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A CONSTRUÇÃO DO CENTRO DE ENERGIA DE BASE OU KOSHI NOS

CAPÍTULO I: NOÇÕES DE CENTROS DE ENERGIA DO CORPO EM ALGUMAS

2. CAPÍTULO II: OFICINA VOZ E AÇÃO VOCAL DE CARLOS SIMIONI

2.3 A CONSTRUÇÃO DO CENTRO DE ENERGIA DE BASE OU KOSHI NOS

VOCAL

A-Exercício para se acionar o koshi: Equilíbrio precário em camadas

Aa - Expansão lateral do corpo:

Execução: Em pé, pernas afastadas na linha do quadril, pés paralelos, braços ao longo do corpo e peso distribuído igualmente sobre os dois pés (ver fig.11, imagem 11a). A partir do eixo central, provocar o desequilíbrio deslocando o peso para a lateral esquerda em fluxo contínuo. Uma camada ou parede imaginária suspende o movimento sem que a intenção interna do deslocamento seja interrompida (fig.11, imagem 11b). Perceber as microtensões corporais nesta suspensão e continuar o trajeto de deslocamento lateral. Do eixo até a extremidade são feitas três suspensões do movimento por três camadas imaginárias (fig. 11; imagens 11c e 11d). Na última camada, perceber as oposições criadas na lateral direita do corpo para impedir a queda.

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Figura 11 Equilíbrio precário em camadas - lateral esquerda95

Captação de Imagens: Paulo César Franco, 2011

Retornar da lateral esquerda para o eixo da mesma forma, com suspensões a cada camada mantendo a atitude corporal de oposição, mesmo ao chegar ao eixo central. Perceber a expansão criada na lateral esquerda do corpo por querer permanecer na extremidade.

Figura 12 Retorno da lateral esquerda ao eixo96

Repetir todo o processo de desequilíbrio em camadas para a lateral esquerda. Ao retornar para o eixo manter as oposições criadas e perceber o corpo expandido para ambas as lateralidades (fig.13).

95Carlos Simioni. Equilíbrio Precário em camadas - lateral esquerda. Imagem extraída da gravação em vídeo

de Paulo César Kieling Franco, em 25 set. 2012. As demais imagens de Simioni exemplificando exercícios são do mesmo autor.

96Deve-se considerar a sequência de imagens, como se elas estivessem numa linha horizontal. Nesta e nas

demais figuras que se seguem, a segunda linha de imagens não ilustra uma interrupção do exercício, mas a sua continuidade. A opção pelas imagens de Simioni em tamanho maior se deu para melhor visualização, inclusive porque que esta dissertação estará disponível também em formato A5.

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Figura 13 Expansão energética bilateral

Ab - Expansão antero-posterior do corpo:

Execução: Em pé, com as pernas afastadas antero-posteriormente e peso do corpo distribuído igualmente (fig. 14, imagem 14a) deslocar o peso do corpo para a perna da frente suspendendo o movimento em três camadas conforme descrito na etapa Aa, sendo agora em relação póstero-anterior (figura 14, imagens 14a, 14b,14c e 14d). Perceber na última camada a tensão excêntrica da musculatura posterior do corpo para impedir a queda.

Figura 14 Equilíbrio precário em camadas - frente

Retornar camada por camada até o eixo, tal como descrito na etapa Aa, querendo permanecer na última camada (fig. 15).

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Figura 15 Retorno da extremidade frontal ao eixo.

Repetir o processo, mas agora com o deslocamento do corpo para trás, suspendendo o movimento nas três camadas (fig. 16, imagens 16b,16c,16d). A terceira camada corresponde ao limite máximo do corpo em equilíbrio precário para trás (16d):

Figura 16 Equilíbrio precário em camadas – atrás

Retornar com suspensões do movimento (fig.17, imagens 17c e 17d), mantendo a atitude corporal de querer permanecer na camada da extremidade até chegar ao eixo (17f). Manter as oposições criadas e perceber a região frontal e dorsal do corpo expandidas.

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Figura 17 Retorno da extremidade dorsal ao eixo

Princípios da Antropologia Teatral trabalhados: equilíbrio precário, oposição.

B – Exercício para se acionar o koshi com omissão: Alavanca ou Preparação para

a Queda

O mesmo princípio de gerar energia a partir do esforço para manter-se em equilíbrio é retomado, sem precisar haver o deslocamento do eixo até as extremidades. A relação estreita entre energia e precisão ocorre ao frear o movimento antes que ele termine sua linha de força, seu fluxo de energia.

