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Parte II. A Amazônia 6 A formação da Amazônia

Bloco 3: vôos intra-regionais, entre os centros econômicos regionais e as demais cidades,

7.3.2. O acesso rodoviário e os mercados emissivos e receptivos

O acesso rodoviário para a Amazônia basicamente se concentra na porção leste da região, compreendendo o estado do Pará e na porção sul, nos estados de Rondônia e Acre. As demais rodovias, por apresentarem condições de trafegabilidade ruins boa parte do ano são

desconsideradas para os fluxos turísticos rodoviários de e para a Amazônia. Cabe considerar que o foco da pesquisa não é o turismo rodoviário, mas as considerações aqui apresentadas são importantes devido aos importantes fluxos turísticos rodoviários em estados como Pará, Tocantins e Roraima (verificar Quadro 4). Desta forma, as principais rodovias, de importância turística para a região, são:

¾ BR-010 (Belém-Brasília29): a mais importante rodovia da região, pois liga os estados

do Tocanstins e Pará ao restante do Brasil. Esta rodovia, juntamente com a BR-316, foi fundamental para o desenvolvimento do turismo rodoviário a partir de Belém. Os operadores de turismo da cidade são conhecidos como os maiores frotistas do Norte-Nordeste em veículos de turismo, tipo DD-super luxo30. A partir da cidade ocorrem excursões rodoviárias que podem durar até três semanas em direção ao Nordeste, Sudeste e Sul do Brasil, em distâncias que podem superar os 3000 km somente na ida da viagem.

Este acesso rodoviário favorece também a vinda de grupos rodoviários para a participação de eventos, congressos e celebrações religiosas. Observações empíricas, feitas durante o ano de 2007, constataram um aumento significativo de grupos rodoviários em Belém durante o período do Círio, no qual foram contabilizados 17 veículos (ônibus/autocarros) de turismo de outros estados, desde os mais próximos, como os nordestinos Maranhão, Piauí e Ceará (média de 1000 km percorridos), até os sulistas Paraná e Rio Grande do Sul (média de 2500 km percorridos).

O acesso rodoviário também é muito importante para cidades do Pólo Amazônia Atlântica, no Pará, que recebem, durante a alta temporada (meses de janeiro e julho), muitos carros particulares vindos de cidades interioranas das regiões Nordeste e Centro-oeste, de viajantes em busca das praias de mar encontradas nestes municípios. Desta forma, para a região, a rodovia desempenha um importante papel para o turismo emissivo e receptivo da capital e interior.

¾ BR-316 (Pará-Maranhão): assim como a Belém-Brasília, esta rodovia tem importante papel no desenvolvimento do turismo rodoviário, pois liga a capital Belém aos estados

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A rodovia Belém-Brasília na verdade não se estende até Belém. O KM 0 da rodovia fica no município de São Miguel do Guamá, na confluência com a BR-316, a aproximadamente, 100 km de Belém. A rodovia, que integra as BRs 153, 226, 010 e 316, faz parte do Sistema Panamericano de Rodovias, ligando o norte do Brasil a Buenos Aires, na Argentina, via assunção, no Paraguai. No trecho entre Belém e Brasília são cerca de 2.039 km.

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Veículos tipo DD (Double Deck) são ônibus de turismo de dois andares, super luxo, com sistema de som e vídeos; ar condicionado; poltronas reclináveis; apoio para as pernas; salão de jogos; sala de estar e frigobar.

nordestinos. Durante a alta temporada, nos meses de janeiro e julho, de Belém saem muitos grupos para conhecer as cidades nordestinas, na temporada passada (2007), no mês de julho, observações empíricas constataram 7 veículos de turismo em Fortaleza, ao mesmo tempo, vindos de Belém.

Inclusive estas excursões, segundo os operadores, costumam integrar pessoas de muitas regiões da Amazônia, viajantes de Macapá, Manaus e interior do Pará utilizam esta forma de viajar pelo Nordeste. A rodovia também favorece a vinda de grupos rodoviários para Belém durante congressos e eventos na cidade.

¾ BR-174: a rodovia mais ao norte do Brasil, liga as cidades de Manaus e Boa Vista a Caracas, na Venezuela, e ao Caribe. Esta ligação favorece os fluxos rodoviários para o estado de Roraima, que correspondem a 27% do total (carros e ônibus/autocarros – verificar quadro 4). O turismo internacional emissivo também tem crescido, pois as populações destes dois estados (Amazonas e Roraima) aproveitam a facilidade de acesso para visitar o país vizinho.

Há linhas regulares internacionais que ligam os dois países, porém o maior fluxo de viajantes na região, que uitlizam a rodovia, ocorre entre os dois estados que recebem muitos visitantes mutuamente.

¾ BR-364 e BR-070: as rodovias mais ao sul da Amazônia, ligam a cidade de Cruzeiro do Sul e as capitais, Rio Branco e Porto Velho, à Cuiabá, no Mato Grosso, e de lá ao restante do Brasil. Estas estradas contribuem significativamente para os fluxos turísticos rodoviários de/para região, no Acre, corresponde a 23% dos fluxos turísticos e a 29% em Rondônia.

¾ BR-156: esta rodovia liga a capital do Amapá, Macapá, no sentido sul-norte, à fronteira com a Guiana Francesa, na cidade de Oiapoque, no extremo norte do estado. A conclusão de uma ponte conectando os dois os países e a melhoria de trafegabilidade da rodovia tende a aumentar os fluxos turísticos rodoviários, atualmente, em 16% (carros e ônibus) do total.

O acesso rodoviário, assim como o aéreo, também é um forte dinamizador de fluxos turísticos. Verifica-se que em estados possuidores de uma malha rodoviária conservada e conectada a outras regiões, tal fato possibilita um aumento de fluxos turísticos rodoviários, mantendo a regularidade dos mesmos.

As condições das estradas são avaliadas periodicamenente em sites privados, como o www.estradas.com.br; públicos, como o www.dnit.gov.br, do DNIT (Departamento Nacional de Estradas de Rodagem) e publicações, como o Guia Quatro Rodas, edição anual que recolhe com diversos viajantes informações sobre as condições destas estradas entre 5 a 6 meses antes da publicação impressa. As informações impressas também estão disponíveis em versão eletrônica, fato que favorece a consulta para viajantes e empresas que realizam viagens pelas estradas do país.