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I I A FÉ SALVADORA

V O DEUS CRIADOR

7) A criação se distingue de Deus, não sendo sua extensão, mas o resultado de sua vontade e poder.

1.3. O Homem Foi Criado à Imagem e Sem elhança de Deus

1.4.1. Auxiliadora Idônea

“Far-lhe-ei uma auxiliadora [“Ui) (‘ezer)]491 que lhe seja idônea

[i^3? (keneged)]” (Gn 2.18) é a solução encaminhada por Deus. a) Auxiliadora:

“i)i> (‘ezer) “auxiliadora”, “ajudadora”. Esta palavra que nos tempos modernos é com freqüência olhada como se fosse uma di­ minuição da mulher tem, na realidade, um tom extremamente sig­ nificativo. Ela é empregada especialmente para descrever a ação de Deus que vem em socorro do homem. Deus mesmo é o ajudador dos pobres (SI 72.12), dos órfãos (SI 10.14; Jó 29.12); daqueles que não podem contar com mais ninguém (SI 22.11). Por isso podemos contar com Deus nos momentos de enfermidade (SI 28.7); nas opres­ sões de inimigos (SI 54.4); e em períodos de grande aflição (SI 86.17). Aqueles que vivem fielmente buscando seu amparo em Deus po­ dem ter a certeza de seu cuidado (SI 37.40; SI 89.21), sendo sua lei e suas mãos os seus auxílios (SI 119.173,175). Por isso os servos de

490 O. Palmer Robertson, Cristo dos Pactos, Campinas, SP, Luz para o Caminho, 1997, p. 68. “A relação em ‘uma só carne’ envolve mais do que sexo; é a fusão de duas vidas em uma; é consentir em compartilhar a vida juntos, através do pacto do casamento; é a comple­ ta entrega de si mesmo a um novo círculo de existência, ao lado de um companheiro” (Raymond C. Ortlund, Jr., Igualdade Masculino-Feminina e Liderança Masculina: In: John Piper & Wayne Grudem, compiladores, Homem e Mulher: seu papel bíblico no lar, na

igreja e na sociedade, p. 39).

491 A Septuaginta traduz por (3ori0òv, proveniente de povGóç, “útil”, “auxiliador", “aju­

Deus suplicam sua ajuda na batalha e nas aflições (Dt 33.7; SI 20.2; 30.10; 79.9; 109.26; 119.86). O rei Uzias tornou-se internacional­ mente famoso porque por trás de todos os seus empreendimentos estava a maravilhosa ajuda de Deus (2Cr 26.15). Por outro lado, quando Israel deixou de confiar no sustento de Deus e buscou alian­ ça com os egípcios para a sua proteção, Deus diz que isso de nada adiantaria contra Babilônia (Is 30.5, 7; 31.3; Os 13.9). Somos então desafiados a confiar em Deus, porque ele cuida de nós; é nosso amparo (SI 33.20; 70.5; 72.12; 115.9-11; 124.8; Is 44.2): de Deus vem nosso socorro (SI 121.1-2). Israel é feliz porque tem a Deus como aquele que o socorre (Dt 33.26, 29). Felizes são todos aqueles que têm a Deus por auxílio (SI 146.5). Devido ao seu socorro, deve­ mos entoar louvores ao seu nome (SI 28.7).

Dentro das profecias messiânicas de Isaías, vemos a confiança do Ungido do Senhor. Certo do socorro do Senhor, sabe que não será envergonhado (Is 50.7, 9).

Harriet e Gerard fazem uma bela e real aplicação: “Que papel importante Deus dá à mulher. Ela se coloca ao lado de seu marido como auxiliadora, assim como Deus se coloca ao lado de seu povo.”492

b )Idônea:

iim (keneged), “idônea”, tem o sentido de “correspondente a ele”, “conforme”, “aquilo que corresponde“, “sua contrária”. Sig­ nifica também “estar em frente”, “defronte” (Ex 19.2; Js 3.16; 6.5, 20; D n 6 .ll).

