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Gestão da Assistência

No documento Conasems Brasília 2021 (páginas 157-167)

Farmacêutica

no Município

No momento, a prioridade da equipe tem sido garantir os processos de compra e a distribuição dos medicamentos e insumos com regularidade para manter as unidades abastecidas. Por fim, Karla apresenta alguns indicadores disponíveis da área do último ano.

Após esse breve relato, Secretário, percebe que o atual modelo da AF em Aurora está focado apenas em fornecer medicamentos. O secretário João Pedro argumenta que as ações da Assistência Farmacêutica restritas à provisão do acesso aos medicamentos não dão conta de responder às reais necessidades da atenção integral à saúde e minimizar os riscos causados pelo uso inadequado destes. Na sua visão, é fundamental que as pessoas sejam orientadas sobre a utilização dos medicamentos e a importância do tratamento terapêutico farmacológico. Outra percepção é a AF não estar integrada com os demais serviços da rede municipal de saúde e ainda um processo fragmentado entre as práticas assistenciais, pois nas conversas com os demais coordenadores, em especial da atenção básica e da vigilância em saúde, ambos desconheciam as ações planejadas da AF, quais os serviços farmacêuticos ofertados e os medicamentos disponibilizados no município. A farmacêutica Karla ressaltou que as emergências e as unidades de saúde da atenção básica estão lotadas, e que o número de prescrições de medicamentos aumentou muito, assim como o consumo e os gastos com medicamentos, principalmente com a chegada da pandemia da covid-19. Ela relata que outros fatores já vinham sendo percebidos como determi- nantes nesse aumento como: a transição demográfica e epidemiológica em curso no Brasil, que se caracterizam pelo aumento da população; as trans- formações nas estruturas etárias e perfil de adoecimento; a tripla carga de doenças, com uma predominância das doenças crônicas e ainda elevada prevalência de doenças parasitárias, infecciosas e da morbimortalidade por causas externas. Karla acrescenta que percebe uma baixa adesão aos tratamentos prescritos e a falta de muitos medicamentos, mas argumenta que a falta de estrutura e de recursos humanos e financeiros dificultam o desenvolvimento das atividades.

O secretário João Pedro, compartilha que recebeu reclamações sobre as farmácias lotadas e com filas demoradas, e insatisfação por parte da popu- lação atendida. Na sua visão é urgente que seja reorganizada a Secretária Municipal de Saúde, o que inclui a Coordenação da AF, tanto na perspecti- va da sua organização quanto da estrutura e dos serviços prestados, e isso implica rever os processos de trabalho de todos os serviços para melhor responder essas demandas.

João Pedro resgatou o último plano de saúde do município e as metas definidas para AF, e observou que diante do que conversaram, o que foi planejado, pouco foi alcançado. Adicionalmente, alertou que a covid-19 tem impactado o cotidiano dos municípios brasileiros, e que teve uma experiência muito positiva em Freire, município em que foi gestor re- centemente, onde o mesmo coordenou uma reorganização na assistência farmacêutica, e a partir desta experiência, gostaria de compartilhar este processo em Aurora.

A farmacêutica aproveitou a apresentação pelo secretário, e relatou o desconhecimento deste plano, e que nem ela nem os demais profissionais envolvidos na AF, tiveram oportunidade de participação ou representação no processo de construção do plano, e não sabiam das metas estabelecidas. Karla também ressalta a necessidade de investimentos nas estruturas das farmácias e dispensários.

Diante da reunião com Karla, o secretário João Pedro a convidou para assumir a coordenação da AF em Aurora, e solicitou que Karla apresentasse uma proposta de plano de ação considerando o seguinte:

»Como deve ser feito o planejamento da AF de Aurora mudar esse cenário?

»Como estabelecer procedimentos técnicos-gerenciais e técnico-assistenciais para estruturação e organização dos serviços de AF?

»Quais medicamentos devem ser comprados e quais os critérios devem ser estabelecidos?

»Onde buscar os recursos necessários para execução da compra de medicamentos e para organizar a AF?

»Como organizar ações de promoção do uso racional de medicamentos no município?

»Como articular e integrar os serviços farmacêuticos com os demais serviços de saúde?

