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A comunicação espectral

No documento Espectral: sentido e comunicação digital (páginas 170-187)

SEGUNDA PARTE

III. A comunicação espectral

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Esse esquema encontra eco no diagrama apresentado por Deleuze em Lógica do Sentido. Para o filósofo francês, são as relações entre as três dimensões da proposição que produzem os efeitos de organização na linguagem. Essas três dimensões da proposição seriam a designação, a manifestação e a significação. Contudo, as dimensões da proposição de Deleuze não pod em explicar os movimentos da linguagem ou seu princípio de organização. Deleuze reserva a essas operações um conceito de sentido que ultrapassa as dimensões clássicas da proposição e se desdobra em expressão e acontecimento. O esquema de Deleuze, com isso, é na realidade quadripartido e entende tanto a circularidade da linguagem como o fenômeno comunicacional dentro do mesmo diagrama de acontecimentos incorpóreos que engravidam as palavras de sentido.

Também Claude Shannon e Warren Weaver falavam em três níveis distintos do problema comunicacional. Para o engenheiro e matemático americano, havia uma questão técnica, uma questão semântica e uma questão de eficácia. Primeiro o nível técnico, que envolveria a exatidão dos símbolos transmitidos durante a comunicação. Depois o nível semântico, que qualificaria a precisão dos símbolos transmitidos para comunicar o sentido desejado. O terceiro nível seria o da eficácia, que se refere aos efeitos do sentido comunicado que alteram uma rotina ou uma conduta. Essa tipologia tecnicista27 de Shannon e Weaver d escreve a fidelidade da transferência

entre um emissor para um receptor de um conjunto d e símbolos (palavras escritas), um sinal variável contínuo (telefonia ou rádio) ou um sinal variável bidimensional (televisão)28.

O modelo Shannon e Weaver descartava o segundo e terceiro níveis para enfocar a engenharia e a mecânica da comunicação. Isto é, o modelo não se deitava sobre o nível semântico ou a circulação da informação nem sobre os efeitos ou o acont ecimento da comunicação. Ignorava, com isso, a função do sentido comunicacional. A justificativa para essa redução, diz Weaver, se encontra na pesquisa seminal que Shannon desenvolvia e que t ratava de caracterizar os problemas de eficiência na transmissão. Mas a teoria assim ex posta, diz Weaver, tem uma conseqüência mais profunda que a limitação proposital pode dar a entender. Segundo Weaver, parte da importância da teoria vem do fato de que o segundo e terceiro níveis só podem fazer uso de sinais exatos dependendo do primeiro nível. Com isso, qualquer limitação descoberta no primeiro nível da teoria deveria necessariamente se aplicar ao segundo e t erceiro níveis. Weaver entende que o primeiro nível, a d imensão técnica do sinal, se sobrepõe aos demais níveis de um modo que até então não se suspeitava. Para o matemático americano, uma teoria do primeiro nível seria por extensão uma teoria do segundo e terceiro níveis também29, e a separação entre os

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Mas Weaver não resistiu à tentação de propor um entend imento da comunicação que lidasse com a questão d o sentido, não obstante o d esenho final de sua teoria d a comunicação31

descartasse o segundo e terceiro níveis para privilegiar o primeiro es tágio da comunicação. A teoria matemática da informação identificava a questão do sentido como pertencente ao segundo nível dos processos da comunicação. As questões semânticas estariam relacionadas com a assimilação ou com uma interpretação aproximada do sentido intencionado pelo emissor. Essa situação, que Weaver qualifica como profunda e filosófica mesmo quando aplicada às simples dificuldades da comunicação oral, se vincu lava ao terceiro nível. Esse último estágio da comunicação traduz o norte teórico da teoria da agulha hipod érmica, uma vez que alude à eficiência e ao poder de persuasão da comunicação32.

