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Parte II. A Amazônia 6 A formação da Amazônia

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7.2.1. Amapá, áreas preservadas e aposta no ecoturismo

O estado do Amapá teve sua constituição política recente, criado a partir da constituição brasileira de 1988, abriga uma população de 587 mil habitantes (IBGE, 2007), dos quais 344 mil, na capital Macapá. O desenvolvimento turístico do estado tem como foco o ecoturismo, pois, pouco mais de 95% de todo o território do estado, é constituído por áreas de mata nativa.

Em 2003, com o objetivo de fomentar mais ainda o ecoturismo, foi criado o Corredor Turístico do Amapá, com mais de 10 milhões de hectares, ocupando uma área equivalente a 79% do estado, integrando 12 áreas de conservação. Sem dúvida, a aposta é o ecoturismo, todavia, a infra-estrutura deficiente impede uma melhor exploração desta potencialidade. Atualmente, o terminal do Aeroporto Internacional de Macapá (item 7.3.1.1), encontram-se completamente saturado, sobretudo nos horários de pico.

Observando os dados do quadro 3, constata-se que o estado possui, na conjunção dos indicadores, um desempenho abaixo da média, ficando em penúltimo em faturamento (81 milhões de reais) e rede hoteleira (5, afiliados a ABIH). Todavia, o fluxo turístico do estado é representativo, já em quarto lugar, com 237.000 visitantes em 2006, além de possuir o terceiro aeroporto internacional mais movimentado da região, com 6.812 passageiors movimentados; e o quarto aeroporto mais movimentado da região, com mais de 500.000 passageiros, conforme tabelas 2 e 3.

A inclusão do Amapá e não do estado de Rondônia, que, visivelmente, possui desempenho e fluxo de visitantes maiores, justifica-se por este (Amapá) começar a receber, recentemente, cruzeiros marítimos20, além de estar localizado na entrada (canal) norte do rio Amazonas, integrando juntamente com o Pará e o Amazonas, um corredor turístico de recepção de navios. Dentro da estratégia de fomento da atividade turística, o estado pretende, para os próximos anos incentivar o desenvolvimento de roteiros integrados entre o estado e o Pará.

O estado possui fronteira com a Guiana Francesa e o Suriname, possuindo ligação rodoviária e vôos regulares com estes países, o que tem facilitado o acesso de visitantes estrangeiros, um vez que os vôos são considerados domésticos a partir destas antigas colônias para a França e Holanda. A cidade de Oiapoque, no extremo norte, em breve, ganhará uma ponte que fará a

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Segundo o operador Amazon Incoming Service (estado do Pará), que operou a chegada dos cruzeiros em Macapá, em parceria com operadores locais, a cidade de Macapá recebeu em 2008 dois cruzeiros marítimos, como cerca de 700 cruzeiristas, que fizeram roteiros na própria cidade.

ligação entre o Brasil e a Guiana Francesa, facilitando ainda mais os fluxos turísticos nesta região, antes as demoradas e desconfortáveis travessias em balsas.

O aumento do fluxo turístico, assim como a qualidade da experiência dos potenciais visitantes para o estado, esbarram na melhoria do principal ponto de entrada para o estado,o aeroporto internacional da capital, Macapá. O reduzido número de vôos, somado a infra-estrutura precária do terminal atual não possibilitam, a médio prazo, o estado receber um grande incremento de visitantes, ou seja, a questão do acesso precisa ser refletida se o governo realmente quiser tornar o Amapá um produto competitivo.

Macapá

A cidade de Macapá é a única capital brasileira cortada pela linha do equador (Figura 13), a chamada “cidade no meio do mundo” marca o encontro do rio Amazonas com o oceano Atlântico. A cidade serve como base para entrada da quase a totalidade dos visitantes que chegam ao estado, além de possuir atrações que já justificam a parada de cruzeiros marítimos que entram no rio Amazonas para iniciar suas etapas

fluviais até Santarém, Parintins e/ou Manaus.

A cidade, fundada em 1738, possui a maior fortaleza construída na Amazônia, a Fortaleza de São José de Macapá, além de monumentos que marcam a passagem da linha do equador pelo território do município. O misticismo de estar no meio do mundo, por si só, não atrai muitos visitantes, mas somada as atrações naturais do estado, como o fenômeno da pororoca21, atrae muitos visitantes.

Os habitantes da cidade têm origem em antigos colonos degredados de Portugal (bandidos, prostitutas

e presos políticos), negros escravos oriundos da África, Bahia e Rio de Janeiro, além dos índios que já habitavam a região. Em 1.758, o então governador da província do Grão-Pará e

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Fenômeno caracterizado pela invasão por ondas de maré no leito dos rios amazônicos, provocando ondas com duração de até 1 hora e meia e até 6 metros de altura. Na Amazônia, ocorre no arquipélago de Marajó; no rio Capim, no Pará; e Araguari, no Amapá.

Maranhão, Mendonça Furtado, elevou Macapá, antes um pequeno povoado, à categoria de Vila de São José de Macapá.

A evolução econômica do estado e da capital se deve, principalmente, a exploração do manganês na Serra do Navio, fato que gerou melhoria das infra-estruturas, como a criação da estrada de ferro que liga a capital a Serra do Tumucumaque, no extremo oeste do estado. Nos últimos anos, Macapá ganhou sinalização de suas ruas e turística, o que facilitou o acesso a atrações como o Monumento do Marco Zero; a Fortaleza de São José de Macapá, que recentemente, ganhou revitalização completa, praça pública e orla urbanizada; e o Museu Sacaca de Desenvolvimento Sustentável, que recria ambientes amazônicos em seu interior, uma boa opção para conhecer a floresta em meio urbano.

Para os próximos anos, com o objetivo de melhorar a acessibilidade e qualidade dos produtos turísticos do estado, o governo estadual pretende fazer melhorias na infra-estrutura, como a conclusão do novo aeroporto internacional de Macapá e da ponte que ligará o estado a Guiana Francesa. A divulgação está, também na palta, com a confecção de materiais promocionais em outros idiomas, destaque para o francês (o principal grupo de visitantes estrangeiros no Amapá), e a participação em feiras de turismo nacionais e internacionais.