• Nenhum resultado encontrado

PROFISSIONAIS E CONDIÇÕES DE TRABALHO NAS INSTITUIÇÕES

ESCOLARES

A proposta pedagógica curricular deve deixar explícito o papel do professor, atribuições, seleção, ou seja, ingresso por concurso público, processo seletivo, os diretos e deveres dos profi ssionais e alunos no âmbito escolar, que devem ser observados e deixados de forma clara e explícita para toda comunidade.

É preciso atentar para o que a LDBEN/1996 defi ne como profi ssional da educação básica; no artigo 62, a lei deixa claro que a formação de docentes para atuar na educação básica deve ser aquela oferecida em nível superior, cursos

de licenciatura, graduação plena, admitindo ainda como formação mínima para o exercício do magistério na Educação Infantil e Anos Iniciais aquela oferecida em nível médio, na modalidade Normal (BRASIL, 1996).

Desta maneira, deve atentar-se às exigências, uma vez que a lei respalda os profi ssionais da Educação, de maneira que garantem sua atuação nas etapas da Educação. Contudo, ao se tratar da formação, capacitação, investimento na formação do professor, são fatores decisivos ao professor, uma vez que o profi ssional capacitado, com boas condições de trabalho, salário digno e plano de carreira com incentivos, são fatores que contribuem positivamente aos professores. No entanto, tais questões, na maioria das vezes, não resultam apenas de decisões institucionais; tais avanços, conquistas de direitos, envolvem muitas vezes a capacidade de organização e políticas públicas dos governos.

É importante salientar que tais aspectos mencionados são relevantes na elaboração da Proposta Pedagógica Curricular (PPC), visto que requer a participação de todos os profi ssionais, nas decisões, nas refl exões, nas aquisições de equipamentos e acervo bibliográfi co que serão de acesso e consulta de todos os profi ssionais e alunos.

Pensar na articulação da Educação Infantil e Ensino Fundamental deve ser outro ponto a se considerar, uma vez que cabe aos profi ssionais da educação escolar levantar possibilidades de diálogos com estas duas etapas da Educação, que apresentam suas especifi cidades educacionais, mas que estão ligadas pela obrigatoriedade em continuar o processo de desenvolvimento e aprendizagens, especialmente para que as práticas não sejam desarticuladas e as crianças sintam uma mudança abrupta de ambiente escolar.

Articular tais etapas é pressupor acordo, reuniões e diálogos entre as instituições que oferecem a Educação Infantil e os Anos Iniciais do Ensino Fundamental. Os documentos ofi ciais alertam ao fato de que a Proposta Pedagógica deve prever maneiras de garantir a continuidade do trabalho escolar, uma vez que devem ser respeitadas as especifi cidades etárias sem que aconteça a antecipação dos conteúdos que serão trabalhados nos anos posteriores (BRASIL, 2009).

Desta maneira, para que o processo educativo seja dinamizado, contando com a participação e envolvimentos da comunidade escolar, é imprescindível que a gestão esteja pautada em princípios participativos, democráticos e transformadores, prevendo em suas propostas o compartilhamento de informações e transparência em todo processo. Assim, a gestão deve se basear em princípios que contribuam para o envolvimento de todos, para a formação do profi ssional e a qualidade do trabalho.

Nessa perspectiva, a gestão democrática consiste em compreender a organização social, cultural e humana, que tem papel defi nido no processo de participação da coletividade, que vão além deste princípio garantido nas legislações. Para isso, a gestão democrática se estabelece no trabalho participativo, autônomo, envolvendo todos os seguimentos que compõem a escola. Para Lück (2007), a participação deve ser garantida a todos os sujeitos envolvidos no processo de ensino e de aprendizagem, concebendo uma instituição de responsabilidade de todos, o que pode impactar substantivamente nos processos educativos, de tomada de decisões, evitando evasão escolar e outros.

Pensar na instituição escolar em uma perspectiva democrática requer considerar alguns fatores na elaboração das propostas pedagógicas, no processo de implementação, avaliação e reelaboração quando necessário.

O Quadro 4 aponta alguns princípios norteadores para se considerar neste processo.

QUADRO 4 – PRINCÍPIOS, ESTRATÉGIAS PARA ELABORAR, IMPLEMENTAR E AVALIAR PROPOSTAS PEDAGÓGICAS

Unidade dos profi ssionais da escola Sem unidade, tampouco se consegue atin-gir os objetivos e metas almejadas.

Sistematização do documento

O documento pedagógico curricular consti-tuirá em uma referência comum para todos os envolvidos nos processos educativos, especialmente para os processos de im-plementação e avaliação.

