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Amazonas, aposta nos hotéis de selva e no visitante estrangeiro

Parte II. A Amazônia 6 A formação da Amazônia

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7.2.2. Amazonas, aposta nos hotéis de selva e no visitante estrangeiro

O Amazonas é o maior estado do Brasil, com uma área de 1.558.987 Km², grande parte ocupada por reservas florestais, um importante recurso para a atração de visitantes estrangeiros que correspondem a 44% dos visitantes no estado (Amazonastur, 2007). Apesar de possuir o segundo maior número de visitantes da Amazônia brasileira, cerca de 350 mil em 2006, tem o maior faturamento do setor com, aproximadamente, 1,1 bilhão de reais.

O acesso à região é feito principalmente por via fluvial e aérea, meio utilizado por 93% dos visitantes. O clima equatorial e úmido, com temperatura média/dia/anual de 26,7 ºC, umidade do ar em torno de 80% e estações climáticas bem definidas: chuvosa, correspondente ao inverno amazônico; e seca ou menos chuvosa, correspondente ao verão, compõem o ambiente ideal para os visitantes que desejam conhecer a Amazônia.

O nome do estado se associa facilmente ao nome da região e ao maior rio do mundo, o Amazonas, que corta o estado no sentido leste-oeste. Para aproveitar todo este potencial, a Amazonastur (Secretaria Estadual de Turismo) tem investido no fomento dos hotéis de selva (Figura 14), no investimento de grupos estrangeiros na rede hoteleira, nos cruzeiros fluviais pelos rios da

região (Solimões/Amazonas22 e Negro) e na captação de vôos internacionais. O objetivo é tornar a capital, Manaus, importante centro de conexões e portão de entrada de turistas para a região.

Sem esquecer-se dos aspectos culturais, a secretaria também tem investido no Festival Folclórico de Parintins (Festival de Bois), que atrai mais de 50 mil visitantes nacionais e estrangeiros para a cidade de mesmo nome, localizada no rio Amazonas. A forte influência regional dos bois, oriundos do Nordeste, já rendeu ao estado o título de carnaval mais regional da Amazônia e a mudança da tradicional cor das latas de refrigerante Coca-cola23.

O foco no público estrangeiro, por meio da marca Amazônia, é fragrante, contudo apostar apenas na marca trás resultados muito lentos. Por exemplo, o público estrangeiro que viaja sozinho ao Amazonas, sem utilizar serviços de um agente de viagem e operador, ou, simplesmente, buscar informações, tem poucos recursos, produtos e serviços disponíveis on line, sobre o aeroporto e a cidade.

A cada ano, cresce o número de usuários da internet e, entre os viajantes freqüentes, que acessam a rede, a preferência pelo chamado self-service (auto-serviço/auto-atendimento), ou seja, faz parte também da experiência turística a procura por informações e a realização de

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O rio Amazonas, ao entrar no Brasil recebe o nome de Solimões (devido à tribo Solimão que habita a região), próximo a Manaus, o rio se junta com o Negro, onde ocorre o famoso encontro das águas, quando, novamente, recebe o nome de Amazonas, desta vez, até a foz, entre os estados do Pará e Amapá.

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Único local no mundo, no qual a Coca-cola, patrocinadora do evento, altera a lata de seus refrigerantes para atender a disputa entre os bois locais, a cor vermelha, do Boi Garantido, e a cor azul, do boi Caprichoso.

reservas, principalmente, no caso dos viajantes independentes24. Segundo pesquisa feita pela IATA (2007), realizada com mais de dez mil viajantes freqüentes em todo mundo, mostra que: 54% dos entrevistados gostariam de ter disponíveis mais serviços on line, 75% pretendem fazer suas reservas pela internet, 55% gostaria de mais facilidade para mudar reservas on line e 27% de obter informações on line sobre traslados. Apesar da pesquisa se referir às tendências referentes ao transporte aéreo, os resultados apontam para a melhoria da oferta de produtos e serviços on line nos terminais de acesso a uma região.

Manaus

A capital do estado, fundada em 1669 por coloniadores portugueses, deve seu nome a tribo Manaós que habitava a região durante a colonização européia. Localizada no meio da floresta, cujo principal transporte era o fluvial, e subordinada a então província do Grão-Pará e Maranhão, a cidade e sua população ficaram isoladas, apenas servindo de apoio para as expedições que passavam pelo rio Amazonas.