Execução: Em pé, com as pernas afastadas na linha do quadril, partir do eixo central do corpo (fig.18, imagem 18a) dando o impulso para deslocá-lo até a quarta camada, mas frear o deslocamento do corpo na primeira (18b). Retornar ao eixo mantendo a intenção de ficar na extremidade. Fazer o mesmo para a lateral esquerda (18c e 18d):

Figura 18 Alavancas laterais

Repetir as alavancas várias vezes, reduzindo progressivamente o deslocamento externo e aumentando o ritmo dos impulsos, na maior velocidade possível, até chegar a enviá-

78 los simultaneamente para as direções opostas (fig.19).

Figura 19 Alavanca concomitante bilateral

Dar o impulso para deslocar o corpo até a quarta camada/frente, mas na primeira frear bruscamente o movimento (fig. 20, imagens 20a e 20b). Fazer o mesmo para trás (20c e 20d).

Figura 20 Alavanca frente e alavanca atrás

Repetir as alavancas reduzindo progressivamente o deslocamento externo e o tempo entre um impulso e outro, até chegar a enviá-los simultaneamente para as direções opostas (fig. 21).

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Figura 21 Alavanca concomitante frente-atrás

Por fim, dar o impulso para deslocar o corpo, sem que o deslocamento seja visível externamente, ou seja, omitindo o deslocamento para as direções direita-esquerda e frente- trás, em cruz. Repetir ampliando a velocidade para a maior velocidade possível, até que este impulso seja propagado em forma de ondas do centro para o exterior.A imagem de uma pedra no lago, que emana ondas para o exterior pode ser útil. Diminuir a tensão muscular no centro do corpo, de 90% para 70% para permitir maior mobilidade do diafragma e a entrada do ar na base dos pulmões. O exercício é repetido a ponto de não ser mais necessário percorrer as camadas através do desequilíbrio em cruz para se “pegar o koshi”, ou seja, para sentir o tônus excêntrico nessa região. (fig. 22).

Figura 22 O Koshi

Ilustração: Marcel Machado (especialmente para esta dissertação)

Princípios pré-expressivos trabalhados: equilíbrio precário, oposição, omissão.

80 quatro direções uma tensão excêntrica ocorre na região central do corpo, o koshi.

C- Energético com koshi e com o corpo em hiper-tensão97

Execução: Deitado, com koshi acionado, espreguiçar com movimentos que partem do centro do corpo em direção ao espaço circundante, buscando explorar a tridimensionalidade através de torções, com oposições entre os vários segmentos. Os movimentos devem engajar toda a coluna vertebral até as extremidades: cabeça, braços, mãos, pernas e pés. Passar lentamente da posição deitada para a posição em pé, chegando à verticalidade com a base bem aberta e joelhos flexionados. Mover-se livremente explorando o espaço da sala, com saltos, quedas, deslocamentos em vários planos. Aumentar o ritmo da movimentação, sem perder a hipertensão ocorrida pela linha de força sempre em oposição aos movimentos. O ritmo é conduzido ao máximo, com Simioni contando de vinte a zero. No zero, para-se subitamente, freando o movimento externo do corpo, mas lançando os impulsos internamente com a mesma intensidade. O corpo, na pausa aparente98 precisa estar em equilíbrio precário para manter-se desperto e auxiliar na manutenção da energia. Deve-se ralentar o ritmo da respiração e perceber a energia circundante no corpo. Ao comando o movimento é reiniciado, e assim seguem vários ciclos.

D – Vibração da voz a partir do koshi

Execução: Em pé, pernas afastadas na linha do quadril, joelhos semiflexionados, koshi acionado, ou seja, com a musculatura da cinta abdominal em tensão excêntrica, que corresponde à belly-out99. Emitir a vogal A, com ação do koshi de socar100 ou seja, de forma rápida, firme e direta, do centro para fora, como se quisesse romper um cinturão imaginário:

97A indicação dada para hiper-tensão é a mesma do Centro de Energia do Corpo, em direções opostas, o que não

promove uma contração, mas uma tensão para fora, excêntrica. O Energético tem sido o gradativamente reduzido por Simioni ao longo das oficinas que participei. O trabalho realizado de hiper-tensão durante o movimento parece ser a chave para manter os mesmos resultados. Burnier refere-se à hiper-tensão como o “Fio de Ariadne”. (BURNIER, 2001, p.91).

98Chamei de “pausa aparente”, porque na verdade o corpo está todo em movimento. Os impulsos para saltar, cair,

girar, sacudir continuam sendo lançados o tempo todo, mas o movimento é escondido de um observador de fora. Há omissão.

