportando-os para algum outro porto cósmico no espaço. O dia seguinte foi aquele no qual os krates iniciaram seu espetáculo de violência, matando todos na planície que tivessem a mais ligeira relação com a construção das pirâmides. Chegou-nos a notícia em Pankamerry dessas atrocidades e um aviso de que os krates estavam vindo lentamente em nossa direção.

Alguns dos homens da cidade se armaram. Outros de nós decidiram se embrenhar na espessa floresta tropical ao sul. Exatamente no momento em que tomamos nossa decisão de nos deslocar para o sul, a esperada, mas muito atrasada, espaçonave graciana aterrissou a alguns quilômetros a oeste da cidade. Depois de entrar em contato com a tripulação da nave, fomos aceitos a bordo juntamente com Cark Ben-Zobey e sua família. Os gracianos nos levaram para o nordeste sobre o Mediterrâneo para uma terra que agora faz parte do Iraque. Disseram-nos que retornariam para nos pegar depois de acabarem de pegar os gracianos extraviados e os tirar do perigo. Essa nave nunca retornou.

CONSEQÜÊNCIAS

Passamos vários anos no que era então uma região remota da Terra. Não tínhamos desejo de nos mudar desse autêntico santuário. Conosco havia vários dos povos dos planetóides Relt e algumas pessoas da Terra. De vez em quando alguém contava ter avistado um carro aéreo maldequiano, mas não era freqüente. Certa noite, três grandes luzes sobrevoaram nosso acampamento. Essas luzes desceram no alto de uma colina localizada a cerca de 4,8 quilômetros ao sul. Eu, claro, reconheci nas luzes algum tipo de espaçonave. Debatemos se devíamos ou não investigar quem estava no controle dessas naves. Alguns de nós homens decidimos ir dar uma olhada na nave sem sermos vistos. Esperávamos que os veículos fossem gracianos ou nodianos e não lotados de krates furiosos. A nave, afinal, era um transportador nodiano proveniente dos planetóides do radiar moribundo Sumer. Estava lá para deixar vários milhares de sumerianos na Terra. Conhecemos o líder dos sumerianos, um homem chamado Trome. [Veja as narrativas de algumas das primeiras vidas de Trome passadas na Terra em "Através de Olhos Alienígenas, Parte 2" da revista AMALUZ de agosto de 1996. - W.B.]

Minha relação com Trome e seu povo foi muito amistosa, existindo até o dia de hoje. Nos meses imediatamente seguintes, centenas de milhares de sumerianos chegaram a Terra em espaçonaves nodianas. Fui convidado a me reunir a um conselho consultivo liderado pelos nodianos Tasper-Kane e seu assistente Abdonel.

A vida com os sumerianos era mais fácil do que fora nos últimos anos. Uma das principais razões era que os sumerianos tinham capacidade de gerar eletricidade. Durante pelo menos dois anos viajei pela Terra com o

conselho num carro aéreo nodiano. Sempre que podia, atuava como intérprete. Uma de nossa viagens nos levou ao meu povoado natal de Tigrillet. Descobri que meu pai e minha mãe ainda estavam vivos, mas que tio Kanius morrera de causas naturais. A vila dos maldequianos e suas construções externas tinham sido totalmente queimadas. Alguns diziam que por alguma razão desconhecida elas foram queimadas pelos próprios maldequianos.

Em uma ocasião visitamos a cidade fantasma de Miradol, encontrando-a totalmente desprovida de vida humana. Naquela mesma viagem, voamos para o sul até a capital do governador geral maldequiano, Her-Rood. O lugar estava repleto de krates e muitos tipos de sobreviventes de outros mundos. Um deles, residente no palácio de Her-Rood, era o embaixador nodiano na Terra. Opatel Cre'ator.