Em 1833 passa à categoria de Vila, em seguida, já em 1848 recebe o título de cidade. Entretanto, com o apoio americano, o Peru tenta expandir suas fronteiras, o que leva a criação, em 1850, da Província do Amazonas, desmembrada do Grão-Pará e Maranhão. Neste período, inicia-se a exploração da borracha, o que trás grande visibilidade a região e a cidade de Manaus. Parte da infra-estrutura da cidade, como redes de esgoto, energia elétrica, água encanada e o porto; e atrações históricas, como o prédio da alfândega, o Teatro Amazonas, o Palácio Rio Negro; são deste período.

Após o período da borracha, a cidade sofre com a crise econômica, fazendo com que parte dos imigrantes atraídos durante o boom econômico caísse na marginalidade, sobretudo os nordestinos que vieram para a exploração do látex. A cidade volta ao cenário mundial e nacional com a criação da Zona Franca de Manaus, em 1967, quando novos fluxos de imigrantes regionais, nacionais e internacionais chegam à região.

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Conceito, aqui empregado, como referência a viajantes que viajam fora de packages (pacotes / roteiros estruturados) organizados por operadores turísticos. Desta forma, por conta própria, realizam todas as reservas e checam todas as informações necessárias a realização da viagem ou utilizam apenas alguns serviços de operadores (passagens aéreas, reservas em hotéis, traslados, passeios, etc.).

O crescimento econômico da cidade favoreceu o desenvolvimento do turismo, a cidade se estruturou e foram construídos novos hotéis. Manaus ganhou uma ligação rodoviária com a capital do estado de Roraima, Boa Vista, e com o norte da América do Sul, via Caracas, até o Caribe.

Hoje, após a Belle Époque (Período da Borracha) e do acelerado crescimento econômico provocado pela implantação da Zona Franca de Manaus, a cidade passou a ser o principal centro urbano do Amazonas, com 50% da população do estado, 1,6 milhão de habitantes (IBGE, 2007). A concentração populacional faz da capital o principal ponto de acesso para o estado, tanto pela questão da infra-estrutura e serviços, quanto pelas atrações histórico- culturais.

Entre estas atrações, frutos da colonização portuguesa, destacamos os prédios históricos do Teatro Amazonas (Figura 15), da Alfândega, o Conjunto Arquitetônico do Porto de Manaus (Prédio da Ilha de São Vicente, o Escritório Central, o Museu do Porto, o antigo Prédio do Tesouro Público e o Trapiche 15 de Novembro), Mercado Municipal Adolpho Lisboa e o Palácio Rio Negro. Os espaços para observação da biodiversidade da Amazônia também são destaques, entre eles: o Zoológico do CIGS, o Bosque da Ciência e o Jardim Botânico Adolpho Ducke.

A cidade, por toda sua infra-estrutura, é a porta de entrada para as demais atrações do estado, como as cidades de Parintins (a leste, próxima a fronteira com o Pará); a Reserva Sustentável de Mamirauá (a oeste) e Presidente Figueiredo (ao norte). Além de ser o ponto de partida para roteiros e excursões diárias aos hotéis de selva que ficam no entorno da cidade.

Para os próximos anos, a capital do Amazonas tende a se consolidar como um dos principais centros de conexão e recepção de vôos internacionais para a Amazônia, com vôos regulares para Caracas (Venezuela), Miami (Estados Unidos), Cidade do Panamá (Panamá) e Quito (Equador), esta posição favorecerá o crescimento do número de visitantes internacionais, o principal objetivo da Amazonastur para o estado.

Realizar as melhorias no aeroporto internacional de Manaus, o principal ponto de acesso de fluxos turísticos para o Amazonas, deve ser uma das prioridades da Amazonastur para os

Figura 16: Logo Marca do Pará

próximos anos, a fim de garantir o aumento da demanda. Entre as dificuldades encontradas, está, justamente, “a precária infra-estrutura de acesso (terminal)” ao estado, além da “reduzida oferta de vôos” e do “elevado valor cobrado pelas tarifas aéreas” Amazonastur (2005).

O terminal portuário, localizado bem no centro da cidade, com boa infra-estrutura, tem fácil acesso, mas se encontra sufocado pelo entorno urbano, sem área física para expansão e, atualmente, atendendo também a demanda regional.