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3.1 O Estado de S Paulo: mídias que conversam com o público; reportagem com dados

No documento Download/Open (páginas 179-184)

A empresa brasileira O Estado de S. Paulo foi a primeira no País a ter um jornalista dedicado a redes sociais e foi criado um cargo de editor de redes sociais. Com issso, o jornal aplica várias iniciativas. Por meio das redes sociais, o jornal paulista mantém um time dedicado às redes sociais e por elas que distribui o conteúdo jornalístico via Twitter, Instagram, Facebook e Google Plus. E nestas redes, os jornalistas estabelecem uma conversa com o público. No âmbito das mensagens, a publicação recebe informações do público via WhatsApp e há pouco tempo, começou a enviar informações pelo aplicativo.

A redação do jornal também experimenta mídias sociais de vídeo, mantendo um canal no YouTube, com minidocumentários, reportagens em vídeos e vídeos para smartphones ou tablets. Além disso, o jornal utiliza o Facebook Live para fazer transmissões de conteúdo ao vivo com jornalistas da publicação comentando fatos do dia, como por exemplo, a cobertura de política nacional ou alguma outra notícia urgente do cotidiano. No quesito da localização, ou seja, mais focado em uso de mapas para informações ou uso de jornalismo hiperlocal é mínimo. A cobertura se limita em a notas pequenas na publicação impressa no caderno de Metropole/Cidades e o uso de mapas segue em projetos mais específicos e claro na prestação de serviço, onde o leitor do jornal tem ao seu dispor o acesso ao serviço de trânsito do Waze. Sobre gamificação, o jornal fez a publicação de newsgame uma única vez no ano de 2014, pela equipe de jornalistas recém-formados que participam de um programa de treinamento realizado pela empresa que é a principal acionista do jornal, o Grupo Estado. A empresa não libera aplicativos informativos em consoles de videogames, mas apenas em smartTVs, aplicativos semelhantes aos dos celulares. Finalizando a análise na categoria big data ou dados, a empresa mantém um núcleo de dados ativo, chamado por Estadão Dados e esse pequeno grupo de jornalistas produzem reportagens com auxílio de computador, utiliza dados para fazer reportagens em conjunto com a equipe de jornalistas da internet e do impresso.

Para finalizar a avaliação, cabe avaliar que a empresa tenta distribuir o conteúdo jornalístico de forma capilar, experimentando novas mídias e compartilhando os resultados de experiência com a redação. Os canais digitais são integrados com o impresso, portal e rádio. Além disso, O Estado de S. Paulo possui um canal de feedback, a redação usa o WhatsApp torna se um canal de comunicação, uma via de conversa entre público e redação.

A equipe do 25º Curso Estado de Jornalismo criou dois newsgames em 2014, com a temática dos Jogos Olímpicos Rio 201690: um jogo de perguntas e respostas91

sobre as Olimpíadas (quiz) e um jogo chamado Desafio Aquático92, que simula um

atleta de natação que tem que passar por vários desafios – passando por torneios amadores até chegar a categoria profissional –, até disputar a Olimpíada do Rio de Janeiro e não distribui o conteúdo para os consoles. Mantém um núcleo ativo de dados, Estadão Dados93, e por meio deste que são publicadas reportagens com

auxílio do computador (RAC). Utiliza aplicativos nativos em redes sociais de transmissão ao vivo, como o Facebook Live para comentar notícias. A redação tenta modificar o caminho da notícia e tenta se aproximar do público com várias frentes digitais. Ou seja, no caso do Estadão, as narrativas emergentes imputam novas atribuições as narrativas jornalísticas consolidadas e tradicionais, modifica o processo de produção jornalística e as informações do usuário enviadas em tempo real ajuda melhora na qualidade da cobertura do jornalismo.

