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As principais conquistas X os conflitos internos e externos

CAPÍTULO 3 – DISPUTA, RESISTÊNCIAS E CONTRADIÇÕES DE UM PROJETO

3.3. O auge do Projeto Coletivo Catende-Harmonia

3.3.3. As principais conquistas X os conflitos internos e externos

No ano de 2005, foi realizado um estudo pela ANTEAG e Banco do Nordeste do Brasil para fazer um diagnóstico dos processos necessários ao fim da falência de Catende para passá-la definitivamente aos trabalhadores. A gestão de Marivaldo se preocupou com essa questão e despendeu alguns esforços para isso. Houve também uma venda de sete milhões de açúcar, iniciando um período de pagamento aos trabalhadores com maior regularidade, devido o bom momento do setor que Catende conseguiu acompanhar.

Nesse ano, também se iniciou o processo de distribuição das terras pelo INCRA. No ano seguinte, os trabalhadores e trabalhadoras conquistaram de vez a Reforma Agrária e poderiam ter

acesso aos créditos para o cultivo de suas terras. Porém, esses recursos só foram liberados no final de 2006 devido a uma greve no INCRA. Com os novos créditos conquistados, os trabalhadores seguiram ampliando o projeto Cana de Morador.

No ano de 2007, conseguiram anular atos fraudulentos cometidos pelos usineiros antes do processo da falência, por exemplo a transferência ilegal de mais de 8 mil hectares de terra para terceiros. Esse fato deveria ter facilitado o processo para conseguirem a desapropriação da Usina,

mas não foi o que aconteceu. Diante disso, os trabalhadores organizaram uma manifestação na Sede regional do INCRA em Recife.

De acordo com alguns entrevistados, este foi um momento importante de mobilização política e de aproximação dos trabalhadores, já que novamente conseguiram organizar cerca de 2.000 deles para uma ação de luta política coletiva:

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Em 2007 nós fizemos uma ida, porque já havia as reações do judiciário e ai nós fomos a Recife com 50 ônibus e duas mil e quinhentas pessoas, foi bonito! Foi a segunda marcha que a gente fez a Recife, a primeira em 95 e a segunda em 2007. O nosso pedido era apenas este, encerre a falência e vamos utilizar o dinheiro das terras para pagar os demitidos e a cooperativa assume a gestão. Mas, a partir dali nós começamos a levar os verdadeiros coices. Nosso erro foi querer encerrar a falência (Artur/liderança no projeto Catende/Harmonia).

Como explica Artur, este ato acabou despertando a atenção de alguns inimigos do projeto, que puderam visualizar a Usina Catende como um empreendimento que estava bem novamente. A safra de 2007/2008 rendeu aos trabalhadores cerca de um milhão. Em 2008 não tiveram o mesmo resultado porque houve uma quebra na moenda. Mesmo assim, tiveram uma boa produção. Foram momentos em que começaram a investir em novas tecnologias na Usina, como, por exemplo, em automatização das moendas e conquista de novos equipamentos mais modernos. Além disso, o mercado do açúcar passava por um bom momento.

Para Inácio, também foi um período de maior envolvimento do trabalhador. Ele cita vários momentos em que identificava um processo de solidariedade entre eles:

Muita gente boa passou ali, também muita gente mal. Mas ficou muita história boa, muitos momentos bons que passamos ali. Muitas vezes a gente ia para Brasília, eu fui para Brasília já umas 4 ou 5 vezes atrás de recursos, e teve vez da gente chupar laranja ou comer uma sopa de galinha já oferecida por alguém, e dormir dez homens num quarto, porque a gente não tinha um centavo pra alugar um hotel ou ir pra um restaurante comer, e a gente ia atrás de recursos. Quando não tinha dinheiro, a gente arrumava uma cesta básica, quando chegava um trabalhador com alguma doença, precisando de um remédio, a gente ia na farmácia, comprava fiado, falava com o dono para que a gente pagasse a conta quando chegasse dinheiro; estava com algum parente doente, filha ou mulher doente, precisando de transporte a gente alugava o carro, com dinheiro ou sem dinheiro. A diretoria nunca desapoiou isso, nunca ficou um trabalhador aí abandonado, nunca ficou aí um trabalhador com fome. Inácio comentou também das atividades de lazer, que a Usina começou a proporcionar. Entre elas destacou o time de futebol, voltado para os homens, que era um espaço de atividade física, descontração e aproximação dos trabalhadores: “A gente chegou a pegar o time da usina aqui e botar no campeonato estadual na segunda divisão, e quando ia ali pro estádio, a casa cheia...teve uma Copa do Açúcar, também o pessoal alegre, bebendo, contente, era a maior alegria do mundo”.

