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Componentes da AF, financiamento compartilhado e atribuições Tripartite

No documento Conasems Brasília 2021 (páginas 167-171)

A Portaria Nº 1.555 de 30 de julho de 2013, publicada no DOU nº 146 de 31/08/20132, define as responsabilidades e o financiamento da gestão do Componente Básico da Assistência Farmacêutica, constantes dos Anexos I da RENAME vigente e de responsabilidade da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios;

A Portaria Nº 3.193 de 9 de dezembro de 2019, publicada no DOU nº 238 de 10/12/2019 alterou o artigo 537 da Portaria de Consolidação Nº 6, de 28 de setembro de 2017 para dispor da aplicação pela União, Estados, Distrito Federal e Municípios, no mínimo, dos seguintes valores de seus orçamentos próprios:

União: Os valores a serem repassados para financiar a aquisição dos me- dicamentos e insumos do CBAF constantes dos anexos I e IV da RENAME vigente no SUS serão definidos com base no Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM) conforme classificação dos municípios nos seguintes grupos:

• IDHM muito baixo: R$ 6,05 (seis reais e cinco centavos) por habitante/ano

• IDHM baixo: R$ 6,00 (seis reais) por habitante/ano;

• IDHM médio: R$ 5,95 (cinco reais e noventa e cinco centavos) por habitante/ano;

• IDHM alto: R$ 5,90 (cinco reais e noventa centavos) por habitante/ano;

• IDHM muito alto: R$ 5,85 (cinco reais e oitenta e cinco centavos) por habitante/ano.

Estados e Municípios: no mínimo R$ 2,36 por habitante/ano cada ente, incluído neste valor a aquisição de insumos para os usuários insulino- dependentes estabelecidos na Portaria nº 2.583/GM/MS (10/10/20073) constantes no anexo IV da RENAME vigente;

Distrito Federal: aplicar no mínimo o somatório dos valores definidos para os estados e municípios na mesma perspectiva de atendimento destes. O repasse dos recursos financeiros para os municípios, oriundos do orça- mento do MS para a aquisição dos medicamentos do componente básico, é viabilizado por meio de parcelas mensais correspondentes a 1/12 do valor anual. Importante destacar, que nada impede que as CIB estaduais pactuem valores acima daqueles pactuados na CIT, e citados no box.

Além de programas específicos de qualificação da AF (como p. ex. QUA- LIFARSUS) e dos programas voltados para requalificação das UBS, as Secre- tarias Municipais de Saúde poderão, anualmente, utilizar um percentual de até 15% (quinze por cento) da soma dos valores dos recursos financeiros estaduais e municipais, para atividades destinadas à adequação de espaço físico das farmácias do SUS nos municípios, à aquisição de equipamentos e mobiliário destinados ao suporte das ações de Assistência Farmacêutica, e à realização de atividades vinculadas à educação voltada à qualificação dos recursos humanos da Assistência Farmacêutica na Atenção Básica à Saúde.

Karla, lembra das preocupações do secretário João Pedro quanto as ve- dações legais sobre o uso de recursos, e ao ver na apresentação de Fernanda que a Lei veda o uso dos recursos do componente básico para aquisição de medicamentos dos componentes especializado e estratégico, buscou in- formações sobre o abastecimento de outros medicamentos como p. ex. as insulinas, os medicamentos para doenças transmissíveis, os medicamentos do componente especializado, os medicamentos fitoterápicos e ainda os homeopáticos.

O MS é responsável pelo financiamento e a aquisição da insulina NPH 100 UI/ml e da insulina humana regular 100UI/ml, estas insulinas são ad- quiridas e distribuídas na forma de Frascos ou na forma com o sistema de aplicação em caneta para aplicação de insulina incluindo a agulha para a caneta. O MS também é responsável pela sua distribuição até aos almoxa- rifados e Centrais de Abastecimento Farmacêutico Estaduais, competindo a estas SES a distribuição destas 2 insulinas aos municípios. Da mesma maneira cabe ao MS o financiamento e a aquisição dos medicamentos contraceptivos e insumos do Programa Saúde da Mulher (Anexo I e IV 3 PORTARIA Nº 2583, DE 10 DE OUTUBRO DE 2007 - Define elenco de medicamentos e insumos dispo- nibilizados pelo Sistema Único de Saúde, nos termos da Lei nº 11.347, de 2006, aos usuários portadores de diabetes mellitus, regulamentada pela Portaria de consolidação nº 5, de 28 de setembro de 2017: Consolidação das normas sobre as ações e os serviços de saúde do Sistema Único de Saúde.

da RENAME), variando a sua responsabilidade em relação à distribuição deste. Para os municípios com população acima de 500.000 habitantes o MS entregará diretamente, aos demais municípios as entregas deverão ser realizadas pela SES após recebê-los do Órgão federal.

Karla informa a todos na oficina que o secretário alertou sobre essas con- dições e pede atenção na relação com a SES, e os demais municípios, pois são nesses níveis de gestão do SUS, que se localizam a responsabilidade pela seleção, programação, aquisição, armazenamento, controle de estoque e pra- zos de validade, distribuição e dispensação dos medicamentos e insumos do Componente Básico da Assistência Farmacêutica, constantes dos Anexos I e IV da RENAME vigente, conforme pactuação nas respectivas CIB, incluindo:

I. Plantas medicinais, drogas vegetais e derivados vegetais para manipulação das preparações dos fitoterápicos da RENAME em Farmácias Vivas e farmácias de manipulação do SUS.

