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Os três principais instrumentos do planejamento orçamentário são:

No documento Conasems Brasília 2021 (páginas 79-82)

»Plano Plurianual (PPA)

»Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) »Lei Orçamentária Anual (LOA)

O

Plano Plurianual (PPA) é um instrumento da admi-

nistração e do planejamento públicos cujo conteúdo é a progra- mação do governo, para quatro anos, de suas diretrizes, obje- tivos e metas, descrevendo os programas e ações que resultarão em bens e serviços para a população. Seu período de vigência é semelhante ao PMS, ou seja, do segundo ano do governo vigen- te ao primeiro ano do governo sucessor. Desta forma, o au- mento de despesa decorrente de expansão ou criação de novas ações e serviços deve estar previsto no PPA. Este deve estar em coerência em relação ao PMS e às leis orçamentárias. Seu prazo de encaminhamento ao legislativo é quatro meses antes de se encerrar o primeiro exercício financeiro - 31 de agosto. A

Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO)

é outro ins- trumento da administração pública, responsável por mediar a PPA e a LOA, definindo diretrizes e metas prioritárias – contidos no PPA – relacionando-as à viabilidade orçamentária subsequente ao exercício. Portanto, a LDO deve conter as metas e objetivos priori- tários; orientações para a elaboração da LOA; quaisquer alterações nas leis tributárias e na política de pessoal e a fixação de limites orçamentários para os poderes.

PPA

A LDO, em decorrência da Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF)9, também deve conter aspectos do equilíbrio entre receita e despe- sas; dos critérios e limites para empenho; das normas de avalia- ção e controle dos recursos de programas atrelados ao orçamen- to; das condições para transferências de recursos a instituições públicas ou privadas, da caracterização das metas fiscais e dos riscos fiscais. A LDO deve ser objeto de audiência pública dos Poderes Executivos e Legislativos. Seu prazo para encaminha- mento à Câmara de Vereadores é de oito meses e meio antes do encerramento do exercício financeiro – 15 de abril.

A

Lei Orçamentária Anual (LOA)

é o instrumento da gestão pública que descreve as ações a serem realizadas pelo go- verno, define as receitas e autoriza os gastos para a execução, devendo ser compatível ao PPA e à LDO.

O Orçamento deve ter como um de seus objetivos a redução de desigual- dades sociais, devendo ser destinado à melhoria da distribuição de renda; à universalização dos serviços públicos; à correção de imperfeições do mer- cado ou dos efeitos negativos deste; à manutenção da estabilidade social e econômica; ao fomento do crescimento econômico10.

Desta forma, o conteúdo da LOA refere-se à apresentação das receitas e das despesas planejadas. O projeto de Lei deve ser enviado à Câmara de Vereadores até quatro meses antes do final do exercício financeiro (31 de agosto). O monitoramento da execução orçamentária é realizado quadri- mestralmente (maio/setembro/fevereiro) cabendo à Câmara a avaliação das metas fiscais e o CMS, dentro de sua atribuição, avalia a execução orçamen- tária e financeira da saúde10.

Olga acompanhou o debate sobre planejamento do SUS na MRS com a participação de todos os gestores sobre os instrumentos de planejamento do SUS e do governo. Ao longo da conversa também discorreu sobre sua experiência em Vila SUS. Lembrou da importância do PMS ser elaborado e aprovado por um CMS em funcionamento, assim como orienta a LC 141/12. V: o planejamento no SUS é dinâmico e permanente, obedecendo um pro- cesso ascendente. Os Planos municipais, regionais, estaduais e nacional devem ser integrados de forma a dar unicidade no planejamento do SUS e do próprio SUS.

9 Para saber mais sobre a LRF, consultar: Senado Federal. Lei de responsabilidade fiscal. Brasília, Senado Federal, Coordenação de edições técnicas, 2017. Disponível em: <http://www2.senado.leg.br/ bdsf/bitstream/handle/id/530796/LRF_1ed.pdf > Acesso em: 25/02/2021.

10 CNM. Confederação Nacional de Municípios. Planejamento Municipal. Brasília, CNM, 2013. Disponível em: < http://www.cnm.org.br/biblioteca/exibe/954> Acesso em:25/02/2021.

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O: E outra coisa importante é o Fundo Municipal de Saúde ativo e fun- cionando!

V: Júlia voce ja ouviu falar sobre o DigiSUS?

J: Nossa, mais uma coisa que preciso conhecer. Logo, Vitória se encarrega em explicar:

O Sistema DigiSUS Gestor Módulo Planejamento (DGMP) faz parte da estratégia e-Saúde e foi regulamentado pela Portaria GM/MS no 750, de 29 de abril de 2019. Este Sistema foi desenvolvido a partir das normativas do planejamento em saúde do SUS, com respeito ao ciclo de planejamento, tendo como objetivo buscar o aperfeiçoamento da gestão em saúde, facilitar o acompanhamento das políticas de saúde, aprimorar o uso dos recursos públicos, apoiar aos gestores na elaboração dos instrumentos de planeja- mento em saúde, e dar transparência das políticas de saúde e do uso dos recursos públicos em saúde. Deve ser obrigatoriamente utilizado pelos esta- dos, Distrito Federal e municípios, para registrar as informações e anexar os documentos relativos: ao Plano de Saúde; à Programação Anual de Saúde; e, também, para elaborar os Relatórios Detalhados do Quadrimestre An- terior - RDQA; e Relatório Anual de Gestão - RAG. Além disso, por meio do Sistema é realizado o envio ao Conselho de Saúde, para inclusão da análise e do parecer conclusivo pelo Conselho, contemplando o fluxo ascendente de que dispõem as resoluções da Comissão Intergestores Tripartite - CIT; do RDQA, para inclusão da análise pelo Conselho, nos termos do art. 41 da Lei Complementar nº 141, de 13 de janeiro de 2012; e do RAG, para inclusão da análise e do parecer conclusivo pelo Conselho, nos termos do § 1º do art. 36 da Lei Complementar nº 141, de 2012.

J: Nossa, quanta coisa! Será que eu vou dar conta de tudo isso?!

V: Vai sim Júlia! E eu e o COSEMS estamos aqui para apoiá-la! Você e sua equipe produzirão nos próximos meses o PMS, a PAS, o RAG e o RDQA de Céu Azul. A PAS deve estar coerente com o PMS. Isto contribuirá no pla- nejamento orçamentário de seu município. E no ano que vem novamente uma PAS, um RAG e 3 RDQA. Estes instrumentos devem fazer parte do seu cotidiano, apoiando sua gestão!

Atenção Secretário veja indicação de passo-a-passo ao final deste capítulo. O: Puxa, podíamos conversar sobre isto Vitória! Tenho reconhecido que em Vila-SUS estamos tendo dificuldade de fazer uso destes instrumentos no co- tidiano da gestão. Consegui produzi-los, mas não os vejo plenamente inte- grados ao cotidiano da gestão! Sinto a necessidade de organizar um processo de monitoramento e avaliação contínuo na gestão, que nos subsidie tomadas de decisões! Será que alguém dá conta de operacionalizar isso?!

V: Por que não conversamos amanhã sobre isso? Podemos chamar o João Pe- dro para esta conversa. Acho que a experiência de gestão em Freire pode lhe dar boas pistas para alcançar isto! Júlia, você deveria participar também. Acho que a experiência destes dois pode te ajudar a pensar este seu início de gestão!

No documento Conasems Brasília 2021 (páginas 79-82)