»Como considerar a AF na Regionalização e Planejamento Regional Integrado?

»O que será necessário mudar ou ajustar na AF durante a pandemia da covid-19?

»Quais os principais impactos que já houve?

»E quais as lições aprendidas até o momento que podem ser implementadas em Aurora?

Karla aceita o desafio de Coordenar a AF de Aurora e comenta com João Pedro sobre o município de Vila SUS que tem sido na região de Vale Feliz um exem- plo na gestão da AF e que mantem um bom contato com a farmacêutica Fer- nanda responsável pela área. O secretário João Pedro, comenta que conhece a secretária Olga e incentiva Karla a estabelecer esse diálogo permanente e res- salta a importância de articular, na câmara técnica da Comissão Intergestores

Regional (CIR), os demais coordenadores de AF dos municípios da região. Em uma das reuniões da CIR da Região de “Vale Feliz”, João Pedro reali- zou, junto com Olga SMS de Vila SUS, um debate sobre o modelo da atenção básica na região. Dentre vários pontos discutidos, os gestores apontaram que para fortalecer a AB e que seu papel de coordenadora do cuidado e or- denadora da RAS seja efetivado, é fundamental integrar as ações das demais políticas no território das equipes de atenção básica, como as políticas de Vigilância em Saúde e Assistência Farmacêutica.

No debate da AF, foram apresentados o diagnóstico da AF nos municí- pios da região, que havia sido produzido durante o planejamento regional:

• Baixa implementação das Políticas Farmacêuticas nos municípios;

• Desconhecimento por parte de alguns gestores municipais da missão, visão e valores dos serviços farmacêuticos em seus municípios;

• Deficiência nas ações de gestão, planejamento e a programação de AF;

• Desarticulação dos serviços farmacêuticos com os demais serviços de saúde e com as farmácias do componente especializado;

• Elevado gasto financeiro com medicamentos;

• Dificuldade nos processos de aquisição dos medicamentos, com alto índice de fracasso nos certames;

• Baixa informatização na assistência farmacêutica com pouca disponibilização de informações e indicadores;

• Estrutura inadequada nos estabelecimentos (Central de Abastecimento, Unidades de Dispensação, farmácias etc.), tanto estrutural, quanto de equipamentos e mobiliários;

• Ausência do cuidado farmacêutico na atenção básica;

• Recursos humanos insuficientes e baixa capacidade operativa, tanto os profissionais de nível técnico/médio e superior;

• Baixa institucionalização das Comissão de Farmácia e Terapêutica (CFT);

• Relação Municipal de Medicamentos (REMUME) com muita divergência entre os municípios da região;

Ciente da complexidade que envolve o setor de medicamentos no município, Karla buscou conversar com a sua colega farmacêutica Fernanda, responsável

pela AF em Vila SUS, sobre quais foram os passos para a qualificar a gestão da AF na AB. Com as orientações da farmacêutica, inicia o mapeamento das funções dos profissionais e técnicos que estão envolvidos na gestão da AF, para a condução das demandas definidas nas políticas farmacêuticas e nos serviços em seu município. Atenta as orientações do secretário João Pedro, também se aproximou da Coordenação de Atenção Básica em Aurora, principalmente agora, que há necessidade de se adaptar às regulamentações das ações que os muni- cípios devem exercer na AF em função das diretrizes da Política Nacional de Atenção Básica (PNAB). (Brasil. Ministério da Saúde. Portaria nº 2.436, de 21 de setembro de 2017). Uma das prioridades da atual gestão é a defesa da qualificação da Atenção Básica como meta, e já está estabelecido para o novo Plano Municipal de Saúde, que o modelo de saúde adotado assumirá o papel de coordenadora do cuidado integral e ordenadora do sistema de saúde, incluindo a assistência farmacêutica nas ações de planejamento.

