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Escrita e meio ambiente

No documento HISTÓRIA GERAL DA ÁFRICA (páginas 51-60)

O Egito foi o primeiro país da África a fazer uso da escrita, a julgar pelo emprego, no sistema hieroglífico, de pictogramas representando objetos que estavam fora de uso havia muito tempo no início da época histórica. É possível situar essa invenção no período amratiense, também chamado Nagada I (cf. volume I), isto é, em torno de -4000, de acordo com as datas sugeridas pelo carbono 14. Assim, é um dos mais antigos sistemas de escrita de que se tem conhecimento. Desenvolveu-se muito rapidamente, pois já aparece constituído na paleta de Narmer, o primeiro monumento histórico egípcio, que pode ser datado de -3000. Além disso, a fauna e a flora utilizadas nos signos são essencialmente africanas.

A escrita egípcia é fundamentalmente pictográfica, como muitas escritas antigas, mas, enquanto na China e na Mesopotâmia, por exemplo, os sinais pictográficos originais evoluíram rapidamente para formas abstratas, o Egito permaneceu fiel ao seu sistema até o final de sua história.

Todos os objetos ou seres vivos que pudessem ser desenhados eram usados como sinais ou caracteres na escrita egípcia: para escrever a palavra “arpão” ou

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“peixe” bastava ao escriba desenhar um arpão ou um peixe. São os chamados signos-palavra, porque um único signo é suficiente para escrever a palavra inteira. Este princípio permaneceu em uso durante toda a civilização faraônica, o que possibilitou que os escribas criassem tantos signos-palavra quantos fossem necessários para denotar seres ou objetos desconhecidos no tempo em que o sistema de escrita foi criado; assim, por exemplo, “cavalo” e “carro”. No sistema puramente pictográfico, ações também podem ser representadas através de desenhos. Para escrever os verbos “correr” ou “nadar”, o escriba deveria simplesmente desenhar um indivíduo correndo ou nadando.

No entanto, apesar de toda a sua engenhosidade, o sistema pictográfico não se prestava à representação de termos abstratos, como “amar”, “lembrar” ou “tornar-se”. Para superar essa dificuldade, os egípcios teriam que ultrapassar o estádio da pura pictografia. Eles o fizeram empregando dois outros princípios: a homofonia e a ideografia. Foi o uso simultâneo desses três princípios – pictografia pura, homofonia e ideografia – que tornou tão difícil, na atualidade, a decifração dos hieróglifos. Na escrita egípcia, alguns signos são lidos foneticamente, outros não: servem apenas para precisar o som ou o significado da palavra.

O princípio da homofonia é simples: por exemplo, na linguagem falada a palavra “tabuleiro de xadrez” era pronunciada men. Graças a esse princípio, o signo pictográfico representando um tabuleiro de xadrez poderia ser utilizado, conforme se desejasse, tanto para significar o próprio objeto como para escrever foneticamente todos os “homófonos”, isto é, todas as palavras cuja pronúncia fosse men, entre elas o termo abstrato “ser estável”. Da mesma forma, o signo de “enxada” era pronunciado mer, podendo, portanto, ser utilizado para escrever o verbo “amar”, cuja pronúncia era mer. Nesses casos, os signos-palavra originais tornaram-se signos fonéticos. Como o número de homófonos simples, palavra por palavra – do tipo men, “tabuleiro de xadrez”, e men, “ser estável”, ou mer, “enxada”, e mer, “amar” –, é relativamente pequeno, a inovação teria oferecido vantagens bastante limitadas se os escribas não tivessem estendido seu emprego à formação de palavras complexas. Por exemplo, para escrever o verbo abstrato “estabelecer”, que era pronunciado semen e não possuía homófonos simples, empregavam dois signos-palavra com valor fonético: um pedaço de tecido dobrado, que se pronunciava (e), e men, “tabuleiro de xadrez”. Colocados lado a lado, esses dois signos eram lidos foneticamente s(e) + men = semen e a combinação significava “estabelecer”, “fundar”. Tendo chegado a esse estágio, o escriba egípcio tinha à sua disposição um instrumento capaz de expressar foneticamente, através de imagens, qualquer palavra da língua, por mais complexa que fosse. Bastava decompor a palavra em tantos sons quantos se pudesse transcrever por meio de