99Lembro que para esta construção do koshi “acionado”, todo o corpo entrou em ação.

100A ação de socar é utilizada aqui de acordo com a análise do movimento de Laban. O austríaco Rudolf Von

Laban (1879 – 1858) dedicou sua vida ao estudo e sistematização da linguagem do movimento. As quatro categorias de análise de movimento de Laban são esforço, tempo, espaço e fluência que combinadas entre si geram oito tipos de ações básicas: socar, talhar, pontuar, sacudir, pressionar, torcer, deslizar e flutuar. Socar direta - em relação ao espaço, firme - em relação à ao esforço, e rápida – em relação ao tempo. (LABAN, 1978).

81 "ha, ha, ha...". Em seguida realizar a ação de empurrar101 a vogal A de forma lenta, firme e direta: "aaaaaaaaa" com o koshi sempre acionado, ou seja, com a musculatura do baixo ventre até o diafragma empurrando do centro do corpo para es extremidades. Fechar os lábios e vibrar em boca chiusa de forma contínua: haaaaa, haammm, mmmm". Vibrar o m e ao

mesmo tempo flexionar uma perna após a outra até ficar de joelhos. Sentar sobre os calcanhares e descer o tronco à frente, enquanto os cotovelos se apoiam no chão e as mãos se sobrepõem uma à outra no chão cerca de 30 cm. à frente dos joelhos102. Apoiar a testa sobre as mãos (fig. 23, imagem 23a). Continuar emitindo voz em boca chiusa e perceber a vibração desde a base da coluna (sacro, quadril), até a cabeça (occipital). O desafio é retornar a posição em pé mantendo a vibração na cabeça (23 b, c, d, e, f, g).

Figura 23 Vibração da voz a partir do Koshi

Principios pré-expressivo trabalhados: oposição, equilíbrio precário

E- Salto Boicotado:

Da posição em pé com os pés afastados na linha do quadril, koshi acionado, flexionar

101Empurrar é uma ação direta em relação ao espaço, firme em relação ao esforço e lenta em relação ao tempo. 102O exercício pode ser iniciado também da posição ajoelhada (23a), daí a opção de iniciar por ela na figura 23.

82 os joelhos mantendo a retroversão do quadril para saltar. Imediatamente após dar o impulso, desistir do salto, “boicotá-lo” relaxando a tonicidade do koshi de 70% para 50%. Perceber o impulso percorrendo a coluna com velocidade até o centro da cabeça, região onde está localizada a glândula pineal. A sensação do fluxo de energia lembra “bolhas de champagne”.

Principios pré-expressivos trabalhados: equilíbrio precário, oposição e omissão.

F- Energia e voz nos vários vibradores ou ressonadores103

Ao longo da oficina percebi que o conceito de vibradores do Lume é similar ao proposto por Grotowski (2007). Segundo Ferracini (2001, p.183), “Os vibradores, ou pontos vibratórios são lugares precisos, localizados em pontos específicos do corpo, onde a voz pode vibrar de uma maneira orgânica”. Abdômens (voz de caverna), Peito, Costas (tórax),

Garganta, Nuca; Boca (região anterior – lábios); Testa (região frontal do crânio); Nasal; Cabeça (ponto localizado no alto da cabeça), Glândula pineal (voz etérea);

Exercução: Para cada vibrador fazer o seguinte percurso: 1º- Acionar o Koshi

2º- Fazer a alavanca, provocando em seguida o desequilíbrio do corpo na direção desejada até a terceira camada. Por exemplo: para a face, dar impulso para frente. Ir até a terceira camada com a ação física e vocal de socar com o Koshi, ou seja, de forma rápida, firme e direta: “a! a! a!” Repetir a alavanca com a ação física e vocal de empurrar – de forma lenta, firme e direta “aaaaa” e fechar os lábios, em boca chiusa passando para a consoante “mmmmmm”.

3º- Flechas: Repetir a alavanca, e dar o impulso freando o movimento na primeira camada, sem deslocar o corpo para frente. Lançar flechas rápidas do koshi para o vibrador com ação de socar e depois de empurrar, como descrito no segundo passo. Importante: Evitar soltar muito ar pela boca ao emitir o som. Perceber a vibração do som no foco vibratório, não “jogar a voz para fora”. Direcionar energia e voz para cada vibrador.

- Para o vibrador total – Iniciar a vibração no abdômen com voz bem grave mantendo o koshi acionado. Fechar os lábios fazendo a vibração ir preenchendo todo o tronco até a cabeça. Oscilar entre o “a” e o “m”.

