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TEMA: Expressões de Oração e Louvor a Deus, em toda a Extensão da Experiência Humana.

OBJETIVO DO LIVRO DE PROVÉRBIOS

Livro de Eclesiastes

Introdução

AUTORIA

A. T ÍT U L O

1. O título hebraico Qoheleth significa “Pregador” ou “alguém que se dirige a uma assembléia”. O termo é usado sete vezes nesse livro, mas não aparece em nenhum outro do Antigo Testa­ mento.

2. Os tradutores gregos deram-lhe o nome de “Eclesiastes”, que significa “função de pregador”. E um título bem apropriado, pois a obra contém muitas características de sermão, embora não principie por texto bíblico.

B. A U T O R

Embora seja Salomão o único autor provável, eruditos conserva­ dores dividem-se quanto à possibilidade de ele ter realmente es­ crito o livro.

1. Negação da autoria salomônica. Depois de Lutero ter negado a autoria salomônica, a maioria dos eruditos da Bíblia negaram- -na. Eis as principais razões:

a. As condições históricas não parecem ser da época de Salo­ mão.

b. O nome de Salomão não aparece no livro, ao passo que tal coisa acontece no Livro de Provérbios e Cantares.

c. A linguagem, o uso das palavras e o estilo são supostamente pós-exílio, contendo muito do aramaico.

d. A introdução refere-se a Salomão como a um herói, não como a um autor, de acordo com Richard Moulton (The

Literary Study o f the Bible — Estudo Literário da Bíblia). A maioria dos comentaristas admitem que Salomão seja ou o avaliador ou a personificação, talvez para reforçar a credi­ bilidade da mensagem.

O Livro de Eclesiastes

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2; Confirmação da autoria salomônica. Muitos eruditos conser­ vadores, porém, sustentam que Salomão foi o autor pelas se­ guintes razões:

a. As auto-identificações do autor indicam Salomão (1:1, 12; 2:7, 9; 12:9). Caso Salomão não fosse seu autor, a falsa personificação do mais sábio de todos os homens sábios teria sido descoberta há muito tempo pelos rabinos de Israel, e esses não permitiriam a inclusão do livro no Cânon.

b. O autor identifica-se como aquele que reuniu e organizou muitos provérbios (12:9; comparar com 1 Reis 4:32). Ne­ nhum outro escritor dessa categoria foi jamais identificado no período do Antigo Testamento.

c. A tradição judaica atribuiu o livro a Salomão, embora alguns dos rabinos em época mais recente tenham sugerido que possivelmente houve aprimoramento por escribas, tais como os “homens de Ezequias”.

d. A maioria das pessoas concordam que o autor do livro de­ veria ser Salomão, no caso de não ter sido ele. As experiên­ cias, argumentos e conclusões apresentados requerem um autor como Salomão, pessoa de grande sabedoria, riqueza, fama, sucesso nos negócios e paixão por mulheres. Não houve ninguém tão maravilhosamente bem-dotado para a tarefa de pesquisar e escrever esse livro como Salomão.

CENÁRIO HISTÓRICO

A. D A T A — 935 a.C.t aproximadamente.

Se Salomão foi realmente o autor, é provável que o livro seja um produto dos seus últimos anos. A tradição atribui a ele três livros: Cantares, nos primeiros anos de sua vida, Provérbios, na meia-idade e Eclesiastes, alguns anos mais tarde. O conteúdo e as conclusões certamente combinam bem com os anos de maturidade de Salomão. Nesse livro ele ministra a todas as gerações o benefício de sua larga experiência e sábio pensamento filosófico quanto ao objetivo da vida. Como ele reinou de 970 a 930, o livro deve ter sido escrito em 935 a.C., aproximadamente.

B. C E N Á R IO P O L ÍT IC O E R E L IG IO S O

1. Politicamente, o reino de Salomão foi um oásis de paz e pros­ peridade entre as conquistas de Davi e o ressurgimento do Egito em 926. As muitas alianças de Salom ão com as nações vizinhas promoveram o comércio e o intercâmbio de idéias por todo o Oriente. Muitas personalidades mundiais procuraram aconse­ lhar-se com Salomão, atraídas pela sua sabedoria, riqueza, es­ plendor e arte. O cenário político em que ele viveu foi ideal

para empreendimentos arquitetônicos e o desenvolvimento da literatura e da arte. Salomão gozou de uma rara época de paz mundial.

