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Cf Archibald A Hodge, Esboços de Theologia, p 104; J.N D Kelly, Primitivos

J. N.D Kelly, Primitivos Credos Cristianos, p 254).

82 Cf Archibald A Hodge, Esboços de Theologia, p 104; J.N D Kelly, Primitivos

Credos Cristianos, p. 354. Este Credo seria posteriormente reafirmado na oitava sessão do

6o Concílio Ecumênio, realizado em Constantinopla (16/9/680; cf. J.N. D. Kelly, Primiti­

vos Credos Cristianos, p. 356) (Os primeiros 4 Concílios Ecumênicos - reuniram as igrejas

do Ocidente e do Oriente - foram: Nicéia (325), Constantinopla (381), Éfeso (431) e Calcc- dônia (451).

83 Cf. P. Scliaff, The Creeds o f Christendom, Vol. I, p. 27. No entanto, a Reforma tornou- o mais conhecido, traduzindo-o para vários idiomas, reafirmando sua importância (cf. J.N. D. Kelly, Primitivos Credos Cristianos, p. 354).

84 J.L. Gonzalez diz 520 (A Era das Trevas, p. 99). Latourette fala de 600 bispos, fora os legados (Kenneth S. Latourette, Historia dei Cristianismo, 1, p. 220. Vd. também: A.A. Hodge, Esboços de Theologia, p. 104). Hodge fala de 630 (Archibald A. Hodge, Confissão

de Fé Westminster Comentada por A.A. Hodge, São Paulo, Editora os Puritanos, 1999, p.

192). Outros autores mencionam de forma menos específica a presença de mais de 500 bispos (Ex. J.N.D. Kelly, Doutrinas Centrais da Fé Cristã: Origem e Desenvolvimento, p. 256; J.H. Hall, Concílio de Calcedônia: In: ln: Walter A. Elwell, ed. Enciclopédia Históri-

co-Teológica da Igreja Cristã, Vol. 1, p. 306). Sobre as versões diferentes a respeito do

número de participantes, vd. Lorenzo Perrone, De Nicéia (325) a Calcedônia (451): In: Giuseppe Alberigo, org. História dos Concílios Ecumênicos, São Paulo, Paulus, 1995, p. 93). Destes bispos, 40 “teriam sido incapazes de assinar seu nome” (Jean Vial, Técnicas Pedagógicas: Os Rudimentos até ao Renascimento: ln: Gaston Mialaret & Jean Vial, dire­ tores, História Mundial da Educação, Porto, Rés (s.d.), Vol. 1, p. 313).

reunião, a já aludida “Carta Dogmática” ou ‘Tomo”85 redigido pelo bispo Leão I, o “Grande”,86 de Roma (13/06/449), foi decisivo na elaboração de seu Credo.87

Como vimos, Calcedônia ratificou o Credo de Nicéia (325) e o de Constantinopla (381). O seu objetivo era estabelecer uma unida­ de teológica na Igreja.

A sua declaração teológica foi rascunhada em 22 de outubro por uma comissão presidida por Anatólio de Constantinopla (f 458),88 encontrando a sua redação final, possivelmente, na 5a Ses­ são, na quinta-feira de 25 de outubro.89 Calcedônia rejeitou o Nes-

torianismo90 (duas pessoas e duas naturezas) e o Eutiquianismo91

85 Este “Tomo" é chamado por Berkhof de “um compêndio da cristologia ocidental” (vd. L. Berkhof, História das Doutrinas Cristãs, pp. 97-98). Do mesmo modo, declara Perrone: “O Tomus ad Flavianum representa uma contribuição decisiva para a solução da questão cristológica, tal como tomará forma na definição de Calcedônia” (Lorenzo Perrone, De Nicéia (325) a Calcedônia (451): ln: ln: Giuseppe Alberigo, org. História dos Concílios

Ecumênicos, p. 88). Boa parte deste “Tomo" encontra-se In: H. Bettenson, Documentos da Igreja Cristã, pp. 83-86.

86Latourette diz que Leão I “foi um dos homens mais capazes que já ocuparam o chama­ do trono de Pedro” (K.S. Latourette, História dei Cristianismo, I, p. 220).

87 Quando o “Tomo” de Leão foi lido, na segunda sessão (10/10/451), ainda que não unânime, houve repetidas aclamações, tais como: “A fé dos pais, a fé dos apóstolos”; “Pe­ dro falou por meio de Leão” e “Leão e Cirilo deram o mesmo ensinamento” (cf. Lorenzo Perrone, D e Nicéia (325) a Calcedônia (451): In: Giuseppe Alberigo, org. História dos

Concílios Ecumênicos, p. 96).

88 Cf. Lorenzo Perrone, De Nicéia (325) a Calcedônia (451): In: Giuseppe Alberigo, org.

História dos Concílios Ecumênicos, p. 98.

s'; Compare as informações de J.N.D. Kelly, Doutrinas Centrais da Fé Cristã: Origem e

Desenvolvimento, p. 257; P. Schaff, The Creeds o f Christendom, Vol. 1, p 29; Lorenzo

Perrone, De Nicéia (325) a Calcedônia (451): In: HCE., pp. 97-98..