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Figura 5 A Paleta em xisto de Narmer, I dinastia, face anterior e posterior. É dos mais antigos testemunhos da escrita egípcia. O protocolo do rei, simbolizado pelo peixe ncr e o cinzel mr, ocupa o retângulo entre as duas cabeças de Hátor. Os outros pequenos hieróglifos inscritos embaixo da cabeça das diferentes personagens indicam-lhes o nome ou o título; o chefe capturado talvez se chamasse Washi (wr = arpão; s = charco), O grupo no alto, à direita, deve explicar, provavelmente, a figura central; nessa época, bastante remota, o essencial de frases inteiras, ao que parece, podia ser exprimido por meio de simples grupos de símbolos cujos elementos sugerissem palavras distintas. A este, por hipótese, pode-se dar a seguinte interpretação: o Deus- Falcão Hórus (ou seja, o rei) fez prisioneiros os habitantes da região do papiro (Tz - mhw, o Delta). (Fonte: J. Pirenne, “Histoire de la Civilisation de l’Egypte Ancienne”, Baconnière, Neuchâtel, Suíça, 1961, v. I, figs. 6 e 7, pp. 28-9. Foto H. Brugsch, Museu do Cairo.)

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um signo-palavra que tivesse aproximadamente a mesma pronúncia. A escrita hieroglífica já tinha alcançado esse estágio no período tinita, em tomo de -3000, o que pressupõe um período bastante longo de desenvolvimento anterior.

No entanto, o sistema assim completado tinha falhas. Utilizava necessariamente um grande número de signos – conhecemos mais de quatrocentos signos comuns – que podiam deixar o leitor confuso quanto à maneira de lê-los. Tomemos o exemplo simples do desenho de um barco. Como deveria ser lido (bote, barco, navio, embarcação, etc.)? Além disso, era impossível, à primeira vista, saber se um determinado signo estava sendo empregado como signo-palavra, designando o objeto representado, ou como signo fonético.

A segunda dificuldade foi facilmente superada: os escribas adotaram o hábito de acrescentar uma linha vertical depois do signo-palavra que designasse o próprio objeto. Quanto à primeira, foi resolvida pelo estabelecimento gradual de um complexo sistema de complementos fonéticos (como é chamado pelos egiptólogos). Consiste em 24 signos-palavra, cada um deles com apenas uma consoante. Os escribas, pouco a pouco, passaram a utilizá-los para indicar a leitura fonética dos signos. Vejamos um exemplo: o signo que representa um pão sobre uma esteira tem a pronúncia hetep. Com o tempo, tornou-se habitual colocar dois outros signos imediatamente após o signo-palavra empregado foneticamente: “pão”, pronunciado t, e “assento”, pronunciado p. Esses dois signos indicavam imediatamente ao leitor a pronúncia hetep.

É evidente que esses 24 signos simples desempenham, de fato, o papel das nossas letras, e que temos aqui o embrião da invenção do alfabeto, já que esses signos expressam todas as consoantes da língua egípcia, e que os egípcios, como os árabes ou os hebreus, não escreviam as vogais. Não havia, portanto, nenhuma palavra na língua que não pudesse ser escrita simplesmente por meio de signos. No entanto os egípcios nunca deram o passo final nessa direção e, longe de empregar apenas os signos simples, quase alfabéticos, complicaram ainda mais seu sistema de escrita – pelo menos aparentemente – acrescentando aos signos utilizados foneticamente, e a seus complementos fonéticos, novos signos puramente ideográficos. Esses signos eram colocados no final das palavras e tornavam possível classificá-las, à primeira vista, em uma determinada categoria. Os verbos que designavam uma ação física, como “atingir” e “matar”, eram seguidos por um signo que representava um braço humano empunhando arma. Os que designavam um conceito abstrato, como “pensar” e “amar”, eram seguidos de um signo representando um rolo de papiro. Também os substantivos se faziam acompanhar por ideogramas: a palavra “bacia”, por exemplo, seria seguida pelo ideograma “água”, três linhas horizontais onduladas; os nomes de países

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estrangeiros seriam seguidos pelo signo “montanha” – em contraposição ao Egito, que é plano – e assim por diante.

