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07 CAPÍTULO Gestão da

No documento Conasems Brasília 2021 (páginas 188-192)

Informação

no SUS

A

pandemia é um portal”. Nas palavras do acadêmico Arundhati Roy, a pandemia covid-19 abriu um portal, para repensar tudo: a forma como viver, trabalhar, produzir co- nhecimento científico, prestar cuidados de saúde e relacionar se com outras pessoas...”.

Os Secretários Municipais de saúde encon- tram-se em reunião da Comissão Intergestores Regional (CIR) na qual foram debatidas questões relativas a continuidade de ações iniciadas no ano anterior. Todos reconheceram que muitas soluções inovadoras foram implantadas durante a pandemia do covid-19. Algumas foram selecio- nadas e premiadas na “Mostra Virtual Brasil, aqui tem SUS”, promovida pelo CONASEMS. Outras, igualmente relevantes como a plataforma de co-

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municação ZOOM e acordos com Universidades e coletivos de empresas foram disponibilizadas. A inovação, atualmente denominada como “saú- de digital” é bem vinda e todos consideram a sua integração permanente, porém tal propósito requer investimento, esforço e atenção. Considerando a chegada de novos gestores, por vezes iniciantes na gestão municipal do SUS, o acesso às inovações no campo da informação precisa ser orientado. A suspensão da transferência de recursos financeiros, em decorrência de problemas com o envio de dados ao Ministério da Saúde, também foi iden- tificada como tema relevante para a agenda dos gestores.

Saúde Digital: uso de recursos de Tecnologia de Informação e Comunicação (TIC) para produzir e disponibilizar informações confiáveis, sobre o estado de saúde do cidadão ou de uma população, no momento oportuno.

No âmbito do SUS, a saúde digital já foi designada como e-Saúde e seus produtos foram apresentados em plataformas designadas por “Meu eSUS” ou DigiSUS, atualmente nominada “ConecteSUS”.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) avalia que a ampliação do uso de soluções digitais pode revolucionar e acelerar a forma como as pessoas em todo o mundo alcançam padrões mais elevados de saúde, por ampliar o acesso a serviços de promoção e proteção à saúde e bem-estar.

Os gestores reconheceram que a inovação da saúde digital potencializa ações paraampliação do acesso, devendo ser foco de atenção na gestão que se inicia, mas a suspensão de recursos agrava as dificuldades financeiras, impacta na eficácia do SUS, podendo comprometer a segurança do pacien- te. Olga ponderou que a não alimentação das bases de dados nacionais de- termina a suspensão da transferência de recursos, por parte do Ministério da Saúde, e, afeta a execução das ações planejadas para o território. E ainda, que a incorporação da saúde digital, com as experiências exitosas duran- te a pandemia do covid-19, deve potencializar a organização da Rede de Atenção à Saúde e a vigilância à saúde no território da gestão municipal. E nesse cenário, os gestores, presentes na reunião da CIR, elencam a Gestão da Informação como prioridade de ação contínua na gestão que se inicia.

A seguir, Olga relembra a situação vivenciada no início de sua gestão anterior quando iniciou a implementação da Gestão da Informação. Em- bora bem sucedida, reconhece que deve ser revista, face às recentes ino- vações que se mostram disruptivas no processo de Atenção à Saúde. Para tanto, Olga recomenda explorar melhor as possibilidades atuais, conhecer a regulação existente, debater com a equipe e definir estratégias seguidas de monitoramento da execução.

Gestão da Informação é um processo de trabalho com vistas a obter dados e informações confiáveis, a tempo de cumprir as obrigações estabelecidas e melhorar a tomada de decisão. Esse processo aborda atividades relacionadas ao ciclo de vida da informação.

• Dado é um conteúdo isolado, com conceito vinculado à finalidade, constituído por um código numérico, símbolo ou termo.

• Informação é o valor atribuído ao dado em determinado contexto. O valor pode ser atribuído via processamento de dados e o contexto pode contemplar conhecimento gerado anteriormente.

• Ciclo de vida da informação pode ser representado pelas fases de coleta, tratamento e uso.

Na mesma reunião da CIR, Olga alertou os gestores sobre a necessidade de fomentarem, junto às equipes das SMS, a completude dos cadastros do território e a capacitação dos profissionais quanto à coleta e qualidade dos dados. O ritmo de inovação tecnológica dos dias atuais, permite uma ininterrupta coleta de dados, gerando conglomerados de bases de dados e agilizando a geração e acesso a novos conhecimentos. Neste momento, José Carlos, Secretário Municipal de Freire, pergunta se aTelessaúde pode ser considerada uma inovação disruptiva e declara que gostaria de saber mais sobre o contexto atual da vigilância à saúde.

• Inovação disruptiva é o fenômeno pelo qual uma inovação transforma um setor existente ao introduzir simplicidade, conveniência e

acessibilidade, substituindo totalmente o anterior e tornando produtos disponíveis a uma população muito maior.

Telessaúde é uma modalidade de uso das tecnologias de informação, em especial de recursos interativos, para atividades de saúde à distância. Tal recurso permite implantar serviços até então inexistentes, aumentar o aces- so, reorganizar a atenção à saúde e reduzir custos, desde que amparado por requisitos de segurança da informação e de normatização específica. No Brasil, a telessaúde ganhou espaço durante a pandemia. Em cenários, cada vez mais informatizados e conectados, o cidadão, o profissional de saúde e o gestor se deparam com constantes revisões dos processos de interação, do registro eletrônico no atendimento presencial e na telessaúde.

O gestor municipal conta com o Programa Telessaúde, através dos Núcleos do Programa Nacional Telessaúde Brasil Redes, oferece recursos aos profissionais para melhorar a qualidade da atenção básica no SUS. José Carlos, secretário do município de Freire, ao fim da reunião da CIR, declarou que em breve teria reunião específica com Vitória, Apoiadora do COSEMS presente na reunião. Buscaria maiores esclarecimentos, e convidaria dois profissionais de sua equipe para participar da conversa com a Vitória, a fim de ajuda-lo posteriormente a expor os conhecimentos adquiridos para a sua equipe e definir estratégias para viabilizar a Gestão da Informação.

Vitória, ao se reunir com José Carlos, esclarece que as informações de saúde do município, em grande parte, originam-se no contato assistencial. E, nesse sentido, recomenda uma conversa com os técnicos do município de Vila SUS: a coordenadora da Atenção Básica (Valéria), com o Eduardo, que responde pela coordenação da Vigilância em Saúde, Fernanda, que res- ponde pela Assistência Farmacêutica, e com Simone, Diretora do Hospital Municipal, visando a conhecer o processo de registros de atendimentos nes- sas áreas e avaliar a pertinência de incorporar as experiências implantadas durante a pandemia do covid-19.

A Vitória aproveita o interesse de José Carlos pelo tema, e presença de dois profissionais de saúde, uma enfermeira e um técnico de informática, para dis- correr sobre a necessidade do correto registro dos dados e uso do prontuário eletrônico. Por fim, orientou que procurassem a Valéria para conhecerem um pouco mais sobre o assunto.

No decorrer da semana José Carlos conseguiu marcar uma conversa com Valéria, conforme recomendação da Vitória. Juntamente com um profis- sional de saúde e o técnico de informática, buscou com a Valéria subsídios para orientar todos os profissionais de saúde sobre o tema.

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No documento Conasems Brasília 2021 (páginas 188-192)