Ele destacou também a intensificação das atividades do Centro das Mulheres, que fazia as prevenções em relação à saúde da mulher. Em síntese, Inácio relata que se tratou de um período em que o trabalhador foi se envolvendo mais com o projeto: “Esse tempo que eu passei como diretor, trabalhador chegava “Inácio, tá acontecendo isso na usina, vai lá”, preocupado com os prejuízos, se ele é o dono ele tem que se preocupar. E a gente ia bem, tava com um sonho quase realizado”.

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participação política. Alguns citam a importância das Associações para a circulação de informações sobre a Usina. O que se evidenciou nas entrevistas foi que os trabalhadores não fizeram uma escolha consciente por um projeto coletivo organizado por eles. Eles quiseram continuar recebendo os seus salários, sustentar suas famílias, pagar as suas contas e ter seus direitos reconhecidos, o que nesse período estava acontecendo. De maneira geral, os trabalhadores sentiram as mudanças concretas que passaram a acontecer em suas vidas a partir da recuperação da Usina.

Entre as mudanças objetivas que apresentaram significado para eles, os trabalhadores destacam: a) melhoras nas condições de vida em relação ao acesso material e ampliação das possibilidades de consumo, b) direito de plantar cana na área coletiva e individual, com horta de subsistência, c) melhor condição de moradia e liberdade para reformar suas casas, d) possibilidade

de entrar na Usina e no Chalé, a antiga Casa Grande que se tornou espaço de formação e reunião, para dizer o que pensavam e para se qualificar.

Já a Equipe Harmonia tinha um projeto coletivo, de vida e de mudança social e aos poucos foram construindo esse grande complexo que se tornou Catende. Dessa forma, o projeto foi crescendo e conquistando muitos trabalhadores, mesmo que de maneira diferenciada.

Nesse período, foi destacado também o apoio da SEANES e da ANTEAG por meio de cursos de ES oferecidos para os trabalhadores, além da participação das lideranças nos Fóruns Brasileiros de Economia Solidária. Alguns trabalhadores, sobretudo as lideranças, também fizeram cursos fora de Catende e chegaram a conhecer experiências de referência como Mondragón, na Espanha. A partir dessa relação com a SENAES, Catende também se tornou uma referência no bojo das experiências de autogestão. Mas continuavam afirmando que o principal objetivo não era este.

Do ponto de vista de Ribeiro (2010), advogado da massa falida, a Economia Solidária é na verdade uma iniciativa prática de trabalhadores diante das desigualdades de classe existentes no país. Nas palavras dessa liderança, já destacada na epígrafe deste capítulo:

Não há empresa de economia solidária que nasça de projetos. Elas nascem da resistência dos trabalhadores, diante da grande injustiça da concentração de renda pelo Estado e pelas elites brasileiras. As grandes empresas capitalistas, todavia, nascem de projetos. Elas são financiadas por si mesmas ou pelo Estado […] os filhos dos excluídos sociais ou políticas públicas para excluídos socialmente nascem na rua, na greve, na resistência, na ocupação. Assim é Catende. É algo bonito por um lado, mas é injusto por outro. Não há empresa de economia solidária pautada pela autogestão, que tenha sido criada a partir de um investimento de um banco. Ainda não faz parte da política a criação dessas condições. Portanto, esses projetos desenvolvem-se a partir das necessidades das pessoas (RIBEIRO, 2010, p. 85).