Se os egípcios nunca utilizaram uma forma simplificada de escrita – possuímos apenas um texto em escrita alfabética, que é muito tardio e pode ter sido influenciado pelas escritas alfabéticas utilizadas nos países vizinhos –, esse conservadorismo pode, sem dúvida, ser explicado pela importância que atribuíam à imagem e, portanto, ao signo como imagem. A imagem possuía um poder mágico latente. Ainda por volta de -1700, os escribas por vezes mutilavam os signos que representavam seres perigosos (pelo menos a seus olhos): as serpentes tinham o rabo cortado; certos pássaros apareciam sem os pés. O poder mágico do signo estendia-se por todo o mundo; esse poder era tão grande que quando se desejava fazer mal a alguém, o nome da pessoa era cuidadosamente rasurado ou apagado, onde quer que estivesse escrito. O nome era, de fato, parte do indivíduo e, em certo sentido, a própria pessoa: destruir o nome era destruir a pessoa.

Com esse intrincado sistema de signos-palavra, signos fonéticos plurissilábicos, complementos fonéticos e determinativos ideográficos – uma confusão de signos, alguns devendo ser pronunciados, outros não – a escrita hieroglífica é, de fato, complexa, mas também muito evocativa. Os determinativos recortam bem as palavras, a ordem rígida dos termos da oração – verbo, sujeito, objeto – facilita a interpretação, e as dificuldades que o tradutor moderno enfrenta advêm do fato de que por vezes ele desconhece o significado de muitas palavras. Mesmo assim, graças aos determinativos, podemos saber em que categoria devem ser classificadas. Tem-se sugerido frequentemente que a escrita hieroglífica foi trazida para o vale por invasores do Oriente, ou tomada de empréstimo à Mesopotâmia pelos egípcios. O mínimo que se pode dizer é que não há nenhum vestígio material desse empréstimo na escrita do Egito faraônico, tal como é encontrada no despontar da História, em torno de -3000. Pelo contrário, é possível acompanhar, passo a passo, a sua lenta formação: da pura pictografia para os fonogramas complexos, destes para os complementos fonéticos e, finalmente, para os determinativos. Alguns signos empregados foneticamente representam objetos que já não eram usados quando os primeiros textos apareceram, o que prova que a escrita se constituiu na era pré-histórica, quando esses objetos ainda eram de uso corrente. Finalmente, talvez o mais importante seja o fato de que os antigos signos hieroglíficos foram todos tomados da fauna e da flora do Nilo, provando, assim, que a escrita é de origem puramente africana. Se admitirmos que houve influência externa no advento da escrita egípcia, tal influência pode ter sido, no máximo, da ideia de escrever, o que é pouco provável se levarmos

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em conta que a escrita tomou forma muito cedo no Egito, no IV milênio antes da Era Cristã.