3.2 TV Globo/G1: WhatsApp que recebe vídeos e pautas

A TV Globo é a maior emissora de TV do País e a segunda maior rede de televisão privada em faturamento no mundo. O G1 é o portal de notícias da TV Globo. A empresa tenta espelhar a filosofia da emissora de televisão no ambiente e roupagem

web. Integra seus veículos compartilhando os conteúdos nos dois canais. Ou seja, o

que é publicado na web é destacado na televisão, em uma pílula de notícias chamado

90 MIRANDA, Carla. Como foi fazer nosso 1º newsgame. O Estado de S. Paulo. São Paulo, 12 dez.

2014. Disponível em: <http://brasil.estadao.com.br/blogs/em-foca/jogoestadao/>. Acesso em: 12 abr. 2016.

91 QUE Olimpíada você é? O Estado de S. Paulo. Newsgame. Disponível em:

<http://infograficos.estadao.com.br/public/e/focasrio2016/quiz.html>. Acesso em: 12 abr. 2016.

92 DESAFIO Aquático. O Estado de S. Paulo. Newsgame. Disponível em

<http://infograficos.estadao.com.br/public/e/focasrio2016/jogo.html>. Acesso em: 12 abr. 2016.

“G1 em um minuto” e notícias da redação da televisão também são publicadas no portal de notícias.

A Globo usa redes sociais para capilarizar o seu conteúdo, como Twitter e

Facebook. A empresa é espartana para o uso de outras redes sociais, porém, usa o WhatsApp e Viber como um canal de feedback do público há quase um ano para

receber vídeos, informações, sugestões de pautas e denúncias. Cada emissora local tem um número de celular voltado para os aplicativos de mensagens citados para que a audiência utilize e envie notícia para as emissoras locais da Rede Globo. Os próprios telejornais estimulam o público a enviar conteúdo, preferencialmente em vídeo, desde conteúdo factual, fatos em tempo real, como por exemplo, para a prestação de serviço, como a pane no serviço de Metrô até mesmo imagens mais descontraídas para estreitar laços com a audiência com conteúdo mais leve.

A Globo não possui projetos hiperlocais, na televisão, foca-se nas duas grandes editorias principais de Local e Nacional e nas editorias temáticas na web, como qualquer publicação impressa ou na web.

A empresa utiliza mapas e dados para pautas e projetos específicos. Não há um núcleo de dados estabelecido e permanente para atender a redação. O único

newsgame que o jornalismo da Globo publicou foi o Missão Bioma, no projeto Globo

Amazônia, em 201194. Não tem aplicativos nativos de distribuição de conteúdo voltado

aos consoles de videogames.

Mesmo com o uso mais espartano das redes sociais, o pouco uso que se faz dos aplicativos, ainda há uma integração entre as mídias televisão e web. Com isso, existe alteração nas narrativas jornalísticas, onde o público participa mais do processo de produção.

Quando o público envia informação durante a cobertura em tempo real, a informação ganha mais qualidade, com apoio de ferramentas da redação as informações vindas do público são verificadas e publicadas com mais eficiência permitindo uma cobertura em tempo real na televisão e publicação posterior na web.

94 REDE Globo lança game que desafia jogador a proteger o meio ambiente. G1 Natureza. São

Paulo, 15 ago. 2011. Disponível em: <http://g1.globo.com/natureza/noticia/2011/08/rede-globo-lanca- game-que-desafia-jogador-proteger-o-meio-ambiente.html>. Acesso em: 14 abr. 2016.

