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2 Inteligência Social: Open data, sistemas inteligentes e algoritmos

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A atual geração de jornalistas e especialistas de comunicação têm mais acesso à tecnologia e com isso, o conteúdo ficou mais dinâmico, objetivo, social. Porém, este conteúdo ficou mais profundo e completo. Por isso, as então Tecnologia da Informação e Comunicação (TICs) trouxeram uma nova lógica de produção de conteúdo, formando novas redes e caminhos informativos, com novas estratégias para propagar e compartilhar estes dados com o maior número de gente e que estes dados tragam clareza para quem precisa. O custo da tecnologia diminuiu muito, mas, o seu poder de processamento evoluiu de forma exponencial. Boa parte devido a Lei de Moore, onde o número de transistores dos chips dobraria sua capacidade a cada 18 meses ao mesmo tempo que o preço da tecnologia ficasse mais barata. E claro, isso também possibilitou que as pessoas pudessem ter acessos a devices mais modernos, como smartphones, tablets, smart TVs, PCs e notebooks para acessar o conteúdo de forma mais rápida e barata.

A proliferação de smartphones, tablets e outros dispositivos móveis tornou possível para os cidadãos a se tornarem parceiros com o governo local na identificação de problemas e oportunidades dentro da jurisdição. As aplicações móveis permitem que os cidadãos para tirar uma foto, captadas por coordenadas GPS e apresentar um pedido de serviço em questão de minutos. Durante a limpeza do derramamento de óleo do Golfo, em 2010, os grupos ambientalistas usam aplicações móveis extensivamente para rastrear onde as correntes de vento e água estavam transportando resíduos de óleo ao longo da costa e identificar onde os esforços de limpeza necessários para ser organizado. Conhecido como crowdsourcing, este tipo de grande grupo de esforço de coleta de dados pode desempenhar um papel vital na identificação de onde os recursos devem ser alocados. (FLEMING, 2014, pág. 57, tradução nossa).

Isso abre novas frentes para criação e desenvolvimento de conteúdo, como a formação de novos bancos de dados e ferramentas para captação, desenvolvimentos de algoritmos e investigação de dados. Então, com o desenvolvimento da tecnologia, houve esforços coletivos globais para a elaboração de ferramentas e sistemas operacionais de código aberto, como é o caso do Linux, uma das plataformas de OS (sistemas operacionais) mais utilizadas e aprimoradas no mundo.

Para o jornalismo, a tecnologia também se tornou mais amigável, podemos contar com open sources, ou seja, fontes abertas. Em um mundo que temos cada vez mais fontes oficiais e assessorais de imprensas ou comunicações corporativas bloqueando o trabalho jornalístico ou de jornalismo de investigação, é importante que sejam desenvolvidas ferramentas voltadas para minerar dados espalhados em toda a rede, com o auxílio de reportagem por computador. O jornalismo deve desenvolver um pensamento computacional para construir uma base, consolidar sua evolução e para aprimorar suas técnicas.

Na atual configuração tecnológica proporcionada pela Internet, estruturada pelo intermédio do aumento de velocidade de transmissão, pela evolução das máquinas computacionais com grande capacidade de processamento e armazenamento de dados, com o desenvolvimento de linguagens de programação cada vez mais amplas e que negociam de várias formas com robustos bancos de dados, a atuação profissional do Jornalismo também deve possuir outras configurações (LIMA JR., 2010, p.210).

Por meio das novas tecnologias temos um novo entendimento sobre si e sobre os processos de produção jornalística, podendo aprimorar o processo intelectual e criativo para construção e o desenvolvimento de histórias. O processo industrial de produção jornalística também é afetado, porém, para melhor. A redação que tenha aprimoramento tecnológico pode também apoiar o desenvolvimento da história que está sendo contada pelas equipes que estão nas ruas. Muitas vezes, por conexões feitas na internet é possível perceber novos desdobramentos que podem contribuir para a reportagem, edição e distribuição do fato ao público interessado.

As redações poderiam reestruturar o fluxo de trabalho, repensar o caminho da notícia, bem como, no meio deste processo, podem ter uma espécie de um minilaboratório para desenvolver aplicativos digitais para o público e ferramentas para os jornalistas que trabalham na redação. Com um banco de dados consolidado, fontes confiáveis, fluxo de trabalho determinado, é possível também disponibilizar APIs para o público trabalhar o conteúdo, ajudando a complementar os sistemas de banco de dados ou espalhar o que está em desenvolvimento de redação, para ser aprimorado e depois a redação devolve ao público do jeito que eles querem usar.

