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As Três Divisões dos Livros Históricos

LIVRO DATA RELACIONAMENTO RELACIONAMENTO SECULAR COM A ALIANÇA

ANTERIOR AO REINADO — 1405-1075 a.C. JOSUÉ 1 4 0 5 -

1375

A terra prometida ocupada pela fé O Egito havia deixado a Palestina e coragem. (problemas internos).

Sete nações de Canaã prontas para o julgamento prometido.

JUÍZES 1 3 7 5 - 1075

Demonstrações de bênçãos pela obe- Pequenos reinos locais importunam diência e castigos pela apostasia, con- as tribos.

forme a promessa. Os filisteus saem de Creta e desafiam Israel.

RUTE 1 3 3 0 , A verdadeira fé atrai uma mulher da Relações pacíficas entre Israel e aproxima- vizinha Moabe. Moabe.

damente. A linha davídica abrange Moabe por intermédio de Rute.

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magniflcentes reinados de Davi e Salomão. Por sua vez, as mal­ dições surgem nas apostasias dos juizes, na posterior idolatria e no cativeiro dos dois reinos. As promessas de restauração final, embora evidente que esperam os futuros “últimos dias” (Deute- ronômio 4:30), tiveram cumprimento parcial na volta de Zoro- babel, Esdras e Neemias.

IV CENÁRIO GEOGRÁFICO E POLÍTICO DA PALESTINA. A. GEOGRAFIA. O nome “Palestina” não era usado nos tempos

bíblicos; derivou-se mais tarde do termo “filisteus”, que iden­ tificam os povos chamados de “Palaistinos” pelos gregos, e de “Palestinos” pelos romanos. O nome bíblico para a área era “Canaã”, a terra onde Canaã, filho de Cão, se estabeleceu, e

ASCENSÃO E QUEDA DO REINO — 1070-586 1 e 2

SAMUEL

1100-970 O estabelecimento de um rei pie­ doso, que governe o reino para Deus.

Os poderosos filisteus quase tomam conta de Canaã.

1 e 2 REIS 970-586 O reino, desafiado pela idolatria de Canaã, é atacado pelo Egito e pela Síria e finalmente levado a uma terra idólatra.

Israel, arrasado pelo Egito e Síria, é finalmente levado à Assíria e Babi­ lônia. í e 2 CRÔNI­ CAS Da criação de Adão até 586.

Traçada a linha davídica dos reis; construção e queda do templo de Sa­ lomão.

Reinos e impérios circunvizinhos er­ guem-se e caem conforme o desígnio de Deus para o reino davídico.

SOLICITUDE PARA COM OS REMANESCENTES NO TEMPO DOS GENTIOS — 557-432 ESDRAS 537-458 A voita do exílio para reconstruir o O novo império Persa inicia a polí-

templo e restabelecer a devida ado- tica de mandar o povo e seus deuses ração. de volta aos seus países de origem.

NEE­ MIAS

445-430 A volta do exílio para reconstruir os muros de Jerusalém e estabelecer um

governo limitado.

A persistente boa vontade dos go­ vernadores persas permite aos res­ tantes reconstruírem a fim de se pro­ tegerem de adversários locais.

ESTER 483-473 O desvelo divino para com o seu A Pérsia governa da índia ao povo, Heles-

embora longe da terra da aliança. ponto. Mordecai, o Primeiro-Minis­ tro judeu, traz paz e poder ao seu povo.

que tinha sido prometida pelo Senhor a A braão (Gênesis 9:25; 10:6; 12:5-7). A terra de Canaã (com maldição) seria dada a Abraão (com bênção). Embora Canaã designasse original­ mente a terra a oeste do Jordão, Palestina passou a designar, mais tarde, a terra de ambas as margens do Jordão.

A terra da Palestina estende-se do elevado monte Hermom, ao norte, até o sul da região deserta do mar Morto. Seu com­ primento é de 240 km, de Dã a Berseba, e sua largura média é de 110 km, da costa do Mediterrâneo ao planalto oriental. A Palestina é freqüentemente descrita como quatro faixas pa­ ralelas no sentido norte-sul: 1) a planície marítima ao longo do Mediterrâneo; 2) a cordilheira central, cujas montanhas têm picos com mais de 900 metros de altitude; 3) o vale do Jordão até o mar Morto, que está 387 metros abaixo do nível do Mediterrâneo, e 4) a Palestina Oriental ou Transjordânia, um vasto planalto fértil numa altitude superior a 900 metros. Com uma área quadrada de aproximadamente 28.500 km, a Pafestina apresenta grandes contrastei; na topografia.