Uma das forças a presidir a invenção e o desenvolvimento da escrita hieroglífica no vale do Nilo foi, sem dúvida, a necessidade que tinham seus habitantes de agir em conjunto e de maneira coordenada no combate aos flagelos que periodicamente os ameaçavam – dentre outros, as enchentes do Nilo. Se uma família, um grupo de famílias ou mesmo uma pequena aldeia era impotente para erigir uma proteção eficaz contra a subida inesperada das águas, o mesmo não se podia dizer de grandes grupos humanos agindo em conjunto. A própria configuração do Egito favorece a criação desses grupos. O vale não tem largura regular em toda a sua extensão. Limita-se, por vezes, ao curso do rio, alargando-se, depois, para formar pequenas bacias, às vezes de considerável extensão. Cada uma dessas bacias naturais constitui uma unidade geográfica, com um potencial agrícola definido. Ao que parece, tenderam rapidamente a se transformar em pequenas unidades políticas, sob a autoridade do maior agrupamento da área, cuja deidade tutelar passava a ser a de toda a comunidade. Essa foi, provavelmente, a origem dos nomos, que emergem, já constituídos, no despontar do período histórico.

Existe, evidentemente, um contraste geográfico muito grande entre o Alto Egito, o Said, segmentado em uma sucessão de bacias naturais bem definidas, e o Baixo Egito, o Delta, onde, dividindo-se em vários braços, o próprio Nilo corta o solo em unidades de caráter inteiramente diferente; menos distintas do que as do Said.

Deve-se relembrar aqui de que os termos tradicionais “Alto” e “Baixo” Egito são falaciosos, quando empregados para o período de formação do Estado faraônico. No atual estágio dos nossos conhecimentos sobre as culturas pré-dinásticas, o que chamamos Alto Egito não abrangia o sul da região de el-Kab, e terminava ao norte, nas vizinhanças do Faium. Seu centro político situava-se em Naqada, na bacia de Tebas, mas desceria, em direção ao norte, para a região de Abidos, uma outra bacia natural que iria desempenhar um papel importante na história do Egito. O Baixo Egito, por sua vez, começava no Faium, mas terminava, ao norte, na ponta do Delta. Embora tenhamos muito poucas informações sobre sua extensão em era tão longínqua, parece certo que o Baixo Egito não atingia o mar. Seu centro estava localizado na região de Cairo-Heliópolis.

Neste “berço” do Egito faraônico, as bacias do sul constituíam uma força pelo menos equivalente das bacias do norte; essa força era mais bem estruturada graças à individualidade das bacias que a compunham. Assim, compreende-se facilmente por que a Confederação das províncias do sul acabou impondo uma

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unidade cultural ao vale, subjugando a Confederação das províncias do norte, cuja originalidade era menos acentuada.

As pequenas unidades políticas do sul, que correspondiam às áreas das bacias que ocupavam, dispunham de mão de obra suficiente para executar o trabalho coletivo indispensável à sobrevivência da província: reforço das margens do rio, que pouco a pouco se transformaram em verdadeiros aterros (veja acima); depois, construção de diques para proteger as povoações. Para ser eficaz, esse trabalho exigia organização. A necessidade de organização, por sua vez, deve ter facilitado, se não a invenção, pelo menos o rápido desenvolvimento da escrita: era preciso transmitir ordens a um grande número de homens, espalhados por grandes distâncias, para que se cumprisse uma tarefa a ser obrigatoriamente realizada, num espaço de tempo limitado: após a colheita e antes da nova subida das águas. Distribuição de trabalho, estabelecimento de prioridades, suprimentos de ferramentas (mesmo as mais rudimentares), supervisão local dos trabalhos, tudo isso demandava uma administração, por mais simples que fosse. Essa administração só poderia ser eficaz se fosse capaz de prever, planejar e dirigir as várias etapas das operações a partir de um centro, por vezes inevitavelmente distante do local onde o trabalho seria executado. É difícil imaginar que tudo isso pudesse ser levado a cabo sem o instrumento incomparável da escrita para o registro dos dados essenciais número de homens, rações, altura do aterro a ser construído – e, acima de tudo, para a rápida transmissão das ordens aos vários pontos do território.

