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Padrões e características dos sistemas de informação a serem observados pelo Gestor

No documento Conasems Brasília 2021 (páginas 193-196)

Conteúdo e estrutura – o conjunto de dados a serem coletados e sobretudo, as regras de processamento compatíveis com as ações de saúde pactuadas e compões o modelo de informação do sistema de informação.

Terminologia – o conjunto de termos que identificam as

características do evento, e essencial para a interoperabilidade entre sistemas de informação .

Segurança e Privacidade – conjunto de requisitos para assegurar a proteção dos dados, em acordo à legislação vigente no país.

Comunicação – que estabelece os meios e os métodos de comunicação a fim de garantir a transmissão dos dados para diferentes sistemas (interoperabilidade do sistema) e o cumprimento das obrigações de envio dos dados ao Ministério da Saúde.

Disseminação dos dados – conjunto de rotinas visando acesso aos dados coletados e produtos que subsidiam as atividades de continuidade do cuidado e de gestão do SUS.

No decorrer da conversa,José Carlos comenta que escutou de colegas que as informações de saúde do cidadão atendido no SUS e fora do SUS, por plano de saúde suplementar ou por financiamento particular, estarem disponíveis aos profissionais de saúde em qualquer ponto de atenção do território nacional. Pontua que não entende como isso seria possível. Valéria esclarece que este processo é possível, com estrutura adequada para conectividade entre os serviços de saúde, como computadores, im- pressoras e outros dispositivos, padrões de comunicação e adoção de um conjunto mínimo de dados em modelos de informações que garantam a interoperabilidade. Esse conjunto de componentes viabiliza a imple- mentação do Registro Eletrônico de Saúde (RES), acessado em todo o território nacional, via RNDS.

Registro Eletrônico de Saúde (RES). Repositório de informações processáveis sobre o cuidado em saúde do indivíduo, armazenadas e transmitidas de forma segura e acessível por múltiplos usuários autorizados.

Interoperabilidade - capacidade de transferir e utilizar

informações de maneira uniforme e eficiente entre vários sistemas de informação.

Na sequência da conversa com Valéria, e considerando o entendimen- to que o PEC deve ser o ponto central de registros de todas as ações da atenção básica, o secretário José Carlos agendou reunião com Eduardo e Fernanda para tratar dos dados de Vigilância em Saúde e Assistência Farmacêutica,respectivamente. Eduardo contextualizou que a Vigilância em Saúde ocorre a partir da Atenção Básica, embora conte com sistemas distintos para o registro de eventos específicos dentre os quais: nascidos

vivos e óbitos, além dos casos de notificação compulsória. Eduardo fina- lizou relatando a José Carlos que o conjunto de sistemas de informação são as fontes para conhecer a movimentação do perfil etário da população e traçar o perfil epidemiológico do território, em fomento às ações de vigilância à saúde.

O conjunto de sistemas de informação do SUS e suas instruções opera- cionais são disponibilizados no site do Ministério da Saúde, e orientações complementares podem ser obtidas em “Orientações Técnicas” disponibi- lizadas em www.conasems.org.br

Já Fernanda, por sua vez, destacou a necessidade de qualificar os dados da assistência farmacêutica, dispensação e estoque de medicamentos, que alimentam a Base Nacional de Dados da Assistência Farmacêutica (BNA- FAR). Destacou que os dados da BNAFAR são analisados no programa QUA- LIFAR, sendo que o não envio desses dados é um dos motivos de suspen- são da transferência de recursos para município, comentada na reunião da CIR. Fernanda pondera a José Carlos que mesmo com o seu município não fazendo parte do programa QUALIFAR é obrigatório realizar o envio das informações à BNAFAR e assim, qualificar suas informações para o plane- jamento da assistência farmacêutica (ver capítulo 6 – Gestão da Assistência Farmacêutica no município).

Ambos os profissionais concordaram que com a inovação tecnológica em curso, parte dos diversos sistemas em operação, devem migrar para o PEC e reconhecem esse movimento com os registros do Programa Nacional de Imunização (PNI). Atualmente, o PEC contempla os registros das imu- nizações do calendário nacional. Porém, destacaram que as especificidades que não tratam do atendimento individual não serão tratadas no PEC. De pronto, identificação todos os registros referentes ao controle logístico, compra e distribuição, de imunização e de medicamentos, dentre outros.

O secretário José Carlos, diante da perspectiva futura apontada por Va- léria e as questões pontuadas por Eduardo e Fernanda, teve a certeza de que deveriam avaliar o estágio atual e traçar linhas de atuação para inserir o município de Freire na era da Saúde Digital. A princípio, identificava que o engajamento dos profissionais e dos usuários SUS deveria ser levado em consideração no processo de mudança de paradigma já em andamento.

À medida que refletia sobre as possibilidades, José Carlos avaliava estar à frente de um desafio maior, considerando que, as demandas e atendi- mentos no SUS envolvem serviços de saúde de diferentes complexidades e, por vezes,fora do município. Com essas questões em mente, considerou fundamental avaliar como os registros dos atendimentos hospitalares se integram à RNDS. Também fez uma reflexão importante sobre o modelo de produção das informações. O modelo que determina a estrutura, o modo de funcionamento, regras de negócio para a finalidade de controle e o modelo da coordenação do cuidado em saúde pela AB.

Já Simone esclareceu que o hospital envia os dados ao Ministério da Saúde, pelos sistemas regulares de informação ambulatorial e hospitalar. Porém, não atende todos os pacientes do município de Freire. Assim sendo,

é necessário buscar esclarecimentos com Jorge, coordenador pela SES da Região Vale Feliz que, junto com o município, opera a regulação da assis- tência hospitalar.

José Carlos, então acompanhado pelo responsável pela regulação da atenção à saúde na SMS de Freire, em conversa com Jorge, obteve informa- ções sobre o registros da assistência hospitalar e que mesmos os hospitais que possuem sistemas próprios enviam os dados no mesmo formato para o Ministério da Saúde, tornando possível identificar a procedência do pa- ciente. Neste contexto, destacou a importância do Cadastro Nacional do Cidadão (CNS) e do Cadastro Nacional de Estabelecimento de Saúde (CNES), por serem as fontes estruturantes dos sistemas de informação do SUS. As identificações dos usuários e do estabelecimento de saúde, jun- tamente com os registros da Atenção à Saúde são insumos essenciais à organização da Rede de Atenção à Saúde (RAS). Os dados enviados pelos gestores ao Ministério da Saúde alimentam a RNDS, organizada em bases estaduais e disponibilizados ao cidadão, profissionais e gestores, via Co- necte SUS. Jorge ainda reitera que a Secretaria de Estado da Saúde também deve organizar-se e integrar-se a gestão da informação do conjunto de mu- nicípios da região de saúde para qualificar seu âmbito de gestão do SUS.

Com as informações passadas pelo coordenador regional da SES, José Carlos compreendeu melhor a importância da gestão da informação como estratégia para qualificar a sua ação como gestor municipal do SUS.

Mas compreendendo que coletar corretamente e preencher todos requi- sitos dos atuais SIS não vai proporcionar ter as informações para o cuidado, José Carlos, reconhecendo ser necessário saber mais sobre os sistemas de informação operados no SUS e de dados externos ao SUS, mas de interesse para a gestão da atenção à saúde do território, volta a conversar com apoia- dora Vitória, que esclareceu as seguintes questões:

Como acessar os dados de eventos assistenciais de

No documento Conasems Brasília 2021 (páginas 193-196)