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Dispensação e entrega de medicamentos

No documento Conasems Brasília 2021 (páginas 175-178)

A dispensação, segundo o Conselho Federal de Farmácia é reconhecido como um serviço que tem como objetivo garantir a segurança d o paciente, o acesso e a utilização adequados do medicamento (CFF, 2001e 2016), envolvendo a análise dos aspectos técnicos e legais do receituário, a realização de intervenções, o fornecimento dos produtos prescritos para a saúde ao paciente ou ao cuidador, a orientação sobre o uso adequado e seguro, seus benefícios, conservação e descarte. Em outras palavras, acontece dispensação quando, de forma geral, entrega -se o medicamento e todas as informações que o usuário precisa para utilizar corretamente o produto, avaliando-se ainda a necessidade, efetividade, segurança e conveniência do tratamento.

A farmacêutica ressalta que a dispensação é um ato privativo do farma- cêutico que possui a formação adequada para realizar e se responsabilizar por executá-lo. É um serviço que demanda competências em diversas áreas como: farmacologia, farmacologia clínica (farmacoterapia), fisiologia, pa- tologia, bioquímica básica e clínica, hematologia, deontologia legislação, farmacêutica, farmácia clínica e assistência farmacêutica, semiologia, far- macoepidemiologia, saúde baseada em evidências, comunicação interpes- soal, dentre tantas outras.

O profissional farmacêutico se situa entre a prescrição e a administração do medicamento, o que lhe garante uma posição de destaque para a promoção do uso racional. Portanto, nesse serviço o usuário deve ser atendido de maneira individualizada e com foco nas suas necessidades relacionadas ao uso adequa- do do medicamento, compreendendo a adesão e a identificação de situações que requeiram outros cuidados (Angonsi e Reno 2011; correr etal 2011).

tificar, corrigir ou reduzir possíveis erros associados à farmacoterapia antes que o usuário inicie o uso do medicamento, assim como a possibilidade de identificar a necessidade de referenciá-lo a outros profissionais ou serviços de saúde; além disso, é o momento de complementar esclarecimentos em relação as orientações médicas, informar sobre os cuidados na administra- ção do medicamento e incentivar a adoção de medidas não farmacológicas que facilitem o alcance das metas terapêuticas (Oenning et al, 2011).

De acordo com a Lei n. º13021/ 2014, farmácias são estabelecimentos de saúde destinados a prestar assistência farmacêutica, assistência à saúde e orientação sanitária individual e coletiva (Brasil, 2014), o que implica na oferta do cuidado e não apenas no simples fornecimento de medicamento e deve ocorrer tanto em farmácias públicas como naquelas do setor privado.

Enquanto serviço clínico estruturado, a dispensação deve ser realizada de forma sistematizada para a garantia da qualidade no processo de cui- dado, não sendo, portanto, uma atividade para se executar sem a devida orientação de quem coordena o cuidado. Contudo, sozinho o farmacêutico não consegue prestar toda a assistência necessária para promover o êxito no uso do medicamento e o nível de informação necessária para orientar e avaliar o tratamento medicamentoso varia de um paciente para outro (Cur- so 3 ebook aula 18).

Fernanda destaca um outro serviço de grande importância no âmbito da Atenção Básica e no contexto das farmácias e dispensários: a entrega de me- dicamentos, que é menos complexa e pode ser realizada por profissionais que não possuem curso superior em Farmácia com o objetivo de disponibi- lizar o medicamento ao paciente, fornecer orientações básicas em relação ao seu uso e verificar se há necessidade de que essa pessoa seja avaliada ou orientada pelo farmacêutico (Curso 3 ebook aula 18).

O apoio técnico envolvido no serviço deve estar sob supervisão de far- macêutico (ou da equipe de saúde, no caso de dispensários), que tem a res- ponsabilidade de treinar e capacitar sua equipe visando à qualificação das ações na entrega de medicamentos aos usuários do sistema (Nascimento Jr etal, 2016; ANVISA, 2009). Semelhante à dispensação, na entrega de medi- camentos se deve assegurar que o medicamento seja fornecido ao usuário certo, na dose prescrita, na quantidade adequada e com as informações suficientes para o uso correto (Nascimento Jr etal 2016).

