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SEIS TIOS, O TOLTECA

No documento extraterrestres (páginas 108-111)

NISOR DE MOOR

SEIS TIOS, O TOLTECA

Era por volta do ano de 784 d. C. Nasci no vale do México de Milho Verde e vivi lá com minha mãe, e meu pai, Serpentes de Pedra. Chamava-me Seis Tios. Fazíamos parte do povo por vocês chamado tolteca.

meus pais estavam indecisos quanto a me dar o nome de um de seis tios ricos que, eles esperavam, se lembrariam deles no testamento. Então me chamaram Seis Tios para cobrir todas as possibilidades. Na verdade, contudo, recebi o nome porque meu pai tinha dois irmãos e minha mãe quatro, todos reconhecidos como grandes guerreiros.

Antes de meu nascimento, o povo de minha tribo foi enviado pelos deuses ao sul numa missão. Nosso grupo ultrapassara a capacidade de nossa terra natal (norte do México) de nos prover o sustento. Antes da migração para o sul, consistíamos de inúmeras tribos isoladas que subsistiam principalmente da caça. A agricultura era praticada, mas poucos tinham a ambição de dedicar-se à trabalhosa ocupação. Meus ancestrais daquela época eram simplesmente indolentes, preferindo roubar os outros a se dedicar de corpo e alma a qualquer forma de trabalho.

Por necessidade, às vezes nossos caçadores viajavam grandes distâncias para o norte de nossa terra natal, tendo encontrado ancestrais das tribos que vocês conhecem como hopi, zuni, apache e navajo (todas tribos indígenas norte-americanas). Muitos caçadores nunca retornaram porque foram mortos pela terra inclemente ou pelo povo que molestaram, ou então eram assimilados por outras tribos.

No tempo de meus avós, um grupo de cerca de 12 caçadores há muito tempo desaparecidos retornaram vestidos em roupas feitas de pano. Carregavam armas bem feitas e escudos pintados com desenhos jamais vistos. Contaram a seus parentes que tiveram com vários deuses, vindos a eles do céu dentro de um grande ovo. Descreveram os deuses como gigantes que escondiam os rostos por trás de máscaras que às vezes brilhavam como uma lua cheia (capacetes de sustentação de vida). Os deuses bondosos moram em seu ovo, mas se misturam com eles todos os dias e lhes dão comida e água. Disseram que os deuses construíram para eles uma caverna grande para morarem, que era fresca e confortável.

Durante sua permanência com os deuses, e depois que seus anfitriões começaram a conversar com eles, os caçadores aprenderam muitas coisas. Os deuses trouxeram muitas coisas mágicas para a caverna, algumas cintilavam como estrelas no céu. Os caçadores contaram aos deuses sobre os reveses de seu povo. Eles lhes deram, então, um desenho (mapa) do caminho que deviam percorrer, o qual acabaria por levá-los a uma terra nova e próspera. Disseram-lhes que saberiam o lugar pelo fato de que lá encontrariam “serpentes feitas de pedra.” Os deuses também deram aos caçadores sementes para plantar na nova terra. Depois de partilhar com os caçadores muitas outras formas de conhecimento, os deuses foram embora voando, deixando-os uma vez mais para defender- se por si mesmos.

Os caçadores foram transformados em chefes de nosso povo. Visitaram outras tribos e narraram sua história do encontro com os deuses. Aqueles com quem entraram em contato acreditaram neles e consentiram ser reunidos numa única tribo. Essa nova tribo tinha 12 divisões, cada qual liderada por um dos que tinha encontrado os deuses. Como o destino de nosso povo se chamasse “a terra das sementes de pedra,” vários homens nascidos naquela época foram chamados Serpentes de Pedra, como meu pai. (Mas uma das motivações básicas da mudança da tribo para o sul se baseava na possibilidade de encontrar uma região que tivesse abundância de certos tipos de cactos, tais como agave, que pudessem fornecer-lhe um suprimento inesgotável de bebidas alcoólicas.)

