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Batalhas de Israel para consolidar o Reino

O século 11 a.C., em que o reino formou-se e foi consolidado, representou para Israel uma época de muitas batalhas. Embora os grandes impérios do Egito e da Mesopotâmia estivessem fracos e não-agressivos, as nações menores que rodeavam Israel investiram muitas vezes contra o país, procurando anexá-lo aos seus territórios. Israel foi desafiado por quatro lados: Síria e Zobá ao norte; Amom e Moabe ao leste; Edom ao sul; e Filístia ao sudoeste. Sob o governo de Davi, as lutas provocadas pelos inimigos levaram Israel a estender os seus limites e colocar esses inimigos sob vassalagem. Durante esse período, as principais batalhas foram:

DATA a.C. INIMIGO LOCAL LÍDER TEX TO RESULTADO BATALHAS ANTES DO REINADO

1106 Amom Gileade Jefté Juizes (10:7) Livramento do jugo amonita

1080-1060 Filístia Judá Ociden­ tal

Sansão Juizes (14- 16)

Sansão apenas abor­ rece os filisteus 1075 Filístia Afeque Eli e

filhos

1 Samuel (4) Filisteus ocupam a Pa­ lestina central, tomam a arca e destróem Silo 1055 Filístia Mispa Samuel 1 Samuel (7) Israel, unido com o

reavivamento de Sa­ muel, derrota a Filístia

Os Livros de Samuel

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de Davi não foi o gigante ou os filisteus, mas a dúvida e descrença no acampamento de Israel. Livrando-se da descrença, estava

p ronto a combater todo o exército filisteu. Sua fé contagiosa foi

usada para inflamar a fé e o desempenho de Saul e suas tropas medrosas.

7. EXTRAORDINÁRIO DAVI. Talvez não haja na Bíblia um ho­ mem estimado em tão alto grau por Deus e pelos homens como Davi. Foi ele que estabeleceu o padrão pelo qual Deus avaliou todos os reis posteriores de Israel. O Senhor o usou não somente para estabelecer o reino, mas também para instruir a nação quanto à adoração e o louvor que lhe são devidos. Seus salmos têm pro­ vavelmente inspirado mais pessoas do que quaisquer outras com-

BATALHAS NA ÉPOCA DO REI SAUL (Israel escolhe o rei) 1045 Amom Jabes Saul 1 Samuel

(H)

Israel sob liderança do rei Saul

1030 Filístia Micmás Saul 1 Samuel (13)

Filisteus invadem Is­ rael: a impaciência de Saul custa-lhe o reino 1027 Filístia Micmás Saul e Jôna-

tas

1 Samuel (14)

Grande vitória de Jônatas, apesar do voto insensato de Saul 1025 Ama/eque Sudoeste de Judá SauJ 1 Samuel (15) O bediência parcial d e Saul provoca a rejeição de Deus

1023 Filístia Elá Saul e Davi 1 Samuel (17)

Davi mata a Golias e der­

rota os filisteus 1010 Filístia Gilboa (Jez-

reei)

Saul 1 Samuel (31)

Saul e Jônatas são mor­ tos quando os filisteus tomam a parte norte de Israel

BATALHAS NA ÉPOCA DO REI DAVI (Deus escolhe o rei) 1002 Filístia Refaim

(Sudoeste de Judá)

Davi 2 Samuel (5) Com duas batalhas Davi põe termo ao do­ mínio filisteu 1000 Moabe Moabe Davi 2 Samuel (8) Moabe e Síria tornam-

-se vassalos de Israel 998 Amom e Síria Helã (Gileade) Davi 2 Samuel (10)

Davi derrota as forças unidas e os sírios tor­ nam-se servos 995 Amom Rabá Joabe

e Davi

2 Samuel (11-12)

Davi faz com que Urias seja morto; os amoni- tas são feitos servos 992 Edom Vale

do Sal

Davi 1 Crônicas (18:12-13)

Os edomitas tornam-se servos de Davi. O reino estende-se até o Vale do Sal

posições literárias. Quais eram as chaves da grandeza de Davi? 1) Tinha um profundo amor por Deus e dedicou-se à sua obra. Tinha confiança nas suas convicções e não se atemorizava com a descrença e o negativismo ao seu redor. 3) Assumiu o trono real como um “servo do seu povo”, e não como senhor (como Saul havia feito). 4) No seu longo período de provação, aprendeu a esperar no Senhor e a deixar por sua conta quaisquer vinganças pessoais. 5) Aprendeu a delegar responsabilidades e a dar crédito àqueles que serviam bem. 6) Apesar de não ser perfeito em muitas coisas, mostrou uma capacidade notável de aceitar a própria culpa e reagir positivamente ao castigo do Senhor. Enquanto o castigo amargurou Saul e o levou à violência egoísta, em Davi produziu brandura e bondade de coração.

8. ALIANÇA DAVÍDICA (2 Samuel 7). Do mesmo modo que a aliança abraâmica delineou as bênçãos espirituais, nacionais, ter­ ritoriais e pessoais para Israel, a aliança davídica foi dada para elaborar o aspecto nacional com referência ao rei. Essa aliança prometeu a Davi que os seus descendentes teriam os direitos do trono de Israel para sempre, e que a linhagem seria através de Salomão, o construtor do templo. A importância disto deu base para Mateus provar no Novo Testamento o direito de Jesus ser o Rei de Israel em virtude da sua genealogia através de José (legalmente), remontando-se à época de Salomão e Davi. Mateus não fez menção da linhagem de Maria porque sua linhagem vinha através de Natã, e não de Salomão. Conforme Jeremias afirmou, mesmo depois da grande idolatria e julgamento de Israel, o direito da linhagem de Davi através de Salomão tinha base na fidelidade de Deus, e não na dos homens.

