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MOVIMENTO NA EDUCAÇÃO INFANTIL

A proposta pedagógica deve garantir sobretudo o respeito pelas manifestações individuais e valorizar os trabalhos coletivos, de forma que tenham oportunidades para valorização das diferenças, evitando os fracassos escolares.

Nesse sentido, Touranie (1998) afi rma que a escola deve assumir o compromisso de ensinar os indivíduos o respeito pelo direito do outro, na defesa dos interesses coletivos, sociais e valores culturais.

Explorar as diversas manifestações culturais faz com que a rotina escolar não seja cansativa e enfadonha, especialmente na Educação Infantil, que em muitas instituições as crianças permanecem por um longo período.

Ao organizar o currículo da Educação Infantil, é preciso pensar que é por meio das atividades da vida cotidiana que as crianças devem acessar os conhecimentos que fazem parte da sociedade a que ela pertence, ou seja, o patrimônio cultural gerado na sociedade. Assim, a organização das práticas pedagógicas deve promover experiências que contemplem os saberes que foram construídos e produzidos ao longo da história da sociedade.

As interações que os indivíduos fazem com os pares e adultos que possibilitam o confronto real que modifi cam e constroem sua forma de pensar, agir, sentir, observar, analisar, reproduzir, criar, falar, ter atitudes baseadas naqueles que estão ao seu redor.

As crianças se manifestam de diferentes maneiras, sendo por meio de desenhos, pinturas e gestos que expressam seus conhecimentos, e este processo está ligado aos estímulos e rejeições que recebem. Quando são punidas, ou quando recebem resistência às suas manifestações, tendem a se inibir em determinadas situações (NISTA-PICCOLO; MOREIRA, 2012).

Explorar as diversas manifestações culturais faz com que a rotina escolar não seja cansativa e

enfadonha.

O grande desafi o do professor que trabalha na etapa da Educação Infantil, é criar situações que estimulem a criança a explorar os seus movimentos, de modo que sejam sincronizados com a música, a imaginação, atividades cênicas ou pictóricas.

Por meio da música, dança, desenho, pintura e escultura, as crianças enriquecem o seu vocabulário e desenvolvem a criatividade, explorando o ambiente de diferentes percepções.

A esse respeito, Dimenstein e Alves (2003, p. 10) destacam que as experiências culturais na Educação Infantil desenvolvem a curiosidade:

[...] a potência que faz com que todos tenham desejo de aprender é a curiosidade. Sem ela, ninguém quer aprender.

Quem está possuído pela curiosidade não descansa. Não é necessário que lhes imponham obrigações, deveres porque o prazer é a motivação maior.

Acerca da curiosidade, cabe destacar que a criança não precisa incorporar de forma precoce as atitudes dos adultos, assim, os profi ssionais da Educação Infantil, sobretudo os da Educação Física, podem proporcionar o desenvolvimento dessas linguagens, possibilitando às crianças o dançar, saltar, correr, desenhar, jogar e brincar.

FIGURA 1 – CRIANÇAS BRINCANDO DE RODA AO AR LIVRE, INTERAGINDO COM SEUS PARES, COM A NATUREZA E COM O PROFESSOR

FONTE: <https://www.dentrodahistoria.com.br/blog/educacao/o-que-e-protagonismo-infantil/>. Acesso em: 10 out. 2020.

Pensar na escola sob essa perspectiva consiste em refl etir sobre os Direitos Humanos, que retratam o direito de ser, conviver, conhecer a si mesmo, o mundo,

os outros, de modo que somente a educação é responsável por proporcionar tais experiências que podem gerar mudanças e desenvolvimento na vida dos indivíduos.

A educação precisa dessa força para desempenhar esse projeto de conquista, aprimorando as potencialidades individuais, coletivas por meio de um processo pedagógico educacional. A educação nessa visão consiste em preparar o indivíduo para atuar na sociedade de forma completa, facilitando a integração do indivíduo ao meio em que vive. É importante proporcionar para as crianças atividades que possibilitem explorar o seu corpo, o ambiente, os recursos pedagógicos, a natureza, a música, as artes e outros.

A brincadeira desempenha um importante papel no contexto da Educação Infantil, especialmente por ser um eixo estruturante da prática pedagógica, conforme prescrito nas Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil (BRASIL, 2009).

A prática pedagógica deve ser permeada de situações que as brincadeiras provam a aprendizagem das práticas sociais e também conhecimentos científi cos e culturais (KISHIMOTO, 2000, MELLO; VALLE, 2005).

FIGURA 2 – CRIANÇAS BRINCANDO, INTERAGINDO POR MEIO DE BRINCADEIRAS

FONTE: <https://bityli.com/WRMg3>. Acesso em: 10 out. 2020.

Vamos refl etir?

Até que ponto nossas atividades e práticas pedagógicas contribuem para a formação e desenvolvimento das potencialidades que as crianças trazem? Nossas práticas têm assumido um caráter mais assistencialista ou pedagógico?

As experiências pedagógicas que partem da vida cotidiana permitem a criança se relacionar com mundo, com as pessoas, com o seu corpo, ligando o ser humano com o meio que o circunda. Sobre isso, é importante entendermos que cada sujeito tem um esquema de desenvolvimento que defi ne a sua individualidade, ou seja, é dotado de características que determinam sua maneira de ser, pensar, agir, conhecer, relacionar, aprender, fazendo isso com e pelo corpo.

As experiências da criança pequena são vividas essencialmente pelo corpo, sendo o corpo o primeiro objeto que a criança percebe por meio das interações, satisfações, sensações visuais, auditivas e dores. Uma criança recém-nascida percebe tudo a sua volta por meio das sensações corporais em uma dinâmica de ações corporais, formando um alicerce para o seu desenvolvimento. Para Nista-Piccolo e Moreira (2012, p. 23), “as sensações corporais se tornam ponto de partida de suas possibilidades de ação que vão se desenvolvendo progressivamente”.

O ser humano aprende e se desenvolve experimentando, agindo e se superando. A corporeidade da criança é desenvolvida pela motricidade, movimentos que podem ser estimulados de maneira que possa viver cada vez melhor. Nesse sentido, ao professor cabe a importante tarefa de trabalhar o corpo da criança, os seus sentidos e a motricidade.

Gardner (1999) destaca que as experiências vividas ao longo dos anos podem ampliar as janelas de aprendizagem, permitindo que o sujeito explore todo o seu potencial. A chave para toda exploração se dá pelo movimento, o que requer da criança o exercício gradativo de dominar o seu corpo e conhecê-lo. No âmago de muitas aptidões, a criança nasce e transforma em capacidades as inúmeras experiências que lhes são proporcionadas no decorrer de sua vida.

Uma educação que tem como princípio desenvolver a corporeidade tem importância para auxiliar as crianças a se conhecerem melhor, a relacionarem-se com o mundo, a desenvolver autonomia, integrando com os outros conhecimentos ou conteúdos disciplinares.

1 As interações e as brincadeiras devem permear as práticas pedagógicas da Educação Infantil, como defi nidas nas Diretrizes Curriculares Nacionais da Educação, especialmente pelo seu caráter lúdico, interativo e signifi cativo, que pode contribuir para o desenvolvimento da criança pequena. Comente sobre a importância das atividades corporais e de que maneira o professor pode propor situações no cotidiano escolar.

3 A BASE NACIONAL COMUM