Os três níveis propostos por Shannon e Weaver poderiam ser substituídos, mantendo o formalismo da descrição, por uma tipologia mais próxima à teoria dos sistemas sociais de Luhmann. Para o sociólogo alemão, a comunicação seria o resultado de três etapas necessárias: primeiro a indicação ou informação (Information), depois a mensagem (Mitteilung) e por fim a seleção ou a compreensão (Verstehen). A comunicação funcionaria como a unidade da diferença entre informação e compreensão, e a compreensão seria a unidade da diferença entre informação e comunicação. Com isso, poderíamos substituir aquilo que Shannon designa como indicação por mensagem ou ainda seleção. O int eressante dessa aproximação é que ela mantém a d efinição de Shannon sobre a comunicação como um processo gerador de diferenciação. Essa definição indica a existência de um elemento endógeno do processo comunicacional que nós chamamos de acontecimento comunicacional.

O acontecimento comunicacional seria um nível de recodificação da mensagem que ultrapassa o circuito de alimentação ent re emissor e receptor. É um evento que acontece no seio da recepção como uma seleção possível a partir d a contingência variável de mensagens e informações. Essa seleção, de todo improvável, ind ica a existência de uma diferenciação funcional ou, nos termos de Heinz von Foerster, de uma seleção que permite a emergência do novo33. A existência desse acont ecimento implica que a comunicação configu ra certo tipo de

diferenciação entre informação e expressão. Haveria entre emissão e mensagem certa tensão, contraste e delimitação, e entre mensagem e recepção, certa repetição, transferência e dilatação que permite a contra-efetuação do sentido34.

A co-dependência dos estágios comunicacionais descritos na tripartição de Shannon é semelhante à descrição das etapas semióticas realizada por Charles Morris35. Para o semioticista

americano, a produção de sentido perfaz três estratos que articulam a fonologia, a lexicografia e a semântica — modelo que Halliday36 posteriormente utilizaria para explicar que cada estrato

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realiza o seguinte. É também possível estabelecer um paralelo com a semiose trifásica de Peirce. Poder-se-ia dizer que as porções do interpretante, representamen e objeto perfazem os três níveis comunicacionais, uma vez que há produção sígnica nas três etapas. Além disso, os três momentos da comunicação também guard am alguma contigüidade com a divisão pansemiótica de Peirce entre primeiridad e (firstness), segundidade (secondness) e terceiridade (thirdness). Essa aproximação é no entanto pouco proveitosa. Isso porque enquanto a primeiridade se refere a uma qualidade pura e imediatamente sensível, o primeiro estágio ao qual fizemos referência implica necessariamente em uma noção de signo e referente sempre presente. Esse primeiro estágio referir-se-ia a um movimento semiótico primário e não à primeiridade do signo.

E se a segund idade guarda certa semelhança com o segundo estágio acima descrito, é a terceiridade do signo em Peirce que destoa do terceiro nível da comunicação. Ainda que a terceiridade se refira a uma interconexão entre d ois fenômenos, essa conexão existe em dependência de uma síntese prevista em algum momento do futuro. Há um valor de regularidade na noção de terceirid ade, fundada sobre a existência de uma convenção contínua até um signo ou espírito absoluto. O terceiro nível ao qual nos reportamos, por outro lado, não implica em qualquer regularidade, continuidade ou necessidade. Em realidade, trata-se de um estágio do processo comunicacional de todo improvável.

Foi Luhmann quem primeiro apresentou esse terceiro estágio da comunicação como um evento improvável. Lars Qvortrup37 toma a experiência da classe de aula para exemplificar a improbabilidade da comunicação em Luhmann. Em primeiro lugar, é improvável que os estudantes se dêem ao trabalho de prestar atenção ao que está sendo dito. Caso eles tenham prestado atenção, é também improvável que eles venham a compreender o que foi dito. Por fim, é ainda menos provável que os alunos — supondo que eles tenham ouvido e compreendido aquilo que foi dito — respondam à mensagem de acordo com as int enções da comunicação. Luhmann ilustra o problema com uma passagem da sua vida pessoal em família. Toda noite, antes do jantar, o sociólogo alemão dizia a seus filhos para lavarem as mãos. Mas as crianças, demasiado ocupadas em suas brincadeiras diárias, não ouviam ao papai Luhmann e, na eventualidade de terem ouvido, não entendiam a mensagem. E mesmo quando elas finalmente compreendiam a mensagem, as crianças não agiam da maneira esperada. Olhavam para as mãos e simplesmente não conseguiam entend er como elas pod eriam estar sujas. Com a conivência silenciosa da mãe, que afinal achava que nada daquilo importava muito, as crianças permaneciam fazendo aquilo que lhes parecia mais importante ou interessante.

