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VIDA, VIDA, VIDA SOB AS ESTRELAS ETERNAS

No documento extraterrestres (páginas 45-52)

CHURMAY UMA VENUSIANA

VIDA, VIDA, VIDA SOB AS ESTRELAS ETERNAS

Eu, assim como os que falaram antes de mim e os que ainda estão por falar, experienciei muitas vidas no planeta Terra, tanto em ignorância como, em alguns casos, com certo grau de iluminação quanto ao propósito da vida humana no Plano mestre do Criador de Tudo Que E.

Não escolhi falar de vidas que foram influenciadas por condições primitivas e pela ignorância supersticiosa, tampouco escolhi os breves períodos em que vivi nos quais as pessoas da Terra eram capazes de transmitir seus pensamentos umas às outras e às pessoas que viviam em outros mundos.

Minha seleção das cinco vidas que ainda tenho para contar foi feita com o intuito de fazer a relação entre algumas de minhas experiências de vidas passadas e certas pessoas daquela mesma época cuja fama sobreviveu até os dias de hoje.

IMHOTEP

As autoridades da Terra situariam a época da qual falarei em algum ponto entre os anos de 2686 e 2613 a.C., embora o período tenha se iniciado cerca de 650 anos antes disso.

Meu nome era Naya, a terceira das doze crianças nascidas para minha mãe Sybra e meu pai Harcar. Vivíamos no que era então (e ainda é) o delta fértil do rio Nilo. Quando era criança, eu ficava pendurada, numa cesta feita de fibras de papiro. no teto de nossa casa de tijolos de barro. Depois de aprender a andar, ficava amarrada com uma corda de papiro num poste na frente de nossa casa enquanto minha mãe se ocupava de seus afazeres que incluíam cozinhar, assar pão, tecer e fazer cerveja. Ela era ajudada pelas viúvas dos dois irmãos mais velhos de meu pai, mortos em batalhas contra invasores que entraram em nossa terra vindos do oeste. As cunhadas de meu pai trouxeram cada uma dois filhos para nossa casa. Quando nasci, dois desses meninos já tinham idade para ajudar meu pai em seu trabalho de fabricar adagas, espadas e, de vez em quando, jóias de metal fino. Meu irmão mais velho, Yalput, também ajudava meu pai quando não estava pescando e caçando aves ao longo da margem do rio.

Minhas primeiras recordações daquela vida consistem em minha mãe sempre bradando aos deuses para transformar um de meus irmãos em tartaruga para que parassem de me provocar e puxar minha corda até eu cair. Amarrada num poste próximo havia um cão que ficava fora do meu alcance. Certo dia, o cão roeu sua corda até arrebentá-la e saiu correndo para o rio, retornando depois com meu irmão Yalput. No dia seguinte, também cortei mastigando minha corda e cambaleei até o rio à procura de Yalput. Minha excursão acabou quando entrei na água e atolei na lama. Agarrei-me às hastes de papiro enquanto crocodilos chegavam tão perto que eu conseguia tocá-los. (Passei algum tempo acariciando o focinho de um crocodilo enorme.) Passaram-se várias horas até meu pai me encontrar. Meu escamoso companheiro silvou para ele algumas vezes e foi embora nadando devagar. Foi então que me puseram o nome de Naya, amada de Sobek, o deus-crocodilo. Meu pai jurou que nunca mais comeria carne de crocodilo. Ele fez para mim um bracelete de cobre com a forma de Sobek. Quando cresci, o bracelete não passava mais na minha mão, então, passei a usá-lo pendurado num cordão.

