4.1 O Planeamento das Rotas Turísticas com Ênfase no Património Cultural
3. Execução das decisões tomadas; 4 Avaliação da rota.
Estas etapas são realizadas em cada uma das dimensões apresentadas na segunda e na terceira coluna da tabela. No que toca o desenho da rota, estão destacadas ações referentes ao design, formato, dimensão territorial, dentre outros aspectos da criação de um percurso. A terceira coluna abrange a parte operacional, ou seja os atores participantes da rota, o papel que executam, a forma como se relacionam, a definição de ações estruturantes para a realização da rota etc.
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Tabela 7 - Diretrizes para o Planeamento de Rotas Turístico-Culturais
Diretrizes Desenho da Rota Gestão Operacional
Estrutura da rota
Dimensão territorial (local, nacional etc.) Formato (circular, linear etc.)
Origem (urbana ou rural) Natureza (cultural, histórico etc.) Ambiente natural (terra, água etc.) Duração do percurso
Participação individual ou coletiva
Via de deslocamento (meios de transporte ou a pé)
Infraestrutura Básica (acessibilidade, meios de transporte, alimentação, sinalização, comunicação, saneamento etc.) Infraestrutura Turística (atrativos e atividades turísticas,
alojamento, aeroportos, restauração etc.)
Identificar atores público/privado diretamente ligados ao desenvolvimento do turismo
Identificar Atores Público/privado indiretamente ligados ao desenvolvimento do turismo
Participação da comunidade local
Tomada de Decisões Definir o desenho em que a rota será desenvolvida (abrangência, duração, origem etc.)
Definir os atrativos turísticos, que irão compor a rota Definir de acordo quais os elementos necessários para a
operacionalização da rota (transporte, meios de restauração etc.) Definir os atores direta ou indiretamente ligados ao turismo que
serão necessários na operacionalização da rota.
Definir os intervenientes-chaves no desenvolvimento da rota Definir o envolvimento da comunidade local
Execução das decisões
criar uma conexão, um itinerário que faça sentido entre os atrativos turísticos que irão compor a rota.
Verificar se o desenho proposto já com a articulação dos atrativos inclui infraestrutura suficiente para o desenvolvimento da rota
Desenvolver redes de cooperação entre os atores envolvidos na rota
De acordo com o desenho e o segmento em que se irá ofertar a rota, deve-se desenvolver um plano de plano de Marketing que envolva a comercialização e promoção do produto.
Criar ações para promover a cultura local e envolver a comunidade.
Produzir materiais informativos e de publicidade sobre o percurso /caminho
Criar ações que garantam a comunicação e sinalização no percurso
Avaliação da Rota
Conhecer o FeedBack (panorama) do desenho da rota Avaliar se há necessidade de redesenhar a rota e incluir
outros elementos e infraestrutura
Identificar a aceitação da demanda turística
Analisar os benefícios da rota para o destino (desenvolvimento local - geração de postos de trabalho, preservação da cultura local etc.)
Avaliar o desempenho da rede de cooperação Avaliar a possibilidade de integrar mais atores na rede Analisar se a conexão feita entre os atrativos e outras
infraestruturas é suficiente para o bom funcionamento da rota
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A primeira diretriz do planeamento de rotas turístico-culturais – estrutura da rota – destaca que devem ser considerados o cenário do destino, ou seja, a partir da delimitação dos objetivos, bem como do elemento ou do contexto que será o fio condutor da rota, faz-se necessária a coleta de dados sobre as possibilidades do desenho deste produto, bem como da existência da oferta de recursos locais, especialmente relacionados com a infraestrutura básica, a superestrutura turística e os atrativos ligados à temática principal. Isso permite que se identifiquem quais os potenciais atores que serão necessários para compor a rota e promover o seu bom desempenho (agentes público/privado, direta ou indiretamente ligados a atividades turísticas), para além de revelar de que modo a comunidade local poderá estar envolvida na rota (valores culturais, produção artesanal, geração de postos de trabalho, dentre muitos outros fatores).
De acordo com os dados coletados e tendo em conta as reais possibilidades de desenvolver a rota, os destinos passam nesta segunda diretriz a tomar decisões sobre o desenho deste produto (por exemplo, definir a duração, a abrangência territorial, os meios de transporte etc.). No que toca a dimensão operacional, são definidos ainda os elementos que irão compor a rota (atrativos, infraestruturas básicas e turísticas) e a forma como a comunidade local estará envolvida e será beneficiada no desenvolvimento da rota. Deve haver uma integração entre ambas as dimensões, para que se possa perceber se o desenho da rota pode ser executado de acordo com os recursos que o destino tem disponível.
A terceira diretriz apresentada no quadro implica a execução de ações para colocar em prática as decisões tomadas. Determinada a estrutura/design da rota, faz-se necessário criar ações em várias dimensões para que esse produto possa ser colocado em funcionamento. Isso implica o desenvolvimento de uma rede de cooperação entre os atrativos e entre os agentes direta ou indiretamente ligados ao desenvolvimento da rota, a criação de infraestruturas e elementos que ofereçam o acesso necessário (sinalização, mapas, etc.) e a criação de um plano de marketing para promover a rota. Nesta etapa, a rota é implementada e colocada em funcionamento.
A última diretriz apresentada no quadro refere-se à avaliação da rota. O desenvolvimento e realização deste produto deve permanecer num constante monitoramento do que ainda pode ser feito para melhorar e potencializar cada vez mais os benefícios trazidos para o destino. Neste momento, a partir do feedback dos turistas, bem como dos atores envolvidos, pode-se identificar a necessidade de incluir mais atores na rede, bem como melhorar a infraestrutura básica e turística do percurso.
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De acordo com o quadro teórico apresentado, o planeamento das rotas turístico- culturais no âmbito dessa investigação pode ser sintetizado da seguinte forma:
Estrutura de Planeamento de Rotas Turísticas
Fonte: Elaboração Própria