2. Religiosamente, representou um período singular pela evidente unidade de culto em Israel. Davi e Salomão deram um especial destaque à música e à literatura, e a construção do templo serviu para centralizar o culto. Talvez nenhum outro período da his­ tória de Israel tenha proporcionado maior oportunidade para intercâmbio de idéias, estudo da Tora e reflexão religiosa do que esse. Pouco depois da metade do seu reinado, porém, Sa­ lomão parece ter desenvolvido um espírito ecumênico de aco­ modamento religioso ao procurar apaziguar suas muitas es­ posas estrangeiras. Isso afetou o seu modo de pensar e o seu relacionamento com Deus, de tal modo que o próprio reino sofreu essa influência negativa e foi dividido logo após sua morte. Ele havia concordado em construir “santuários” para todas as suas esposas estrangeiras (1 Reis 11:7-8). Todavia, é de presumir que Salomão tenha sido reintegrado na comunhão com o Senhor depois da divina repreensão. Pode ter sido esse o momento apropriado e meditativo de sua vida em que compôs esse livro filosófico.

C. IM P O R T Â N C IA D A L IT E R A T U R A D E S A B E D O R IA

1. O povo hebreu foi liderado por três espécies de líderes espi­ rituais: sacerdotes, profetas e sábios (Jeremias 18:18). Salomão foi o maior dos sábios e talvez um líder de uma escola de sábios. O profeta era o representante de Deus, enquanto o sábio um observador do povo e dos acontecimentos. Falava com a au­ toridade da experiência. Era geralmente um ancião, figura pa­ ternal, que acumulava sabedoria e resumia suas reflexões em máximas ou provérbios. O povo o via muitas vezes como um filósofo “arroz com feijão”, pronto a apontar soluções para os problemas com um comentário baseado na experiência. 2. A época de Salomão foi o começo do período áureo da lite­

ratura de sabedoria. Embora Zadoque, o sacerdote, e Natã, o profeta, tivessem contribuído para que Salomão subisse ao trono, os sacerdotes e profetas tiveram pouca importância du­ rante o reinado de Salomão. Decididamente, foram ofuscados pelo grande “sábio”, que era conselheiro, juiz e pregador de Israel, além de ser o rei (1 Reis 3:28; 4:29-34; 8:14 e ss.). Vários profetas aconselharam Davi, mas não há registro de que alguém tenha censurado ou corrigido Salomão. Ele foi aclamado o ho­ mem mais sábio dentre todos os sábios do Oriente ou do Egito, alguém que jamais procurou aconselhar-se com outros. O fruto

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dessa sabedoria é apresentado no prático Livro de Provérbios e no filosófico Livro de Eclesiastes.

OBJETIVO DO LIVRO DE ECLESIASTES

O objetivo do escritor foi demonstrar, científica e filosoficamente, a futilidade da vida sem Deus, e mostrar a satisfação e a alegria de viver na percepção da soberania divina. O livro é uma exposição dramática das arrogantes reivindicações do naturalismo.

Contribuições singulares de Eclesiastes

1. CONTRASTE COM PROVÉRBIOS. Enquanto Provérbios aplica a sabedoria no benefício prático de uma vida dirigida por Deus, Eclesiastes aplica a sabedoria no objetivo filosófico de entender o significado da vida. Aqui Salomão focaliza a existência no seu todo, e não nas suas particularidades. Seu interesse é mais pelo signifi­ cado dela do que pelos seus problemas. Como um filósofo, ele se põe de lado para indagar o “porquê” da vida. Sem uma resposta adequada ao “por quê?”, as perguntas que, como e quando são um tanto inexpressivas. Eclesiastes é o primeiro livro da Bíblia a fazer uma pausa e refletir filosoficamente no significado da própria vida

Esboço de Eclesiastes

TEMA: Futilidade de Procurar o Significado da Vida sem

Deus

(Corolário: A Felicidade da Vida com Deus)

I FUTIUDADE DE PROCURAR SIGNIFICADO DA VIDA SEM D E U S ...1—6 (Teste do Naturalismo)

A. Futilidade da Mera Sabedona N atu ral... 1

B. Futilidade do Prazer e do L u c r o ...2

C. Futilidade do Desprezo à E ternidade... 3

D. Futilidade da Extrema Labuta e do Sttcesso...4

E . Futilidade da Religião Vazia e das Riquezas ... 5

F. Futilidade das Meras Realizações Terrenas ... 6

II FELICIDADE DE ACHAR SIGNIFICADO DA VIDA COM DEUS ...*7— 12 (Descanso do Supernaturalismo) A. Valor da Formação de Bom Caráter ...7

B. Responsabilidade do Bom Cidadão ...8

C. Necessidade de Considerar a Vida em Função da Morte ... 9

D. Necessidade de Sabedoria ... 10

E . Necessidade de Semear Sabiamente para Colheita Vindoura... 11

à luz das aparentes futilidades defrontadas por todos. Deus con­ templou Salomão com uma especial sabedoria divina para essa tarefa.

2. NATURALISMO REJEITADO. Nenhum outro livro da Bíblia é