No diagrama do sentido espectral, esse terceiro estágio da comunicação, o acontecimento comunicacional, é produ zido quando há uma ressonância entre o fluxo de informação d ifundido

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pelos media e a recepção ind ividual dos receptores. Isto é, o terceiro estágio implica em um acoplamento estrutural entre media e sistemas psíquicos. Esses observadores operam seleções no fluxo de informação para reorganizar seus circuitos internos de consciência. O sentido emerge no momento de distinção entre o fora-ambiente e o dentro-sistema psíquico. Essa emergência ressoa nos nódulos dos anéis de cebola que devolvem a comunicação para os anéis circulares, com is so conectando o terceiro e o primeiro estágio. A dinâmica espectral desenha, portanto, um looping de produção de informação e seleções comunicacionais operadas internamente pelo observador. O diagrama assim compreendido sugere certa materialidade entre fluxo de informação e acontecimento comunicacional, que já não mais depende da função subjetiva para ancorar o momento da recepção.

A última seção deste capítulo apresentará uma série de d iagramas cuja finalidade é descrever a circulação de informação e correlacioná-la ao acontecimento comunicacional . Isso é necessário uma vez que a mecânica espectral destoa da geografia de difusão dos media de massa. Um periódico ou uma rede de TV assegura a capacidad e de repercussão de uma notícia ou texto por meio de uma rede que não se desvincula de determinada estrutura econômica ou política. Com isso, repercussão e difusão na esfera pública são asseguradas por meio de uma estrutura física de dissipação da informação. Essa relação garantida ent re estrutura social e geografia de difusão desaparece nas redes eletrônicas.

Com isso, o diagrama precisa ser inteiramente redesenhado. Um periódico publica determinada notícia mas já não tem controle sobre a repercussão da informação. Os sistemas de difusão se encavalam, e a informação é repetida segu indo os conformes da lógica jornalística: valor notícia, alcance da cobertura e capacidade de difusão. A dinâmica espect ral contamina o processo imediatamente após esse nível institucional e pré-informacional. Na lógica espectral, os periódicos ou as corporações de media já não têm controle sobre o estágio seguinte, pois são eles também mais um subsistema da matriz de media digital que envolve toda sorte de dispositivo capaz de atuar no continuum atmosférico eletrônico.

A informação noticiada por um periódico pod e ou não ser repercutida pela blogosfera ou pelas plataformas de microblogging. Tampouco a corrente de informação depende desses agentes individuais, pois sua manutenção depende na realidade da contínua retroalimentação que os demais nódulos (clusters) oferecem. Esses nódulos podem ser simples usuários, corporações, mecanismos híbridos homem-máquina ou simples internet bots (botnets) flutuando no ciberespaço . Se ninguém repercute uma informação, ela adormece em algum rincão da int ernet, mas sempre alerta à possibilidade de regressar aos anéis da cebola digital. A lógica espectral veda que a simples repetição sucessiva garanta a passagem da mensagem de um nódulo a outro dentro

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dos anéis da cebola. Tampouco o aparente esquecimento de um pacote de dados garante definitivamente o futuro de um determinado conjunto d e informações. Porque estão sempre acessíveis, as informações podem a qualquer momento ser retomadas.

Os dados todos circulam por dentro dos anéis da cebola. Nenhum pacote de informação se encontra em uma posição tecnicamente privilegiada para a difusão em relação a out ro, como veio a sugerir o digrama dos meios de difusão de massa. O sentido acontece quando uma informação engata em outra e depois em outra e assim por diante. Acontece, afinal, quando a informação faz sentido para os nódu los. Os múltiplos nódulos se agrupam em relação a uma informação e passam adiante os dados como em uma red e de nós — como em um rizoma, independente de os nós serem usuários reais, máquinas automatizadas ou corporações de media. Não há intencionalidade ou subjetividade nesse modelo que nivela todos os parceiros da comunicação a um endereço IP. Os endereços IP gravitam pelos anéis de cebola e de vez em quando se unem para aperfeiçoar a distribu ição de uma informação ou de uma comunicação. É essa mecânica que permite o efeito de síntese, isto é, a junção de meios de comunicação digitais e tradicionais que sinergicamente passam e repassam, para frente e para t rás, os dados dentro d os anéis de cebola.