A unificação política do Egito por Menés, em torno de -3000, fortaleceu ainda mais o desenvolvimento da administração e, consequentemente, da escrita. De fato, ao chefe cabia, a partir de então, cuidar da organização dos trabalhos de interesse coletivo não apenas dentro de uma área limitada, mas em todo o país. Ora, uma das características desse país é a sua grande extensão, o que faz com que a capital, de onde emanam as ordens, esteja sempre muito distante de uma grande parte do território. Além disso, em razão da inconstância das cheias (ver figura), uma das responsabilidades do governo central era a de estocar o máximo possível de alimentos nas épocas de abundância para amenizar a escassez, que sempre poderia surgir de forma inesperada. Consequentemente, era necessário que a liderança – no caso, o faraó – soubesse com exatidão quais os recursos em disponibilidade no país, para poder, em caso de necessidade, racioná-los ou distribuí-los às regiões mais seriamente afetadas pela fome. Tal é a base da organização econômica do antigo Egito e, de fato, de sua própria existência. Esse controle requer um complexo sistema de contabilidade, com entradas e saídas tanto de bens como de pessoas, o que explica o papel essencial

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desempenhado pelo escriba na civilização do antigo Egito. O escriba é, assim, o verdadeiro elemento-chave do sistema faraônico. A partir da III dinastia – em torno de -2800 –, os funcionários de estado mais graduados se fazem retratar com o estojo de escrita sobre o ombro, e os princípios do Antigo Império serão representados pelos escultores como escribas sentados (cf. fig. 5, Introdução). Numa narrativa famosa, o próprio rei toma da pena, por assim dizer, para anotar o que o profeta está prestes a lhe revelar. O poder mágico, sempre associado à escrita, acentua a importância do escriba na sociedade. Saber o nome das coisas era ter poder sobre elas. Não há exagero em se dizer que a civilização egípcia apoiava-se no escriba e que foi a escrita que possibilitou o seu desenvolvimento. O contraste entre o Egito e o vale núbio do Nilo permite-nos compreender melhor o papel da escrita e as razões de sua existência na emergência e desenvolvimento da civilização egípcia. Ao sul da Primeira Catarata, encontramos uma civilização com a mesma composição daquela do Alto Egito. No entanto a Núbia sempre foi refratária ao uso da escrita, embora não pudesse ignorá-lo, uma vez que mantinha contatos constantes com o vale egípcio. A razão dessa resistência parece residir na diferença entre os modos de vida dos dois países. De um lado, temos uma população densa, que a necessidade de irrigação e controle do rio – de que dependia sua própria existência – uniu estreitamente em uma sociedade hierarquizada, na qual cada indivíduo desempenhava um papel específico no desenvolvimento do país. De outro lado, na Núbia, temos uma população que, na aurora da História, possuía uma cultura material equivalente, se não superior, à do Alto Egito, mas estava dividida em grupos menores e bastante isolados. Esses grupos eram mais independentes e tinham maior mobilidade, pois a criação de gado exigia deslocamentos frequentes e desempenhava um papel econômico pelo menos tão importante quanto o da agricultura, muito limitada uma vez que na Núbia o vale era mais estreito do que no Egito. Os povos núbios não sentiram a necessidade de escrita. Iriam permanecer sempre no domínio da tradição oral, utilizando a escrita muito raramente – ao que parece, apenas para fins, religiosos, ou quando estiveram submetidos a um governo central de tipo monárquico (cf. capítulos 10 e 11).

A diferença de comportamento entre duas populações de composição étnica similar esclarece, de forma significativa, um fato aparentemente anormal: uma delas adotou – e talvez tenha mesmo inventado – um sistema de escrita, enquanto a outra, que tinha conhecimento dessa escrita, a desdenhou. O modo de vida imposto ao grupo que habitava o baixo vale pela necessidade de controle do Nilo iria favorecer a emergência e o desenvolvimento da escrita. Esta, por sua vez, fez desse grupo uma das primeiras grandes civilizações do mundo.

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figura 6 Estátua do escriba sentado, Knubaf. (Fonte: W. S. Smith, “The History of Egyptian Sculpture and Painting in the Old Kingdom”, 1.a ed., 1946, pr. 19a. Foto Museum of Fine Arts, Boston.)

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