A vida de uma garota pré-adolescente naquela época era passada em sua maior parte em brincadeiras, mas com o decorrer do tempo fui convocada para ajudar as mulheres da casa em suas tarefas e também para auxiliar meu pai ficando sentada diante de um bloco chato de pedra e golpeando pedaços de ouro de formatos estranhos para transformá-los em folhas de ouro. Meu pai comercializava essas folhas de ouro com os carpinteiros reais do rei Zoser, que as usavam para revestir os móveis de madeira que haviam fabricado. Em troca, meu pai recebia pequenas quantidades de prata e cobre, dois metais que ele acreditava serem muito mais valiosos. Claro, os carpinteiros forneciam ouro não refinado a meu pai. Ele se recusava a refiná-lo na presença deles. Seu segredo era utilizar um fole para criar as grandes temperaturas necessárias para fundir o metal. Quando os carpinteiros estavam bem longe da área, ele montava seus foles de couro e tachas de cobre. Sua versão posterior do fole dispunha de uma saída que consistia na imagem em cobre de um crocodilo. Antes de começar a fundir o ouro, ele primeiro se voltava para o rio e gritava: “Sobek, é hora de trabalharmos!”

As meninas ganhavam bonecas feitas por suas mães e os meninos eram livres para perseguir uns aos outros com varinhas. Dessa maneira, logo aprendiam a desviar os golpes de qualquer atacante. Com 14 anos, meu irmão Yalput tinha mais cicatrizes no corpo do que qualquer veterano sobrevivente das recentes guerras ocidentais. O único

brinquedo que Yalput teve (se podemos chamar de brinquedo) foi um barco feito de fibras de papiro de cerca de 90 cm de comprimento. Embora o tivesse construído quando tinha menos de dez anos de idade, ele posteriormente o puxava entre as hastes de papiro por uma linha amarrada na cintura. Ele usava esse vaso flutuante para carregar a pesca do dia.

O sexo em idade precoce era permitido, contanto que não fosse um ato incestuoso. Isso é o contrário do que se acredita agora fossem os hábitos sexuais do povo daquela época e local. Muito mais tarde, essas práticas imorais tornaram-se flagrantes.

Certa manhã, pouco antes da aurora, fomos despertados por vozes altas. Essas vozes pertenciam a uma tropa de soldados que estavam procurando recrutas para o exército do Surac (rei). Eles vieram no meio da noite para assegurar que os rapazes em idade de lutar ainda estariam dormindo e não se escondendo deles entre a vegetação do rio.

Apenas Yalput foi recrutado. Ele estava feliz com a coisa toda. Minha mãe chorou e pediu bradando aos deuses que protegessem seu filho do mal. Meu pai foi para sua oficina e voltou com uma espada de cobre muito afiada em forma de foice que fizera para Yalput, prevendo esse acontecimento.

Muitos meses depois, Yalput gravemente ferido chegou em casa nos braços de vários camaradas seus, que também estavam um tanto feridos. Yalput tinha vários cortes profundos e várias cabeças de flecha de sílex ainda cravadas em seu corpo. Meu pai saiu em busca de um médico. Voltou para casa com um velho sacerdote de Amon muito cansado, que ele encontro cuidando de outros soldados feridos que haviam conseguido voltar a suas casas pelo delta. Ele olhou para meu irmão e seus amigos gemendo e pediu uma taça de cerveja, que tomou, caindo em seguida no sono. Ninguém tentou acordar o velho sacerdote, pois tínhamos esperança de que ele tivesse um sonho no qual o deus Amon lhe diria o que fazer para salvar as vidas de Yalput e seus amigos.

Quando o sacerdote acordou, depois de algumas horas, ergueu-se e entoou algumas rezas, tomou uma jarra de cerveja como pagamento por seus serviços e nos deixou dizendo: “Os destino desses jovens repousa agora nas mãos dos deuses.” Minha mãe atirou uma taça de barro nele. Ele não deu atenção pois a taça não o acertou, atingiu a porta de madeira e se espatifou.

Na tarde do dia seguinte, o cão começou a latir. Olhamos para fora pela porta e vimos dois homens, um alto e vestido como nobre, o outro bem mais baixo, muito magro e com a pele escura, vestindo apenas um saiote de couro. As cabeças do dois estavam raspadas à moda dos sacerdotes de Amon. O homem mais baixo acariciava com ternura o cão. Perguntamos aos estranhos o que queriam. Responderam: “Não há homens feridos aqui? Sabber, o sacerdote de Amon, não lhes disse que as vidas deles estavam nas mãos dos deuses?” Enquanto eles falavam, minha mãe começou a se armar com vários utensílios domésticos que podiam ser atirados. Meu pai a conteve com palavras de cautela.