Geologicamente, o vale do Jordão é formação das mais sin­ gulares. Ele constitui parte da grande fenda que se estende da Síria, no norte, até o sul do mar Morto. Supõe-se que outrora esse vale era coberto de água, formando um lago de 322 km de comprimento desde o norte da Galiléia até 80 km para o sul do mar Morto. Nos tempos bíblicos, a área tinha três grandes massas de água: 1) lago Hulé (agora drenado), na parte norte da Galiléia; estava a 69 metros acima do nível do mar; 2) mar da Galiléia (chamava-se a princípio mar de Quinerete), a 205 metros abaixo do nível do mar; e 3) mar Morto, a 387 metros abaixo do nível do mar. Essas massas de água são unidas pelo rio Jordão, que desce rapidamente ser­ penteando uns 260 km para transpor os 105 km da Galiléia até o mar Morto (mar Salgado). O rio Jarmuque, vindo das regiões montanhosas a leste e com um volume de água se­ melhante ao do Jordão, junta-se a este 16 km abaixo da Galiléia. Nos tempos antigos, a costa mediterrânea não tinha portos de embarque, o que obrigou Salomão a determinar que o em­ barque fosse feito em Eziom-Geber, na parte setentrional do golfo de Acaba. Só há pouco tempo os portos de Haifa e Asdode passaram a operar comercialmente.

A principal característica geográfica da Palestina talvez seja a ponte que ela forma entre três continentes, e o fato de ter- -se constituído historicamente a ligação entre o Egito e a Me- sopotâmia. Assim, sendo o centro das civilizações do mundo

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e o “centro da terra”, a Palestina estava destinada a ser palco de grandes acontecimentos históricos. O Senhor a escolheu como a terra da sua aliança com o seu povo.

CENÁRIO POLÍTICO. Ocupando posição estratégica, a Pales­ tina era com freqüência alvo altamente cobiçado pelos con­ quistadores do mundo. Antes da primeira ocupação por Israel, tinha sido tomada pelos reis da Mesopotâmia a leste, pelos hititas a noroeste e pelos Faraós a sudoeste. Durante a ocu­ pação israelita, Israel foi muitas vezes importunado ou ata­ cado, não só por aqueles povos, mas também por uma varie­ dade de pequenos reinos locais. Estes vizinhos saqueadores faziam com que o povo de Israel vivesse constantemente na defensiva.

O ponto de vista bíblico desses problemas políticos e mili­ tares, entretanto, é sempre apresentado da perspectiva divina ou profética. Aquelas nações e impérios vizinhos serviam in­ conscientemente aos objetivos divinos para o povo de Israel. Quando este obedecia ao Senhor, as outras nações se enfra­ queciam ou eram controladas. Quando Israel apostatava, o Senhor levantava um poder estrangeiro a fim de punir, exilar ou enviar os judeus de volta à sua terra. Assim aconteceu, p or exemplo, quando Josué invadiu Canaã. O Egito havia acabaclo de se afastar de Canaã após forte domínio. Porém, quando a idolatria aumentou no período dos juizes, os poderosos filis­ teus de Creta invadiram o sul da Palestina. O mesmo aconteceu com os sírios, assírios, babilônios e persas. Dessa maneira, a história bíblica é história, mas com a perspectiva profética de ser a “História Divina”.

0 Livro de Josué

Introdução

AUTORIA

A .T ÍT U L O

O nome “Josué”, que se deve à principal figura do livro, significa “salvação do Senhor”. Os gregos traduziram-no para “lesous” ou Jesus, como está na Vulgata Latina.

B. A U T O R

1. O livro é anônimo e a sua autoria tem sido debatida com vee­ mência, principalmente por aqueles que aplicam a teoria do­ cumentária ao Pentateuco. A maior parte dele pode ter sido escrita pelo próprio Josué, que conhecia os fatos em primeira mão e era também um escritor (24:26). Obviamente, um co­ laborador acrescentou mais tarde os últimos cinco versículos sobre a morte de Josué e de Eleazar. Esse colaborador pode ter sido Finéias ou um dos anciãos.

2. O fato de esse livro ser o primeiro dos “Primeiros Profetas” sugere, como seu autor, alguém com dom ou cargo profético. Isto, é claro, indica Josué como o mais provável autor.

3. O conteúdo do livro, que se limita à liderança de Josué, reforça a opinião de que tenha sido escrito pelo sucessor de Moisés e no seu próprio tempo, mais do que por qualquer outra pessoa em época posterior, que poderia ter continuado a história de fé até a época de Otniel, em Juizes.

4. Josué talvez tenha sido o descendente mais ilustre de José. Era da tribo especialmente abençoada por Jacó (Gênesis 48:19). Do mesmo modo que José foi o “salvador” dos seus irmãos no Egito, Josué conduziu o povo para o livramento e descanso em Canaã.

CENÁRIO HISTÓRICO

A. D A T A — 1405-1375 a.C.

1. Admitindo que Josué tivesse a mesma idade de Calebe (tinha este quarenta anos quando espiaram Canaã, Josué 14:7), é piau-

O Livro de Josué

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sível supor que Josué tenha começado a comandar a Israel com a idade de setenta e nove anos. Visto ter morrido com 110, a sua liderança durou trinta e um anos (24:29). Sabemos também <|iu- a conquista inicial durou sete anos (14:7, 10).

2. A data pode ser calculada como sendo de 1405 a 1375 (adicio­ nando-se os 480 anos de 1 Reis 6:1 ao ano de 965, começo da construção do templo, e subtraindo-se os 40 anos de peregri­ nação). As escavações arqueológicas de John Garstang deter­ minaram que a queda de Jericó ocorreu por volta de 1400 a.C. Documentos descobertos em Tel-el-Amarna, no Egito, e em