Com esta fala, Ribeiro resume um pouco o que as lideranças de Catende pensavam da Economia Solidária, visto que nesse período eles passaram a se identificar com essas propostas, mas

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sempre enfatizaram as dificuldades e contradições existentes para segui-las. Entre essas contradições destacavam a tentativa de construção de um projeto coletivo e solidário em que todos tivessem a mesma concepção de solidariedade. Destacavam ainda a falta de apoio político e a luta pela disputa de poder que um projeto deste representa.

As safras exitosas dos anos de 2007 e 2008 permaneceram em 2009. Havia uma quantidade grande de cana da Usina e do trabalhador e Catende estava conseguindo manter os empregos e desfrutar de algumas conquistas construídas ao longo do projeto. Porém, nesse mesmo ano de 2009, o síndico Marivaldo foi surpreendido com uma denúncia de trabalho escravo e corrupção e foi retirado bruscamente do projeto Catende-Harmonia. Tal fato fez com que os líderes do projeto também se afastassem, iniciando o processo que levou ao fim do projeto, já que o novo síndico não deu continuidade às ações sociais da Cooperativa e do projeto Harmonia.

De acordo com as lideranças entrevistadas, foi um grande golpe que o projeto sofreu num momento em que a Usina estava se recuperando e com perspectivas de avanços cada vez maiores. Nas análises de Girlan (2010), tratou-se de um conjunto de forças políticas para atender a interesses econômicos dos usineiros da região, como também de políticos eleitorais que se juntaram para derrubar e destruir o projeto.

Porém, para analisarmos esse fato é necessário destacar que, mesmo estando num período de maior afinidade com os trabalhadores do campo e da Usina diante das conquistas adquiridas, ainda existiam muitos conflitos internos entre os trabalhadores e o projeto que se desenvolvia, o que o deixou frágil o suficiente para não terem como lutar contra esta imposição externa.

Havia o fato de o sucesso financeiro da Usina como massa falida ter despertado os usineiros e políticos da região, os quais se organizaram para este golpe de maneira a cooptar muitos trabalhadores com promessas de um novo tempo.

Como explicou Artur, um grupo formado por sindicalistas, usineiros e políticos locais, apoiados pelo governo estadual, começou a dizer que Catende era lucrativa e que podia pagar as dívidas dos trabalhadores, causando revolta e desconfiança entre os mesmos.

Nós tivemos alguns sindicalistas de Palmares e de Catende apoiando o sindicato que é ligado à indústria, que sempre foi contrário aos trabalhadores, e representa o usineiro. Os prefeitos da região apoiavam o juiz que dizia ter apoio do governo do estado. O fato é que esse apoio que vinha dessas pessoas empolgou muita gente, porque o juiz dizia “Catende é lucrativa, dá dinheiro, nós vamos apurar, vamos pagar porque Catende dá dinheiro e vamos fazer uma boa gestão”

Esse grupo acabou conquistando boa parte dos trabalhadores do campo, pois muitos ainda queriam receber os seus direitos trabalhistas a qualquer custo. Alguns também viam Marivaldo e a

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Cooperativa como um grupo de usineiros que poderia enganá-los a qualquer momento. Ao mesmo tempo, no interior da Usina, muitos trabalhadores especializados eram contra o projeto coletivo, pois sabiam que poderiam receber maiores salários numa outra proposta de gestão que não fosse coletiva e que não priorizasse os projetos sociais de Catende. Assim, a vinda de um novo síndico, com perfil de Usineiro, animava-os. Paralelamente, alguns sindicatos patronais também começaram a agir nas Associações reanimando discussões sobre o assalariamento e sobre os direitos trabalhistas.