O homem baixo nos pediu para ficar do lado de fora da casa e rezar para os deuses enquanto ele e seu companheiro alto e musculoso entravam na casa e fechavam a porta. Vinte minutos depois eles saíram. O homem baixo deu a minha mãe uma taça de barro que continha as cabeças de flecha que estavam no corpo de Yalput. Ele caiu de joelhos quando viu que a taça perfeita era a mesma que ela quebrara em vários pedaços quando a jogara no velho sacerdote. Os dois estranhos pediram para ficar a sós no quintal e nos disseram para ir ficar à cabeceira de Yalput. Encontramos Yalput e seus camaradas despertos e conversando. Seus ferimentos, antes abertos, estavam fechados agora. Mais barulho fez com que olhássemos de novo o quintal. A área estava se enchendo de soldados e sacerdotes que estavam de quatro diante de nossos visitantes mágicos. O homem mais baixo chamou minha mãe e lhe deu um cântaro com um ungüento cor-de-rosa, instruindo-a a passá-lo nas feridas daqueles que ele entregara a seus cuidados. Ouvi um soldado de joelhos chamar minha mãe que estava de pé: “Ajoelhe-se, mulher, diante de Zoser, Rei do Alto e do Baixo Egito, e de seu companheiro sagrado Imhotep, bem-amado do deus Amon.” Depois de um instante de choque e confusão, ela caiu de joelhos.

Quando o rei, seus soldados e sacerdotes partiram no lombo de camelos, permanecemos de joelhos com nossas cabeças abaixadas, aguardando que nosso pai nos dissesse quando fosse seguro nos erguermos. Quando ele nos disse para nos levantarmos, imediatamente caímos no chão outra vez, pois diante de nós, sentado sozinho na beirada de nosso poço de água e oferecendo a nosso cão sedento suas mãos em forma de taça cheias de água, estava o homem chamado Imhotep, o bem-amado do deus Amon.

Imhotep chamou meu pai pelo nome suavemente, então disse: “Hacar, venha a mim e traga consigo sua filha que você chamou Naya.” Quando começamos a rastejar lentamente até ele, ele disse mais alto:

“Venham a mim andando.”

Pediu a meu pai que se sentasse perto dele na beirada do poço e a mim que me sentasse a seus pés. Afagou minha cabeça e disse: “Então, esta é Naya, a bem-amada de Sobek, o deus-crocodilo.” Riu e disse:

“Pensei que você fosse coberta de escamas verdes.” Riu novamente quando apalpei meus braços e olhei sob minha túnica para ver se lá havia escamas verdes.

Imhotep não ordenou a meu pai, antes perguntou-lhe com voz suave se ele poderia ir para o sul com ele para fazer ferramentas de metal para cortar pedras. Ele disse a meu pai que estava planejando construir uma mastaba (tumba retangular) de pedra que um dia aguardaria e protegeria o corpo de seu amigo, o rei Zoser. Sem hesitar, meu pai concordou em partir imediatamente.

Imhotep se ergueu e disse: “Não, vá dentro de seis dias para o ponto no rio ao sul onde os barcos de coletores de impostos ficam atracados. Traga seus foles e Naya. Nós, que somos amados pelos deuses, devemos partilhar nossa grande sabedoria uns com os outros.”

Imhotep então disse: “Creio que me deve uma caneca de cerveja.” Corri para a casa e voltei com uma caneca cheia da melhor cerveja de minha mãe. Então observamos Imhotep partindo rumo ao sul para se reunir a Sabber, o velho sacerdote de Amon. Imhotep deu a caneca de cerveja ao velho. Continuamos a observá-los até perdê-los de vista.

Em poucos dias, as feridas de Yalput sararam, sem deixar cicatrizes. Mesmo as cicatrizes que ele adquirira em suas brincadeiras infantis de guerra desapareceram. Minha mãe colocou a taça de bano, ainda com as cabeças de flecha, numa banquetinha de madeira no canto do maior cômodo de nossa casa e orava diante dela três vezes por dia pelo resto da vida.