3.3 Bournville News: modelo de jornalismo hiperlocal

O Bournville News95 é um bom exemplo de jornal com aplicação de estratégia

hiperlocal. O jornalismo é limitado em Bournville Village, um pequeno condado com 25 mil moradores, localizado na região metropolitana de Birmingham, na Inglaterra. O

site jornalístico mantém redes sociais que distribuem o conteúdo via Facebook, com

1.594 seguidores e o Twitter, com 3.029 seguidores. Ambas as redes estão ativas. O site não tem interação via aplicativo, não utiliza aplicativo de mensagens e para entrar em contato com os jornalistas do site é preciso entrar em contato via redes sociais, na lista de comentários que fica abaixo das matérias publicadas ou por um formulário de contato. Não utiliza gamificação e não faz uso de big data na cobertura jornalística. O Bournville News segue a prática hiperlocal, com as poucas redes sociais, o site consegue manter um contato com os moradores e consegue atualizar as notícias da região para o seu público.

O processo de produção de conteúdo hiperlocal tende ser um pouco diferente da prática do jornalismo local ou nacional devido a proximidade que os jornalistas ou mantenedores do site devem ter com os moradores. Como o pesquisador britânico Damian Radcliffe (2012, p. 20) ressalta, para fazer uma publicação hiperlocal é necessário poder para fazer a mudança, reconhecer e valorizar, afiliação com seus amigos e senso de realização para que a publicação se mantenha no alcance do público que se destina. Neste caso, não é perceptível alteração das narrativas jornalísticas tradicionais.

Há uma pequena modificação dos processos, porém, o jornalismo hiperlocal é feito como o jornalismo convencional. A grande diferença está no tamanho da área e a proximidade com as pessoas que é maior. No caso da publicação hiperlocal, com certeza as informações insertadas pelos usuários melhora a qualidade da publicação jornalística, por meio do uso de redes sociais, pois, ambas as redes sociais têm versões de aplicativo mobile, possibilitando assim, que o leitor do site hiperlocal possa acessar a rede social e realizar o contato informando sobre algum factual que impacta aquela área. E por fim, esta publicação não utiliza newsgames, nem gamificação e não disponibiliza aplicativos para consoles de videogames e nem para smartphones.

3.4 Hoy: grande mídia fazendo hiperlocal; rede de hiperlocais O Hoy é um caso de grande mídia que faz a prática de hiperlocal. A Hoy mantém um jornal que é distribuido para toda a comunidade de Extremadura e várias publicações hiperlocais. A publicação mantém uma rede de jornalistas, chamados por correspondentes, que mantém a Rede de Hiperlocais, chamado de Hoy Extremadura:

Red de Hiperlocales e essa rede é mantida na comunidade autônoma de

Extremadura, que tem duas das 50 províncias espanholas, Cáceres e Badajoz, em 35 cidades.

Cada cidade tem uma publicação impressa mensalmente e um site, em que o público pode entrar em contato via redes sociais e o jornalista da publicação hiperlocal também distribui o conteúdo por Twitter e Facebook. A publicação não utiliza aplicativos de mensagens como WhatsApp para canal de feedback ou de envio de mensagens noticiosas.

A Hoy mantem um aplicativo próprio que é disponibilizado para quem tem

smartphones Android e iOS. O periódico não tem newsgames e nem aplicativos

voltados para consoles de videogames e não tem um núcleo de dados dedicado ao jornalismo.

Cabe destacar que o Hoy tenta manter uma cobertura forte nas duas provincias onde está presente e com a rede de hiperlocais, a públicação tenta dar um novo patamar na cobertura, tenta-se criar uma empatia, trazendo mais proximidade entre publicação e leitor e isso sé dá nas publicações impressas e nos correspondentes, em que a publicação tenta se personalizar na representação do jornalista que cobre apenas a cidade e se os moradores tem a confiança de alguém próximo é possível que esse fator humano facilite o compartilhamento de informação e por sua vez construindo uma publicação hiperlocal cada vez mais sólida que atendam as demandas da comunidade.

As informações usadas na publicação hiperlocal também são destacadas na publicação principal, no Hoy Diário de Extremadura, a principal publicação da rede de hiperlocais, que alcança as cidades das duas províncias espanholas.

3.5 BBC: multimídia fluída; Snapchat para narrativas digitais

No documento Download/Open (páginas 179-184)