IJ0 Nome proveniente de Nestório (380-451), Bispo de Constantinopla (428-431). Adver­ sário voraz do Arianismo, seu primeiro ato oficial como patriarca foi incendiar uma capela ariana.

Nestório, numa série de sermões proferidos em 428, combateu uma designação popular dada a Maria, “ Qeo tó k o ç” (“Mãe de Deus”). Esta fórmula seria usada pouco depois pelo Concílio de Éfeso (431), alcunhada por Cirilo de Alexandria. O Concílio de Éfeso utilizou esta expressão não como uma atribuição de majestade a Maria [o que viria a acontecer por volta do sexto século, quando Maria começaria a ser adorada (cf. W.C.G. Proctor, Madre de Dios: ln: E.E Harrison, ed. Diccíonario de Teologia, p. 325)], mas sim como reconheci­ mento de que o que dela nasceu, por obra do Espírito Santo, era o Filho de Deus, o Deus encarnado desde à concepção. Nestório, por sua vez - fugindo do que considerava o extre­ mo oposto, que dizia ser Maria “èa/Spojto-cÓKOç” (“Mãe do homem”) -, entendia que a

Os Símbolos de Fé na História 37 expressão correta seria “XpiaTO-cÓKOç” (“Mãe de Cristo”), ou mesmo, “©eoSó^oç” [“que recebe (“Ao%if’, “recipiente”, “vasilha”, “depósito”) a Deus”], por considerar distintas as qualidades da divindade e da humanidade. Deste modo, aceitando sua posição, podemos perceber logo de início o problema da encarnação do Verbo: o menino que nasceu de Maria era Deus-Homem?.

Nestório, tentando refutar o Eutiquianismo, ensinava (?)(*) que Jesus Cristo era consti­

tuído de duas pessoas e duas naturezas. Sustentava que cada uma das duas Naturezas de

Jesus tinha sua própria subsistência e personalidade; a união entre elas não era ontológica, mas apenas moral, simpática e afetiva.

Os seus ensinamentos foram rejeitados no Concílio de Éfeso (431) e de Calcedônia (451). Ele foi mandado para um mosteiro em Antioquia, depois exilado (435/436) na distante cidade de Petra da Arábia e finalmente foi para o Oásis de Upper no Egito, onde passaria o resto dc seus dias.

O Nestorianismo permaneceu na Pérsia, onde seus seguidores estabeleceram um eficien­ te trabalho missionário que permitiu sua proliferação na Arábia, índia, Turquestão e China, espalhando-se por diversas regiões da Ásia. Ainda hoje sobrevive o Nestorianismo (“Cal­ deus Uniatos”) na Mesopotâmia, Pérsia e Síria, havendo um grupo alinhado com a Igreja de Roma e outro independente (“Igreja Nestoriana Não-Unida”). (Vd. mais detalhes in Nesto- rianos: In: Russel N. Champlin & João Marques Bentes, Enciclopédia de Bíblia, Teologia

e Filosofia, IV, p. 489; K..S. Latourette, História dei Cristianismo, I, pp. 218-219; Justo L..

Gonzalez, A Era das Trevas, São Paulo, Vida Nova, 1985 (reimpressão), p. 116ss.) (*) No início do século XX, descobriu-se um escrito de Nestório, O Livro de Heraclei-

des, no qual ele ensina algo que vai justamente de encontro à heresia que supunham que

cie sustentava. Referindo-se a Cristo, Nestório afirma que “o mesmo que é um é duplo”; ele também se dizia satisfeito com a Cristologia de Calcedônia. Na atualidade os estudi­ osos estão divididos quanto ao seu pensamento; e se foi justo ou não condená-lo (vd. H. Griffith, Nestório, Nestorianismo: In: Walter A. Elwell, ed. Enciclopédia Histórico-Teo-

lógica da Igreja Cristã, Vol. III, p. 19; J.N.D. Kelly, Doutrinas Centrais da Fé Cristã,

pp. 235-240; B. Hágllund, História da Teologia, Porto Alegre, RS, Casa Publicadora Concórdia, 1973, pp. 79-82; G.C. Berkouwer, A Pessoa de Cristo, p. 54).

91 Nome derivado de Êutico (= Eutiques, Eutíquio) (c.378-454), arquimadrita(chefe de um ou mais mosteiros) de um mosteiro em Constantinopla, discípulo de Cirilo de Alexandria. A sua doutrina consiste numa reação ao Nestorianismo. Ele sustentou que a encarnação é o

resultado da fusão do divino com o humano em Jesus, sendo a natureza humana absorvida

pela divina. Assim, sua posição envolvia uma pessoa e uma natureza. Ele foi o fundador do “Monofisismo”: Cristo tem uma única natureza; a divina revestida de carne humana.