Na manhã do sexto dia depois daquele dia de milagres, meu pai e eu abraçamos todos de nossa casa e iniciamos nossa jornada para o sul. Meu pai carregava um grande fardo nas costas contendo seus foles e pedras de fazer fogo e eu carregava uma cesta de junco com queijo, pão, cebolas e cerveja. Pouco antes de nossa partida, minha mãe disse-nos entre as lágrimas:

“Se encontrarem outros deuses, digam-lhes que nos, nessa casa, sempre fizemos de tudo para servi-los.”

Cerca de uma hora e meia depois, meu pai e eu chegamos ao local onde os coletores de impostos abicavam seus barcos. Lá encontramos, balançando-se suavemente ao ritmo das ondas do rio, um belo navio pintado de vermelho e preto. Uma prancha ia do navio até um pouco antes da margem, o que tornou necessário que caminhássemos dentro da água alguns metros para embarcar no vaso.

Fomos recebidos e saudados por um homem vestido de linho branco fino. Ele perguntou a meu pai se ele era Hacar e se eu era Naya, amada de Sobek, o deus-crocodilo. Meu pai respondeu que sim. Na mesma hora o homem avisou outro que estava na proa do navio: “São eles. Com as bênçãos dos deuses, navegamos rumo ao sul.” O homem na proa gritou ordens, e tripulantes com varas empurraram o grande navio para longe da praia, dentro da correnteza na direção norte da mãe de todos os rios. Quando nos afastamos da margem, foram estendidos remos e uma vela branca com a brilhante imagem verde e negra de Sobek foi desfraldada, imediatamente se enfunando com o vento que nos levaria a novas aventuras.

Éramos os únicos passageiros, e passamos aquela noite ouvindo os cânticos e canções ritmados dos remadores. Naquela noite, aconteceu algo estranho. Um grande globo de luz se ergueu da água diante de nosso barco e desapareceu a alta velocidade no céu, deixando todos que o viram estupefatos.

Fui despertada pelo som da tripulação do navio descendo a prancha para fazer suas necessidades, se banhar e tomar o desjejum. Seu nobre mestre estava na popa do navio agachado sobre um pequeno braseiro, fazendo o que vocês chamam de tortilhas. Ele nos convidou para nos reunirmos a ele depois de fazermos a necessária visita à praia.

Do alto da prancha, contemplei um panorama do qual nunca me esquecerei. Na colina plana diante de nós, iluminadas pelos primeiros raios do alvorecer, estavam o que a princípio pareciam ser mais três colinas com picos agudos. Duas dessas colinas agudas eram brancas, e a maior das três era vermelha. Um remador que estava na prancha nos esperando descer, para que pudesse ir a bordo, viu o olhar de assombro em meu rosto e apontou para os objetos, proclamando com autoridade: “Essas são as grandes rens (pirâmides) construídas há muito tempo pelos deuses.” Meu pai disse que ouvira falar dessas “montanhas dos deuses” e que ele me contara e aos outros de minha família sobre elas várias vezes. Recordei-me de que quando ele nos contou sobre essas coisas, eu imaginara que fossem muito distantes de nossa casa, num lugar onde somente os deuses tinham permissão de ir. Na época pensei: terei permissão de ver essas coisas sagradas por ser a bem-amada de Sobek?

À medida que o Sol se erguia cada vez mais no céu, consegui perceber que a maior das rens não era totalmente vermelha, possuindo milhares de símbolos vermelhos pintados que cobriam seus lados. [Nota: esses símbolos não estavam originalmente na Grande Pirâmide, e sim antes do desaparecimento das duas Atlans (Atlântida). Fui informado que foram pintados na estrutura durante uma das chamadas Eras Douradas ocorridas antes da fundação daquele antigo reino. - W.B.]

No meio da tarde do dia seguinte, nosso navio novamente embicou. Vários outros barcos (não tão grandes como o nosso) estavam atracados, e as tripulações desses vasos descarregavam cargas que eram arrumadas por outros trabalhadores nas costas de mais de uma centena de camelos. Meu pai e eu relutantemente montamos num camelo; era a primeira vez para nós dois. Seguramos firme nos arreios e um no outro enquanto um

homem caminhava na frente conduzindo o animal. Depois de entrarmos numa fila única de camelos, ouvimos o soar de tambores, e nossa caravana começou sua jornada para o oeste. Por cima do ombro, dei uma última olhada no belo navio que nos trouxera a este lugar.