9. PECADO DE DAVI COM BATE-SEBA (2 Samuel 11-12). Esse “caso” no auge do reinado de Davi tornou-se um divisor de águas em sua vida. É o ponto que faz a divisão entre os seus triunfos e as suas dificuldades. O pecado em si aconteceu quase acidental­ mente. O fato de olhar por acaso para a esposa do vizinho con­ duziu-o à cobiça e o arrastou ao adultério. Isso levou-o à falsidade e ao disfarce, ao roubo da esposa de um dos seus oficiais, e ao assassínio, numa conspiração contra um dos homens mais nobres do seu exército. Esse assassínio foi disfarçado elegantemente como uma triste conseqüência da guerra. Contudo, a poderosa parábola do profeta Natã expôs o sórdido acontecimento. Quatro foram as conseqüências desse pecado, duas condenatórias e duas compassivas: 1) A primeira delas foi o julgamento que atingiu o coração de Davi e a perda do filho recém-nascido. 2) A segunda foi o perdão do Senhor, quando Davi confessou o seu pecado (2

Sámuel 12:13). 3) A terceira foi a colheita do julgamento que Davi ceifou em sua família. Um escândalo sexual o atingiu pesada­ mente quando o seu filho mais velho Amnom seduziu sua filha (de Davi)Tamar. Davi colheu também o que semeara quando dois dos seus filhos foram assassinados por outros dois dos seus filhos. Colheu as conseqüências do roubo da esposa de um homem quando Absalão usurpou o reinado e envergonhou as suas con­ cubinas em público. Apesar de ter recebido perdão imediato após sua confissão, as conseqüências humanas dos seus crimes ren­ deram-lhe um alto preço a ser pago pelo resto da sua vida. 4) A quarta conseqüência foi a graça de Deus para com Davi depois do seu profundo arrependimento, permitindo que Bate-Seba ti­ vesse de Davi outro filho a quem o trono seria dado. Os salmos 32 e 51 revelam a grandeza de Davi ao confessar-se e humilhar- -se, e a grandeza da sua reintegração ao serviço eficiente para o Senhor.

10. TRAGÉDIA DOS FILHOS DE DAVI. Ele teve doze esposas (es­ tão registrados os nomes de oito) e pelo menos dez concubinas, vinte e um filhos e uma filha (2 Samuel 3:2-5; 5:13-16; 1 Crônicas 3:1-9; 14:3-7; 2 Crônicas 11:18). Três dos seus filhos mais velhos sofreram o golpe de morte violenta (Amnom, Absalão e Adonias), quando cada um era um herdeiro em potencial do trono. O Se­ nhor atribuiu parte da culpa por essas mortes violentas a Davi, pela maneira compasssiva com que ele conduzia seus filhos (1 Reis 1:6). Essas tragédias na família piedosa de Davi são difíceis de explicar, mas lembram-nos de uma anomalia estranha nas famílias de quatro homens preeminentes de 1 e 2 Samuel. Está registrado que os três homens preeminentes de Deus (Eli, Samuel e Davi) deixaram de disciplinar os seus filhos e por esse motivo perderam o governo (Davi temporariamente). Todavia, o rei Saul, que não era piedoso, teve como filho um dos homens mais pie­ dosos e nobres do livro: Jônatas. Essa estranha anomalia também será vista muitas vezes na família de reis posteriores.

11. DAVI COMPRA O LOCAL DO TEMPLO (2 Samuel 24). O segundo livro de Samuel focaliza dois grandes pecados de Davi: adultério e o censo do povo. Depois do seu arrependimento e do julgamento do Senhor, Davi vê a graça de Deus de maneira no­

tável em cada caso. Depois de arrepender-se do seu pecado com Bate-Seba e Urias, Bate-Seba deu-lhe outro filho que seria o cons­ trutor do templo: Salomão. Depois do seu pecado e julgamento por ocasião do censo, foi permitido a Davi adquirir o local do templo, no monte Moriá. Embora o Senhor tivesse lançado um

julgamento terrível, Ele também demonstrou que a sua graça pode soterrar a tragédia, quando a reação ao castigo é de maneira positiva e penitente.

12. CRISTOLOGIA NOS LIVROS DE SAMUEL. Notam-se duas referências a Cristo nesses livros, ambas relativas a Davi. (Algumas vezes Samuel é visto como tipo de Cristo, como profeta, sacerdote e soberano, embora essa relação jamais tenha sjdo sugerida no Novo Testamento. É considerado mais como tipo de João Batista, o sacerdote-profeta que ungiu a Jesus.) Em Davi vemos o tipo de Cristo como Rei. Uma profecia coloca o Messias como a semente da aliança prometida a Davi. Muitas relações típicas entre Davi e Cristo são vistas tanto na unção e nos dias de humilhação, como na posterior subida ao trono para estabelecer o reinado. A única profecia específica sobre Cristo nos livros de Samuel é a semente prometida de Davi, a qual viria através de Salomão e estabeleceria o seu Reinado para sempre (2 Samuel 7:16; Lucas 1:32-33).