O plano de viagem esquematizado pelos deuses para os 12 chefes foi idealizado de tal maneira, que eles poderiam liderar o povo a certas regiões para se estabelecer por vários anos para praticar agricultura, caçar e pacificamente assimilar quaisquer dos povos locais à tribo, antes de deixar o local e seus nativos em melhores condições do que os haviam encontrado. A primeira colônia se localizava nas praias agora denominado de Golfo do México. O local era chamado Atlan no mapa dos deuses (antigamente uma pequena parte do reino da Era Dourada que vocês chamam Atlântida).

Durante a permanência da tribo em Atlan, surgiu outro grupo dizendo também ter se encontrado secretamente com os deuses. Era uma mentira deslavada. Os impostores contaram que os deuses lhes disseram ter modificado seu plano de assimilação gradual de outros povos à nação tolteca porque era demorado demais. Esse povo, que afinal obteve o controle sobre os toltecas, estabeleceu uma religião que incluía o sacrifício humano. O novo plano era se mudar rapidamente para o sul, derrotar qualquer povo que encontrassem a caminho do local das serpentes de pedra e deixar para trás tropas militares para manter o controle sobre os povos derrotados. Posteriormente, o número de soldados das tropas militares deixadas em Atlan aumentou, e vários séculos depois assumiu uma nova identidade tribal. Chamavam a si mesmos de astecas e depois foram para o sul, para o vale do México, seguindo o exemplo de seus ancestrais toltecas.

Os 12 chefes originais dos toltecas ficaram muito velhos e seus apelos à fidelidade ao plano original dos deuses passaram a não ser atendidos. Nenhum dos 12 chefes originais viveu o bastante para ver a terra das serpentes de pedra.

Quatro anos depois da saída de Atlan, os toltecas vitoriosos entraram na antiga cidade agora chamada Teotihuacán (Miradol). A distância podia-se ver fumaça subindo do vulcão atualmente denominado Popocatapetl. Naquela época a cidade se encontrava em estado muito precário, tendo uma população de cerca de 18 mil pessoas. Não opuseram resistência organizada aos toltecas. Teotihuacán abrigara muitas culturas diferentes durante sua longa existência, as tribos eram atraídas para lá pelos edifícios da cidade que, segundo acreditavam, foram

construídos numa época antiga pelos deuses. As várias culturas que ocuparam a cidade numa época ou outra pereceram de doenças, fome ou vítimas de incontáveis conquistadores, dos quais os toltecas eram apenas os mais recentes. No dia em que os estandartes emplumados dos toltecas foram colocados no topo do edifício atualmente chamado pirâmide de Quetzalcoatl (decorada com serpentes emplumadas esculpidas em pedra), eles começaram a sacrificar a população da cidade. Não pararam até que mais de mil habitantes tinham sido mortos. [Esse banho de sangue foi provavelmente causado pela energia psíquica armazenada em Teotihuacán/Miradol. Veja a nota de rodapé. - W.B.]

Os chefes toltecas realmente tentaram reconstruir alguns dos edifícios da cidade, bem como concluir a construção da Pirâmide do Sol, como é agora chamada, deixada inacabada pelos gracianos depois da matança realizada pelos krates maldequianos logo após o início dos tempos.

Nasci no período de três anos em que os toltecas ocuparam Teotihuacán. Eu era jovem demais para perceber o que estava ocorrendo quando fui aninhado nos braços de minha mãe durante sua fuga da cidade com milhares de outras pessoas. Os que olharam para trás viram quatro veículos espaciais gigantescos sobrevoando a cidade. Três eram discos negros; o quarto era prateado de forma triangular e portava o emblema da serpente emplumada.

Os que estavam presentes contaram ter visto a cidade explodir em chamas. Quando os que ousaram retornar ao local foram lá meses depois, encontraram a cidade completamente enterrada sob vários metros de solo. O que agora pareciam colinas cobriam os antigos edifícios de Miradol. Lembro-me agora da afirmação de Opatel Cre’ator no dia em que visitamos Miradol durante minha primeira vida: “Quisera ter os meios de queimar e enterrar totalmente

este lugar.” Não fazia idéia de quantas vezes Teotihuacán foi enterrada pela Federação e novamente tirada de baixo da terra por culturas posteriores durante sua longa história.