Conforme indica Schäfers (2007), havia ainda uma desconfiança em relação à diretoria da Cooperativa que era relacionada à desinformação, pois alguns engenhos estão muito distantes da cidade de Catende onde se encontra a sede da Usina. Em época de chuva, por exemplo, é quase impossível ir até alguns desses engenhos, já que, com a lama dos caminhos, os moradores não chegam às reuniões nas quais fluem as discussões e as informações novas.

Na análise de Júlio, a quantidade de diretores existentes na Cooperativa também dificultou o fortalecimento que o projeto precisava naquele momento, visto que havia muita disputa e contradição de interesses entre esses diretores. Além disso, as lideranças reconheceram que na diretoria da Cooperativa havia pessoas com pouco entendimento em relação à forma de gestão coletiva do projeto. Alguns deles chegaram a apoiar a entrada do novo síndico.

Como descreve Artur: “Quando você está sadio, resistente às bactérias, os vírus não vêm tão forte. Quando você está desestabilizado, as resistências baixas vêm mais forte, foi o nosso caso”. Em outras palavras, algumas lideranças compreendem que se estivessem num momento melhor, teriam resistido a este golpe, mas foi uma conjuntura de desafios que permitiu o fim do projeto.

Para Júlio, os conflitos internos foram desviando algumas lideranças comunitárias, deixando o projeto mais frágil: “você sabe que uma consciência social se forma com muito tempo, não é uma coisa que acontece da noite para o dia, é impossível. Qualquer outra reforma ou qualquer outra mudança se pode fazer por lei, mas a cabeça da pessoa num se pode”.

Contudo, para ele, o projeto já havia enfrentado muitas dificuldades internas e poderia enfrentar mais esses conflitos. Porém, dessa vez se tratava de um combinado de dificuldades internas e externas ao mesmo tempo, e o projeto não teve como se recuperar e agir:

Exatamente no momento em que o projeto estava mais fragilizado, vamos dizer, na autoridade, na liderança das pessoas que conduziam ele. Talvez se isso tivesse acontecido em outros anos anteriores, ou acontecido 6, 8 meses depois não teria sido assim, mas aconteceu num momento de extrema dificuldade, com o inimigo por toda parte virando canhões, com até certa dificuldade no comando interno. Aí os trabalhadores precisaram de um tempo para perceber o que estava acontecendo […] O síndico ali chegou como salvador da pátria, aí começa a debater sobre essa cooperativa, começa toda uma propaganda midiática com isso. Foi um pessoal que veio acabar com isso, e acho que isso também criou problema. Junto com isso, a associação, o prefeito foi manobrando, apareceram grupos

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que...eram 48 engenhos, alguns tinham até mais de uma associação, acho que eram 52 associações. Aí começou um grupo a debater sobre o projeto, a criticar, coisa que era certa e coisa que não era certa, criar mentira, criar dificuldade (Júlio/trabalhador da Usina e do Campo).

Após denúncia feita contra Marivaldo, o juiz o afastou e indicou um novo nome para comandar a massa falida da Usina, o usineiro Carlos Antônio Fernandes Ferreira. Esse afastamento aconteceu de forma violenta, com o objetivo de causar espanto e assustar os trabalhadores:

Marivaldo foi acusado pelos fiscais do Ministério do Trabalho e do Ministério Público Federal de prática de trabalho escravo. Criou-se uma força tarefa de fiscalização do trabalho nas usinas de Pernambuco e do Nordeste e essa fiscalização era a nível federal, Ministério do Trabalho, a nível de Brasil. E era para chegar aqui polícia federal, helicóptero na cidade com metralhadora, as pessoas ficaram com medo (Leila/educadora da Zona da Mata).

A equipe Harmonia saiu do projeto junto com Marivaldo e neste momento o projeto começou a se esfacelar. No ano de 2009 com tudo pronto para a safra, o novo síndico conseguiu manter o sucesso econômico e pagar os trabalhadores. Contudo, para as próximas safras parou de investir e faliu novamente a Usina. Assim, começou a demitir os trabalhadores outra vez.

