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Capítulo 4 METODOLOGIA

4.2 Desenvolvimento da Pesquisa

4.2.4 Atividades Participativas

Para a realização dessa pesquisa, foram feitas 24 atividades com os participantes e uma com uma recreacionista, uma terapeuta ocupacional e duas cuidadores de idosos do LVC.

As atividades realizadas com os idosos do LVC eram voltadas à inclusão deles nas fases de design descritas no Capítulo 2 desta dissertação. Assim, foram realizadas cinco atividades voltadas a conhecer os participantes, quatro atividades relacionadas a fase “entender”, oito atividades relacionadas a fase “estudar”, três atividades focadas na fase “design”, três atividades de prototipação, e três atividades relacionadas a fase “avaliar”. Todavia, convém deixar claro que as fases “conhecer o participante” e “estudar” ocorreram durante toda a pesquisa de forma indireta, mas tiveram algumas atividades bem explícitas com seus objetivos

As atividades consistiram em jogos, entrevistas, atividades artísticas e manuais, criação colaborativa de histórias, avaliações de protótipos de baixa, média e alta fidelidade; as atividades foram baseadas nas técnicas apresentadas no Capítulo 2. Os encontros para a realização dessas atividades foram guiados por dois pesquisadores, ocorreram, em média, de uma a duas vezes por mês no LVC, de acordo com a disponibilidade do grupo (durante o mês de março 2017 houve atividades durante todas as semanas), e tiveram duração entre 60 e 90 minutos, sempre sendo encerrados no momento do lanche da tarde dos participantes. Algumas atividades foram realizadas no Centro Geriátrico do LVC, sempre na sala da terapia ocupacional, outras, no cinema da instituição e a última, no laboratório de informática do LVC, e sempre contou com a presença da mesma Terapeuta Ocupacional. Como forma de situar os participantes do que estava sendo feito, todos os encontros foram iniciados com os pesquisadores relembrando as atividades passadas e explicando qual era o intuito dos encontros.

4.2.4.1 Planejamento das Atividades

As atividades foram planejadas sempre considerando os aprendizados das atividades anteriores, de forma que possíveis problemas pudessem ser previstos e assim, superados ou amenizados na atividade que seria feita; bem como considerando as contribuições dos trabalhos relacionados. Além disso, durante o planejamento das atividades, também foram considerados os problemas relacionados ao comprometimento cognitivo, como forma de amenizar as dificuldades existentes no processo e como forma de prever as dificuldades que eles poderiam ter durante as atividades.

O desenvolvimento do design de uma solução para algum problema demanda de todos os envolvidos no processo a criatividade, a comunicação e o cognitivo. Dessa forma, as atividades eram planejadas para que o cognitivo e a criatividade fossem exigidos, mas sem sobrecarregar os participantes e que não fossem exaustivas para eles. Acima de tudo, essas atividades eram um momento de entretenimento para eles.

No Apêndice B pode ser visto o planejamento de uma das atividades realizadas. 4.2.4.2 Execução das Atividades Participativas

Após a adaptação de alguma técnica de design, essa técnica foi colocada em experimento, e para isso foi planejada uma atividade para ser executada pelos participantes. A execução das atividades, em linhas gerais, ocorreu como descrito no início deste Capítulo.

Além disso, para a execução das atividades, outros pontos destacados por Lindsay et al. (2012) foram seguidos para a realização de DP com esse público:

● No início de cada atividade foi revisado o último encontro, bem como foi justificado a razão das atividades que estavam sendo realizadas, como forma de situar os participantes ao contexto que era almejado;

● Os encontros sempre foram mediados pelas mesmas pessoas para que pudesse haver confiança entre todos, principalmente para os idosos não se sentirem desconfortáveis com a presença de outras pessoas;

● Foi utilizado um grupo de idosos já existente (grupo de memória do LVC) para ajudá-los a se expressarem e a se articularem melhor, uma vez que eles já se conheciam e assim, se sentiriam menos inibidos em interagir nas atividades; ● A terapeuta ocupacional e, geralmente, uma mesma cuidadora acompanharam as

atividades para, além de ajudar essas pessoas a se expressarem quando necessário, para poderem ajudar e socorrer caso houvesse algum incidente, desconforto ou

alteração de humor em algum idoso. Porém, foi necessário prestar atenção e ser cauteloso para que esses funcionários não se expressassem mais que os pacientes. 4.2.4.3 Análise dos Resultados das Atividades

Para análise dos resultados das atividades, todos os encontros com os participantes foram filmados para análises mais detalhadas e um dos pesquisadores ainda fez anotações livres. Todas as atividades tinham objetivos e perguntas de pesquisa bem específicas, o que ajudavam no entendimento dos resultados e, inclusive, no planejamento das atividades.

As avaliações dos protótipos de baixa, alta-fidelidade e funcional foram feitas por meio de inspeções heurística de usabilidade e acessibilidade (realizadas pelos pesquisadores durante o desenvolvimento dos protótipos para serem utilizados pelos participantes) e testes de usabilidade (feitos pelos participantes). Para verificar se os participantes entenderam os elementos de interação e de informação da interface, durante as interações com os protótipos foram feitas perguntas para eles. Outras observações acerca dessas interações também foram realizadas.

Para analisar se alguns desafios relacionados ao comprometimento cognitivo estavam sendo amenizados durante o processo de design, buscou-se entender como tal desafio manifestou-se na atividade, de forma que nas próximas atividades outras estratégias pudessem ser adotadas; foram feitas comparações para verificar se o desafio foi amenizado ou não.

Durante a análise dos resultados, sempre houve o cuidado em analisar os discursos dos participantes com atenção, de modo que eles não fossem super-analisados (HENDRIKS et al., 2013), pois os participantes podiam estar tendo dificuldade para tentar imaginar conceitos que são intangíveis para eles, de forma a forçar o cognitivo, ou porque eles poderiam estar cognitivamente cansados ou ainda porque não estavam entendendo o que estava ocorrendo e sendo feito.