Durante a primeira tarde no palácio, os integrantes de nosso conselho se encontraram com Opatel e resumiram para ele nossas conquistas e planos futuros. Ele, por sua vez, nos disse que as coisas deviam se tornar péssimas na Terra. Os maldequianos sobreviventes tencionavam continuar a governar o povo da Terra, mas isso não era o pior que se esperava. Cientistas nodianos previam que a Terra estava à beira de algumas calamidades geológicas, mas a questão era em que ponto do futuro. O encontro se encerrou com Opatel instruindo o conselho a iniciar a elaboração de planos para tirar o maior número possível de pessoas de outros mundos e de pessoas da Terra do planeta. Disse que estavam sendo tomadas providências em alguns outros sistemas solares para receber toda e qualquer pessoa que fatalmente deixasse o malfadado mundo.

Foram necessários anos para tomar as providências das quais falou Opatel. Eu próprio reuni milhares de pessoas da Terra e as acompanhei a um sistema solar/estelar na constelação das Plêiades, onde foram instaladas juntamente com milhares de marcianos. O planeta (onde estou agora) Mollara é um pouquinho maior do que a Terra, sendo habitado por gente nativa de pele clara de cerca de 1,52 metro de altura. Sempre foram anfitriões bondosos e dispostos. Visitei Mollara oito vezes, cada vez transportando milhares de imigrantes da Terra.

Atualmente, descendentes desses imigrantes e pessoas recorporificadas daquela primeira vida participam do estudo da decrescente Barreira de Freqüência. Lembrem-se, para muitas das pessoas que atualmente vivem em Mollara, bem como para mim, a Terra é realmente nosso mundo natal.

A medida que seguia a movimentação para tirar as pessoas da Terra, os nodianos se mantinham em contato diplomático estreito com os maldequianos que viviam no planeta. Os nodianos nunca perderam as esperanças de que os maldequianos de alguma forma se abrandassem e vivessem em paz com as outras raças do planeta. Mas os maldequianos levaram adiante seu programa de subjugo das outras raças até aquele dia falídico em que as grandes chuvas começaram a cair e o mundo era constantemente sacudido por violentos terremotos.

Pouco antes daquele dia terrível, Alfora, Barla e eu partíramos de carro aéreo em busca de meu pai e minha mãe. Nós e o piloto de nosso carro aéreo (um sumeriano chamado Asentel) os encontramos morando numa casinha nos limites do que antes era a fazenda de tio Kanius. Estávamos felizes por estarmos juntos mais uma vez e passamos horas contando uns aos outros as experiências que vivêramos enquanto ficamos separados uns dos outros.

Depois da refeição, Alfora nos trouxe, aos homens, uma bolsa de charutos gracianos que guardara de nossa época em Mir. Alguns dos charutos, que ela carregara em uma bolsa de pano, estavam tortos, quebrados ou reduzidos a pó. Ela os esparramou na mesa diante ele nós. Algo capturou a luz de uma vela próxima, e eu o tirei do monte de tabaco. Era um pequeno triângulo prateado com um duplo lado esquerdo, a mesma jóia que Aquele que Não projeta Sombra deu a Alfora no dia em que o krate maldequiano Serp-Ponder nos salvou da morte, mandando-nos para a segurança de Pankamerry.

Meu pai acendeu um dos charutos, inalando a fumaça como se os tivesse fumado a vida toda. Ele disse: "Se vivesse tempo suficiente, poderia realmente aprender a apreciar estas coisas." Acabara de terminar sua frase quando a Terra abaixo de nós sacudiu com tal força que o telhado começou a ruir. Conseguimos sair da casa e entrar no carro aéreo, nos apertando no veículo e sentando uns nos colos dos outros.

Asentel levou o carro aéreo a cerca ele 1200 metros, onde havia menos turbulência do que acima e abaixo. Dentro de alguns minutos o carro foi atingido por relâmpagos. O primeiro matou nosso piloto Asentel e o segundo e terceiro raios mataram os que restavam de nós.

Bem, aí estão alguns dos destaques de minha primeira vida na Terra. Vivi muitas vidas no planeta desde então .

No documento extraterrestres (páginas 81-83)