As ações de Assistência Farmacêutica devem ser realizadas com base nos princípios estabelecidos no Artigo 198 da Constituição Federal e no Artigo 7º da Lei Orgânica da Saúde, bem como em preceitos inerentes à Assistência Farmacêutica. Além disto, a gestão da AF precisa integrar, de forma articulada, os produtos, os serviços e o fazer coletivo; a disponibi- lização e o uso dos medicamentos, os resultados logísticos, os clínicos e sociais, considerando os seguintes fatores que influenciam sua execução:

• fatores demográficos: envelhecimento da população, população infantil vulnerável, crescimento populacional, mudanças nas características epidemiológicas e distribuição geográfica da população;

• fatores tecnológicos: desenvolvimento de novos equipamentos, medicamentos e insumos, novas técnicas de divulgação de informação e de novos dados sobre esta tecnologia existente, biotecnologia;

• fatores sociológicos e educacionais: expectativa e colaboração dos usuários, abuso e uso incorreto de novas tecnologias, readequação da educação e educação permanente do pessoal de saúde, definição de critérios éticos para a promoção da saúde com a equipe de saúde, com o usuário e com a comunidade, participação da comunidade;

• fatores econômicos: aumento de custos da assistência sanitária; economia nacional e mundial; as insistentes desigualdades sociais, administração eficiente de recursos econômicos;

• fatores políticos: prioridades na aplicação dos recursos direcionados para a saúde, mudanças na política econômica, critérios das instâncias normativas e jurídicas em assuntos sanitários como Políticas de Estado, regulamentação sanitária e fiscal;

• fatores profissionais: diversidade na formação dos profissionais de saúde, relações trabalhistas, falta de padrão nos processos de trabalho de atenção ao usuário;

• fatores de prestação de assistência sanitária: acesso aos serviços, tripla carga de doenças, uso racional de medicamentos, segurança e eficácia de tratamentos, planejamento das ações em saúde, integração de equipes e da rede de serviços (inclusive regionalizada), regulação das relações público-privado;

Após ser nomeada como Coordenadora da Assistência Farmacêutica de Aurora, a farmacêutica Karla realiza uma oficina com todos os profissio- nais que atuam nos serviços farmacêuticos, incluindo as equipes de apoio técnico na CAF, farmácias e dispensários, com o objetivo de preparar a proposta de plano de ação solicitada pelo secretário. Na oficina aborda que o planejamento deve focar na melhoria dos serviços e no trabalho integrado entre os profissionais da rede municipal a fim de se garantir o uso adequado e o acesso da população aos medicamentos.

Um dos desafios apontados durante a oficina é como responder de forma organizada e integrada, às demandas de saúde dos munícipes e garantindo a integralidade do cuidado. O consenso estabelecido no grupo, aponta que é preciso superar a fragmentação das ações e serviços também no campo da AF, avançando conjuntamente na perspectiva da organização das Redes de Atenção à Saúde (RAS), (Ver capítulo 10 - Rede de Atenção à saúde e Organização do cuidado no território).

Os farmacêuticos da Atenção Básica apontaram a importância da apro- ximação com a equipe da Assistência Farmacêutica da Secretaria Estadual de Saúde (SES), uma vez que alguns medicamentos financiados pelo SUS são de responsabilidade da União e outros da SES, no entanto, os usuários buscam o acesso a medicamentos nos municípios e nem sempre a gestão municipal tem as informações necessárias para orientar. Esta aproximação também pode oportunizar o apoio técnico e financeiro, melhorias nas estru- turas, renovação de equipamentos e mobiliários, aprimoramento nos pro- cessos logístico e transporte, além da capacitação dos profissionais da área.

Fernanda recomendou para que Karla e sua equipe façam os cursos oferta- dos pelo Programa de Apoio ao Desenvolvimento Institucional do SUS (Proadi- -SUS), proposto pelo Conasems e oferecido pelo Hospital Alemão Oswaldo Cruz (HAOC) e Ministério da Saúde (MS) e aproveitou e compartilhou os materiais. Karla convida Fernanda para participar da oficina com sua equipe de Au- rora, ministrando temas relacionados a gestão da assistência farmacêutica municipal a partir dos materiais dos cursos.

Fernanda inicia sua apresentação abordando uma nova perspectiva da Assistência Farmacêutica na Rede de Atenção à Saúde, no qual entende-se que deve integrar a rede através de atividades clínicas nos pontos de aten- ção à saúde e como sistema de apoio visando garantir o abastecimento dos medicamentos nas diferentes unidades funcionais por meio das atividades

técnico-gerenciais com a finalidade de disponibilizar o medicamento certo, para o usuário certo, no momento que ele precisa, com suficiência, regu- laridade e qualidade .

