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A elaboração da proposta curricular em instituições escolares da Educação Infantil e Anos Iniciais do Ensino Fundamental não devem acontecer sem embasamento teórico dos profi ssionais envolvidos, uma vez que trazem aspirações, concepções de todos envolvidos neste processo.

Refl exões acerca da função social da escola é de extrema importância, visto que cabe a todos os profi ssionais assumirem suas responsabilidades, especialmente cidadãos e profi ssionais da educação frente aos desafi os educacionais impostos pela realidade social, política, econômica que permeiam o cotidiano escolar. Uma formação teórica é obrigatória e imprescindível para subsidiar discussões no âmbito escolar, sobretudo para que os objetivos, metas, crenças e valores não sejam pautados apenas em um senso comum, que distancia o discurso da prática de uma escola comprometida com o ensino, a aprendizagem e o conhecimento científi co.

Desta forma, é impossível pensar em proposta curricular sem que antes considere a formação dos professores e demais profi ssionais da escola.

Especialmente pelo fato de que cabe a este profi ssional organizar suas práticas, considerando os documentos ofi ciais que orientam, organizam e regulamentam as questões organizacionais da escola.

Documentos como Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDBEN);

Diretrizes Curriculares Nacionais da Educação Básica (DCNEB) (BRASIL, 2013);

Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil e Ensino Fundamental (DCNEI e DCNEF); O Referencial Curricular Comum para a Educação Infantil (RCNEI) (BRASIL, 1998); Os parâmetros Curriculares Nacionais (PCN) (BRASIL, 1997); e mais recentemente a Base Nacional Comum Curricular (BNCC) (BRASIL, 2017) e demais documentos em nível federal, estadual e municipal devem ser considerados e por isso tornam-se objeto de estudos e pesquisas dos profi ssionais da Educação.

A elaboração de uma proposta consistente que refl ita verdadeiramente os anseios de uma comunidade escolar, que esteja engajada com a transformação social, formação social do indivíduo, faz-se necessário um envolvimento por parte de todos aqueles que se preocupam e se dedicam à Educação.

Ao profi ssional cabe assumir o papel de cidadão político e politizado, uma vez que todo ato político é um ato educativo, conforme indica Paulo Freire (1981), e todo ato educativo é político. Assim, faz-se necessário refl exões teórico e práticas acerca da função social do professor, da escola, e que neste percurso toda ação refl ete em formação.

Faz-se necessário pensar na proposta curricular quando se almeja estruturar uma proposta crítica, que não se conforma com as situações adversas impostas pelas desigualdades sociais e encará-las como passíveis de serem superadas em um cotidiano de enfrentamentos e lutas.

Assim, esta temática chama atenção para que não estejamos alheios às intencionalidades ocultas e muitas vezes imperceptíveis que são impostas pelas determinações legais. Enfi m, envolver-se no processo educativo é se comprometer com o caráter formativo, refl exivo e dinâmico das práticas educativas.

Uma proposta pedagógica curricular deve, sobretudo, considerar as condições de produção, sociedade, contexto histórico, político,

estrutura, fi losofi a, intenções, forma de organização e gestão do trabalho pedagógica em uma sociedade em constante mudança.

Faz-se necessário

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Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2004-2006/2006/Lei/

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C APÍTULO 2