- Para o ressonador da glândula pineal – Voz etérea: Fazer o salto boicotado e

direcionar o impulso para cima. Ao passar pelas pregas vocais o impulso é unido à voz,

83 emitindo-se a vogal A em baixa intensidade e de forma aguda. Não se deve querer “fazer” a voz, deve-se querer “pegar” a voz no exato momento em que o impulso passa pelas pregas vocais. A sensação da vibração lembra “bolhas de champagne”. A ressonância ocorre na cabeça, onde está a glândula pineal gerando um estado de consciência alterado104.

G- Esculturas tridimensionais em hiper-tensão

G1- Em pé, pernas afastadas, joelhos semiflexionados (fig. 24, imagem 24a). Mover o tronco a partir do Koshi (ver indicação de Simioni na imagem 24b) com ação de torcer105 em

hiper-tensão, ou seja, criando oposição ao movimento pela intenção física de querer ficar na

posição anterior. Criar uma escultura buscando oposições entre cabeça, tórax, quadril, braços e mãos, pernas e pés (ver como exemplo as imagens 24b, 24c, 24d, 24e, e 24f). Expandir ainda mais cada segmento do corpo apontando cada extremidade para direções opostas. O braço pode querer se distanciar da escápula, por exemplo, assim como as demais articulações que estiverem mais envolvidas nas oposições. Perceber a respiração.

Figura 24 Esculturas tridimensionais

Voltar para a posição inicial (eixo) refazendo o percurso inversamente, mantendo a intenção de ficar na posição final. Perceber as micro-expansões musculares no percurso.

G2. Construir uma segunda escultura, que tenda ao lado oposto da primeira criada, e expandi-la seguindo os mesmos passos. Voltar ao eixo mantendo os vetores de expansão.

G3. A partir do koshi, ir da primeira para a segunda escultura várias vezes, omitindo

104 Acerca deste estado alterado experimentado na Voz Eterea, irei discorrer mais adiante, no item 2.4.3.

105A ação de torcer é utilizada de acordo com a análise do movimento de Rudolf Laban: de forma lenta em

relação ao tempo, firme em relação à intensidade e indireta em relação ao espaço. As quatro categorias de análise de movimento de Laban são esforço, tempo, espaço e fluência que combinadas entre si geram oito tipos de ações básicas: socar, talhar, pontuar, sacudir, pressionar, torcer, deslizar e flutuar. (LABAN, 1978)

84 cada vez mais o movimento externo do corpo e mantendo o movimento interno.

G4. Partir do corpo físico, ou cotidiano, para o corpo energético dilatado pelos vetores das esculturas.

G5. Caminhar acionando ao máximo os vetores, movimentando-se lentamente, passando de uma escultura a outra, tornando-as quase imperceptíveis. Cantar sem som, dilatando ainda mais o corpo pela vibração do ar na musculatura, nos espaços internos do corpo.

G6. Deixar que a voz se expanda para o espaço, vocalizar.

Princípios pré-expressivos trabalhados: equilíbrio precário, oposição e omissão.

H - Outra forma de dilatar o corpo e a voz total: O Exercício dos Potes106

Nas outras duas oficinas de voz que fiz com Simioni, outro exercício era realizado no último dia, com vistas à dilatação total do corpo e da voz: o exercício dos potes. Reconheço, a partir da minha experiência nas oficinas anteriores que fiz, como sendo semelhante aos exercícios das estátuas tridimensionais, no que concerne a expansão de energia. Para a melhor descrição do exercício dos Potes, Simioni também se prontificou a realizá-lo para registro, no encontro que tivemos posterior à oficina.

Execução: Em pé, pernas paralelas. Imaginar que o tronco é formado por vários potes empilhados, localizados na cabeça, peito, cintura, quadril (figura 25)107.

Figura 25 Potes

Ilustração: Angélica Botini (especialmente para esta dissertação)

106O exercício dos Potes foi ensinado no quinto dia da oficina de Voz e Ação Vocal feita na Sede do Lume em

2003, da qual participei. Este exercício era tido para se chegar à dilatação total, chamada por Simioni na época de Corpo Santo. Esta e outras terminologias que remetem a um contexto sagrado e que davam nomes aos exercícios são apontadas por Stein (2009. op. cit.). Nas oficinas que fiz com Simioni em 2011, tais terminologias não foram utilizadas.

107Simioni não indicou que os participantes imaginassem os potes antes da execução, na oficina. Esta é uma

85 Cada um destes potes está cheio de energia líquida, que deve ser lançada pela ação de saltar para frente, para trás, para a direita e para a esquerda (Ver fig. 26, exemplo de pote lateral de quadril).