Outro serviço abordado na oficina foi o descarte correto de medicamentos vencidos ou sem uso. Devido aos grandes riscos à saúde humana e ao meio ambiente, o descarte de medicamentos deve ser feito em pontos de coleta espe- cíficos, para serem posteriormente encaminhados à destinação final ambien- talmente correta. O município de Aurora resolveu esta exigência atendendo à obrigatoriedade legal dos gestores em incluir no Plano Municipal de Saúde um Plano de Gerenciamento de Resíduos de Serviços de Saúde, o PGRSS.

Os resíduos mais comuns gerados pelas farmácias são relacionados a medicamentos como avarias ou com prazo de validade vencido, assim como resíduos gerados nos atendimentos clínicos pelo farmacêutico, verificação de glicemia capilar e testes rápidos. As farmácias também devem receber

dos usuários devolução de medicamentos vencidos ou que não estão mais em uso, a fim de realizar o descarte adequado, colaborando com a preser- vação da saúde pública e do meio ambiente (Curso 3 ebook aula 13).

João Pedro, executou seu Plano de Gerenciamento baseada na Políti- ca Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), Lei nº 12.305/2010, que prevê a chamada “logística reversa”, cabendo às farmácias e drogarias como pos- tos de coletas, aceitando medicamentos vencidos para encaminhá-los ao seu destino final sem risco de contaminação à água, ao solo, aos animais e também à saúde pública. Contou com uma importante comunicação visual junto à população com distribuição de cartazes e folhetos que estampavam a mensagem ilustrativa de orientação à população. A conscientização da população foi feita ainda por meio de programas educativos e campanhas de arrecadação de medicamentos em desuso:

De acordo com a legislação vigente, os estabelecimentos de saúde são responsáveis por elaborar, implantar e monitorar o PGRSS, o qual deve con- templar os resíduos gerados, em consonância com os princípios de biosse- gurança, a fim de prevenir acidentes e riscos à saúde das pessoas e ao meio ambiente. Caso a farmácia fique localizada em uma unidade de saúde, os dados referentes aos resíduos gerados por ela deverão constar do PGRSS geral do estabelecimento (Curso 3 ebook aula 13) .

Agora que você sabe dos riscos que isso pode causar, leve os

medicamentos até um ponto de coleta para o descarte ambientalmente correto. Ache o ponto de entrega mais perto de você na nossa seção de POSTOS DE RECICLAGEM e veja como é fácil fazer o descarte de medicamentos vencidos em drogarias e farmácias.

Os gestores devem estabelecer seu plano de gerenciamento e destinação final de medicamentos vencidos ou em desuso baseados na RDC No 306, de 7 de dezembro de 2004, que dispõe sobre o Regulamento Técnico para o gerenciamento de resíduos de serviços de saúde (RSS) e pela Resolução Nº 358, do M.A. 2005 dispondo sobre o tratamento e à disposição final dos resíduos dos serviços de saúde.

Os medicamentos são classificados como resíduos do grupo B, que en- globa substâncias químicas que podem apresentar risco à saúde pública ou ao meio ambiente, dependendo de suas características de inflamabilidade, corrosividade, reatividade e toxicidade. Vários Estados e Municípios pos- suem legislação própria específica sobre o gerenciamento dos RSS, estabe- lecendo normas para a classificação, segregação, armazenamento, coleta, transporte e disposição final desses resíduos.

A legislação em vigor não é clara e muitas vezes é conflitante, provocan- do dúvidas e impossibilitando a adoção de normas práticas e eficazes. Há a necessidade de a legislação municipal tornar-se eficiente, e mencionar a destinação final adequada para os resíduos líquidos e sólidos. Deve ser direcionada para estabelecimentos de saúde, incluir as responsabilidades da população em geral e praticar uma coleta adequada desses resíduos. A legislação de nada adiantará, se não for aplicada, e já que a contaminação do meio ambiente por resíduos é considerada crime ambiental, há neces- sidade do município estabelecer uma fiscalização adequada e aplicação de penalidades a todos os poluidores.

Serviços Farmacêuticos nos municípios: Atividades

No documento Conasems Brasília 2021 (páginas 175-178)