O Eutiquianismo foi condenado no Sínodo Permanente de Constantinopla (448). Toda­ via, em outro Concílio, convocado pelo imperador Teodósio II (408-450), realizado em Éfeso (08/449), Êutico foi reabilitado. Isto ocorreu à revelia do bispo de Roma Leão 1, “o Grande” , que havia elaborado uma “Carta Dogmática" ou “Tomo” (13/06/449) combaten­ do a doutrina da natureza única de Cristo. Dióscoro, sucessor de Cirilo (t 444) como patri­ arca de Antioquia, foi quem presidiu este Concílio - com plenos poderes imperiais-, impe­ dindo inclusive que os três legados do bispo de Roma lessem sua “Carta Dogm ática” pe­ rante o Concílio.(*)

No entanto, dois anos depois foi convocado o Concílio de Calcedônia (451) pelo impera­ dor Marciano, que casou-se com Pulquéria [irmã do imperador Teodósio II, falecido pre­ maturamente numa queda de cavalo (28/07/450)]. Calcedônia anulou a decisão de Éfeso e o invalidou como Concílio verdadeiramente ecumênico, condenando o Eutiquianismo, exi-

(uma pessoa e uma natureza), afirmando que Jesus Cristo é uma

Pessoa, sendo verdadeiro Deus e verdadeiro homem (uma pessoa e duas naturezas). “....Calcedônia pronunciou-se não só contra a se­ paração como contra a fusão”92 das duas naturezas de Cristo. Toda­ via, a noção de mistério esteve presente nesta confissão, por isso ela não tentou explicar o que as Escrituras não esclareciam.93

Como já escrevemos em outro lugar, “Um decreto ou uma de­ claração teológica, por mais relevante que seja, não põe fim ime­ diatamente a um sistema; a ortodoxia, por sua vez, não é criada através de pronunciamentos oficiais, embora saibamos que todos eles sejam necessários e relevantes para nortear a Igreja. Com isso, estamos apenas querendo indicar que, do mesmo modo que Ni- céia não colocou um ponto final na questão Trinitária, Calcedônia não determinou o fim dos problemas Cristológicos. Como já indi­ camos, as heresias permaneceram em diversas regiões, especial­ mente na Igreja Oriental.94 Contudo, Calcedônia se constitui num marco decisório na vida da Igreja, estabelecendo uma compreensão Cristológica que, se não é a final, é a que pôde ser alcançada, pelo Espírito, dentro da revelação. No entanto, a Palavra é a fonte de toda a genuína teologia, portanto, se Calcedônia estabeleceu bali­ zas, e graças a Deus por isso, devemos permanecer sempre atentos

lando Êutico e Dióscoro. Contudo, o Eutiquianismo continuou vigorando como ensinamen­ to genuíno na Igreja Egípcia.

(*) Este Concílio seria conhecido na História como o “Sínodo dos Ladrões", alcunha dada por Leão, bispo de Roma, em carta dirigida a Pulquéria, irmã do imperador Teodó- sio 11, em 20/07/451. Isto porque a sua decisão não coincidia com a ortodoxia da Igreja, e também porque o seu documento não foi lido (vd. mais detalhes, ln: J.N.D. Kelly,

Doutrinas Centrais da Fé Cristã, pp. 249-252; Éfeso, Concílios de; In: Russel N. Cham-

plin & João Marques Bentes, Enciclopédia de Bíblia, Teologia e Filosofia, II, p. 289a; Justo L. Gonzalez, A Era das Trevas, pp. 98-99).

(,2G. C. Berkouwer, A Pessoa de Cristo, p. 55.

M Vd. G.C. Berkouwer, A Pessoa de Cristo, p. 67ss.; Cari E. Braaten, A Pessoa de Jesus Cristo: ln: Cari E. Braaten & Robert W. Jenson, eds. Dogmática Cristã, Vol. I, p. 492.

,4 Além das indicações já feitas, vd. Louis Berkhof, História das Doutrinas Cristãs, pp. 99-102; J.N.D. Kelly, Doutrinas Centrais da Fé Cristã: Origem e Desenvolvimento, p. 258; B. Lohse, A Fé Cristã Através dos Séculos, pp. 101-106; P. Tillich, H istória do Pen­

samento Cristão, São Paulo, ASTE, 1988, p. 91ss.; J.L. Gonzalez, A Era das Trevas, p.

102ss.; Cari E. Braaten, A Pessoa de Jesus Cristo: In: Cari E. Braaten & Robert W. Jenson, eds. Dogmática Cristã, Vol. 1, p. 492ss.

à Palavra de Deus, à luz da qual nós e nossa teologia seremos julga­ dos.”95

Segue abaixo a transcrição do Credo Niceno (Primitivo) do Credo

Niceno-Constantinopolitano, como é usado hoje, do Credo de Cal- cedônia e do Credo Atanasiano:

f \

O CREDO NICENO-CONS-