Quer acessar o material dos cursos?

Acesse: assistencia-farmaceutica-ab.conasems.org.br

Entende-se que “os serviços farmacêuticos se constituem no conjunto de atividades (tanto de apoio quanto clínicas) e processos de trabalho rela- cionados ao medicamento, protagonizados pelo farmacêutico (em espe- cial nas ações finalísticas), e desenvolvidos no âmbito da atenção em saú- de com vistas a potencializar sua resolubilidade, dirigidas a indivíduos, famílias e comunidade” (E-book HAOC - aula 2 curso 2). Fernanda destaca que o desenvolvimento de serviços farmacêuticos através de atividades técnico-gerenciais de forma articulada e sistêmica é fundamental para que a AF integre a RAS como sistema de apoio, conforme Figura abaixo

Atividades técnico-gerenciais de apoio à Rede de

Atenção à Saúde

Fonte: E-book HAOC (aula 2 curso 2)

A farmacêutica explica que o acesso da população ao medicamento deve ser qualificado a partir de uma escolha terapêutica correta e que conte com argumentos racionais que justifiquem o seu uso, e enfatiza que a terapêutica e o uso racional de medicamentos pressupõem o desenvolvi- mento, de forma integrada e articulada, de todas as atividades técnico-ge- renciais (seleção, programação, aquisição, armazenamento e distribui- ção), além de farmacovigilância e gerenciamento. Outro problema que a gestão da AF terá que resolver, será o de como descartar os medicamentos

Cadeia logística de abastecimento farmacêutico Armazenamento Programação Seleção Aquisição Distribuição

ATIVIDADES

TÉCNICO-GERENCIAIS

DE APOIO À RAS

vencidos ou sem utilização em função da perda de qualidade destes e, ainda, de como os usuários devem ser orientados quanto a esta questão.

Para lidar com esse cenário, Fernanda aponta as seguintes recomendações:

Relacionados à gestão da assistência farmacêutica:

• Constituir uma equipe multiprofissional para a área visando o desenvolvimento das ações da AF, por meio de parâmetros que permitam definir competências e habilidades do profissional para direcioná-lo ao desenvolvimento de atividades ligadas ao seu perfil e garantir quantidade suficiente de farmacêuticos e demais profissionais para suprir os serviços existentes e os que serão implantados e/ou qualificados.

• Incluir nas ações de Educação Permanente do PMS (Ver capítulo 5), processo de capacitação adequadas para o desenvolvimento dos serviços farmacêuticos.

• Executar de forma efetiva os recursos financeiros destinados à Assistência Farmacêutica Básica em sua totalidade.

• Envolver a equipe multiprofissional nos processos de tomadas de decisão e elaboração dos instrumentos de gestão (Ver capítulo 3).

• Desenvolver estratégias para a diminuição das demandas judiciais, com objetivo de prover uma maior aproximação entre os operadores da Justiça e a gestão da saúde (Ver capítulo 9).

• Atualizar o Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde (CNES) no tocante a tipologia dos estabelecimentos relacionados a assistência farmacêutica seja em edificações exclusivas ou aquelas que existem como um ambiente interno em outros estabelecimentos de saúde, especialmente nas unidades básicas de saúde e centros de atenção psicossocial. (ver capítulo 7)

• Implantar o Hórus ou sistemas próprios para o controle das atividades da AF no sentido de melhor avaliar a efetividade das ações de AF, por meio do monitoramento de indicadores.

Relacionados aos serviços farmacêuticos técnico-ge- renciais:

• Elaborar, revisar e atualizar a REMUME em consonância com as atualizações da RENAME, bem como garantir ampla divulgação e disponibilização das listas de medicamentos e locais de acesso à população e aos profissionais.

• Recomenda-se instituir uma Comissão de Farmácia e terapêutica (CFT) em nível local e/ou regional.

• Para uma adequada programação e abastecimento da rede, recomenda- se que sejam considerados minimamente perfil epidemiológico, oferta de serviços, recurso disponível e consumo histórico, constantes do PMS.