II. Matrizes homeopáticas e tinturas-mães conforme Farmacopeia Homeopática Brasileira 3ª ed., para as preparações homeopáticas em farmácias de manipulação do SUS.

III. A aquisição dos medicamentos sulfato ferroso e ácido fólico do Programa Nacional de Suplementação de Ferro.

Sabendo da realização da oficina o Secretário João Pedro solicitou um momento para apresentar Vitória apoiadora regional que estava em visita técnica em Aurora, e pediu que a mesma comentasse sobre experiên- cias exitosas na AF tanto nacionais quanto na região. A apoiadora pediu que todos pudessem acessar as experiências da “Mostra: Brasil aqui tem SUS” (trabalhos selecionados com a colaboração da REDE CONASEMS / COSEMS, apresentadas durante os Congressos anuais do CONASEMS e disponibilizadas em sua página: http://www.conasems.org.br/institu-

cional/brasil-aqui-tem-sus/ ) e o banco de experiências no COSEMS, e

falou que alguns municípios conseguiram reduzir custos e aumentar a adesão ao tratamento medicamentoso, implementando os medicamen- tos fitoterápicos e homeopáticos, e que esta seria uma boa experiência para Aurora disponibilizar aos seus munícipes na sua atenção básica.

Durante essa fala de Vitória, surgiu uma pergunta sobre a qualidade des- tes medicamentos, e a farmacêutica Karla interveio respondendo que os me- dicamentos fitoterápicos, assim como todos os medicamentos, são caracteri- zados pelo conhecimento da eficácia e dos riscos de seu uso, assim como pela reprodutibilidade e constância de sua qualidade. A eficácia e a segurança são validadas através de levantamentos etnofarmacológicos, de utilização, documentações tecno científicas em bibliografia e/ou publicações indexa- das e/ou estudos farmacológicos e toxicológicos pré-clínicos e clínicos. A qualidade deve ser alcançada mediante o controle das matérias-primas, do produto acabado, materiais de embalagem e estudos de estabilidade.

Fernanda complementou que o Ministério da Saúde disciplinou o uso des- tes medicamentos por meio da Política e do Programa Nacional de Plantas Me-

dicinais e Fitoterápicos, que têm como objetivos propor a ampliação das opções terapêuticas e melhoria da atenção à saúde aos usuários do Sistema Único de Saúde (SUS), garantir à população brasileira o acesso seguro e o uso racional de plantas medicinais e fitoterápicos, promovendo o uso sustentável da bio- diversidade, o desenvolvimento da cadeia produtiva e da indústria nacional. Além destas questões, os fitoterápicos e os medicamentos homeopáticos fazem parte do componente básico da assistência farmacêutica que compõe a Relação Nacional de Medicamentos Essenciais (RENAME), e os recursos para o financiamento de medicamentos e insumos, inclusive fitoterápicos, são de responsabilidade tripartite – União, Estados e Municípios, devendo ser aplicados conforme o art. 537 da Portaria de Consolidação GM/MS nº 6/2017.

Outra forma de financiamento, especificamente para assistência farma- cêutica em plantas medicinais e fitoterápicos, é por meio de edital publicado pela Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos – SCTIE/MS. A apoiadora Vitória, do COSEMS, reforçou a todos para alimentar a BNAFAR, justificando que é a consolidação dos dados nacionais de posição de estoque, entradas, saídas, avaliações e dispensações realizadas pelos es- tabelecimentos de saúde dos Municípios, Estados e Distrito Federal para os medicamentos padronizados na RENAME, e do Programa Farmácia Popular do Brasil. Instituída em 24/10/2017, ela contém os dados dos Componentes Básico, Especializado e Estratégico da Assistência Farmacêutica4. A BNA- FAR é constituída por dados do Sistema Nacional de Gestão da Assistência Farmacêutica (Hórus), serviço de envio de dados (web service) e Sistema Autorizador do Programa Farmácia Popular.

O Secretário João Pedro se despede junto com Vitória da Oficina, e ratifica a necessidade de definir uma Política Municipal de Assistência Farmacêutica para Aurora e solicitou a sua equipe apresentar as diretrizes e os objetivos estruturais, as estratégias, o financiamento, os critérios mínimos de organização e de estru- turação de serviços na esfera municipal.

Antes de responder às questões colocadas logo acima, tornou-se impor- tante para a equipe de Aurora tomar conhecimento dos outros componen- tes da AF, que apesar de suas compras não serem de sua responsabilidade, os usuários deverão ter acesso a eles quando da necessidade.

4 A BNAFAR foi instituída pela Portaria nº 271/2013, posteriormente pela nº 957/2016/GM/MS e com- plementada pela Portaria nº 938/2017/GM/MS, sendo hoje regulamentada pela Portaria de Consolidação nº 1/MS, de 28/09/2017.

Componentes de financiamento para a Assistência

No documento Conasems Brasília 2021 (páginas 167-171)