Durante sua conquista do México, Hernando Cortez, perseguido por dezenas de milhares de astecas, refugiou-se nas ruínas enterradas de Teotihuacán. Não sabia que os montes de solo que o circundavam e a seu bando na verdade continham edifícios antigos. Liderando um ataque encarniçado, Cortez capturou o chefe de guerra asteca Mulher Serpente. O exército asteca debandou e fugiu assustado. Acreditavam que Cortez adquirira poderes mágicos dos deuses na época em que acampou dentro da cidade enterrada.

Depois da conquista, os astecas disseram a Cortez que a cidade de Teotihuacán fora encontrada enterrada quando os astecas chegaram ao vale do México cerca de 200 anos antes. Disseram que a cidade era um lugar “onde os homens iam dormir e despertavam na presença dos deuses.”

Após Teotihuacán ser novamente enterrada na época da ocupação tolteca, passou a ser evitada e nunca mais foi ocupada por grande número de povos pré-colombianos. Somente depois da virada do século passado foram feitos esforços efetivos para se descobrir (desenterrar) outra vez o antigo local. Atualmente constitui uma grande atração turística. (Fico imaginando quando a Federação irá sepultá-la novamente.)

Depois que os toltecas saíram de Teotihuacán, espalharam-se, reunindo-se em vários grupos menores. Muitos anos depois, os grupos novamente se reuniram por causa da guerra. A reunificação ocorreu quando eu tinha cerca de 14 anos de idade. O grupo de toltecas ao qual eu pertencia morava numa área atualmente denominada Yucatán. Dividíamos a região com os que vocês denominam maias. Alguns de nossos líderes se casaram com integrantes da aristocracia maia.

Eu tinha por volta de 19 anos e casei-me com uma mulher maia. Não tivemos filhos. Iniciara-me na atividade agrícola, cultivando principalmente milho e coco. Certo dia, quando estava bêbado, caí de uma árvore e fiquei bastante machucado. Meus três companheiros de copo, julgando-me morto, me enterraram vivo.

MINHA VIDA ATUAL

Atualmente vivo no planeta Seron, localizado próximo aos confins da Federação. Vivo aqui há cerca de sete meses terrestres. Tenho cerca de 331 anos terrestres de idade. Sou casado e tenho dois filhos, uma menina e um menino (ambos com mas de 200 anos de idade). Minha mulher é de um planeta chamado Distra. Levaria cerca de 28 dias terrestres para viajar de minha localização atual até a Terra.

Como mencionei no início de minhas narrativas, sou atualmente o 862 Senhor de Planejamento da Casa de Magail, uma subdivisão da Casa nodiana de Domphey. Ocupo-me muito pouco das atividades comerciais da casa de comércio. Meus deveres se relacionam principalmente com a atuação como intermediário entre seronianos e quaisquer visitantes de outros mundos empregados pela Casa de Magail. Em breve os numerosos tipos de gente de outros mundos serão substituídos por um tipo em particular com o qual os seronianos sejam o mais compatíveis possível. Daí por diante, mesmo essas pessoas de outros mundos irão embora à medida que seus cargos forem gradualmente preenchidos pelos próprios seronianos. Quando isso ocorrer, deixarei este planeta rumo a ainda outro planeta que está bem adiantado na fase quatro de contato com a Federação.

vida qualificaram-me para o cargo que ocupo atualmente. Tive várias opções de emprego, mas escolhi vir para a fronteira para ajudar no crescimento da casa de comércio e da expansão da Federação.

Manti-me a par das diversas mudanças ocorridas na Barreira de Freqüência na Terra.Parece que não vai demorar muito para ela se acabar e seremos capazes de conduzir uma conversa frente a frente.

Até lá, sou Nisor de Moor.

No documento extraterrestres (páginas 108-111)