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NO TAS

1 E conti nua pouco adi ante: “Não se dev e confiar nas regras da linguag em qu e permitem distinguir nív eis ou formas,

pois se tratam d e ramos do processo in cons cien te: a condensação pod e ocul tar u m el emento ess enci al para o sentido, e o deslocamento o tornar irreconhecív el. A atenção do decifrador deve se resignar a „flutuar igualmente‟ por todas as partes do material, deixando que s eu próprio inconsci ente detecte as figuras do inconsci ente pr esente na obra.” Na tradução espanhol a: “Que el metalenguaje pu eda utilizar un grupo de categorías que no sea lingüísti co, que consis ta no en situ ar po ema y pr osa en el mis mo rein o, sino en significar que el p oema es algo discursivo infiltrado d e figural, que es te último no obedezca a ni nguna gra máti ca g ener ativa (ni tam poco a l as supu estas m etonimi a del estructuralista), sino a otro orden d e producción del sen tido (la m atriz fan tas máti ca), donde no se acep tan las reglas fundamentales d el lenguaje com o las que dis tinguen en tod o discurso aqu ello d e qu e se habl a y l o que se di ce), es o es lo que el lingüista no supone, es a es justamente nu estr a hipótesis.” O segundo ex certo: “No se puede otorgar confian za alguna a las reglas de lengu aje (o de per cep ción realista) que permi tan distinguir niveles o for mas, cu ando se tr ata d e vás tagos del proceso Inconsci ente: l a cond ensación pu ede ocul tar un elemen to esencial par a el sentido, y el desplazamiento volverlo irreconocibl e. La atención del des cifrador debe resignarse a „flotar igualmente‟ por todas las partes del material, dejando que su propio inconsci ente detecte las figuras del incons ciente pr esente en la obra.” Lyotard, Jean-François. Disc urso, Figura. B arcel ona: Editorial Gustavo Gili, 1979. (p.306; 307).

2 Time‟s Person of the Year: You. 13/12/2006.

3 No original em inglês: “Web 2.0 not only chang es the world. It als o changes the way the world chang es”. Idem. 4 Baecker, Dick. Co mputers and meani ng creatio n.

5 Derrida, Jacques. Spectres de Marx. L’Etat de la dette, le travail et la Nouvelle Internationale. Paris: Galil ée, 1993. 6 Derrida, Jacques. A escrit ura e a diferença. S ão Paulo: P erspectiva, 1971.

7 A obra de Ki ttl er inscrev e os medi a e as hum anid ades na ord em cultural eletrônica, dedi can do a os es tudos d os

media u ma posi ção centr al nas ciências hu ma nas. Kittl er oferece uma p erspectiva in com um nos es tudos dos meios ao unir discurso teóri co e discuss ão técni ca. Desfaz, co m isso, a separação entre críti ca e tecnologia que pres ervava uma distânci a epistem ológica entre teoria e disp ositivos técnicos. D e acord o co m Kittl er, a correlação entre análise teórica e os dis positivos u tilizados par a a an álise foi originalm en te sugerid a por Lacan, cujas obras d escrev em posiçõ es den tro do sistema dos media. Os escri tos, semin ários e conf erên cias radiofôni cas ou tel ev isionadas de Lacan são por essa razão in titulados “Escritos”, “Seminários”, “Radiofoni a” e “Televisão”. Kittler toma a suges tão de Lacan para arriscar um a críti ca dos meios pós-sim bólica, arranjo em qu e os m eios d eterminam as m odalid ades de existên cia. A materialid ade dos mei os p erfaz tod a a obr a d e Kittler, qu e fund e a crítica pós -estrutur alista a u ma abordagem his tórica dos m eios p ara p en etrar dis cretam ente nas parti cularidades d os canais d e comu nicação. Essa abordagem historicista da teoria d os m eios prop osta por Kittler esp elha todo o espírito de u ma época. O original alem ão d e G ramo pho ne, Film, Typewriter foi publicado em 1986, um ano após a fun dação do L aboratório de M edia do Institu to de Tecnol ogia de Mass achus etts (MIT Medi a Lab) e do C yborg Manifes to de D onn a Haraway. Em 1984, dois anos an tes da publi cação de G ramophone, Film, Typewriter, William Gibs on publicava Neuromancer, seu epíto me do ciber espaço, e Octavia B utler pu blicav a Xenog enesis, su a trilogia de ficção científica f eminis ta. O ano d e 1986 tam bém dista ap enas 24 mes es do lan çam en to oficial do Macintosh d a Apple. Ver Ki ttl er, Friedrich. Grammophon

