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A definição da metodologia pressupõe a aplicação da mesma e da discussão dos seus resultados. A Parte IV e, especificamente, o capítulo 9.3 serão dedicados a apresentação e discussão dos resultados colhidos durante a pesquisa. Previamente, no capítulo 9.2, apresentaremos as principais dificuldades vividas durante a fase de coleta de dados em campo, como foram as visitas, a aplicação dos questionários, as surpresas, as expectativas dos entrevistados, além das percepções obtidas pelo pesquisador.

Todavia sistematizar os resultados foi o primeiro desafio, a organização das informações colhidas e do posterior cruzamento com as perguntas de partida revelou resultados esperados e respostas aos problemas objetos desta pesquisa. A análise, desta forma, estará dividida em capítulos específicos para cada terminal aeroportuário e portuário, com discussões direcionadas a relação entre a oferta e a demanda e resumo do Questionário Terminal Amigo do Viajante.

O objetivo desta estruturação contribui para uma melhor percepção da problemática, pois as dinâmicas nas quais o problema ocorre, muitas vezes só são conhecidas quando analisamos a ocorrência do mesmo em vários espaços.

A análise compartimentalizada, ou seja, em partes, de cada terminal avaliado, e dos respectivos questionários de entrevista aplicados em cada cidade e o questionário Terminal Amigo do Viajante, se consolidará nas abordagens do capítulo 9.3. Especificamente, o capítulo referente as relações entre os agentes da oferta abordará as problemáticas relativas ao gestores de terminal aeroportuários e portuários com os operadores turísticos utilizadores destes terminais.

O capítulo 9.4 será dedicado a um apanhado geral de todos os principais resultados obtidos com a pesquisa e de sua confrotação com o referencial teórico adotado. O último capítulo, o 9.5, tratá de propostas e considerações sobre as problemáticas observadas nos mais significativos terminais/pontos de acesso para a Amazônia, respectivamente.

9.2. A Pesquisa na Amazônia, relato de uma experiência

As viagens pela região Norte do Brasil, por si só, demandam tempo e investimentos monetários elevados, o que exigiu uma preparação temporal e financeira bastante antecipada por parte do pesquisador. Após um planejamento inicial de seis meses, as viagens de pesquisa começaram pela cidade de Macapá, ainda em fevereiro de 2008.

Logo no primeiro dia, sentiu-se as difilcudades de viajar a este destino, pois os vôos para cidade somente ocorrem no ínicio da tarde ou pela madruagada e, frequentemente, atrasam. O atraso, de 1 hora, para o pesquisador foi bastante interessante, ao contrário ocorreu para os passageiros, pois a coincidência de chegadas de vôos, provocada pelo atraso, congestionou a sala de desembarque do terminal em Macapá, provocando a falta de carrinhos e a demora na restituição de bagagens, além de algunas passageiros, impossibilitados de entrar na sala, aguardaram na área externa do terminal.

O registro fotográfico (Anexo VI), por parte do pesquisador, foi inevitável. Estavam previstos cinco dias na cidade para a entrevista dos operadores, gestor do terminal aeroportuário e aplicação do questionário. Os dias seguintes a chegada foram bastante intensos, com saída pela manhã e retorno somente a noite, o que possibilitou a avaliação prática de alguns aspectos relacionados na pesquisa, como a acessibilidade ao terminal aeroportuário.

Tentou-se, por diversas vezes, chegar de ônibus ao terminal o que de pronto revelou uma dificuldade, a falta de informação e sinalização, poucas pessoas souberam precisar onde se localizada os pontos de parada da única linha de ônibus que leva até o aeroporto, além dos horários serem bastante irregulares. A solução foi se deslocar de moto-táxi (motocicleta adaptada para transporte de passageiros). A recepção dos entrevistados na cidade, tanto operadores quanto gestor, foi bastante positiva, muitos parabenizando pela iniciativa e colaborando com valiosas informações.

O retorno para Belém também foi muito proveitosa, pois mais uma vez, o pesquisador vivenciou as dificuldade de viajar e pesquisar na Amazônia. O problema, ocasionado por uma pane mecânica na aeronave, atrasou o vôo em doze longas horas, pois além de os vôos serem distantes uns dos outros, a falta de peças, de estrutura do terminal, provocaram desconfortos adicionais aos passageiros. No terminal faltam restaurantes, opções de lazer e locais

adequados de espera; no entorno, os poucos hotéis disponíveis não possuiam capacidade suficiente de abrigar todos os passageiros.

A primeira cidade, Macapá, para além da pesquisa, serviu como experiência prática para as demais cidades, Santarém e Manaus, com relação aos instrumentos e a logística da pesquisa. Os instrumentos, sobretudo as entrevistas estavam bem balanceados e conseguimos aplicá-los dentro do tempo previsto (meia-hora), apesar de termos registrados 4 entrevistas com duração superior a uma hora, por conta das contribuições adcionais dos entrevistados.

A viagem para a cidade seguinte, Santarém, ocorreu quinze dias após a primeira, Macapá. O deslocamento, bastante tranquilo, com o vôo dentro dos horários previstos, possui a mesma difilcudade apresentada por Macapá, com vôos disponíveis no início da tarde ou pela madrugada. Assim como na primeira cidade, logo na chegada, podemos observar a acanhada estrutura do terminal, sala de desembarque pequena, com saída direta no calçamento da rua, onde carros, motos e usuários, todos misturados, aguardavam o desembarque dos passageiros.

Os dias seguintes, num total de sete previstos, foram de intenso trabalho para as entrevistas e avaliaçaõ do terminal. Tanto os operadores quanto gestores de terminal nos receberam muito bem, com dificuldade maior de entrada no Porto de Santarém. Vencida as etapas burocráticas de entrada no porto, fomos muito bem recebidos, inclusive o gestor local nos permitindo a possibilidade de acompanhar a chegada de um navio de cruzeiro no dia seguinte a entrevista.

O retorno a Belém foi tranquilo, com um pequeno atraso de uma hora, o que nos permitiu testar mais um pouco a infra-estrutura do aeroporto local, sempre em pé, pois na área interna, de check in, o mesmo não possui cadeiras para espera e/ou descanso, tornando a espera de um vôo atrasado um desafio físico, ainda mais às 4 horas da manhã.

As duas semanas seguintes, em Belém, possibilitaram uma nova reflexão sobre a aplicação da pesquisa, pois, em Santarém, percebemos as dificuldades burocráticas de ir ao porto, entrevistar o gestor e acompanhar as operações. Desta forma, precisaríamos estabelecer uma nova estratégia para melhor aproveitar o tempo disponível em Manaus, de sete dias também. Novas ligações foram feitas para antecipar certos procedimentos nos aeroportos e portos, como documentos, emails, confirmações, agendamentos, possibilitando a diminuição do tempo utilizado com estes aspectos.