No ano de 2010 houve duas novas enchentes que acabaram danificando máquinas, instalações e inclusive a hidrelétrica, que deixou de funcionar. Os prejuízos foram calculados em cerca de 22 milhões de reais. A Usina ficou paralisada por quase sete meses, voltando a moer apenas em janeiro de 2011, mas nesse momento o síndico já havia parado de investir no projeto Cana de Morador e em todas as outras linhas de atuação do projeto Catende-Harmonia.

De acordo com os trabalhadores que continuaram na Usina, como é o caso de Inácio, o novo síndico já chegou colocando os trabalhadores contra a gestão de Marivaldo e a Cooperativa. Também realocou os trabalhadores em seus cargos e funções originais. No caso de Inácio, por exemplo, de diretor industrial teve que voltar a ser mecânico seguindo a mesma exploração e opressão do tempo dos usineiros, antes do pedido da falência da Usina.

Segundo Da Silva (2011, p. 167), a saída de Marivaldo se deu de uma forma ilegal, visto que o novo síndico indicado estava a cargo de outro processo falimentar antes de entrar em Catende, a da Usina Central Barreiros. Isso também aconteceu sem diálogo com os credores e trabalhadores da massa falida e a lei diz que “o síndico será escolhido entre os maiores credores do falido, residentes ou domiciliados no foro de falência, de reconhecida idoneidade moral e financeira”.

Dessa forma, ficou claro que a ação do juiz correspondeu a uma relação de forças com o intuito de tirar a Usina dos trabalhadores e devolvê-la para um único dono ou para o conjunto de

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problema isso, bota um cadeado no portão, põe um vigia aí e acabou”.

Na análise das lideranças, até 2008 ninguém se interessava por Catende. Eram dívidas e problemas que ninguém imaginava que poderiam ser contornados. Já no auge da Catende, com melhor preço do açúcar, cana boa e produção alta, ela voltou a ser visível, a ter valor. Isso despertou a ganância de grupos que começaram a se “interessar” novamente por Catende.

Para Cristina, os trabalhadores não apoiaram Marivaldo porque eram muitas informações desencontradas e mesmo com os benefícios do projeto, eles não perderam o sonho de ser trabalhadores assalariados e receber seus direitos, como dizia a promessa do novo síndico.

Catende tem grupos bem distintos. Nós temos grupos que já vem a muitos anos nas lutas sociais, nas lutas populares, no movimento social, que tem uma concepção de mundo e de sociedade diferenciada e Catende era a utopia sendo concretizada, e a gente dava o sangue da gente, a alma da gente. O sonho da gente a história da gente estava ali. A gente viu materializado ali em Catende. Mas aí você tinha outras pessoas que entraram no meio do caminho e começaram...mesmo a gente trabalhando e falando o que o projeto representava, mas não tinha uma concepção forte, não acreditavam e talvez não tivessem como acreditar, porque aqui na região a relação capital trabalho sempre foi muito desigual, muito injusta, de muita exploração. Muitos que estavam na cooperativa enchiam os olhos e se sentiam pseudo-usineiros e era muito difícil lidar com essa situação, porque eram pessoas que tinham o poder de decidir, mas o projeto deles não era o coletivo, era o individual.

No ano de 2012 Marivaldo foi candidato a prefeito em Jaqueiras e ganhou a eleição. No mesmo ano houve o seu julgamento e ele foi absolvido. Como descreveu Artur, o juiz inclusive declarou que não havia provas contra Marivaldo para aquelas acusações dizendo: “Não sei porque

esse processo veio pra cá, não deveria o estado ter gasto dinheiro com esse processo porque não existe o crime, provas, nada”.

Assim, houve o fim do projeto Catende-Harmonia e atualmente a região se encontra numa situação consideravelmente complicada. Chegou a haver uma proposta de leilão da Usina, mas não existem mais interessados, já que o patrimônio foi sendo depredado. Os trabalhadores ficaram sem receber e agora não possuem mais cana e onde processá-la. Muitos se aposentaram e outros estão vivendo de bolsa família, conforme segue-se descrevendo.