Figura 26: Pote lateral de quadril

Ilustração: Angélica Botini (especialmente para esta dissertação)

Pote Cabeça 100%: Fazer a alavanca e realizar um salto com impulsão e deslocamento

total, (100%), lançando a energia ao mover rapidamente a cabeça para frente (fig. 27). Fazer o mesmo para trás (fig. 28). Depois para a lateral direita (fig. 29), e por fim para a lateral esquerda (fig. 30).

Figura 27 Pote cabeça 100% frente

Figura 28 Pote Cabeça 100% - atrás

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Figura 29 Pote cabeça 100% - lateral direita.

Figura 30 Pote cabeça 100% lateral esquerda

Pote Cabeça 50%: Fazer a alavanca e realizar a mesma impulsão para o salto anterior.

No entanto, desta vez, não se chega a saltar, o salto é “boicotado”, freado. O 50% refere-se a realização do movimento externo do corpo, com o impulso sendo lançado para a cabeça a 100%. (Ver figuras 31, 32, 33 e 34).

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Figura 32 Pote cabeça 50% - atrás

Figura 33 Pote cabeça 50% - lateral direita

Figura 34 Pote cabeça 50% lateral esquerda

Pote Cabeça 10%: Realizar igualmente o lançamento para cima e para frente, trás,

lateral esquerda e lateral direita a 10%. Quando digo 10%, estou me referindo ao movimento do corpo no espaço, que é contido, mas com o impulso sendo lançado a 100%, em alta velocidade pela cabeça (fig.35, 36, 37 e 38).

Pote Cabeça 10% com Voz: Imediatamente após o impulso do Koshi, vocalizar em

boca chiusa: “mmmmm”. Lançar para cima e para frente, para trás, lateral direita e lateral esquerda.

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Figura 35 Pote cabeça 10% - frente

Figura 36 Pote cabeça 10% - atrás

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Figura 38 Pote cabeça 10% - lateral esquerda

Pote Cabeça 10% em cruz e irradiando: Repetir a alavanca com o impulso sendo

lançado pela cabeça a 100%, mas o movimento externo do corpo a 10%, lançando a energia para cima e para as laterais direita-esquerda, de forma quase concomitante. O mesmo frente e trás. Por fim, realizar as alavancas em cruz. Aumentar a velocidade, diminuindo cada vez mais os deslocamentos externos até chegar a expandir a energia pela cabeça tanto na sua circunferência, como em um chafariz. (fig. 39).

Pote Cabeça 10% em cruz e irradiando, com Voz: Repetir o mesmo procedimento, mas imediatamente após o impulso do koshi, vocalizar em boca chiusa: “mmmmmm”.

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Figura 39 Expansão da energia do koshi para a cabeça

Ilustração de Marcel Machado (especialmente para esta dissertação)

O mesmo processo ocorre nos demais Potes: peito, cintura e quadril. As figuras a seguir (fig. 40 à 51) ilustram os deslocamentos a 100%, mas deve-se prosseguir a execução dos exercícios como exemplificado no pote de cabeça: o movimento sendo contido a 50% e 10% da sua trajetória no espaço, mas o impulso na velocidade de 100%. Depois em cruz, e em ondas, irradiando em cada Pote, e por último vibrando com voz, em boca chiusa.

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Figura 40 Pote peito 100% - frente

Figura 41 Pote peito 100% - atrás

Figura 42 Pote peito 100% - lateral direita

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Figura 44 Pote cintura 100% - frente

Figura 45 Pote Cintura 100% - atrás

Figura 46 Pote cintura 100% - lateral direita

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Figura 48 Pote quadril 100% - frente

Figura 49 Pote quadril 100% - atrás

Figura 50 Pote quadril 100% - lateral direita

Figura 51 Pote quadril 100% - lateral esquerda

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oposição para a expansão do corpo em relação cima- baixo pela “alavanca” com o de

equilíbrio precário com a expansão do corpo em relação às frente-trás, esquerda direita, em

cruz, até chegar à forma circular, que lembra uma pedra no lago. A dilatação da energia ocorre omitindo-se, o movimento externo e mantendo o interno, assim, a energia é projetada para além do corpo, para o espaço. Trata-se da mesma proposta de expansão do koshi, mas em cada segmento do corpo: cabeça, peito, cintura, e quadril. Ao final, todos os potes “transbordam” energia (figura 52), ao se vocalizar, o corpo todo vibra em voz.

Figura 52 Dilatação Energética pelo Exercício dos Potes

Ilustração: Marcel Machado (especialmente para esta dissertação)