Film Typewrit er. B erlin: Brinkmann & Bos e, 1986.

8 Barth es, Roland. A c âmara clara. Rio d e Jan eiro: Nova Fronteir a, 1984. (p.20). 9 Virilio, Paul. L’hori zon negatif: essai de dromosco pie. Paris: Edi tions Galilee, 1984. (p.224). 10 McLuhan, M arshall. Essenti al McL uhan. Toro nto: Anansi, 1995.

11 Guillaum e, Marc. L e Co ntagion des Passio ns: Essai Sur L’Exotisme Interieur. Paris: Plon, 1989.

12 O ciber espaço foi am plam ente d escri to p or m eio d e metáforas de difusão, qu e indi cam apen as u ma co mplexid ad e

inomináv el e não oferecem qualq uer d escrição p ormenorizada. Essa tradição n arrativa, cujas car acterísticas gerais são de surpres a e i nocên cia em rel ação ao universo digital, p ode s er enco ntrad a em Ro bin H am man, qu e d escrev e o ciberes paço como u m rizo ma o u reino d a fan tasia, o u Rob ert Markley, que o apr esen ta com o atmosfer a. William Gibson, p or sua v ez, entend e o cib erespaço co mo um a compl exidad e im pond erável, rai o s de luz, cons telação de dados, n uvens ou alucin ação cons ensu al. Pierre Lév y fal a em u ma inteligênci a coletiva, d efinição qu e é em si mes ma uma m etáfora da difusão. A ess e resp eito, v er Hamm an, Ro bin. The Role of Fantasy i n the Co nst ruction of t he On-li ne Other:

a selectio n of int ervi ews and pa rticip ant observ ations from cyberspac e. 1995; Markley, Ro bert. Virtual Reality and Their Disco ntents. Baltimor e: John Hopkins University Press, 1996; Gibson, William. Neurom ancer. New York: Ace Book, 1995 e Lévy. Pierre. A Inteligência Col etiva. São Paulo: Loyola, 2003.

13 O problema com as metáforas d e difusão é qu e elas são analiti cam en te inó cuas e estéreis. Metáforas d e difusão

apon tam p ara a exis tên cia de algo impreciso, um fenô men o em ergente, mas s ão incapazes d e indicar os fatores ou comp onentes do fenôm eno.

14 Vocabul ário Po rt uguez Latino. Coi mbra: C olégio d as Ar tes d a Co mpanhia de Jesu s, 1712. (p.406).

15 No original em i nglês: “Two al ternative concepti ons of commu nication hav e been aliv e in American cultur e since

this term en tered co mm on dis course in the nineteenth cen tury. B oth definiti ons d erive, as wi th much in s ecular culture, from religious origins, though they refer to s om ewh at different regions of religious experi ence. W e might

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label these descrip tions, I onl y to provid e hand y p egs up on which to h ang our th ought, a tr ansmissio n view of communication and a ritu al view of communication. (…) T he tr ansmission view of communication is the com mon est in our culture — perhaps in all i ndustrial cultur es — and dominates contemporar y dictionary entries under the term. I t is defined by terms su ch as „imparting,‟ „s ending,‟ „transmitting,‟ or „giving infor mation to others.‟ It is form ed from a metap hor of g eograph y or trans portation. In the nineteen th cen tury but to a l es ser extent to day, the movement of goods or people and th e m ovem en t of inform atio n were s een as ess enti ally id enti cal processes and both were described by the common nou n „communi cati on.‟ The center of this idea of communication is the

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