• A inserção do profissional farmacêutico seja na elaboração do termo de referência, como na emissão de parecer técnico para aquisição de medicamentos.

• Adoção de estratégias que proporcionem maior poder de compra e economia de escala na aquisição, visando otimizar a utilização dos recursos financeiros, a exemplo dos consórcios regionais, atas de registro de preços regionais ou estaduais (ver Cap. 08)

• Garantir a estrutura adequada para o armazenamento de medicamentos nos estabelecimentos de saúde, conforme legislação vigente, atendendo às Boas Práticas de Armazenagem de Medicamentos;

• Garantir local específico para o armazenamento dos medicamentos de controle especial em todos os serviços em que esses são disponibilizados sob controle e supervisão do profissional farmacêutico responsável;

• Para os medicamentos termolábeis devem ser observadas as condições exigidas para o armazenamento com disponibilidade de refrigerador e/ou câmara fria de uso exclusivo, que garantam sua estabilidade;

• Assegurar os recursos necessários (físicos, tecnológicos, humanos) para o envio obrigatório das informações à BNAFAR - base nacional de dados e ações e serviços da assistência farmacêutica no âmbito do SUS, conforme legislação vigente;

• Rever e ampliar alguns procedimentos para otimizar os processos referentes aos componentes especializado e estratégico na região, tais como: formalização de cronograma de abastecimento, estabelecendo os fluxos, os prazos para execução e a periodicidade dos pedidos e entregas de medicamentos; elaboração de normas e procedimentos padrões das rotinas dos serviços;

• Propiciar área adequada e humanizada para a assistência farmacêutica nos diferentes pontos da rede;

• O descarte adequado de resíduos deve ser assegurado em todos os serviços, com local específico para o seu acondicionamento e recolhimento,

Relacionados aos serviços farmacêuticos assistenciais (cuidado farmacêutico)

• Incentivar processos de capacitação da equipe de saúde, incluindo o profissional farmacêutico na perspectiva da integração das práticas de cuidado.

• Recomenda-se a inserção do farmacêutico nas equipes de saúde, a exemplo dos NASF - AB, com objetivo de ampliar e qualificar o cuidado farmacêutico.

• Fortalecer as atividades técnico-pedagógicas e clínico-assistenciais do trabalho do farmacêutico, voltados aos indivíduos, família, comunidade e equipe de saúde.

Neste sentido, a contribuição da AF é estratégica na organização dos ser- viços de saúde e também no exercício de práticas de cuidado e gestão, democráticas e participativas, sob forma de trabalho em equipe, dirigi- das a populações de territórios definidos, considerando a dinamicidade existente no território em que vivem essas populações. Deve utilizar tec- nologias de cuidado complexas e variadas que possibilitem a observação de critérios de risco, vulnerabilidade, resiliência e garantia de que todo sofrimento e necessidade de saúde serão acolhidos.

para os gestores municipais e tem que ser garantida a partir da premis- sa de que o direito à assistência integral implica a partilha entre os entes federativos das responsabilidades legais do Estado, de propiciar o acesso igualitário e universal também na assistência farmacêutica. A Política Na- cional de Medicamentos (PNM), publicada pela Portaria GM/MS nº 3916, em 19981e a Resolução CNS n. 338, de 6 de maio de 2004, que estabelece a Política Nacional de Assistência Farmacêutica (PNAF) contém as diretrizes e prioridades que resultaram em importantes avanços na regulamentação sanitária, no gerenciamento de medicamentos e na organização e gestão da Assistência Farmacêutica no SUS.

1 Portaria nº 3916 de 320 de outubro de 1998, e Resolução nº 338 de 06 de maio de 2004, regulamen- tadas pela Portaria de Consolidação n° 2, de 28 de setembro de 2017: políticas nacionais de saúde do Sistema Único de Saúde (SUS).

2 Portaria nº 1555 de 30 de julho de 2013, regulamentada pela Portaria de Consolidação nº 6, de 28 de setembro de 2017: normas sobre o financiamento e a transferência dos recursos federais para as ações e os serviços de saúde do Sistema Único de Saúde (SUS).

Componentes da AF, financiamento

No documento Conasems Brasília 2021 (páginas 157-167)