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CURRÍCULO EM AÇÃO – CRIANÇAS DE 3 ANOS

Trabalhar com as crianças na faixa etária de 0 a 3 anos nas instituições de educação infantil, caracteriza-se como grande desafi o na atualidade. Ao concebermos a criança como sujeito de direitos e da educação infantil como primeira etapa da educação básica, alguns pensamentos e ideias que sustentam as práticas com os pequenos têm sido inquiridas a alterarem-se.

Ao assumir a concepção de criança como um sujeito social e que se constitui nas experiências socioculturais que estabelece com a família, comunidade, até mesmo com os pares e o professor no ambiente da Educação Infantil, conhecer a realidade de sua criança e da turma que está inserido é de suma importância ao professor, especialmente a considerar as vivências e saberes para levar em conta na elaboração de suas práticas pedagógicas.

Alguns autores que estudam a psicologia histórico-cultural, como Wallon e Vygotsky, auxiliam com seus escritos na busca de saídas para tal atendimento.

Segundo eles, a criança constrói sua singularidade, o seu eu, quando interage com adultos, com outras crianças, com objetos, palavras e visões de mundo que as acompanham. As crianças internalizam as regras da sociedade e as recria essas em suas ações.

O acolhimento dos alunos é fundamental e responsabilidade dos professores e da escola. É muito importante que os educadores sejam sensíveis às difi culdades, medos e anseios dos alunos e os ajudem. O acolhimento institucional da criança na Educação Infantil deve ser planejado, com objetivo de preparar um ambiente que lhe seja seguro, o que subsidiará toda ação pedagógica futura, tendo em vista que a criança precisa se sentir segura no ambiente escolar. Para tanto, o professor precisa estabelecer tais objetivos, de modo que melhor atenda às necessidades e interesses do grupo, possibilitando para a criança ampliar o seu conhecimento de mundo; construir diferentes linguagens; propor experiências que permitam o desenvolvimento da linguagem oral, bem como explorar diferentes espaços, sejam eles dentro ou fora dos muros da escola.

Tais objetivos, levam a professora pensar e planejar diferentes ações que possibilitam explorar as diversas dimensões da formação humana, de maneira que as crianças precisam:

[...] ser acolhidas e aconchegadas; serem compreendidas e respeitadas em suas necessidades e nos modos de ser próprios de sua origem; serem valorizadas, serem estimuladas à descoberta e ao gosto por aprender; sentirem-se instigadas a tratarem-se em atividades coletivas; pertencerem a um grupo e nele se organizarem; manifestarem preferencias; vivenciarem atividades relativas às linguagens plásticas; musical, cênica, oral, escrita, ao movimento; vivenciarem jogos e brincadeiras, incluindo os de faz de conta; da degustação de alimentos;

vivenciarem regras e milites, dentre outras (SALLES; FARIA, 2012, p. 179).

Para que as experiências dessas crianças sejam signifi cativas é imprescindível o papel do professor desempenhando sua função de mediador dos conhecimentos, estabelecendo abordagens de ensino, estratégias diversifi cadas, utilizando situações que envolvam as crianças no processo de desenvolvimento e aprendizagem, ou seja, sejam ativas e façam parte de todo processo, em situações de dramatização, brincadeiras, roda de conversas, reorganizando os espaços, os materiais e o tempo, assim como envolvendo a família nesse processo, norteando o trabalho para que se amplie os espaços naturais e culturais (SALLES; FARIA, 2012).

Outro aspecto a destacar é que o professor também aprende nesse ambiente de aprendizagem, visto que é nesse conjunto de circunstâncias e interações que ocorre o desenvolvimento, tanto pessoal como profi ssional. É nesse espaço que o professor faz questionamentos e testes; cria, faz tentativa e confi rma, aprecia e transforma. As experiências adquiridas por meio das vivências do educador em sala de aula devem ser concebidas como um percurso indispensável a fi m de revisar as programações observadas na Educação Infantil e também a possibilidade de reformular as propostas curriculares, viabilizando a autonomia e a confi ança para que a criança alcance condições de se relacionar no mundo complexo em que vivemos.

FIGURA 2 – EXPLORANDO ESPAÇOS EXTERNOS DA INSTITUIÇÃO DE EDUCAÇÃO INFANTIL

FONTE: <https://www.hojeemdia.com.br/horizontes/come%C3%A7a-na-

pr%C3%B3xima-segunda-o-cadastro-para-a-educa%C3%A7%C3%A3o-infantil-em-bh-1.561075>. Acesso em: 10 nov. 2020.

O ambiente da instituição de Educação Infantil, como conhecimento do educador, ou sem, envia mensagens e os alunos respondem a elas. O meio possibilita a infl uência quando há interação, e as crianças ou os usuários dos espaços são os principais agentes da sua aprendizagem, vivenciando com outras pessoas e objetos, realizando descobertas pessoais no espaço onde se realizará trabalhos grupais ou individuais.

Os espaços construídos para criança e com a criança devem ser explorados por elas, possibilitando a interação total, as trocas de conhecimento e a liberdade para ir e vir, divertindo-se e aprendendo.

Para alcançar os objetivos da Educação Infantil, tende-se a considerar alguns aspectos, visto que:

[...] a organização do ambiente traduz uma maneira de compreender a infância, de entender seu desenvolvimento e o papel da educação e do educador. As diferentes formas de

organizar o ambiente para o desenvolvimento de atividades de cuidado e educação das crianças pequenas traduzem os objetivos, as concepções e as diretrizes que os adultos possuem com relação ao futuro das novas gerações e às suas ideias pedagógicas. Pensar no cenário onde as experiências físicas, sensoriais e relacionais acontecem é um importante ato para a construção de uma pedagogia da educação infantil (BARBOSA, 2006, p. 122).

Quando destacamos o caráter intencional do planejamento pedagógico, não estamos enrijecendo sua implementação, contudo, se faz necessário o professor estar imbuído de seu papel em promover ações de qualidade, tanto nas atividades de cuidar e educar, o que torna possível uma fl exibilização das ações, desde que os objetivos estejam claros para o profi ssional que atua diretamente com crianças pequenas.

A exploração do espaço externo favorece o brincar, que por consequência atinge todos os aspectos da vida da criança nos pontos de vista: sociológico, psicológico e pedagógico.

• Sociológico: a brincadeira é uma forma que a criança encontra de se inserir no meio social. A criança assimila crenças, costumes, valores e regras por meio da brincadeira.

• Psicológico: nesse aspecto, a brincadeira está presente nas diversas maneiras de comportamento da criança na maneira como organiza as relações.

• Pedagógico: instrumento de grande valor e importância para que aconteça a aprendizagem.

Pode-se notar que as brincadeiras estão em todas as dimensões da vida do ser humano. Dallabona e Mendes (2004, on-line) afi rmam que

A criança aprende a brincar brincando e brinca aprendendo.

A criança brinca porque é uma necessidade básica, assim como a nutrição, a saúde, a habitação e a educação são vitais para o desenvolvimento do potencial infantil. Para manter o equilíbrio com o mundo, a criança necessita brincar, jogar, criar e inventar.

Pela escolha da brincadeira realizada pelo professor, inicia-se um movimento em que a criança vai compartilhar de suas ideias e planos com o outro, e ambas aprenderão com as brincadeiras mais prazerosas e alegres. Ter a iniciativa é ponto importante na conduta do professor, esteja em um jogo ou música para transmitir seu conteúdo sem que se torne algo moroso, será sempre novo atraindo

a atenção da criança.

2.3 CURRÍCULO EM AÇÃO COM