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2.1 As instituições

2.1.2 As Instituições Formais e Informais

A dimensão formal das organizações tem a ver com as regras escritas. Por sua vez, a dimensão informal trata da cultura enquanto parte da instituição. Elas podem reforçar as regras ou não. Os atores sociais fazem isso por meio dos comportamentos de aceitação e de legitimação da regra. Pode-se considerar que as instituições formais são os constrangimentos deliberadamente planejados que orientam a ação humana, geralmente, criados e executados pelo Estado, que funcionam sancionando a ação individual ou corporativa, por meio da relação feita de recompensas ou punições para o comportamento humano. Eles fazem um

comportamento consequente, fornecendo um quadro de sanções e de incentivos no âmbito em que os atores podem racionalmente perseguir seus interesses (HEUGENS, 2015). Tais instituições apresentam orientações autoritárias, que permitem interações entre os participantes, por meio da formação de expectativas claras de comportamento. As instituições formais incluem a lei, os ramos executivos do Estado e as iniciativas privadas reguladas. A maioria das instituições formais conta com mecanismos de aplicação de terceiros, o que implica que quando os atores sociais ignoram ou quebram as regras impostas um aparelho já constituído intervirá para detectar a violação e administrar sanções (HEUGENS, 2015).

As instituições informais são a regularidade comportamental baseada em regras socialmente compartilhadas, geralmente não escritas. Elas são criadas, comunicadas e executadas fora dos canais oficialmente sancionados (PEJOVICH; COLOMBATTO, 2008; PEJOVICH, 1995). Suas origens, segundo Pejovich (2005), datam também do início da história humana, quando os indivíduos descobriram que a formação de grupos ou à época, “dos bandos”, aumentava suas chances de sobrevivência em um ambiente hostil. Para capturar os benefícios da formação de grupos, esses indivíduos tiveram que aprender a interagir uns com os outros. Conjectura-se que muitos grupos diferentes tentaram tipos distintos de interação. Ademais, algumas formas de interação fracassaram em assegurar a sobrevivência dos grupos que a aplicaram, enquanto outros tipos foram capazes de traçar estratégias bem- sucedidas para a sobrevivência da maioria dos indivíduos dentro do grupo. Dessa forma, as regras informais têm suas origens nas experiências, nos valores tradicionais e nas crenças religiosas, na etnicidade e em outros fatores que influenciam as percepções subjetivas que os indivíduos formam para interpretar realidade. They are part of the heritage or culture which is transmitted from one generation to another via teaching and imitation (PEJOVICH, 1995).

Os comportamentos que produziram resultados de sobrevivência positivos seriam repetidos e também, marginalmente ajustados, no decorrer do tempo, à evolução das circunstâncias e transferidos de uma geração a outra. Eventualmente, eles se tornariam institucionalizados em regras informais, não necessariamente porque os membros do grupo as compreenderam, mas por causa de seu potencial de garantir a sobrevivência. Por tentativa e erro, diferentes grupos adotaram diferentes regras informais e desenvolveram seu próprio caminho.

Essas regras informais podem ser descritas como sendo as tradições, os costumes, os valores morais, as crenças religiosas e todas as outras normas de comportamento que surgiram

de forma espontânea, sobreviveram ao teste do tempo e serviram para unir gerações. Elas são transmitidas de uma geração para outra, por meio da interpretação oral da história, do ensino e da imitação. As regras informais também são chamadas de cultura e são consideradas como as portadoras da história. Elas são o repositório dos valores da comunidade, aplicados por meio de sanções, que incluem a perda de reputação, o ostracismo, a exclusão da comunidade e a punição (PEJOVICH; COLOMBATTO, 2008).

As instituições informais emergem espontaneamente como uma resposta aos problemas sociais, políticos ou econômicos; são mantidas por meio da reencenação contínua no comportamento, e não das regras formais ou dos decretos; e incluem a cultura nacional, as práticas comerciais usuais e as organizações da sociedade civil, como as ONGs (HEUGENS, 2015). Elas capturam as normas sociais mas em vez de externalizá-las e objetivá-las em regras formais, induzem os indivíduos a internalizar as normas que, em seguida, orientam suas ações. As instituições informais são reafirmadas de forma a garantir o cumprimento das normas, sem a intervenção externa, pois os atores percebem que os custos de longo prazo de violação superam os custos de curto prazo de cumprimento. Tais custos de longo prazo para os programas de pós-graduação stricto sensu incluem perdas de reputação e de prestígio ou, mesmo, a exclusão do sistema mais amplo de trocas sociais entre os acadêmicos (WHITLEY, 2003).

As instituições formais são: as leis, a Constituição, os estatutos e outras regulamentações governamentais. Eles definem o sistema político, o econômico e o de proteção. O sistema político, com sua estrutura hierárquica, o processo de tomada de decisão, os poderes e os direitos dos indivíduos; o sistema econômico com os direitos de propriedade sobre recursos escassos e o respeito aos contratos; e o sistema de proteção, que é a ação do Judiciário e da polícia. Os governos impõem regras formais por meio de sanções, como multas, prisão e execução.

De acordo com Pejovich e Colomatto (2008), as regras formais também podem envolver os costumes e as tradições institucionalizados e que possuem a função de tornar as regras informais mais uniformes, previsíveis, exequíveis e transparentes. As regras formais também são promulgadas para acomodar as mudanças nas condições econômicas de vida, por exemplo para reduzir os custos transacionais de “play the game”. Por último, as instituições formais também podem ser o resultado de um processo de tomada de decisões de cima para baixo, chamado de top-down. Para os autores, as razões para se fazer regras formais são

consistentes, têm relação com a tese da interação; que diz que o processo top down tem custos transacionais menores de integração com as instituições informais predominantes. Algumas regras informais se desenvolvem para reduzir os custos transacionais de se adotar essas regras e outras derivam da tradição, da ideologias e das crenças religiosas que poderiam entrar em conflito com as regras formais (PEJOVICH; COLOMBATTO, 2008).

A dimensão formal das instituições tem a ver com as regras e as normas escritas, a dimensão informal, com a cultura enquanto parte da instituição. Elas podem reforçar as regras ou não. Os atores sociais fazem isso por meio dos comportamentos de aceitação e de legitimação da regra.