As API são as Apllication Programming Interfaces ou Interface de Programação de Aplicativos, que que é um conjunto de rotinas e funções estabelecidos por um software para expandir as funcionalidades do programa, no caso do jornalismo ele pode ser um mapa em que as pessoas possam atualizar sobre locais perigosos para

andar a noite, pontos de descarte de lixo irregular e basta um contato humano com a ferramenta, para que todos os dados sejam unificados pelo computador para que possa se desenvolver um relatório sobre quais são as demandas da sociedade, assim como, o desenvolvimento de aplicativos específicos para atender as necessidade de cada localidade.

As APIs do Twitter, por exemplo, que é uma rede social que tem muito uso para conteúdo noticioso, pode ser usada para transmitir ou compartilhar notícias ou conteúdo relevante para a rede de contatos e esse ramo faz o papel de espalhar e compartilhar o acontecimento para o conhecimento de todos. O desenvolvimento de um aplicativo mobile ou via navegador para quem acessa a internet já uma ferramenta de grande importância e se desenvolve um canal entre o jornalismo e a sociedade. Uma mão de duas vias que podem ajudar a captar dados para resolver problemas e cobrar o poder público sobre determinadas demandas.

Focando nos dispositivos web e mobile, é possível criar aplicativos para dispositivos móveis ou por meio de navegadores web, onde os moradores possam ter participação ativa na captação e coleta de dados. Com o projeto de desenvolvimento de aplicativo e browser em andamento, já pode-se planejar um ambiente amigável para a navegação. Digamos que em termos mais fáceis, temos uma porta sem fechadura, que é o aplicativo, o canal de acesso ao jornalismo e para concluir o desenvolvimento do acesso do aplicativo, temos que criar uma fechadura simples para que as pessoas possam virar ou empurrar a porta para acessar o jornalismo.

E para isso, existe a arquitetura da informação, que ajuda na melhor experiência de uso para que consigam rapidamente transmitir os dados para um novo

dataset formado pela redação. O aplicativo deve ser de fácil uso, com poucos botões,

projeto simples, para não ter confusão. Por isso, que o desenvolvimento do aplicativo é importante para que qualquer usuário possa inserir dados, detalhes, fotos, vídeos, informações sobre o ambiente que vive para que esses dados sejam enviados em tempo real para os datasets que são alimentados para dar robustez ao sistema que poderá fazer análise mais precisa.

Um desafio central para os governos locais no uso de big data decorre da necessidade de pessoal que entende como fazer o melhor uso dos dados. Nas suas previsões para a área de tecnologia da informação para 2012 e além, Gartner (2011) sugere que os departamentos de tecnologia da informação devem evoluir de fornecimento de suporte técnico para

coordenação das atividades de tecnologia da informação. Este movimento significa que os usuários de tecnologia terão uma mão no desenvolvimento de soluções para os desafios que enfrentam no trabalho em vez de aceitar soluções fornecidas pelo departamento de tecnologia da informação. Referido como cientistas de dados, esta nova raça de trabalhadores do governo local precisa entender tanto as questões de negócios que precisam ser abordadas a partir dos dados e da tecnologia utilizada na análise dos dados. Essas habilidades podem residir em um indivíduo ou, talvez mais importante, estar presente em uma equipe reuniu para tratar de um desafio particular (FLEMING, 2014, pág. 52, tradução nossa).

Se temos os dados disponíveis, podemos investigar a origem e veracidade de cada informação, aplicando taxonomia de cada dado para enfileirar e priorizar as demandas que a população requisita. Assim, sendo possível esmiuçar cada detalhe, sobre a origem do morador, o que ele precisa e os seus motivos ou qual história que ele quer contar, comportamentos dos moradores em cada quarteirão, características específicas em cada rua, como que cada pessoa vive, perfil de família, moradia e como elas tem a percepção de vivência na região em que vive e perante aos vizinhos e comunidade.

Além disso, é possível traçar uma efeméride sobre como a região se organizou, foi povoada, como ela se transformou de área residencial para industrial e de industrial para comercial ou qualquer outro tipo de formação populacional. A partir disso, pode- se apontar indicadores de temas como educação, saúde, segurança, trabalho, tráfego e outras necessidades que são intrínsecas aos moradores de um determinado quarteirão ou de uma rua, avenida, travessa ou viela, por exemplo.

3. Narrativas digitais: Fragmentação, distribuição, engajamento e

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