A mulher foi formada como uma “contraparte” do homem; é uma semelhança perfeita dele, ainda que lhe seja oposta, no sentido de complemento. O homem aprovou a criação de Deus, porque pôde perceber a mulher “não como sua rival, mas como sua companhei­ ra; não como uma ameaça, mas como a única capaz de realizar seus desejos íntimos.”493

492 Harriet & Gerard van Groningen, A Família da Aliança, São Paulo, Editora Cultura Cristã, 1997, p. 99.

V - O Deus Criador 183

Robertson analisa:

“O propósito da existência do homem com o ser criado não é ser um auxílio para a mulher no casam ento. M as o propósito da existência da mulher com o ser criado é glorificar a Deus sendo um auxílio para o h o ­ mem.

“.... A mulher deve ser, na verdade, uma auxiliadora do homem. Mas deve ser auxiliadora 'correspondente a ele’. O todo da criação de Deus serviria de auxílio ao homem de uma ou outra maneira. M as em parte alguma da criação poder-se-ia achar um auxiliar ‘correspondente’ ao h o­ mem (Gn 2.20). Som ente a mulher, como ser criado do homem, corres­ pondeu a ele de tal maneira que fez dela o auxílio adequado de que ele necessitava.

“Este traço distintivo da mulher indica que ela não é menos significativa do que o homem com respeito à pessoa dela. D e maneira igual ao homem, ela traz em si m esma a imagem e sem elhança de Deus (Gn 1.27). Som ente com o igual em pessoalidade podia a mulher ‘corresponder’ ao hom em .”494 1.4.2 . A Igualdade Entre o Homem e a Mulher

Os textos também revelam a prioridade social do homem, não sua superioridade essencial (Ef 5.22; ICo 11.3-12; IPe 3.6, 7). É preciso que não confundamos a primazia e liderança com o domí­ nio tirânico. “A masculinidade e a feminilidade identificam seus respectivos papéis. Conforme Deus determinou, o homem, em vir­ tude de sua masculinidade, é chamado a liderar; e a mulher, em virtude de sua feminilidade, é chamada a ajudar. (...) Mas, observe: dominação masculina é uma falha pessoal e moral, não uma doutri­ na bíblica.”495

Deus, ao criar a mulher, não a fez inferior; ela também foi feita conforme à imagem e semelhança de Deus (Gn 1.27). A ordem divina quanto ao povoar a terra, dominar, guardar e cultivar é da responsabilidade de ambos. Os dois partilham dos deveres e res­

John Piper & Wayne Grudem, compiladores, Homem e Mulher: seu papel bíblico no lar, na

igreja e na sociedade, p. 39.

4,4 O. Palmer Robertson, Cristo dos Pactos, p. 69.

495 Raymond C. Oitlund, Jr., Igualdade Masculino-Feminina e Liderança Masculina: In: John Piper & Wayne Grudem, compiladores, Homem e Mulher: seu papel bíblico no lar, na

ponsabilidades conferidos por Deus. Sozinhos, ambos são insufi­ cientes para cumprir o propósito de Deus em sua vida.

Harriet e Gerard comentam:

“A passagem [Gn 1.26-31] claramente indica que em sua origem a fê­ mea foi criada da m esma substância do m acho; ela não é inferior quanto a seu ser ou pessoa. Ela não é inferior com o portadora da imagem, represen­ tante ou espelho de Deus na vida diária. A mulher é uma pessoa tanto quanto o homem. A ssim como o m acho é, a fêmea é feita à imagem e sem elhança do D eus triúno, e conseqüentem ente tem seu próprio relacio­ nam ento pessoal e espiritual com Deus. N este particular ela é absoluta­ m ente igual ao homem. Ela também recebeu o mesmo m andato que seu marido recebeu. Ela deveria cultivar o jardim com ele, dom inar sobre ele e, com o marido, ser frutífera e povoar a terra. N o capítulo 2 ela, ju n ta­ m ente com o seu marido, recebeu o m andato espiritual de continuar a andar com Deus. Ela e seu marido são proibidos de comer do fruto da árvore. Am bos recebem o m andato social de ser frutíferos.”496