Viajamos até o cair da noite e fomos convidados a nos sentarmos junto a uma das muitas fogueiras do acampamento e comer uma ceia de peixe assado com abóbora cozida e cebolas. Alguns dos homens que estavam ao pé da fogueira sabiam que meu pai era fabricante de espadas e o trataram com grande respeito. Vi seus olhos se encherem de orgulho quando anunciou, batendo no peito, que o conhecimento de metais não era sua única dádiva dos deuses, que para ele sua maior dádiva estava aqui entre o grupo na forma de sua filha Naya, amada de Sobek, o deus-crocodilo. Sua declaração foi seguida por sussurros e um número considerável de “oohs” e “aahs”.

Como tinha a palavra, por assim dizer, meu pai contou ao grupo do globo de luz que víramos se erguendo do Nilo na primeira noite de nossa jornada. Todo reagiram, como haviam feito a suas declarações anteriores, mas ficaram sentados como que aturdidos. Um homem se arriscou a dizer: “Apenas os deuses e Imhontep sabem o que era isso.”

Papai então contou toda a visita de Imhotep a nossa casa e o convite que nos fizera para vir trabalhar para ele fabricando ferramentas de metal, O grupo escutou em silêncio enquanto meu pai repetia inúmeras vezes a história. Um dos homens pediu a meu pai permissão para contar uma história sobre Imhotep que ele ouvira há pouco tempo. Seu pedido fez meu pai sentir-se muito importante, e fiquei feliz por ele. Meu pai concedeu sua permissão enquanto uma mulher colocava um fardo de peles de carneiro para nós dois nos sentarmos como convidados de honra, podendo, assim, ser vistos com mais facilidade pelos que estavam sentados mais afastados do centro do grupo.

O homem então começou sua impressionante história. “Ouvi dizer que quando Imhotep nasceu, era como qualquer outra criança, mas ainda muito jovem, os deuses vieram à Terra e o levaram embora. Muitos anos se passaram e, no terceiro ano do reinado do Rei Zoser, Imhotep voltou da morada dos deuses. Seu pai e sua mãe se lembraram dele e se rejubilaram ao vê-lo novamente. Ele lhes disse que os deuses tinham lhe concedido muito conhecimento e o haviam enviado para casa com uma mensagem para o rei. Enquanto Imhotep estava com os deuses, sua pele escureceu muito, e se alguém ousasse olhar para sua nuca, veria os símbolos azul escuros que alguns pensavam dar-lhe poderes divinos.

Quando Imhotep compareceu diante de Zoser, o rei estava de muito mau humor, pois dentes infeccionados o afligiam, já tendo perdido vários deles, sendo quase impossível comer. Se não fosse pela aparência estranha de Imhotep, o rei certamente mandaria bater nele ou até mesmo matá-lo por ousar insistir em uma audiência real. Imhotep pediu para ser deixado a sós com o rei. Quando a corte voltou, encontrou o governante de muito bom humor seus dentes estragados não o estavam incomodando mais, e em uma semana nasceu-lhe outra dentição completa.” O narrador disse então que nada mais tinha a nos contar.

Todos sabiam que, daquela hora em diante, o rei Zoser e Imhotep quase nunca se separavam. Imhotep disse a Zoser que ele não podia fazer e não faria sua magia sob o comando do rei. A princípio, isso perturbou o rei, mas ele depois aceitou as condições de Imhotep que apequenavam seu ego, conferindo-lhe os títulos de Primeiro da Casa Real e Grão-Vizir.

Ao alvorecer, montamos outra vez em nossos camelos e, enquanto prosseguíamos, comemos pedaços de bolo de tâmaras. Antes do meio-dia chegamos a uma área nivelada do solo chamada naquela época o “local do trabalho divino,” hoje chamada Saqqara. Ao chegarmos, o lugar estava ocupado por cerca de 2500 pessoas, e centenas mais

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