Consciência

Tomar consciência das ações e do fazer pedagógico é imprescindível na implemen-tação e avaliação das propostas pedagógi-cas curriculares.

Participação/envolvimento Todos são parte e devem ser envolver de forma efetiva para que se comprometam com aquilo que construíram.

Compromisso Sem compromisso o trabalho de imple-mentação e avalição se torna inviável.

Contextualização

É importante considerar as questões so-ciais, culturais, econômico, familiar das crianças e profi ssionais que fazem parte da escola. A proposta de uma instituição é sempre única e original.

Consistência É preciso apresentar as fundamentações legais, teóricas dos conhecimentos produz-idos no campo educacional.

Dinamismo e Provisoriedade Toda proposta é de caráter provisório, ten-do em vista que está em permanente pro-cesso de construção e reconstrução.

FONTE: Adaptado de Farias e Salles (2012).

A partir destes princípios, quando considerados durante o processo de elaboração e implementação das propostas curriculares, oportunizam-se novas descobertas, estudos, pesquisas, que interferem no modo de pensar e agir dos professores e demais profi ssionais da educação. Para isso, os fatores como unidade nas decisões; sistematização das ideias da comunidade; consciência e comprometimento com as ações previstas e planejadas, devem considerar o contexto escolar, os documentos que organizam e orientam as práticas pedagógicas, fazendo com que todo este processo se torne dinâmico em busca de atender as demandas do presente e as que surgirão.

Embora não seja uma tarefa simples, a elaboração de propostas pedagógica curricular nas instituições escolares é fundamental para os avanços na qualidade do trabalho de todos os envolvidos na comunidade escolar.

Outro fato importante, consiste em todo momento de elaboração, construção, implementação e avaliação das propostas pedagógicas curriculares são momentos ricos de aprendizagem, formação e dinâmica dos profi ssionais da escola, que podem ocorrer em reuniões pedagógicas e orientações, envolvendo profi ssionais das secretarias municipais, estaduais, cursos de formação continuada e capacitação, sem contar os momentos de hora-atividade destinados aos professores para refl etir, avaliar, planejar, estudar, pesquisas e fundamentar as suas ações no cotidiano da escola. Para isso, antes de fi nalizar este capítulo, encerramos com algumas dicas e estratégias que podem ser colocadas em prática em todo processo de elaboração das propostas que são importantes para refl exões em grupos.

Perguntas que podem ser feitas:

• O que queremos nesta proposta?

• Qual a fi nalidade do nosso trabalho?

• O que pensamos sobre as crianças, sociedade, educação, Educação Infantil, Ensino Fundamental, desenvolvimento, aprendizagem?

• Como estamos implementando o currículo?

• Como estamos utilizando os espaços e recursos institucionais?

• Como está articulado o trabalho com as famílias? O Ensino Fundamental?

Outro fato

• Quais são as maiores difi culdades, problemas e desafi os?

• O que precisamos mudar para construir a Educação escolar que queremos?

• Quais as expectativas das famílias?

Todas essas questões podem ser feitas pelos profi ssionais da escola, de maneira individual, depois compartilhada em grupo em momentos de formação, reuniões pedagógicas, que têm como objetivo abrir espaço para ouvir as demandas e contribuições da comunidade escolar.

As crianças também podem participar desse movimento em forma de desenho, música, poesia e outros. Os pais podem responder tais perguntas por meio de entrevistas, reuniões pedagógicas, colegiado, conselho de

pais etc.

O mais importante de todo este processo é acreditar na importância desta participação.

O mais importante de todo este processo é acreditar na importância desta

participação.

3 De acordo com a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (Lei n° 9394/96), artigo 62, o professor para atuar na Educação Básica deve atender aos critérios de:

a) ( ) A lei deixa claro que para atuar na Educação Básica, o professor deve ter formação mínima em nível superior, em cursos de licenciatura, graduação plena, admitindo, ainda, como formação mínima para o exercício do magistério na Educação Infantil e Anos Iniciais do Ensino Fundamental, aquela oferecida em nível médio, na modalidade Normal.

b) ( ) A Lei não regulamenta sobre a formação de professores, contudo, menciona que o profi ssional deve ser qualifi cado na área que pretende atuar.

c) ( ) A lei deixa claro que para atuar na Educação Básica é preciso cursar graduação, em cursos de licenciatura, bacharelado e normal superior.

d) ( ) A atuação do professor na Educação Básica, só é possível mediante a concurso público, que exige formação em nível superior, em cursos específi cos para atuar na área desejada.

e) ( ) A LDBEN não permite formação mínima para atuar na Educação Infantil e Anos iniciais do Ensino Fundamental, aquela ofertada em nível médio em curso de nível Normal.